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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC


CAMPUS SÃO MIGUEL DO OESTE

GUSTAVO DETKE DAL RI

PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS FUNCIONAIS VOLTADO A PROMOÇÃO


DE SAÚDE FÍSICA E COGNITIVAS DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE MONDAÍ

São Miguel do Oeste, Santa Catarina


2023
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GUSTAVO DETKE DAL RI

PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS FUNCIONAIS VOLTADO A PROMOÇÃO


DE SAÚDE FÍSICA E COGNITIVAS DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE MONDAÍ

Projeto de Estágio apresentado ao componente de


Estágio Curricular Supervisionado IV, do Curso de
Educação Física – Bacharelado da Universidade do
Oeste de Santa Catarina – UNOESC – Campus de São
Miguel do Oeste, Área de Ciências da Vida e Saúde,
como requisito parcial à obtenção de nota de A1.

Orientadora: Profª Dra. Marizete Arenhart Zuppa


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São Miguel do Oeste, Santa Catarina


2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA................................................................... 4
2 OBJETIVOS...................................................................................................... 6
2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................... 6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................. 6
3 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 7
3.1 SAÚDE.............................................................................................................. 7
3.2 QUALIDADE DE VIDA...................................................................................... 8
3.3 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)................................................................ 9
3.4 SAÚDE DO IDOSO 10
3.5 EXERCÍCIO FÍSICO PARA IDOSO 12
3.6 TREINAMENTO FUNCIONAL 13
4 METODOLOGIA............................................................................................... 16
4.1 PÚBLICO-ALVO............................................................................................... 16
4.2 RECUSOS FÍSICOS E MATERIAIS................................................................. 16
4.3 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DAS AÇÕES........................... ......... 16
4.4 FORMAS DE AVALIAÇÃO............................................................................... 18
5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO....................................................................
REFERÊNCIAS................................................................................................
APÊNDICE A – Relatório de observação.........................................................

APÊNDICE B – Ficha de frequência nas atividades de observação................


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1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O processo de envelhecimento é um evento complexo que pode ser moldado


por uma variedade de elementos, abrangendo tanto componentes genéticos quanto
influências do meio ambiente. Entre as correntes teóricas que investigam o
fenômeno do envelhecimento, algumas se direcionam aos aspectos primordiais,
ligadas a características genéticas e à degradação do sistema nervoso, enquanto
outras analisam os elementos secundários, levando em conta os prejuízos
resultantes das condições ambientais. Ao entrar na fase sênior da vida, ocorrem
mudanças físicas e funcionais, incluindo a redução da estatura e a diminuição da
massa muscular, que impactam na mobilidade e flexibilidade (PAGOTTO, 2013).
O Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel fundamental ao
fornecer suporte e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos idosos no
Brasil. Por meio de suas políticas e programas, o SUS promove o acesso equitativo
a serviços de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, atendendo às
necessidades específicas dessa faixa etária. Além de oferecer assistência médica, o
SUS também desempenha um papel importante na promoção da saúde e na
prevenção de doenças através de campanhas de vacinação, aconselhamento sobre
estilos de vida saudáveis e ações de educação para a saúde direcionadas aos
idosos. Ao fornecer um sistema de atenção integral à saúde, o SUS contribui para a
promoção do envelhecimento saudável e digno, assegurando que os idosos tenham
acesso a cuidados multidisciplinares e contínuos, visando a sua qualidade de vida e
bem-estar (BEZERRA, 2016).
A prática regular de exercícios físicos por parte dos idosos assume uma
importância significativa, proporcionando uma série de benefícios que abrangem
tanto a saúde física quanto a mental. Os exercícios ajudam a manter a saúde
cardiovascular, melhorando a circulação sanguínea e reduzindo o risco de doenças
cardíacas. Além disso, contribuem para o fortalecimento muscular e a manutenção
da densidade óssea, combatendo a perda muscular e o risco de osteoporose. Os
benefícios não se limitam ao corpo: a prática regular de atividades físicas também
está associada à melhoria da saúde mental, auxiliando na redução do estresse, da
ansiedade e da depressão. Além disso, os exercícios promovem a sociabilização e o
convívio social, fatores essenciais para a saúde emocional dos idosos. Portanto,
5

incorporar uma rotina de exercícios físicos adaptados às necessidades individuais


pode oferecer aos idosos uma maior qualidade de vida, autonomia e bem-estar geral
(SOUZA, 2015).
O treinamento funcional emerge como uma abordagem altamente benéfica
para os idosos, oferecendo um conjunto específico de vantagens que se alinham às
necessidades e objetivos dessa fase da vida. Esse tipo de treinamento se concentra
em movimentos naturais e cotidianos, visando melhorar a funcionalidade e a
mobilidade dos idosos. Ao fortalecer grupos musculares que são essenciais para
tarefas do dia a dia, como levantar-se, caminhar e subir escadas, o treinamento
funcional aprimora a independência e a qualidade de vida dos idosos. Além disso,
ao focar na estabilidade e equilíbrio, o treinamento funcional contribui para a
redução do risco de quedas, um aspecto crítico para essa população. A adaptação
dos exercícios às capacidades individuais também proporciona segurança e
minimiza lesões. Além dos benefícios físicos, o treinamento funcional promove a
confiança e o bem-estar emocional, à medida que os idosos percebem melhorias
tangíveis em suas habilidades e se sentem mais aptos a enfrentar as demandas
diárias (RESENDE-NETO, 2016).
Diante do exposto, justifica-se a escolha da temática envolvendo programa de
exercícios físicos funcionais voltado a promoção de saúde física e cognitivas de
idosos do município de Mondaí.
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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar e desenvolver um programa de exercícios físicos funcionais voltado


a promoção de saúde física e cognitivas de idosos do município de Mondaí, Santa
Catarina.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Avaliar as capacidades físicas (coordenação motora e força) dos pacientes


pertencentes ao estudo.

 Propor exercícios funcionais direcionados aos aspectos físicos e cognitivo dos


idosos através do movimento.

 Despertar o hábito pela pratica regular de atividades físicas voltada a


promoção da saúde.

 Vivenciar a área da atuação profissional da educação física na área da saúde.


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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 SAÚDE
A saúde, segundo a Organização Mundial de saúde (OMS), vai além da mera
ausência de doença e engloba o estado de perfeito bem-estar físico, mental e social.
No entanto, críticas têm sido levantadas em relação a essa definição, considerando-
a irreal, ultrapassada e unilateral. O termo "perfeito bem-estar" coloca uma utopia
inatingível, tornando-se difícil de ser definido objetivamente. Além disso, a angústia e
as oscilações emocionais fazem parte da condição humana e divergir de posturas
sociais muitas vezes é desejável para a evolução e criação de novos valores. A
civilização em si mesma demanda renúncias e gera um constante sentimento de
"mal-estar", conforme apontado por Freud. A busca por uma "síndrome da
felicidade" também pode ser problemática, pois pode implicar em empobrecimento
da vida psíquica e redução da criatividade. Portanto, é importante repensar as
noções de saúde, considerando a complexidade e singularidade de cada indivíduo
para uma abordagem mais abrangente e realista sobre o bem-estar mental e social
(SEGRE, 1997).
O entendimento moderno da saúde é fundamentado em evidências científicas
que demonstram a importância de abordagens holísticas e integradas para a
prevenção de doenças e promoção do bem-estar. Investigações em epidemiologia,
medicina, psicologia e outras ciências da saúde têm contribuído para o
desenvolvimento de estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento mais
eficazes, bem como para a promoção de estilos de vida saudáveis e políticas de
saúde pública. Além disso, o reconhecimento crescente dos determinantes sociais
da saúde destacou a importância das condições sociais, econômicas e ambientais
na determinação dos resultados em saúde. Portanto, uma abordagem
cientificamente embasada da saúde requer a integração de conhecimentos de
diversas áreas para uma compreensão abrangente dos fatores que influenciam o
bem-estar individual e coletivo (ALMEIDA, 2006)
A saúde é um aspecto fundamental da vida humana e está intrinsecamente
ligada ao bem-estar físico, mental e social das pessoas. É um direito humano
fundamental reconhecido internacionalmente, e sistemas de saúde eficientes e
8

acessíveis são essenciais para garantir o cuidado adequado à população. A saúde


também desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico e social de
um país, pois trabalhadores saudáveis são mais produtivos e a saúde da população
influencia diretamente a capacidade de um país prosperar. Investir em serviços de
saúde e promover a prevenção de doenças são estratégias cruciais para melhorar a
qualidade de vida das pessoas e promover um futuro sustentável (VIANA, 2007).

3.2 QUALIDADE DE VIDA

A qualidade de vida (QV) emergiu como uma medida de desfecho em saúde a


partir da década de 1970, devido aos avanços da medicina que levaram ao
prolongamento da expectativa de vida e ao controle de doenças antes letais. A
mensuração da QV tornou-se importante para compreender como as pessoas vivem
esses anos adicionais com doenças crônicas ou assintomáticas. O conceito de QV
possui interseções com diversos aspectos biológicos, sociais, psicológicos e
econômicos, o que o torna uma medida abrangente e relevante. Seis vertentes
convergiram para o desenvolvimento do conceito de QV, incluindo estudos
epidemiológicos sobre felicidade e bem-estar, busca por indicadores sociais,
insuficiência de medidas objetivas de desfecho em saúde, busca por abordagens
mais subjetivas e a construção de instrumentos de avaliação de QV. Algumas
perspectivas consideram a QV como universal, enquanto outras enfatizam suas
particularidades individuais. A abordagem universal permite comparar resultados
transculturais e compreender as similaridades e diferenças no conceito de QV entre
povos (PANZINI, 2007).
A relação entre saúde e qualidade de vida tem sido objeto de estudo e
preocupação ao longo da história. Desde o século XVIII, pensadores como Johann
Peter Frank e Chadwick reconheciam que as condições de vida, trabalho e nutrição
influenciam diretamente a saúde e, por consequência, a qualidade de vida das
pessoas. A medicina e a saúde pública têm sido questionadas em relação à sua
capacidade de enfrentar as causas mais amplas dos problemas de saúde, que vão
além do aspecto médico. Estudos mostram que melhorias no ambiente, como
saneamento e nutrição, bem como mudanças na reprodução humana, foram
responsáveis pela redução da mortalidade em alguns países. No entanto, ainda há
9

desafios a serem superados na compreensão das complexas interações entre saúde


e qualidade de vida e na busca por intervenções eficazes que possam promover
uma melhor qualidade de vida a partir do setor da saúde. A promoção da saúde
surge como uma abordagem que busca integrar essas questões e encontrar
soluções mais abrangentes (BUSS, 2000)

3.3 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

A história dos cuidados com a saúde do brasileiro está fortemente marcada


pela filantropia e caridade, principalmente com o envolvimento de instituições e
médicos filantropos no atendimento à população. Enquanto o Estado realizava
ações de saúde pontuais diante de epidemias, como campanhas de vacinação e
saneamento básico, foi a partir da década de 1920 que começaram a surgir
iniciativas para cuidados com a saúde dos trabalhadores atrelados à previdência,
culminando com a criação do INPS. A história mais recente apresenta marcos
importantes, como o Programa de Interiorização de Ações e Serviços de Saúde
(Piass) e a luta pela implantação de um sistema universal de saúde, protagonizado
por movimentos populares, universidades, partidos políticos progressistas e
prefeituras com bandeiras progressistas. A VIII Conferência Nacional de Saúde, em
1986, foi um momento-chave que culminou com a proposta da Reforma Sanitária e o
surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS), visando colocar a saúde como direito
de todos e um dever do Estado (CARVALHO, 2013)
O Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel essencial na saúde
dos adolescentes, considerando as mudanças biológicas e emocionais que ocorrem
durante essa fase da vida. À medida que o adolescente passa pela transição para a
idade adulta, as características físicas e emocionais de criança desaparecem
gradualmente, dando lugar a um ser humano adulto em formação. Nesse processo,
o acesso à saúde adequada é fundamental para o desenvolvimento físico e
emocional saudável do adolescente, proporcionando a base necessária para a
construção de uma identidade sólida e uma maturidade emocional, social e mental
bem-sucedida. Durante a adolescência, os jovens enfrentam questionamentos e
contestações, buscando conhecer a si mesmos e estabelecer seus próprios valores.
A saúde e o bem-estar nesse período são influenciados pelas relações familiares,
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sociais e culturais, e o suporte oferecido pelo SUS pode ser crucial para o
amadurecimento emocional e o sucesso nos ajustamentos escolares e sociais. É
importante que o sistema de saúde esteja preparado para atender às necessidades
específicas dessa fase da vida, fornecendo serviços adequados e compreensivos
para garantir um desenvolvimento saudável e positivo dos adolescentes (ZUPPA,
2022).
O Sistema Único de Saúde (SUS) é resultado de um processo de
transformação da saúde no Brasil, influenciado por mudanças políticas, sociais,
econômicas e culturais ao longo dos anos. A concepção de saúde presente na
sociedade passou por diversas evoluções, desde uma visão higienista e medicina
tradicional até o surgimento da medicina moderna baseada na ciência empírica e
biomédica. Com o advento da Reforma Sanitária e a Constituição de 1988, o SUS foi
instituído, buscando um novo paradigma com princípios de integralidade,
universalidade e equidade. O sistema foi estruturado para oferecer atendimento
baseado na integralidade da assistência, voltado não apenas para a cura da doença,
mas também para a promoção da saúde, envolvendo aspectos sociais, políticos e
econômicos. Contudo, a implementação de ações condizentes com a promoção da
saúde ainda é um desafio, uma vez que persistem práticas curativistas e
individualistas predominantes. A mudança de modelos assistenciais e a reorientação
das práticas de saúde são fundamentais para alcançar qualidade de vida e equidade
em saúde na população adolescente e em todo o sistema de saúde do país
(BEZERRA, 2016).
3.4 SAÚDE DO IDOSO
A saúde do idoso é influenciada por uma série de determinantes sociais que
abrangem características específicas do contexto social em que vivem. Esses
determinantes sociais da saúde (DSS) incluem fatores sociais, econômicos,
culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que podem afetar a
ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população idosa. O
modelo de Dahlgren e Whitehead é uma referência importante para entender essas
relações, mostrando que os determinantes sociais atuam em diferentes níveis,
desde o individual até o nível macro, incluindo condições de vida, acesso a serviços,
condições econômicas e culturais, e até mesmo fatores supranacionais como o
processo de globalização. A compreensão da saúde do idoso como um fenômeno
11

social é resultado de um longo processo histórico, e reconhecer a importância


desses determinantes é fundamental para a promoção da saúde e a redução das
desigualdades em saúde nessa população. As políticas sanitárias que abordam os
determinantes sociais da saúde são essenciais para proteger os idosos das
iniquidades em saúde e melhorar o bem-estar da sociedade como um todo (GEIB,
2012).
A saúde do idoso é uma área de preocupação crescente, conforme indicado
em uma revisão sistemática que analisou diversos estudos sobre autoavaliação de
saúde em idosos. Desses estudos, alguns foram considerados elegíveis para
análise. Fatores como baixa renda, baixa classe econômica, presença de doenças,
polifarmácia, hospitalizações e número de consultas médicas foram associados à
autoavaliação negativa do estado de saúde em idosos. A heterogeneidade dos
fatores associados sugere que a saúde do idoso é influenciada por múltiplos
determinantes, não se resumindo apenas à presença de doenças. Outros fatores,
como a capacidade funcional, o acesso a serviços de saúde e o suporte social,
também parecem influenciar a autoavaliação de saúde em idosos. A importância
desses achados é relevante para orientar programas de saúde pública e melhorar a
qualidade de vida dos idosos em diferentes cenários (PAGOTTO, 2013).
A saúde do idoso é uma questão crucial que requer atenção especial da
sociedade e dos profissionais de saúde. Durante o processo de envelhecimento, os
idosos podem enfrentar desafios físicos, mentais e sociais, tornando-se mais
vulneráveis a diversas condições de saúde. Além disso, a pandemia da COVID-19
destacou ainda mais a importância de medidas preventivas e cuidados específicos
para essa população, considerada de risco. É fundamental adotar uma abordagem
gerontologia que compreenda as peculiaridades do envelhecimento humano e
promova estratégias eficazes para garantir a qualidade de vida e o bem-estar dos
idosos (HAMMERSCHMIDT, 2020).
A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para a mortalidade
e a terceira causa mais importante de anos de vida com incapacidade no mundo.
Sua prevalência global é de 26% na população adulta, com projeções crescentes
nas próximas décadas. O risco de desenvolver hipertensão arterial aumenta com a
idade, sendo a doença crônica mais comum em idosos, com prevalência igual ou
superior a 60% em países desenvolvidos, assim como na América Latina e Caribe. A
12

hipertensão arterial não ocorre de forma isolada, e a maioria dos hipertensos


apresenta outros fatores de risco cardiovascular. Estratégias de prevenção e
controle da hipertensão devem considerar abordagens para múltiplos fatores de
risco, incluindo comportamentos em saúde, como a cessação do tabagismo,
redução do consumo de álcool, prática de atividades físicas, redução do consumo de
sal, aumento do consumo de frutas e hortaliças, e diminuição do consumo de
alimentos gordurosos (COSTA, 2009).

3.5 EXERCÍCIO FÍSICO PARA IDOSOS

O envelhecimento é um fenômeno complexo que pode ser influenciado por


diversos fatores, tanto genéticos quanto ambientais. Dentre as linhas teóricas que
investigam o envelhecimento, algumas se concentram nos aspectos primários,
relacionados a características genéticas e à deterioração do sistema nervoso,
enquanto outras analisam os aspectos secundários, considerando os danos
causados por fatores ambientais. À medida que as pessoas entram na terceira
idade, mudanças físicas e funcionais ocorrem, incluindo a diminuição da estatura e
atrofia muscular, que afetam a mobilidade e elasticidade. Nesse contexto, a prática
de exercícios físicos surge como uma estratégia vital para promover a saúde e a
qualidade de vida nessa fase da vida. Dança, treinamento de força e atividades na
água, como hidroginástica, têm sido destacados como especialmente benéficos para
os idosos, promovendo não apenas benefícios físicos, mas também sociais e
psicológicos. A prática de exercícios deve ser orientada por profissionais
capacitados, levando em consideração a individualidade de cada idoso, seus
interesses, capacidades e limitações. Portanto, investir em atividades físicas
adaptadas à terceira idade pode contribuir significativamente para uma melhor
qualidade de vida e para o envelhecimento saudável (SOUZA. 2015).
A prática de exercícios físicos na terceira idade é essencial para promover
qualidade de vida, bem-estar e manter boas condições de saúde nesse grupo
populacional. Com o aumento progressivo da população com mais de 60 anos, é
crucial que haja uma abordagem cuidadosa para garantir a independência e a
funcionalidade dos idosos em suas atividades diárias. A Organização Mundial da
Saúde (OMS) destaca a importância de manter a capacidade funcional do idoso
13

para preservar sua independência. Atividades físicas adaptadas à idade, como


grupos de convivência e exercícios de baixo impacto, não só melhoram a aptidão
física, mas também promovem o estímulo cognitivo, trocas de experiências sociais e
o autocuidado. A prática contínua de exercícios físicos ao longo da vida está
associada a benefícios significativos, incluindo redução da incidência de doenças
crônicas, melhora na composição corporal, aumento da força muscular, flexibilidade
e saúde mental. Além disso, a prática de exercícios físicos contribui para prevenir
quedas, fortalecendo os músculos e melhorando a coordenação motora. Diante da
perda de massa muscular e outras alterações decorrentes do envelhecimento, a
conscientização e estímulo à prática regular de exercícios físicos são essenciais
para proporcionar uma velhice saudável e melhorar a qualidade de vida dos idosos
(YABUU, 2019).
A importância desses exercícios para a terceira idade é inegável, uma vez
que podem auxiliar na manutenção da composição corporal, na força muscular e na
capacidade aeróbica, prevenindo quedas, problemas nutricionais e contribuindo para
a qualidade de vida geral dos idosos (MARIGUTI; FERRIOLLI, 1998). Além disso, o
fortalecimento do sistema cardiovascular, a redução da gordura corporal e o
aumento da massa muscular são benefícios diretos resultantes da prática regular de
exercícios (BRODY, 1999). Considerando que apenas 30% das características do
envelhecimento estão relacionadas à genética (Rowe apud Brody, 1999), o impacto
positivo dos exercícios na terceira idade é notável. Contudo, é crucial que os idosos
recebam orientação profissional para garantir a segurança e eficácia dos exercícios,
especialmente devido à maior vulnerabilidade dessa população a lesões e
problemas de saúde. Com o auxílio de profissionais de Educação Física
capacitados, os idosos podem alcançar uma melhor qualidade de vida, fortalecendo
tanto o corpo quanto a mente, e assim redefinir o conceito de envelhecimento,
explorando oportunidades para uma vida ativa e gratificante (CIVINSKI, 2011).

3.6 TREINAMENTO FUNCIONAL

O treinamento funcional surge como uma metodologia centrada na


funcionalidade, onde a escolha de atividades, exercícios e movimentos visa
promover a realização de ações integradas e múltiplas, aprimorando a habilidade de
14

movimento, a força do tronco e a eficiência neuromuscular. Essa abordagem é


embasada no princípio da funcionalidade, que preconiza movimentos integrados,
acelerados, estabilizados e desacelerados para melhorar as capacidades físicas e a
transferência desses efeitos para as atividades da vida diária. O treinamento
funcional busca aperfeiçoar a força funcional, que é a capacidade de realizar um
trabalho que beneficie diretamente as atividades cotidianas e esportivas. No entanto,
é fundamental considerar critérios específicos, como frequência, volume,
intensidade, densidade e organização metodológica das tarefas, para que o
treinamento seja verdadeiramente funcional. Além disso, a escolha dos exercícios
deve ser cuidadosa, garantindo a segurança postural e a prevenção de lesões.
Enquanto muitas abordagens se concentram na transferência para atividades da
vida diária, é importante reconhecer que nem todos os exercícios que são
considerados funcionais podem ser automaticamente aplicados como treinamento
funcional, exigindo uma análise criteriosa das características individuais e do
programa de treinamento. Em última análise, o treinamento funcional deve ser
direcionado para atender às necessidades e objetivos específicos dos praticantes,
assegurando que os exercícios selecionados estejam em sintonia com a
funcionalidade do sistema psico-biológico humano (SILVA-GLIGOLETTO, 2014).
O treinamento funcional na terceira idade tem demonstrado inúmeros
benefícios para essa população. Este tipo de treinamento busca melhorar a
qualidade de vida dos idosos através de adaptações morfológicas, funcionais e
cognitivas. Através do treinamento funcional, é possível observar melhorias na
composição corporal, com redução da gordura corporal e aumento da massa
muscular, o que é especialmente importante considerando a tendência à sarcopenia
nessa faixa etária. Além disso, o treinamento funcional também influencia
positivamente a força e potência muscular, melhorando a capacidade funcional e a
realização de atividades diárias. A resistência cardiorrespiratória também é
aprimorada, o que contribui para a saúde cardiovascular e a capacidade de realizar
atividades de forma mais eficiente. O equilíbrio e a flexibilidade são áreas de
enfoque no treinamento funcional, visando reduzir o risco de quedas e melhorar a
mobilidade. Também se tem notado melhorias na cognição, com estímulos variados
durante as sessões de treinamento que desafiam o cérebro. A estrutura das sessões
de treinamento funcional para idosos deve ser cuidadosamente planejada, incluindo
15

alongamento dinâmico, exercícios de neuromuscular e cardiometabólicos


(RESENDE-NETO,2016).
O treinamento funcional se apresenta como uma abordagem fundamental
para combater os efeitos negativos do envelhecimento na capacidade funcional dos
idosos. O processo de envelhecimento frequentemente resulta em depreciação
física, limitando a autonomia e a realização das atividades cotidianas devido às
alterações nos sistemas nervoso, osteomuscular, cardiorrespiratório e
somatossensorial. A redução da capacidade de processar informações sensoriais e
o equilíbrio entre os sistemas sensoriais, visuais e vestibulares podem afetar o
controle postural. Essas mudanças têm um impacto direto na mobilidade, no
equilíbrio e, consequentemente, na autonomia funcional dos idosos, impactando a
qualidade de vida. O treinamento funcional surge como uma estratégia que busca
melhorar a capacidade funcional dos idosos através de exercícios que estimulam os
receptores proprioceptivos, promovendo o desenvolvimento da consciência
sinestésica, o equilíbrio muscular e a eficiência dos movimentos. No contexto da
presente pesquisa, o treinamento funcional foi aplicado em idosas ativas, teve em
melhorias alcançadas no equilíbrio postural, autonomia funcional e qualidade de
vida, reforçando sua eficácia como um método que promove o bem-estar e a
independência na população idosa.
16

4 METODOLOGIA

4.1 PÚBLICO-ALVO

O público alvo será de adultos na faixa etária de 50 a 90 anos de idade


A escolha dos participantes fez-se de forma intencional.

4.2 RECUSOS FÍSICOS E MATERIAIS

Como recursos físicos será utilizado a academia de saúde do municio de


Mondaí.
Para a realização dos treinos e organização das atividades serão necessários os
seguintes materiais: bola de futsal, cones, coletes, apito, dentre ostros disponíveis
no local.

4.3 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DAS AÇÕES

O método a ser aplicado terá com base no treinamento funcional, sendo 7


exercícios diferentes, 45 segundos de atividade com 15 segundos de descanso, com
um intervalo a cada volta de 1 minuto e 3 voltas completas por todos os exercícios.

Quadro 1: modelo de estrutura de treino


PLANEJAMENTO DOS TREINOS
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV Professor Nicoly Fribel
.... Acadêmico: Gustavo Detke Dal Ri

Data: 22/08/2023 Turmas: Adultos e idosos


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Objetivo geral

Elaborar e desenvolver um programa de exercicios fisicos voltado a


promoção da saude fisica e cognitiva de idosos no municipio de Mondaí, Santa
Catarina.

Objetivos específicos

- Avaliar as capacidades físicas (coordenação motora e força) dps pacientes


pertencentes ao estudo.
- Propor exercícios funcionais direcionados aos aspectos físicos e cognitivo dos
idosos através do movimento.
- Despertar o hábito pela pratica regular de atividades fisicas voltada a promoção
da saúde
- Vivenciar a área de atuação profissional de educação física no ramo esportivo.
Atividades Futsal:
Atividade inicial: alongamentos em geral

Atividade principal: um circuito de 7 exercícios com 45 segundos de atividade com 15


segundos de descanso, com um intervalo a cada volta de 1 minuto e 3 voltas
completas por todos os exercícios. Sendo os seguintes exercícios:
1. Zig zag lateral
2. Panturrilha sentado
3. Rosca martelo
4. Corna naval
5. Remada curvada
6. Abaixar e pegar
7. Agachamento bola
Atividade final: alongamento em geral e socialização da aula que foi realizada

Materiasi utilizados: cones, anilhas, barras, halteres, bola com peso e bola de
pilates.
18

4.4 FORMAS DE AVALIAÇÃO

...
5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Quadro 2: Cronograma de execução das atividades de intervenção


Carga
Atividade Setor Data Horário Turno
horária

Fonte: Autores (2023)


REFERÊNCIAS

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Pagotto, Valéria, Maria Márcia Bachion, and Erika Aparecida da Silveira.


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Zuppa, Marizete Arenhart. “Condutas do estilo de vida, qualidade de vida


relacionada à saúde e marcadores cardiometabólicos em adolescentes” (2022).
APÊNDICES
APÊNDICE A – Relatório de observação

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA


SÃO MIGUEL DO OESTE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - BACHARELADO
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO IV

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Unidade Concedente:
Acadêmico(a) estagiário(a):
Profª. Orientadora: Dra. Marizete Arenhart Zuppa
Professor supervisor(a):

2 RELATÓRIO DESCRITIVO

(Roteiro para observação do campo de estágio):


 Caracterização da entidade campo (espaço físico, materiais e equipamentos
disponíveis);
 Formação acadêmica do profissional;
 Serviços prestados pela entidade campo e público alvo;
 Metodologia adotada pelo profissional de educação física atuante;
 Proposta de intervenção para o desenvolvimento do estágio.

APÊNDICE B – Ficha de frequência nas atividades de observação

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