Você está na página 1de 22

I

nstituto Politécnico de Tecnologia e


Empreendedorismo

Curso de Enfermagem Geral

1º Ano, 2023

Trabalho de Microbiologia ̸ Parasitologia

NOÇÕES DE IMUNOLOGIA

Discente:

 Lenehet Egídio Joao Daniel

Sala: 14

Docente: Celma Tavares Salicuchepa


Índice
Introdução..........................................................................................................................4

Imunologia.........................................................................................................................5

Os agentes que geram resposta imunológica no organismo..............................................5

Síntese dos diferentes tipos de produção de imunidade....................................................5

Especializações..................................................................................................................6

Infecção.............................................................................................................................6

Medidas da infecção..........................................................................................................6

Lavar as mãos....................................................................................................................6

Higienizadores de mão......................................................................................................7

O uso de máscaras.............................................................................................................7

A vacinação.......................................................................................................................7

Componentes da virulência...............................................................................................7

Cápsula..............................................................................................................................7

Enzimas.............................................................................................................................8

Toxinas..............................................................................................................................8

Outros fatores....................................................................................................................8

Imunoprofilaxia.................................................................................................................9

Imunidade passiva.............................................................................................................9

Soroterapia.........................................................................................................................9

Benefícios da soroterapia................................................................................................10

Resistencia ou imunidade................................................................................................11

Imunidade........................................................................................................................11

A imunidade inespecífica................................................................................................11

Fagocitose........................................................................................................................11

Reação inflamatória.........................................................................................................12

Imunidade específica.......................................................................................................12
Linfócitos.........................................................................................................................13

Antígeno e anticorpos......................................................................................................13

Antígeno..........................................................................................................................14

Características da imunogenicidade................................................................................14

Determinante antigênico..................................................................................................15

Reação cruzada................................................................................................................15

Interação antígeno x anticorpo........................................................................................16

Anticorpos.......................................................................................................................16

Classes dos anticorpos.....................................................................................................17

A produção dos anticorpos..............................................................................................17

Localização das imunoglobulinas....................................................................................18

Mecanismo de ação (de morte)........................................................................................18

Tipos de imunoglobulinas (isotipos)...............................................................................18

Síntese e expressão da imunoglobulina...........................................................................19

Características das imunoglobulinas...............................................................................20

Conclusão........................................................................................................................21

Referências bibliográficas...............................................................................................22
4

Introdução
Neste presente trabalho que aborda noções de imunologia (infecções, imunidade,
antígenos, antigenicidade, e imunogenicidade, anticorpos, imunoglobulinas,
imunoprofilaxia e soroterapia) onde darei os conceitos básicos: imunologia é uma
disciplina que se relaciona a outras na tentativa de esclarecer os mecanismos envolvidos
no desenvolvimento de doenças. Com a microbiologia, ciência que estuda formas de
vidas microscópicas (tais como bactérias, fungos e vírus) e suas interações com
humanos, essa relação se destaca, ao estar interligada ao processo de imunização, como
veremos. A compreensão e o conhecimento sobre o sistema imunológico, sua estrutura,
seu desenvolvimento, as respostas imunológicas e a função desempenhada por cada
célula na defesa do corpo humano são processos que vêm se construindo ao longo do
tempo. Avanços importantes foram alcançados a partir do aprimoramento nas áreas da
microbiologia, da histologia (ciência que estuda os tecidos biológicos) e do
desenvolvimento de microscópios, tecnologia que permitiu visualizar os
microrganismos, os tecidos e os mecanismos de ação e reação.
5

Imunologia
A imunologia é a área das ciências biomédicas que cobre o estudo de todos os aspectos
do sistema imune – aquele que defende o corpo contra doenças – em todos os
organismos. Essa especialidade lida com o funcionamento fisiológico do sistema imune
de um organismo, em estado sadio ou não, e com as desordens imunológicas (doenças
autoimunes, hipersensibilidade, imunodeficiência e rejeição de transplantes, entre
outras). A IMUNOLOGIA tem aplicações em diversos campos da ciência.

Os agentes que geram resposta imunológica no organismo


A imunidade natural e a adquirida são formas diferentes de respostas imunológicas
contra agentes microbianos. A imunidade natural ou inata foi incorporada ao nosso
patrimônio imunológico ao longo de milhões de anos de evolução biológica. A resposta
anti-infecciosa da imunidade inata envolve elementos (como proteínas de fase aguda, do
sistema complemento e citocinas) e células (monócitos, macrófagos, granulócitos,
linfócitos NK e células dendríticas) e apresenta a característica de permanecer inalterada
em encontros sucessivos com o mesmo antígeno, ao contrário da imunidade adquirida.
Quando a imunidade natural não é suficiente para a eliminação dos antígenos, são
acionados outros mecanismos imunológicos que visam criar defesa específica contra o
microrganismo invasor. A imunidade adquirida apresenta especificidade para antígenos
e memória imunológica. A especificidade é exercida através de anticorpos (imunidade
humoral) e células programadas para combater antígenos específicos (imunidade
celular). A imunidade humoral e a celular tratam de diferentes funções do sistema
linfoide:

 Imunidade humoral: trata da resposta imunológica realizada por moléculas


existentes no plasma sanguíneo, ou seja, por anticorpos produzidos pelos
linfócitos B.
 Imunidade celular: traduz a capacidade da resposta imunológica mediada por
células como linfócito T, macrófagos, leucócitos polimorfonucleares e outras
células da imunidade inata, que realizam fagocitose de antígenos e que, ao serem
ativadas pelo antígeno, reconhecem antígenos livres na superfície.

Síntese dos diferentes tipos de produção de imunidade


Imunidade Passiva (Exemplos) Ativa (Exemplo)
Natural Amamentação Infecção
6

Adquirida Administração de Soro Imunização

Especializações
 Imunologia clínica – estudo de doenças causadas por desordens do sistema
imunológico, como a AIDS, uma doença autoimune, e as hipersensibilidades,
como asma e outras alergias.
 Imunologia evolutiva – estudo da relação entre a evolução das espécies e as
modificações do sistema imunológico.
 Imunologia reprodutiva – estudo da imunologia voltado para o processo
reprodutivo.
 Imunologia do desenvolvimento – estuda como a capacidade de reação do
organismo varia de acordo com a idade de uma pessoa, os fatores hereditários e
a área em que o antígeno é apresentado.
 Imunoterapia – uso dos componentes do sistema imune para tratar uma doença.
Comumente usada em pacientes de câncer e de doenças autoimunes.
 Imunologia veterinária – estudo do sistema imune de animais.

Infecção
A infecção é a penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso,
o qual pode ser, por exemplo, um vírus, uma bactéria, um protozoário ou um fungo.

Uma infecção é caracterizada como a entrada e desenvolvimento de um agente


infeccioso, ou a multiplicação de um agente infeccioso que já esteja presente no
organismo, como bactérias e vírus. As infecções podem apresentar os mais diferentes
sintomas, sendo estes dependentes de seu agente causador. São exemplos de infecções:
a infecção do trato urinário (ITU) e as infecções hospitalares, sendo essas últimas um
dos grandes problemas de saúde pública mundial.

Medidas da infecção

Lavar as mãos
É um modo eficaz de prevenir a transmissão de micro-organismos infecciosos de
uma pessoa a outra. Lavar as mãos é particularmente importante para pessoas que
manipulam alimentos ou que têm contatos físicos frequentes com outras pessoas,
especialmente pessoas que estão doentes.
7

Higienizadores de mão
São líquidos ou espumas que contêm pelo menos 60% de álcool, o que mata a
maioria dos micro-organismos infecciosos. Como muitos organismos infecciosos
podem ser transportados nas mãos das pessoas, o uso de um higienizador de mão reduz
significativamente a chance de disseminação da infecção.

O uso de máscaras
Pode ajudar a reduzir a disseminação de infecções respiratórias. Muitas infecções
respiratórias são transmitidas por gotículas (as gotículas variam de tamanho,
dependendo do tipo de bactéria ou vírus) no ar, que são produzidas quando as pessoas
infectadas tossem, espirram, respiram ou falam.

Máscaras devem ser usadas por pessoas com infecção para impedir que elas
disseminem a infecção para outras pessoas. Máscaras também podem ser usadas pelas
pessoas para diminuir o risco de contrair uma infecção

A vacinação
É uma das formas mais eficazes de prevenir infecções. As pessoas que correm maior
risco de contrair infecções (sobretudo os bebês, as crianças, os idosos e os pacientes
com AIDS) devem receber todas as vacinas necessárias para reduzir este risco.

Componentes da virulência
Os componentes de virulência são

 Cápsula

 Enzimas

 Toxinas

Cápsula
Alguns microrganismos (ex., certas cepas de pneumococo,
meningococo, Haemophilus influenza e tipo b) têm uma cápsula que bloqueia a
fagocitose, tornando esses organismos mais virulentos do que as cepas não
encapsuladas. Mas os anticorpos opsônicos específicos contra a cápsula podem ligar-
se à cápsula bacteriana e facilitar a fagocitose.
8

Enzimas
Proteínas bacterianas com atividade enzimática (ex., protease, hialuronidase,
neuraminidase, elastase, colagenase) facilitam a disseminação no tecido local.
Microrganismos invasivos (ex., Shigella flexneri, Yersinia enterocolitica) podem
penetrar e percorrer células eucarióticas intactas, facilitando a entrada através de
superfícies mucosas.
Algumas bactérias (ex., Neisseria gonorrhoeae, N. meningitidis, H. influenzae, Proteus
mirabilis, espécies clostridiais, Streptococcus pneumoniae) produzem proteases IgA-
específicas que clivam e inativam a IgA secretora nas superfícies mucosas.

Toxinas
Microrganismos podem liberar toxinas (denominadas exotoxinas), que são
proteínas moleculares capazes de causar doença (p.
ex., difteria, cólera, tétano, botulismo, enterocolite por clostrídios) ou aumentar sua
gravidade. A maioria das toxinas liga-se a receptores específicos de células-alvo. Com
exceção de toxinas pré-formadas responsáveis por algumas doenças alimentares (p.
ex., botulismo, intoxicação alimentar por estafilococos ou Bacillus cereus), as toxinas
são produzidas pelos microrganismos na evolução da infecção.
A endotoxina é um lipopolissacarídio produzido por bactérias Gram-negativas, sendo
parte da membrana externa desses organismos. A endotoxina desencadeia mecanismos
humorais enzimáticos envolvendo as vias do complemento, da coagulação,
fibrinolítica e das cininas, sendo responsável, em grande parte, pela morbidade da
sepse por bactérias Gram-negativas.

Outros fatores
Alguns microrganismos são mais virulentos porque eles fazem o seguinte:

 Prejudicam a produção de anticorpos

 Destroem anticorpos protetores

 Resistem aos efeitos líticos do complemento sérico

 Resistem às etapas oxidativas na fagocitose

 Produzem superantígenos
9

Muitos microrganismos têm mecanismos que prejudicam a produção de anticorpos


induzindo células supressoras, bloqueando o processamento de antígenos e inibindo a
mitogênese dos linfócitos.

Imunoprofilaxia

A imunoprofilaxia consiste em procedimentos clínicos que visam proteger o indivíduo


de síndromes de natureza infecciosa ou toxi-infecciosa através de imunização ativa
artificialmente induzida – vacinação. Seu principal objetivo é que durante o contato do
hospedeiro com o agente infeccioso tenha-se uma resposta imune específica e que
desenvolva uma memória imunológica, ou seja proteção imunológica de longa duração.

Imunidade passiva

A imunização passiva resulta da transferência de anticorpos ou de células do sistema


imunológico de um indivíduo, que já respondeu à estimulação direta através da
administração do antígeno, para outro indivíduo. Não depende da habilidade do sistema
imune a do hospedeiro em produzir uma resposta adequada. Desse modo, a imunidade
passiva permite uma disponibilidade imediata de anticorpos, ou seja, confere proteção
rapidamente. Tal imunização pode ocorrer por processos naturais ou artificiais.

 Imunidade Passiva Natural: É obtida através de anticorpos da mãe (IgG) que


atravessam a placenta para o feto ou através do colostro, nos primeiros dias de
amamentação.
 Imunidade Passiva Artificial: terapia passiva a base de anticorpos, como a
soroterapia e administração de imunoglobulinas humanas, para fins de profilaxia
ou terapia de doenças infecciosas. Os soros não induzem memória imunológica,
quando são catabolizados, o indivíduo volta a ser suscetível ao micro-organismo.

Soroterapia
A soroterapia é um tratamento que tem o objetivo de suplementar vitaminas, minerais
e demais nutrientes por via intravenosa, promovendo saúde e bem-estar aos pacientes.

A soroterapia é um procedimento da Prática Ortomolecular que consiste na


administração de nutrientes por via intravenosa, solucionando problemas de
deficiência vitamínico-mineral e promovendo a saúde dos pacientes. Este tipo de
10

tratamento visa compensar a absorção inadequada de nutrientes, um problema


comumente percebido na dieta via oral — que é diretamente afetada por alterações
intestinais ou no trato digestivo, ou a perceptível redução do aporte nutricional dos
nossos alimentos. Por meio da soroterapia é possível otimizar as condições clínicas do
indivíduo por meio da suplementação segura e eficaz, com rápida absorção das
substâncias injetadas no organismo. O tratamento deve ser sempre adequado às
necessidades e particularidades de cada paciente, sempre respeitando as características
bioquímicas e história do indivíduo para garantir um resultado mais efetivo.

Benefícios da soroterapia
Ao oferecer as substâncias de maneira concentrada e diretamente na veia do paciente, a
soroterapia favorece a absorção rápida de nutrientes, sem que ocorram as perdas
naturais do processo digestivo. Dessa forma, o tratamento é eficaz e traz resultados em
poucas sessões — geralmente 5 aplicações são necessárias para alcançar os resultados
esperados, mas isso pode mudar de acordo com o organismo do paciente e o objetivo do
procedimento.

Por ser conduzido sempre de maneira personalizada às necessidades do paciente,


a soroterapia traz inúmeros benefícios ao indivíduo, tais como:

 Melhora da saúde geral;


 Combate ao estresse;
 Proteção do sistema imunológico;
 Aumento da energia e disposição;
 Melhor qualidade do sono;
 Fortalecimento dos ossos e articulações;
 Prevenção de doenças;
 Favorecem a perda de gordura e ganho de massa magra;
 Mais qualidade de vida;
 Controle de sintomas de doenças como fibromialgia, artrite, rinite, diabetes,
entre outras;
 Redução de cólicas e sintomas da TPM;
 Melhora do aspecto da pele e cabelo
11

Resistencia ou imunidade

Imunidade
Imunidade é a capacidade do organismo de reconhecer substâncias estranhas e
promover uma resposta contra elas tentando eliminá-las. A imunidade ocorre por meio
do reconhecimento, da metabolização, da neutralização e eliminação

Todos os vertebrados têm um sistema de defesa que os protege das doenças causadas
por agentes externos e internos. A imunidade pode ser específica ou não específica.

É chamada de imunidade a capacidade de se defender de determinadas enfermidades,


normalmente infecciosas. Todo organismo tem um conjunto de mecanismos de defesa
contra essas enfermidades. Esse conjunto se chama sistema imunológico. No caso do ser
humano, a imunidade é congênita: o indivíduo nasce preparado para se defender de
algumas doenças. Ao longo da vida, no entanto, o sistema imunológico se aperfeiçoa e
“aprende” a se defender de novas agressões. Por isso, costumam-se distinguir dois tipos
de imunidade: a inespecífica ou congênita e a específica.

A imunidade inespecífica

A imunidade inespecífica é a que o ser humano possui ao nascer. Leva esse nome pela
forma como age, pois, se manifesta de maneira igual contra diferentes agressores do
organismo.

Os mecanismos da imunidade não específica são os primeiros sistemas de defesa


utilizados diante de uma invasão. Perante qualquer microrganismo que entre em contato
com o corpo, ele oferece barreiras físicas (a pele, as secreções, as mucosas etc.) e
fatores antimicrobianos. Esses fatores antimicrobianos são, por exemplo, o suor, o ácido
do estômago etc. Os dois fatores mais importantes, porém, do ponto de vista da defesa
contra os microrganismos são a fagocitose e a reação inflamatória.

Fagocitose

A fagocitose é um processo realizado por fagócitos, células do sangue que pertencem ao


grupo dos glóbulos brancos. Quando entram micróbios no corpo (por um ferimento, por
exemplo), os fagócitos atacam e digerem, intracelularmente, esses microrganismos.
12

Para isso, emitem pseudópodes, prolongamentos da membrana celular, e englobam os


agentes estranhos (geralmente bactérias ou vírus).

No interior dos fagócitos, os microrganismos são digeridos e, portanto, destruídos.


Durante esse processo morrem muitos fagócitos e, junto com os patógenos mortos,
constituem o que é chamado vulgarmente de pus.

Reação inflamatória

A inflamação é um mecanismo que se desenvolve em decorrência de um dano


mecânico causado nos tecidos ou como resposta à presença de um agente externo. Sua
atuação é conter a infecção em uma zona determinada, impedindo que os
microrganismos se dispersem pelo corpo.

A inflamação começa com a vasodilatação (ampliação do diâmetro dos vasos


sanguíneos da pele), que permite a chegada de mais sangue à zona inflamada; isso
provoca enrijecimento, aumento da temperatura na região e inchaço. Além disso, a
vasodilatação favorece a chegada de grande quantidade de elementos de defesa na zona
afetada: proteínas para formar o coágulo sanguíneo e células implicadas tanto na defesa
inespecífica (fagócitos) quanto na específica.

Na zona inflamada são liberadas substâncias que irritam as terminações nervosas,


causando dor e, em alguns casos, febre. O aumento da temperatura favorece a resposta
imunológica, mas se ultrapassar os 40 °C podem ser produzidas lesões muito perigosas.
Se os patógenos superam todos os mecanismos de defesa, entra em funcionamento a
imunidade específica.

Imunidade específica

A imunidade específica se desenvolve ao longo da vida humana, em função das


características particulares do agente invasor. Esse tipo de imunidade vai sendo
adquirido a partir do nascimento, em consequência da exposição do organismo a germes
e substâncias presentes no ambiente que passaram pelos mecanismos de defesa de
imunidade inespecífica.
13

O sistema imunológico reconhece as substâncias estranhas (antígenos) e gera células


que fabricam proteínas contra elas (anticorpos). Também prepara células que atacam
especificamente o antígeno.

 Antígeno e Anticorpo

Os antígenos são o conjunto de agentes estranhos capazes de induzir uma resposta


específica no organismo: podem ser, por exemplo, vírus ou substâncias que existam na
parede externa de um micróbio.

Os anticorpos são as substâncias que o organismo produz para neutralizar os antígenos:


são proteínas que se formam especificamente para um determinado antígeno, capazes de
reagir a ele e bloquear sua ação.

Linfócitos

Na imunidade específica atuam vários tipos de glóbulos brancos. Entre eles destacam-se
os linfócitos. Há dois tipos: os linfócitos B e os linfócitos T. Os linfócitos B
desencadeiam a produção de anticorpos quando se encontram diante de antígenos. Os
anticorpos se unem aos antígenos e os inativam. Os linfócitos T, em contrapartida,
reconhecem o antígeno.

Alguns linfócitos B e T que já reconhecem um antígeno específico podem ficar na


circulação por um período variável. O organismo desenvolve memória imunológica,
contribuindo para sua proteção contra a enfermidade que, em determinado momento,
provocou a resposta imunológica.

O sistema imunológico, ao distinguir aquilo que é próprio do que é alheio, ataca


qualquer coisa que entre no organismo humano, o que, às vezes, não é conveniente. Por
exemplo, o transplante de um órgão falha se o organismo receptor atacar o órgão
transplantado. Essa reação se denomina rejeição.

Antígeno e anticorpos
O binômio Antígeno x Anticorpo corresponde, praticamente, à base fundamental da
imunologia. Um antígeno é toda a partícula ou molécula capaz de iniciar uma resposta
imune, a qual começa pelo reconhecimento pelos linfócitos e cumula com a produção de
14

um anticorpo específico; anticorpos (imunoglobulinas) são glicoproteínas sintetizadas e


excretadas por células plasmáticas derivadas dos linfócitos B, os plasmócitos, presentes
no plasma, tecidos e secreções que atacam proteínas estranhas ao corpo, chamadas de
antígenos, realizando assim a defesa do organismo (imunidade humoral).

Antígeno
Antígenos (Ag) são substâcias particuladas (células, bactérias, esporos de fungos e
vírus, entre outras) ou moléculas solúveis (proteínas, glicoproteínas, lipoproteínas,
polissacarídios) que apresentam duas características principais: imunogenicidade
(capacidade de ativar linfócitos T e/ou B) e antigenicidade (capacidade de reagir com os
produtos específicos dessas celulas, no caso os anticorpos (Acs) produzidos por
linfócitos B ou receptores de LT).

Características da imunogenicidade
 O elemento deve ser estranho;
 Peso molecular acima de 10 mil daltons;
 Ter configuração espacial que propicie a resposta imune;
 Ter determinantes antigênicos acessíveis;
 Ser administrados em doses adequadas;
 Ter um bom estado nutricional;
 Idade funcional do sistema imune

Pelas suas caracterísitcas fisico-quimicas, as proteinas e alguns polissacarídios


complexos são as principais moléculas que apresentam essas duas propriedades
(imunogenicidade e antigenicidade). Essa definição é utilizada porque há moléculas
que, apesar deterem antigenicidade, não são imunogênicas; essas moléculas são
denominadas de haptenos. Haptenos são, portanto, moléculas de baixo peso molecular
que não tem poder imunogênico, apesar de ter antigenicidade. As características físico-
químicas de lipídios, carboidratos simples e ácidos nucleicos propiciam que estas
moléculas atuem como haptenos.

OBS: Os haptenos (como a insulina, penicilina, anilina) podem até serem fagocitados
por macrófagos e apresentados aos linfócitos, mas por já serem pequenos e ainda
degradados (ficarem menor ainda), não são capazes de apresentar imunogenicidade. Já
15

quando um hapteno se liga a uma proteína carreadora, ao ser fagocitado, degradado e


apresentado, pode sim, de maneira sucinta, desencadear uma resposta imune.

Determinante antigênico
Determinantes antigênicos (epítopos) são sequências específicas de aminoácidos
capazes de desencadear uma resposta imune. Quando ocorre a degradação de
microrganismos pela APC, esta apresenta apenas essa sequência específica chamada de
epítopo ao linfócito, que inicia, por sua vez, a resposta imune. Um anticorpo não apenas
reconhece a sequência dos aminoácidos (estrutura primária) como também a sua
conformação espacial (estruturas secundária e terciária). Cada estrutura pode formar
diferentes determinantes antigênicos, as estruturas reconhecidas pelos anticorpos.
Existem proteínas que, por exemplo, precisam ser desnaturadas ou clivadas para
desvendarem seu determinante antigênico, uma vez que este estava inacessível. Outro
caso importante são aquelas proteínas que apresentam um epítopo específico e quando
elas são desnaturadas, perdem essa afinidade com o anticorpo.

OBS: Determinantes neoantigênicos são aquelas proteínas que apresentam sequencias


típicas que poderiam desencadear uma resposta imune, mas estão inacessíveis na
molécula peptídica. Daí, ao entrar em ação uma protease, o peptídeo é clivado dando
origem a um novo determinante.

Reação cruzada
O reconhecimento dos determinantes antigênicos por anticorpos, apesar de específico,
não é tão rigoroso, podendo ocorrer reações de maior ou menor avidez com diferentes
antígenos. Quando o anticorpo reage com outros antígenos, além daquele que induziu a
resposta imune, ocorre o que chamamos de reação cruzada. A reação cruzada, no
entanto, só ocorre quando os determinantes antigênicos são similares àqueles que
induziram à produção do anticorpo. Por exemplo, uma gripe pode ser causada por um
vírus “A” e a partir dele, são produzidos anticorpos contra ele. No entanto, ao entrar em
contato com um vírus B, com determinantes antigênicos similares aos dos vírus A,
propicia-se que os anticorpos contra o vírus A associem-se ao vírus B. Isso é uma das
explicações de que as gripes serem tão comuns. Outro exemplo de reação cruzada é o
que ocorre com transfusões sanguíneas com grupos ABO.

As transfusões desejadas são aquelas que acontecem entre o próprio grupo sanguíneo,
ou até mesmo do grupo O para os outros grupos sanguíneos (como a doação é feita de
16

apenas por concentrados de hemácia, ou seja, sem o conteúdo plasmático, o que


significa que os anticorpos do O não entram na transfusão), sendo assim determinado de
doador universal. Já quando se doa sangue do grupo B para o grupo A, por exemplo,
ocorre reação cruzada, aglutinando o sangue. A questão é: onde os grupos sanguíneos
obtiveram seus anticorpos se nunca entraram em contato com sangue de um grupo
diferente? A resposta é baseada em bactérias existentes no trato gastrointestinal, que
apresentam em sua membrana carboidratos semelhantes ao da membrana das hemácias
do sistema ABO, o que determina a primeira exposição das hemácias a esses antígenos,
que formaram o fenótipo do sangue. É essa similaridade dos carboidratos da microbiota
do TGI que caracterizam a reação cruzada dos anticorpos do sangue do receptor para
com as hemácias do doador, quando estes são de grupos sanguíneos diferentes.

Interação antígeno x anticorpo


Todas as ligações entre o antígeno e o anticorpo são do tipo não-covalentes (pontes de
hidrogênio, eletrostática, força de Van der Waals, interações hidrofóbicas), ou seja, a
interação intermolecular Antíngeno-Anticorpo se dá por uma atração de forma fraca.

Anticorpos
Os anticorpos são moléculas que atuam na defesa do organismo e são produzidos pelos
plasmócitos, células formadas a partir da diferenciação dos linfócitos B. Essas
moléculas são bastante específicas, ou seja, cada anticorpo atua apenas contra
determinado antígeno (molécula que se liga a um anticorpo). Além disso, eles
apresentam diferentes de formas de agir contra um antígeno, como a neutralização e a
opsonização. Podemos diferenciar cinco classes de anticorpos: IgM, IgG, IgA, IgD e
IgE.

Anticorpos, também chamados de imunoglobulinas (Ig), são glicoproteínas


produzidas por plasmócitos. As imunoglobulinas são formadas por uma combinação de
cadeias de peptídeos leves e pesadas, sendo a maioria formada por duas cadeias leves e
duas pesadas. As duas cadeias pesadas são cadeias maiores, e as duas cadeias leves são
cadeias menores. Elas estão dispostas em formato que lembra a letra Y. Depois que o
sistema imunológico entra em contato com um antígeno (proveniente de bactérias,
fungos, etc.), são produzidos anticorpos específicos contra ele. Apresentam como
características:

 Maior variedade de estruturas antigênicas;


17

 Maior habilidade de discriminação;


 Maior força de ligação com o antígeno;

Classes dos anticorpos


Podemos diferenciar cinco classes distintas de anticorpos, as quais são chamadas de
IgM, IgG, IgA, IgD e IgE. Como vimos anteriormente, Ig é uma abreviação de
imunoglobulina, já as letras que acompanham essa abreviação dizem respeito à classe
específica. Essas classes diferenciam-se por pequenas diferenças físico-químicas.

Dentre essas classes de anticorpos, duas merecem destaque: a IgM e a IgG. IgG é a
classe de anticorpos encontrada em maior quantidade no nosso corpo. Estima-se que
75% dos anticorpos de uma pessoa normal sejam do tipo IgG. Essa imunoglobulina, que
também apresenta subclasses, apresenta diversas funções, porém é importante destacar
sua proteção ao feto. Essa proteção é garantida porque essa é a única imunoglobulina
que pode atravessar a placenta e chegar ao feto. A classe IgM indica anticorpos
formados durante a resposta primária e são os primeiros que se formam em resposta a
patógenos complexos.

A IgA é uma imunoglobulina encontrada em secreções, como saliva, lágrima e fluidos


nasais. A IgD, por sua vez, constitui menos de 1% das imunoglobulinas presentes no
plasma, mas são encontradas em grande quantidade na membrana do linfócito B. Essa
imunoglobulina relaciona-se com a diferenciação dos linfócitos B induzida pelo
antígeno.

A IgE é encontrada em concentrações muito baixas no soro e está relacionada com


processos alérgicos, sendo responsável por desencadear a liberação de histamina
(mediador químico que possui ação vasodilatadora) e enzimas.

A produção dos anticorpos


Os anticorpos são produzidos pelos plasmócitos, que são formados pela
diferenciação dos linfócitos B. O processo inicia-se quando antígenos específicos
entram em contato com os linfócitos B específicos no tecido linfoide. A partir desse
contato, os linfócitos B específicos são ativados e passam por uma série de divisões
celulares, formando um clone, que é uma população de células idênticas àquela que as
originou. Esse processo é conhecido como seleção clonal e também ocorre nos
linfócitos T.
18

Algumas das células da população que foi formada originam células efetoras, que
são células de vida curta e que, no caso dos linfócitos B, são responsáveis pela secreção
dos anticorpos, os quais são secretados na linfa e levados para o sangue circundante.
Essas células efetoras são os plasmócitos.

Localização das imunoglobulinas


As imunoglobulinas podem ser de dois tipos: membranar (presentes na membrana do
LB) ou secretoras (livres no plasma). As Ig membranares são o próprio BCR, complexo
receptor presente na mebrana do LB. Os anticorpos presentes no fluido sanguíneo são
aqueles sintetizados pelos plasmócitos (uma verdadeira industria de anticorpos), que é a
diferenciação do LB. Os anticorpos membranares se diferenciam dos secretores por
possuir uma cauda bem maior em sua estrutura, responsável por fixá-lo firmemente à
membrana do LB. Quando ocorre a ligação antígenoXanticorpo, pode-se diferenciar
duas fases:

 Fase inicial (reconhecimento): realizado pelos Ig membranares (que apresenta


AA hidrofóbicos).
 Fase efetora: função dos Ig secretores presentes no plasma (com AA
hidrofílicos).

Mecanismo de ação (de morte)


O anticorpo, ao reconhecer o antígeno, passada a fase incial, tem início a fase efetora,
passando, então, pelos seguintes passos:

 Ativação do sistema complemento através da interação antígenoXanticorpo.


Esse sistema é responsável por lisar o microrganismo por meio do MAC.
 Opsonização: o anticorpo se liga ao antígeno para facilitar a fagocitose.
 Neutralização espacial: o anticorpo se liga ao antígeno, fazendo com que aquele,
ao ser modificado estruturalmente, perca sua função patogênica.
 Citotoxicidade dependente de anticorpo (ADCC): liberação de citocinas

Tipos de imunoglobulinas (isotipos)


Os anticorpos podem existir em diferentes formas conhecidas como isotipos ou classes.
Nos mamíferos existem cinco isotipos diferentes de anticorpos, conhecidos como IgA,
IgD, IgE, IgG e IgM. Eles possuem o prefixo "Ig" que significa imunoglobulina, um
outro nome utilizado para anticorpo. Os variados tipos se diferenciam pelas suas
19

propriedades biológicas, localizações funcionais e habilidade para lidar com diferentes


antígenos. O fragmento Fab (mais especificamente, a suaregião variável) das Igs
confere a essas moléculas o reconhecimento específico dos determinantes antigênicos
enquanto o fragmento Fc, que distingue as classes de Igs, confere funções efetoras
distintas, de acordo com a capacidade dessas regiões em se associar a diferentes
receptores ou outras moléculas do sistema imune.

IgA (IgA1, IgA2): imunoglobulina dimérica (mais comum, podendo ser monomérica e
trimérica) encontrado em grandes concentrações nas mucosas e em secreções externas
(saliva, colostro, lágrimas, secreções urogenitais). Sua meia vida é em torno de 6 dias.
Tem como função a imunidade das mucosas; ativa o sistema complemento pela via
alternativa.

IgD: é encontrada apenas na BCR, não estando presente nos líquidos sanguíneos.
Responsável apenas por servir como receptor de antígenos das células B. Tem meia vida
de 3 dias.

IgE: imunoglobulina presente nos liquidos internos do corpo em concentrações


inferiores a 1%. Tem meia vida de 2 dias. Está relacionado com as reações de
hipersensibilidade; combate a helmintos; estimula a secreção de histamina pelos
basófilos e monócitos.

IgG (IgG1, IgG2, IgG3, IgG4): imunoglobulina monomérica (uma única unidade
básica) presente nos liquidos internos do corpo, correspondendo a 70-75% do total das
Igs séricas. Sua meia vida é longa: 23 dias. As moléculas das subclasses da IgGs
apresentam capacidade de interagir com antígenos de diversos tipos de estruturas
quimicas e ativam diferentes mecanismos de eliminação antigênica. Tem como funções:
opsonização, ativação do complemento, citotoxicidade celular dependente de anticorpo,
imunidade neonatal, inibição por feedback das células B (tem capacidade de atravessar
a barreira placentária).

IgM: imunoglobulina pentamérica (cinco unidades básicas) presente nos liquidos


internos do corpo e nas secreções externas. Suas cadeias (como em todos os Ig
poliméricos) são ligados pela cadeia J. Tem meia vida de 5 dias. Tem como funções:
receptor de antígenos das células B inativas, ativação do complemento pela via clássica.
20

Síntese e expressão da imunoglobulina


A célula-tronco (precursora linfoide) na medula óssea dá origem a uma célula pré-B,
que após completa a síntese de suas Ig, dará origem a célula B madura. Essa, ao se
diferenciar em plasmócito, secreta os Igs.

 Síntese: Ribossomos do R.E.R.


 Montagem: Chaperonas (Calnexinas)
 Expressão: Via Complexo de Golgi

Características das imunoglobulinas


Especificidade: Capacidade de distinguir pequenas diferenças na estrutura química do
antígeno.

 Afinidade/Avidez: Capacidade de se ligar ao antígeno.


 Diversidade: grande número de imunoglobulinas que se ligam a diferentes
antígenos, dando origem ao repertório de anticorpos.
 Repertório de Anticorpos: Coleção de anticorpos com especificidade diferente
(recombinação genética aleatória)
21

Conclusão
Ao finalizar este trabalho conclui que o sistema imunológico é importante para
defesa do organismo, pois constitui de um sistema complexo e coordenado. Quando
esse sistema falha ocorre a proliferação de microorganismos e a manifestação de
doenças como as hipersensibilidades. O sistema imune é o conjunto de células, tecidos,
órgãos e moléculas que os humanos e outros seres vivos usam para a eliminação de
agentes ou moléculas estranhas, inclusive o câncer, com a finalidade de se manter a
homeostasia do organismo.
22

Referências bibliográficas
 ABBAS, Abul k. ; LICHTMAN, Andrew h.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 3 - FORTE, Wilma Carvalho Neves;
Imunologia do básico ao aplicado 2ª edição. V. 1. P. 18-19, Porto alegre:
Artmed, 2007.

 ROITT, Ivan; BROSTOFF, Jonathan; MALE, David. Imunologia sexta edição.


V. 21, p. 324-325; v. 22. p. 345- 346; v.23, p. 357-359; v. 24 p. 371-377,
Barueri/SP, 2003.

 ROITT, I. ; BROSTOFF, J. ; MALE, D. Imunologia. 6. ed. S„o Paulo: Manole,


2003. ROSEN, F. ; GEHA, R. Estudos de casos em imunologia, 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2002.

 SILVA, W. D. ; MOTA, I. Bier: Imunologia b·sica e aplicada. 5. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

 TERR, AI. et al. Imunologia mÈdica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-
Koogan, 2004.

 THUSFIELD, M. Epidemiologia veterin·ria. Zaragoza. Acribia, 1990

Você também pode gostar