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INSTITUTO POLITÉCNICO LUÍS JOÃO DIOGO

Curso: Tecnico de Medicina Geral (TMG)

Disciplina: Ciência Médicas

Tema: Fungos

Trabalho em grupo
Elaborado pelos formandos do 1o ano de TMG:
Chelcia Eusébio Malunguissa
Dominga António Socavinho
Emerson Jacinto Semane
Josina Olirio Beulane
Lucia Domingos Armando José
Nilza Abramo Emo Foia
Sheila Carlos N’tefula
Silvia Luís Vermir Sete
Subrano Cipriano Subrano

Docente: Tachinga Jone Djefule

TETE, Abril de 2024


Curso: Tecnico de Medicina Geral (TMG)

Disciplina: Ciência Médicas

Tema: Fungos

Trabalho em grupo
Elaborado pelos formandos do 1o ano de TMG:
Chelcia Eusébio Malunguissa
Dominga António Socavinho
Emerson Jacinto Semane
Josina Olirio Beulane
Lucia Domingos Armando José
Nilza Abramo Emo Foia
Sheila Carlos N’tefula
Silvia Luís Vermir Sete
Subrano Cipriano Subrano

Docente: Tachinga Jone Djefule

TETE, Abril de 2024


Índice
1. Introdução .................................................................................................................................1
2. Objectivos .................................................................................................................................2
2.1. Objetivo Geral ....................................................................................................................... 2
2.2. Objetivo Específicos objectivos ............................................................................................ 2
Metodologia ......................................................................................................................................3
Resumo.............................................................................................................................................4
3. Fungos ......................................................................................................................................5
3.1. Habitat dos fungos ................................................................................................................ 5
3.2. Estrutura dos Fungos............................................................................................................. 5
3.3. Características dos fungos ..................................................................................................... 7
3.3.1. Características do reino Fungi ....................................................................................... 7
3.4. Aplicações ............................................................................................................................. 7
3.5. Classificação dos fungos ....................................................................................................... 8
3.6. Tipos de reprodução dos fungos ......................................................................................... 10
3.6.1. Reprodução Assexuada ............................................................................................... 10
3.6.2. Reprodução Sexuada ................................................................................................... 10
3.7. Importância dos fungos ....................................................................................................... 11
3.8. Doenças causadas por Fungos: ........................................................................................... 12
3.8.1. Causa de micose .......................................................................................................... 12
3.8.2. Sintomas da micose..................................................................................................... 12
3.8.3. Formas de tratamentos ................................................................................................ 12
3.8.4. Forma de prevenção .................................................................................................... 13
3.8.5. Classificação das micoses ........................................................................................... 13
3.8.6. Frieiras ........................................................................................................................ 14
3.9. Dermatófitos ....................................................................................................................... 15
3.10. Cândidas.............................................................................................................................. 16
3.11. Micoses sistémicas .............................................................................................................. 17
4. Conclusão................................................................................................................................20
5. Referências bibliográficas .........................................................................................................21
1. Introdução
Especialistas afirmam que cerca de 1,5 milhão de espécies de fungos habitam o planeta Terra,
como os cogumelos, as leveduras, os bolores, os mofos, sendo utilizados para diversos fins:
culinária, medicina, produtos domésticos.
O ramo da biologia especializado no estudo dos fungos é chamado de micologia, que, por sua
vez, se encontra dentro de um grupo de estudo maior: a microbiologia, que é a área da ciência
que se dedica ao estudo de microorganismos, assim envolve o estudo de organismos
procariotas, eucariotas inferiores vírus. Os fungos apresentam importante papel ecológico e
industrial na fabricação de produtos fermentados.
A Micologia é um termo de origem grega (mýkes – cogumelo) para designar o estudo dos
fungos. Estudo este que se faz importante, pois alguns fungos são alimentos, outros são
usados pela indústria farmacêutica, além disso, são decompositores, são fundamentais na
cadeia alimentar, e causam doenças geralmente negligenciadas, que têm uma ampla visão de
acometimento. Daí se torna relevante falar dos fungos pelo impacto que eles tem na
sociedade e na industria ligada a medicina.
Os fungos são organismos constituintes do Reino Fungi. São seres macroscópicos ou
microscópicos que formam os bolores, mofos, cogumelos e leveduras.

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2. Objectivos
2.1. Objetivo Geral
 Estudar os fungos.

2.2. Objetivo Específicos objectivos


 Definir e descrever os Fungos;
 Classificar e caracterizar os principais fungos;
 Classificar e descrever os dermatófitos

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Metodologia
A especificação da metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens, pois
responde, a um só tempo, as questões como? Com quê? Onde? Quanto? Corresponde aos
seguintes componentes: Método de abordagem e de procedimentos.
O trabalho foi desenvolvido através de consultas feitas aos tecnicos de medicina com certa
experiência na área de pesquisa e colegas de outras instituições do ensino. Também foi
possível através da investigação própria, retiraram-se conteúdos dos manuais de estudos e
pesquisas na internet para sustento da revisão bibliográfica. Para a elaboração do trabalho
também houve o auxílio de programas como Microsoft Office Word 2010.
Segundo Lakatos, & Marconi (2003), técnicas são consideradas como um conjunto de
preceitos ou processos de que se serve uma ciência, são, também, a habilidade para usar esses
preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos. Correspondem, portanto, à parte prática
de colecta de dados. Apresentam duas grandes divisões: documentação indirecta abrangendo
a pesquisa documental e a bibliográfica e documentação directa. Esta ultima subdivide-se em:
observação directa intensiva e extensiva.
O trabalho foi desenvolvido através de observação directa intensiva, com as técnicas da:
Observação - utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não
consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se deseja
estudar (Lakatos, & Marconi 2003).
Entrevista - é uma conversação efectuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao
entrevistador, verbalmente, a informação necessária (Lakatos, & Marconi 2003).

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Resumo
Os fungos são organismos que podem ser macroscópicos ou microscópicos, uni ou
pluricelulares, eucariontes, ou seja, possuem membrana envolvendo o núcleo de suas células,
e são heterótrofos (não são capazes de produzir seu próprio alimento).
Os fungos são um grupo heterogéneo de organismos eucariontes. Grande parte deles é
parasita de plantas, animais ou de outros fungos e micoses são doenças em seres humanos
provocadas pelos fungos. As micoses sistémicas aparecem particularmente em indivíduos
imunodeprimidos, e podem ser fatais. As micoses sistémicas mais frequentes em
Moçambique são a pneumonia por Pneumocystis jirovecii e a meningite por Crytococcus.
Os dermatófitos são um grupo de fungos que produzem as micoses cutâneas, também
conhecidas como tinhas.

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3. Fungos
Os fungos são encontrados em quase todos os lugares da Terra e são organismos eucariontes.
Os fungos são organismos que podem ser macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou
pluricelulares. Os eucariontes, ou seja, possuem membrana envolvendo o núcleo de suas
células, e são heterótrofos (não são capazes de produzir seu próprio alimento). Os fungos são
um grande grupo e heterogéneo de organismos eucariotas que inclui microrganismos como
leveduras e mofos, bolor de pão, assim como cogumelos de grande tamanho

Figura 1: Diversos tipos de fungos.

3.1. Habitat dos fungos


Os ambientes são os mais diversos, mas principalmente em lugares húmidos, mais escuros e
ricos em matéria orgânica. Eles têm vida livre ou fixa, e são facilmente encontrados em
líquenes.

3.2. Estrutura dos Fungos


A maioria é pluricelular, ou seja, constituídos por várias células, mas alguns também são
unicelulares, como as leveduras, por exemplo. Eles podem se reproduzir de forma sexuada ou
assexuada. Mais à frente explicaremos melhor sobre essa reprodução. Esses seres são
constituídos por um emaranhado de tubos ramificados e envoltos por uma parede de quitina.
O emaranhado é denominado micélio e os tubos que o compõem são chamados de hifas.
As hifas detêm o material genético, podendo ser dois tipos:
 Hifas septadas: possuem septos, que são delimitações de compartimentos celulares que
formam células com núcleos bem limitados. Cada septo pode ter um ou dois núcleos.
 Hifas cenocíticas: não possuem septos, deixando os núcleos espalhados pelo citoplasma.

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Os Organelas e estruturas presentes nos Fungos são: Parede celular; Membrana plasmática;
Mitocôndrias; Retículo Endoplasmático; Complexo de Golgi; Núcleo delimitado por
membrana.

Figura 2: Células fúngicas

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3.3. Características dos fungos
Os fungos possuem algumas características semelhantes à dos animais, como a ausência de
cloroplastos e a alimentação heterotrófica. Porem, os fungos também apresentam
características semelhantes à dos vegetais, como a presença de parede celular, reprodução
sexuada e assexuada, e produção de esporos.
Os fungos são muito abundantes na natureza:
 Desenvolvem-se no solo, na matéria morta, ou como simbiontes de outros seres vivos.
 Muitos fungos são parasitas em plantas, animais, ou em outros fungos.
 Particularmente, alguns fungos podem causar doenças nos seres humanos, algumas
delas graves e até fatais se não forem tratadas.
Os indivíduos com imunodeficiências são particularmente os mais susceptíveis às doenças
provocadas por fungos.

3.3.1. Características do reino Fungi


O Reino Fungi é um reino proposto por Whittaker e colaboradores em 1969, juntamente com
os outros 4 reinos. Composto por seres quimioheterotróficos, que reservam glicogénio, não
formam tecidos verdadeiros (micélio não é tecido) e tem sua parede celular composta por
quitina (poucos apresentam celulose), mananas e glucanas. Sua membrana contém ergosterol,
que não está presente na célula humana e, portanto, torna-se alvo de medicamentos. São seres
ubíquos, em sua maioria, sapróbios ambientais, que degradam a matéria orgânica.
No ecossistema são sapróbios, simbiontes, comensal ou parasitas. Nutrem-se por absorção
dos nutrientes. São, em sua maioria, imóveis (alguns esporos aquáticos são móveis), tem sua
temperatura óptima entre 5 e 37º C. Como patógenos, em sua maioria, têm características
oportunistas, entretanto, alguns são patógenos verdadeiros. Apresentam-se basicamente em
duas formas: levedura (unicelulares) e filamentosa (pluricelulares)

3.4. Aplicações
Desde há muito tempo, os fungos são utilizados como fonte directa de alimentação (por
exemplo, alguns cogumelos), e como fermentos na elaboração de outros produtos alimentares
(por exemplo, as leveduras). Desde aproximadamente 1940, eles são utilizados na produção
de antibióticos (por exemplo, fungos do género Penicillum), e mais recentemente estão a ser
desenvolvidas outras aplicações para os fungos, como a produção de outros fármacos não
antibióticos, para o controlo de pragas agrícolas. Alguns fungos podem produzir compostos

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tóxicos. Também podem decompor matéria orgânica, materiais artificiais e construções. Os
fungos são um extracto fundamental nos ciclos de nutrientes.

Figura 3: Placa de Petri com fungos Penicillum

3.5. Classificação dos fungos


Os fungos estão classificados actualmente em cinco grupos principais: quitrídeos,
zigomicetos, glomeromicetos, basidiomicetos e ascomicetos, sendo este o mais
diversificado. Actualmente há cerca de 100 mil espécies de fungos conhecidas. No entanto,
com o avanço da tecnologia e estudos moleculares, acredita-se que possa existir mais de 1,5
milhão de espécies. Essas espécies estão distribuídas em cinco grupos principais: quitrídeos,
zigomicetos, glomeromicetos, ascomicetos e basidiomicetos, embora existam evidências de
que os" "quitrídeos e zigomicetos sejam parafiléticos, isto é, têm um ancestral comum, mas
não isso não se estende a todos os descendentes.

 Quitrídeos (1.000 espécies): Os fungos do filo Chytridiomycota são encontrados em


ambientes marinhos, lagos, solo e até mesmo em fontes hidrotermais. Podem formar
colónias com hifas ou viverem solitários, como células esféricas. A grande maioria
das espécies é decompositora, embora existam espécies parasitas de protistas, fungos,
animais e plantas. São os únicos que apresentam esporos flagelados.
 Zigomicetos (1.000 espécies): Os fungos do filo Zygomycota são geralmente
encontrados no solo e não formam corpo de frutificação. Nesse grupo encontramos
espécies responsáveis pela deterioração de diversos alimentos, os chamados mofos.
Muitas espécies são também parasitas e outras vivem como simbiontes em animais.
Aqui encontramos espécies de grande valor econômico, pois são utilizadas na

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fabricação de molhos de soja (shoyu), medicamentos anti-inflamatórios e
anticoncepcionais. A forma mais comum de reprodução é a assexuada por esporos.
 Glomeromicetos (160 espécies): Há pouco tempo as espécies do filo Glomeromycota
estavam agrupadas em Zygomycota. No entanto, estudos recentes com o DNA de
centenas de espécies mostraram que essas espécies formam um (grupo) separado.
Elas têm grande valor ecológico, pois formam associações mutualísticas (micorrizas)
com diversas espécies de plantas.
 Ascomicetos (65.000 espécies): Os fungos do filo Ascomycota são encontrados em
ambientes marinhos, de água doce e terrestre. Sua principal característica é ter seus
esporos formados em ascos. Cada indivíduo pode possuir mais de um asco, que pode
unir-se a outros, formando o ascocarpo (corpo de frutificação). Os ascomicetos
podem ser encontrados desde a forma de leveduras unicelulares até grandes
indivíduos com forma de taça. Podem ser patógenos e decompositores, além de ter
grande valor econômico e medicinal. Espécies do género Penicillium são utilizadas
na fabricação de queijos especiais, como o camembert, e na fabricação da penicilina.
A principal forma de reprodução é a assexuada.
 Basidiomicetos (30.000 espécies): As espécies do filo Basidiomycota são as mais
conhecidas, pois entre elas está o comestível champignon, bem como os
decompositores orelhas-de-pau. Aqui também se encontram espécies mutualísticas
(micorrizas) e parasitas, como as conhecidas ferrugens. A reprodução sexuada é mais
frequente e ocorre pela fusão de hifas, que crescem e dão origem ao basidiocarpo
(corpo frutífero)"
 Em algumas espécies, o basidiocarpo tem a forma de um chapéu e é popularmente
chamado de cogumelo.Alguns autores trazem dentro da classificação dos fungos o
grupo deuteromicetos. No entanto, após estudos moleculares, as espécies
pertencentes a esse grupo estão sendo remanejadas para outros grupos, especialmente
os ascomicetos. Nos deuteromicetos não se observa o processo sexuado de
reprodução e há um grande número de espécies patogênicas, como as causadoras de
“sapinho” em crianças e de candidíase.
Existem cerca de 1,5 milhão de espécies, e estes podem ser utilizados na culinária,
namedicina, em produtos domésticos, etc. No entanto, vários são considerados parasitas que
transmitem doenças aos animais e plantas.
Quanto a coloração, classificam-se os fungos em:
 Demácios: apresentam melanina, que os deixa escurecidos.
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 Hialinos: não apresentam melanina. Ao microscópio, são corados de azul pelo
corante, Replicação dos Fungos

3.6. Tipos de reprodução dos fungos


A reprodução dos fungos subdividem em dois tipos, que são: reprodução assexuada e
sexuada. Abaixo encontra-se a descrição de cada tipo.

3.6.1. Reprodução Assexuada


Os mais simples como as leveduras se reproduzem por gemulação ou brotamento. Nesse
processo, gêmulas ou brotos surgem das células originais. Eles podem se separar ou então
permanecerem junto a elas, dando origem a cadeias de células. Outros fungos também podem
se reproduzir através da esporulação. Os fungos originais formam esporos, que são células
haplóides (que possuem somente um conjunto de cromossomos). Esses esporos são liberados
no ambiente e, em condições propícias, eles germinam e dão origem a um novo fungo.

3.6.2. Reprodução Sexuada


A reprodução sexuada dos fungos ocorre em três etapas:
 Plasmogamia: Nessa etapa, as hifas monocarióticas (que possuem somente um
núcleo)haploides dos fungos se unem formando hifas dicarióticas, com os núcleos
organizados em pares (fusão de protoplasma);
 Cariogamia: Os pares de núcleos se fundem e dão origem a núcleos diplóides (com
dois conjuntos de cromossomos);
 Meiose: Os núcleos diplóides se dividem por meiose e dão origem a esporos, que
germinam formando novos fungos.
O ciclo de vida dos fungos é variado, e incluí uma reprodução sexuada e assexuada (com a
excepção dos Fungos Imperfeitos que não apresentam ou não se conhece a fase de
reprodução sexuada) com formação de esporos sexuais e assexuais (também chamados de
conídeos).

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Figura 4. Ciclo de vida dos ascomicetos (a fase sexual e assexuada e formação de esporos sexuais e
assexuais)

3.7. Importância dos fungos


Eles são decompositores, últimos na cadeia alimentar. São usados para fermentar bebidas e
alimentos, e principalmente são usados pela indústria farmacêutica na produção de
antibióticos, como a Penicilina, por exemplo.
 A penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto por Fleming em 1929, a sua
substância é produzida pelo fungo Penicillium;
 Algumas espécies são comestíveis, popularmente conhecidas como Shitake, Shimeji,
Champignon, entre outros. Algumas outras espécies são tóxicas, como o Aspergillus
flavus, podendo ser encontradas na produção de milho, nozes e amendoim, por
exemplo.Essa espécie libera a substância aflatoxina, que pode provocar câncer no
fígado;
 A levedura Saccharomyces cerevisia e é bastante utilizada como fermento
biológico,pois, na fermentação, ela libera dióxido de carbono na presença do açúcar,
fazendo a massa do pão crescer. Esse fungo também é bastante empregado na
produção de bebidas alcoólicas durante o processo de fermentação."

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3.8. Doenças causadas por Fungos:
Micoses São infecções provocadas pelo crescimento excessivo de fungos e que podem afetar
a pele, o couro cabeludo, as unhas e áreas mais úmidas do corpo. Os fungos estão presentes
em todas as pessoas, mas o desenvolvimento das micoses está ligado a fatores como, sistema
imunológico enfraquecido, consumo excessivo de açúcar ou alergias.

3.8.1. Causa de micose


 As micoses podem ser causadas por fungos que coexistem no organismo do
hospedeiro. Nesse sentido, ocorrem por algum desequilíbrio interno.
 Também podem ser adquiridas pelo contato com outros indivíduos infectados ou
ainda via contato em ambientes onde esses fungos existem.

3.8.2. Sintomas da micose


 Coceira;
 Descamação;
 Vermelhidão ou outra alteração de cor e textura;
 Rachaduras ou aberturas na pele;
 Unhas deformadas e amareladas ou brancas.

3.8.3. Formas de tratamentos


O tratamento pode ser feito com antifúngicos em comprimido, cremes, spray ou esmaltes. Os
casos mais graves podem ser tratados com medicações endovenosas. No entanto, o método a
ser escolhido irá depender do tipo de micose e de seu grau de gravidade.
Deverão ser levadas em conta ainda possíveis contraindicações para indivíduos e ainda o tipo
de população acometida, tais como gestantes, idosos, crianças e pacientes imunodeprimidos,
cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos.
Outras medidas terapêuticas não farmacológicas podem ser associadas ou mesmo serem
feitas isoladamente, dependendo do tipo de micose ou caso o paciente não possa receber o
tratamento farmacológico.
Contudo, vale ressaltar que, independentemente de qual seja a via de tratamento, deve ser
conduzido sob supervisão médica.

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3.8.4. Forma de prevenção
A forma de prevenção irá depender do tipo de micose que o indivíduo possui. De forma geral,
recomenda-se cuidados gerais para manter o equilíbrio e barreira da pele e mucosas. Além
disso, adotar medidas de higiene e de cuidados à saúde geral. Entre eles estão:
 Evitar compartilhar objetos de uso pessoal como roupas, toalhas, bonés e escovas;
 Evitar roupas sintéticas sem ventilação;
 Evitar ficar muito tempo com um calçado fechado.
 Utilizar calçados em ambientes públicos e no solo
 Manejar terra, plantas e animais doentes com luvas;
 Usar máscaras apropriadas para atividades rurais e em locais com aves e morcegos,
tais como sótãos e cavernas;
 Evitar caçar animais silvestres.

3.8.5. Classificação das micoses


De uma forma geral, as doenças produzidas por fungos são conhecidas como micoses. As
micoses podem ocorrer ao nível do aparelho respiratório, olhos, unhas, cabelo, pele. Os
esporos produzidos por alguns fungos podem produzir alergias.
As micoses podem ser classificadas atendendo aos tecidos que são inicialmente colonizados,
em: Micoses superficiais; Micoses cutâneas; Micoses subcutâneas; Micoses sistémicas.

3.8.5.1. Micoses superficiais.


 Afectam às camadas mais superficiais de pele e do cabelo. Por exemplo, a Tinea
versicolor, que provoca áreas hipopigmentadas ou manchas escuras na pele.
 Factores que favorecem ao aparecimento de micoses superficiais são a elevada
humidade ou deficiências na imunidade.

3.8.5.2. Micoses cutâneas.


 Afectam mais profundamente a epiderme, e incluem doenças invasivas de cabelo e
unhas. Estão limitadas as camadas queratinizadas da pele, cabelo e unhas. As micoses
cutâneas podem provocar resposta imune do hospedeiro, com mudanças patológicas
nas áreas afectadas.
 Os fungos que produzem micoses cutâneas são chamados dermatófitos.

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3.8.5.3. Micoses subcutâneas
 Afectam tecidos subcutâneos, como músculo e fascia. O fungo entra normalmente
através de feridas ou aberturas da barreira dérmica.
 São de tratamento complicado, requerendo muitas vezes cirurgia.

3.8.5.4. Micoses sistémicas


Afectam vários sistemas orgânicos e podem ser causadas por:
 Patógenos primários: Normalmente se originam nos pulmões, disseminando-se a
partir deles. Os microrganismos que as produzem são virulentos. Um exemplo é o
histoplasma.
 Patógenos oportunistas: Desenvolvem-se em pacientes afectados por alguma
imunodeficiência. Entre os fungos oportunistas estão Cândidas, Crytococcos, e
Aspergillus.

3.8.6. Frieiras
As frieiras são causadas por uma reação anormal ao frio de pequenos vasos sanguíneos e que
acontece por razões que não são conhecidas.
Na maior parte das pessoas, as frieiras aparecem 12-24 horas depois da exposição ao frio e
levam 1-3 semanas até desaparecer. Noutras pessoas, podem, no entanto, ser crónicas ou
manifestar-se de forma recorrente, mesmo fora das estações frias.
Os locais mais atingidos são o dorso dos dedos, as mãos e pés, as faces, o nariz e as orelhas.
 As frieiras começam com a formação de zonas de pele mais salientes e alterações
locais da sua cor, que fica arroxeada (ou vermelho-azulada);
 Pode haver inchaço (edema);
 Nas frieiras mais graves, formam-se bolhas que podem acabar como fissuras e feridas;
 Estas lesões são acompanhadas em geral de comichão (prurido), ardor ou sensação de
queimadura e, por vezes, de dor.

3.8.6.1. Prevenir frieiras


As principais medidas para prevenir o aparecimento de frieiras estão relacionadas a proteção
da exposição ao frio e humidade e são:
Usar vestuário e calçado adequado às condições ambientais para que proteja do frio;
 Manter a pele bem hidratada, assegurando tanto uma ingestão de líquidos adequada
como reforçando a aplicação local de cremes ou loções hidratantes;

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 No exterior manter bem protegidas as zonas mais expostas, por exemplo usar luvas,
gorro a proteger as orelhas e cachecol a proteger as faces e nariz;
 Não deixar peças de roupa húmidas ou molhadas (especialmente meias) secar no corpo;
 Evitar calçado que faça suar e promova a humidade (por exemplo, galochas);
 Não expor as zonas mais propensas a frieiras a fontes de calor intenso porque
favorecem a secura da pele e tornam-na mais sensível a lesões;
 Preferir ambientes com uma temperatura moderada.
Nas pessoas com problemas de frieiras mais graves, podem ser usados medicamentos na
prevenção, mas sempre associados às medidas atrás indicadas.

3.8.6.2. Tratamentos da frieiras


O tratamento das frieiras pode não ser simples, mas, a partir do final do inverno, com a
aproximação do tempo mais quente geralmente desaparecem.
Podem ser usados medicamentos de aplicação local para aliviar a comichão e ardor. Em
alguns casos, podem estar indicados medicamentos sistémicos.

3.9. Dermatófitos
Os dermatófitos são um grupo de fungos que produzem as micoses cutâneas, também
conhecidas como tinhas. Na sua maior parte, os fungos dermatófitos pertencem aos géneros
Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. Estes fungos têm a capacidade de digerir a
queratina presente na pele, no cabelo e nas unhas. As tinhas são caracterizada por manchas
vermelhas de superfície escamosa, bordas bem nítidas e que coçam. As tinhas aparecem em
qualquer lugar do corpo, sendo mais comum as dos pés, como “pé-de-atleta” ou “frieira”. Nas
crianças, é comum que apareçam no couro cabeludo, formando uma placa com crostas, com
coceira intensa, parecendo que o cabelo foi cortado naquela região. A tinha do couro
cabeludo pode passar de uma criança para outra.

Figura 5: Dermatófitos: imagem microscopic à esquerda. Lesoes no pé à direita (Tinea pedis)

Dependendo da sua localização, se podem considerar diferentes tipos de tinha:

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Tinea corporis é a tinha mais frequente no ser humano. Afecta as partes sem pelo do corpo.
Normalmente as lesões são anéis vermelhos que rodeiam uma zona central de aspecto
normal.
Tinea pedis também chamada “pé de atleta”. Começa normalmente nos espaços interdigitais,
estendendo depois para o resto do pé.
Tinea cruris são lesões escamosas avermelhadas localizadas nas zonas inguinais. As vezes
estendem-se a zona perianal e aos glúteos.
Tinea capitis - caracteriza-se por lesões crostosas com lesões claras (hipopigmentadas), com
descamação. Os cabelos são infectados, quebrando-se na sua base. Provoca queda do cabelo
com alopécia definitiva.
Tinea unguium - também chamada por onicomicose. São lesões que ocorrem nas unhas, de
aspecto variável, desde manchas esbranquiçadas a destruição da lâmina ungueal.

3.10. Cândidas
As cândidas são um género de leveduras, que vivem em simbiose com animais, incluindo os
seres humanos. Várias espécies são integrantes das floras normais no intestino e na vagina.

Figua 6: Candida albicans em coloração de gram

Algumas espécies de Cândida têm a capacidade de provocar doença, especialmente em


situações de debilidade ou quando a imunidade é baixa. Portanto, são consideradas patógenos
oportunistas.
As infecções por Cândida, ou candidíases, podem ter apresentações clínicas muito diferentes,
desde infecções superficiais na boca e na vagina até infecções sistémicas potencialmente
fatais. Estas últimas estão limitadas a indivíduos com imunodeficiência grave (por exemplo,
em indivíduos HIV positivos). Entre as apresentações clínicas mais frequentes, podem ser
indicadas as seguintes:

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 Candidíase oral é a infecção das membranas mucosas da boca. É comum em
recémnascidos, e também aparece em diabetes mal controladas e infecção pelo HIV. As
vezes, as cândidas podem produzir lesão nos vértices da boca, chamada queilite angular.

Figura 7: Candidíase Oral

 Vulvovaginite por cândida é a infecção das membranas mucosas da vagina. Produz


irritação e ardor, com secreção esbranquiçada espessa. É questionável se esta infecção é
ou não infecção de transmissão sexual. A vulvovaginite por cândida persistente é típica
na infecção pelo HIV. No homem pode-se produzir também infecção genital, com
irritação e inchaço da glande e prepúcio.
 Candidíase cutânea é a infecção da pele em áreas localizadas, especialmente nas zonas
com muita humidade, como virilhas ou pregas abdominais.
 Candidíase esofágica é uma infecção oportunista do esófago, muito habitual em estadios
avançados da infecção pelo HIV.
 Candidíase sistémica é a disseminação da infecção por Cândida em todo o organismo,
provocando sépsis (infecção generalizada com falência dos mecanismos homeostaticos
hemodinâmicos que pode levar a morte). Unicamente se produz em indivíduos com
imunodeficiência.

3.11. Micoses sistémicas


Pneumocystis jirovecii é um fungo normalmente encontrado nos pulmões de indivíduos
saudáveis. Porém, em indivíduos com imunodeficiências pode provocar pneumonia,
especialmente nos estádios avançados da infecção pelo HIV. Por isso é considerado como
patógeno oportunista. O Pneumocystis jirovecii pode ser visualizado ao microscópio em
escarro ou lavado bronco-alveolar, corados de azul de toluidina.

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Figura 8: Cistos de Pneumocystis Jiroveci

Cryptococcus neoformans é um patógeno oportunista, que é responsável por infecções em


pacientes imunocomprometidos. Principalmente, pode provocar pneumonia e meningite
(criptococose). O Cryptococcus pode ser visualizado em LCR ou escarro com coloração com
tinta de China.

Figura 9: Cryptococcus neoformans em coloração com tinta da china

Aspergillus spp é também um patógeno oportunista, que causa a pneumonia (Aspergilose)


em indivíduos com imunodeficiências. Pode também provocar reacções alérgicas. O
aspergillus pode ser visualizado ao microscópico em preparações com tinta de prata.

Figura 10: Aspergillus

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Histoplasma capsulatum Patógeno oportunista, que causa pneumonia e septicemia em
indivíduos com imunodeficiência. O histoplasma pode ser visualizado ao microscópio em
amostras de escarro, sangue ou outros órgãos infectados.

Figura 11: Histoplasma capsulatum

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4. Conclusão
Desta feita concluiu-se que os fungos são organismos que podem ser macroscópicos ou
microscópicos, uni ou pluricelulares, eucariontes, ou seja, possuem membrana envolvendo o
núcleo de suas células, e são heterótrofos (não são capazes de produzir seu próprio alimento).
Os fungos são um grupo heterogéneo de organismos eucariontes. Grande parte deles é
parasita de plantas, animais ou de outros fungos e micoses são doenças em seres humanos
provocadas pelos fungos. As micoses sistémicas aparecem particularmente em indivíduos
imunodeprimidos, e podem ser fatais. As micoses sistémicas mais frequentes em
Moçambique são a pneumonia por Pneumocystis jirovecii e a meningite por Crytococcus.
Os dermatófitos são um grupo de fungos que produzem as micoses cutâneas, também
conhecidas como tinhas.
As infecções por Cândida, ou candidíases, podem ter apresentações clínicas muito diferentes,
desde infecções superficiais na boca e na vagina (as mais frequentes na prática clínica) até
infecções sistémicas potencialmente fatais. Estas últimas estão limitadas a indivíduos com
imunodeficiência grave (por exemplo, em indivíduos HIV positivos).

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5. Referências bibliográficas
 Esposito, E & Azevedo, J.L. 2004. Fungos. Uma introdução a biologia, bioquímica e
biotecnologia.
 Guerreiro, R.T. E Silveira, R.M.B. 1996. Glossário Ilustrado de Fungos// Termos e
conceitos a micologia.
 https//m.biologianet.com/amp/biodiversidade/classificação dos fungos.htm
 Ministério da Saúde de Moçambique, Técnicos de Medicina Geral: Disciplina de
Ciências Médicas 1º semestre, 2012.
 Lakatos, E. M., & Marconi, M. d. (2010). Fundamentos de Metodologia Científica:
Técnicas de Pesquisa (5ª ed.). São Paulo: Atla.

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