Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19

Sumário

Mudanças no mundo do trabalho


1.1 O que é Trabalho, Ocupação e Emprego? 3

1.2 Sistema de produção: Fordismo e 4

Taylorismo 4

1.3 Surgimento do Toyotismo 5

1.4 Consequências para o trabalhador

A empresa no mundo globalizado: mudanças


organizacionais e administrativas 7

2.1 Empresa Globalizada 9

2.2 A evolução da atividade industrial 9

2.3 Fases do capitalismo, revoluções industriais


e globalização 11

2.4 O novo modelo organizacional e


administrativo 11

2.5 Globalização e suas consequências


13

Vocabulário

Perfil dos trabalhadores para o atual mercado de


trabalho 14

O perfil profissional atual 15

O que é ser um profissional competente?

Ética profissional: o que é e qual a sua


importância 18

O que é ética? 18

Qual a diferença de ética e moral? 19

Características fundamentais de uma conduta


ética 19

CRIANDO O que é ética profissional?


OPORTUNIDADES
20

Referências
Mudanças no mundo dos trabalhos

1.1 O que é trabalho, ocupação e emprego?

Vamos primeiramente aprender alguns conceitos básicos, como: trabalho, ocupação


e emprego. O trabalho é um processo de transformação na natureza para responder
àquilo que é um desejo do ser humano, emprestando-lhe certa permanência e
durabilidade histórica. É por meio do trabalho que o homem cria coisas a partir do
que extrai da natureza, convertendo o mundo num espaço de objetos partilhados,
através do dispêndio de capacidades físicas e mentais.

Já a ocupação de uma pessoa é a espécie de trabalho feito por ela, independente do


local em que esse trabalho é realizado e do status que o emprego confere ao
indivíduo. Compreendemos que emprego reflete a relação entre empregado e
empregador, sendo realizada uma tarefa produtiva, pela qual o empregado recebe
rendimentos, e cujos bens ou serviços são passíveis de transações no mercado.

1.2 Sistema de produção: Fordismo e Taylorismo

Fordismo

O Fordismo é um sistema de produção criado pelo empresário norte-americano


Henry Ford, em 1914, para sua indústria de automóveis. Sua principal característica é
a fabricação em massa, sendo que no processo produtivo cada operário passava a
fazer um único tipo de tarefa dentro de uma sequência na linha de montagem. A
esteira rolante trazia o objeto sobre o qual ele trabalharia, ou seja, os trabalhadores
não precisavam sair do local de trabalho.

O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de produção e


assim baratear o produto, podendo vender para o maior número possível de
consumidores. No que se refere às consequências do Fordismo para os
trabalhadores, temos as seguintes: trabalho repetitivo e desgastante, falta de visão
geral sobre todas as etapas de produção e baixa qualificação profissional. Ford
utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor.

3
Taylorismo

O Taylorismo é um sistema de organização industrial criado pelo engenheiro


mecânico e economista norte-americano Frederick Winslow Taylor, no final do
século XIX. Também ficou conhecido como Teoria da Gestão Científica ou
Organização Científica do Trabalho. É um método de planejamento e de controle
dos tempos e movimentos no trabalho, com as seguintes características: a principal
característica deste sistema é a organização e divisão de tarefas dentro de uma
empresa com o objetivo de obter o máximo de rendimento e eficiência com o
mínimo de tempo. A produção é em série e o trabalho é de forma intensa,
padronizado e fragmentado na linha de produção.

1.3 Surgimento do Toyotismo

Os sistemas de produção Fordista e Taylorista com o passar dos anos não foram
capazes de responder à demanda esperada pelos grandes capitalistas e nos anos
sessenta esse modelo de produção começou a perder espaço, então o Toyotismo, o
“modelo japonês”. Muitas pesquisas apontam que a crise do sistema
taylorista/fordista se deu em decorrência da crise econômica e da crise do
sindicalismo, dentre outros fatores.

Criado por Taiichi Ohno, o Toyotismo surgiu nas


fábricas da montadora de automóvel Toyota, após a
Segunda Guerra Mundial, porém sua expansão foi
somente nos anos setenta. O “modelo japonês” surge,
então para responder à concorrência internacional
baseando-se na flexibilidade dos processos de
trabalho, dos produtos e dos mercados, marcou a Fordismo
produção em pequenas séries e a participação do
trabalhador nos objetivos empresariais. Sua principal
característica é a flexibilização da produção. A
produção realizada no chamado Just in Time, de
acordo com a demanda, reduzindo ao máximo os
estoques. Visava-se a Qualidade Total dos produtos.
Toyotismo
Esse modelo eleva o número de desempregados, visto
que houve o avanço da tecnologia e a flexibilização
imposta traz a exigência de um trabalhador polivalente.

4
Veja a seguir o quadro com as principais características do Fordismo/Taylorismo e
Toyotismo:
Sistema de Produção

Taylorismo/Fordismo

Produção em massa e em série


Homogeneização das mercadorias e produção de consumo
Divisão e especialização do trabalho
Racionalização da produção
Mecanização
Trabalhadores com conhecimentos e habilidades parciais

Toyotismo

Produção em pequena série e personalizada


Flexibilidade dos processos de trabalho, do mercado e dos produtos
"Just in time"
Participação do trabalhador nos objetivos da empresa
Exigência de trabalhadores multiqualificados, polivalentes e habilidosos

1.4 Consequências para o trabalhador

Consequentemente a essas transformações no modelo de produção, o trabalhador


se vê inserido em grandes e constantes desafios. Essas mudanças vão exigir maiores
habilidades e conhecimentos para o manuseio das máquinas. A flexibilização,
nascida do modelo japonês, necessita, desta forma, de trabalhadores polivalentes e
habilidosos. E, devido ao acréscimo de novas tecnologias esse modelo vai
estruturar-se com número mínimo de trabalhadores, ampliando-os, através de
horas extras, trabalhadores temporários ou subcontratação, e dependendo das
condições de mercado.

As novas exigências do mercado de trabalho e o novo cenário do mundo do trabalho


demandam um profissional que invista nele mesmo, pois o mundo globalizado
espera que o trabalhador seja cada vez mais polivalente, multifuncional, criativo,
flexível, comprometido e pronto para atender às necessidades do mercado. O
capitalismo contemporâneo vem, nas últimas décadas, engendrando profundas
mudanças no mercado de trabalho e expressam principalmente:

5
Globalização das finanças;
Taxas elevadas de desemprego;
Deslocamento geográfico de indústrias;
Eliminação de postos de trabalho na indústria;
Crescimento do número de trabalhadores no setor de serviços;
Exclusão de jovens e idosos do mercado de trabalho;
Precarização das relações de trabalho que podem ser caracterizadas; e
Aumento do trabalho informal e desregulamentação dos direitos trabalhistas
conquistados.

Dicas de filme

Tempos Modernos. EUA, 1936. Germinal. França, 1993.


Direção: Charles Chaplin. 87 min. Direção: Claude Berri. 158 min.
Preto e Branco

Leia e responda!

O filme apresentado pelo cartaz acima é a expressão de uma época caracterizada


por:

a) preponderância do trabalho intelectual sobre o físico num período em que os


papéis desempenhados na produção vão além da repetição mecânica das tarefas
fabris.
b) trabalho especializado, de manufatura individual com preponderância de bens de
consumo e da crença na socialização da riqueza.
c) estruturação da produção sob uma roupagem científica, na qual o Taylorismo e o
Fordismo representaram o método de treinamento adotado para obtenção da
eficiência da produção.
d) concentração de forma de trabalho no mercado informal, no qual o homem
exercia o papel otimizador do processo produtivo.

6
A EMPRESA NO MUNDO GLOBALIZADO: MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS E
ADMINISTRATIVAS

2.1 Empresa Globalizada

A nova realidade das empresas hoje é a propagação do mercado


globalizado. Consequentemente, aparecem novos modelos de produção,
administração e de gerenciamento das empresas como forma cultural e social de se
produzir bens e serviços.

A busca por novos mercados consumidores não é uma prática recente, já verificada
desde o século XVI, época das grandes navegações. Mas é o final do século XX que
marca a nova forma a ser adotada pelas empresas. O mundo como um mercado
único surpreende as empresas que procuram adaptar-se rapidamente a este novo
ambiente, cujo objetivo é o atendimento ao consumidor, a qualidade de seus
produtos e a busca pela competitividade.

A globalização

A globalização é um dos fenômenos mais discutidos nos últimos anos. Por se tratar
de um processo ainda em andamento, não há consenso sobre seu significado. As
interpretações são diferentes e até contraditórias, entretanto concorda-se que a
globalização é fruto da expansão do capitalismo. Neste sistema econômico, em sua
fase atual, a circulação de capitais, mercadorias, informações e pessoas apresenta-
se de forma ampliada e de acentuada aceleração.

De forma ampla, a palavra globalização significa abertura dos mercados para o


comércio internacional, circulação instantânea de capitais de um país para o outro,
interligação mundial por meio de redes de computadores e aceleração do tempo
histórico.

7
O aumento da velocidade das comunicações e dos transportes está na base desse
processo, sobretudo por razão do extraordinário desenvolvimento da informática.
Até a revolução industrial, o processo de internacionalização foi lento. Nesse
processo de industrialização, hábitos de consumo foram padronizados por meio da
mídia, baseada nos meios de comunicação de massa. A globalização é, portanto, um
conjunto de mudanças que estão ocorrendo na esfera econômica, financeira,
comercial, social e cultural, que intensifica as relações entre os países, os povos e os
sistemas produtivos. Trata-se de um processo em andamento, comandado por
grandes empresas transnacionais, que buscam abrir novos mercados.

“As pessoas se alimentam, se vestem, moram,


se comunicam, se divertem, por meio de bens
e serviços mundiais, utilizando mercadorias
produzidas pelo capitalismo mundial,
globalizado. suponhamos que você vá com
seus amigos comer Big Mac e tomar Coca-
Cola no Mc donald’s. Em seguida, assiste a um
filme de steven spielberg e volta para casa
num ônibus de marca Mercedes. ao chegar em
casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o
videoclip de Michael Jackson e, em seguida,
deve ouvir um Cd do grupo simply red,
gravado pela BMg ariola discos em seu
equipamento aiWa. Veja quantas empresas
transnacionais estiveram presentes nesse seu
curto programa de algumas horas”.

adaptado de PraXEdEs et al, 1997. o Mercosul.


São Paulo: ática, 1997.

Exercício

a) De acordo com o texto defina, com suas palavras, o que é globalização.


b) Pesquise em jornais, revistas ou na internet o que é empresa transnacional?
c) A imagem acima ilustra “o encolhimento do mapa-múndi graças às inovações nos
transportes que aniquilam o espaço por meio do tempo”. (harvey, david. a condição
pós-moderna. são Paulo: Edições loyola, 1993, p.220). Observe a imagem e o texto, e
responda: qual o significado da expressão “encolhimento do mundo”?

8
2.2 A evolução da atividade industrial

Para melhor entendermos o processo da globalização, vamos agora recordar como


se configurou as etapas das revoluções industriais, as fases do capitalismo e a
globalização. A evolução da atividade de transformar recursos naturais em bens ou
objetos de uso segue uma sequência na história. A seguir, podemos observar
resumidamente essa ordem:

Produção artesanal familiar

Produção manufatureira realizada por artesões especializados nas oficinas dirigidas


pelo mestre de ofício (é a manufatura; do latim, manufactura: manus = mão + factura
= feitura) do século XV ao século XVIII

Produção industrial iniciada no século XVIII com a revolução industrial

Automação industrial com a utilização de robôs a partir de meados do século XX

2.3 Fases do capitalismo, revoluções industriais e globalização


O capitalismo comercial: o início para a integração mundial.

O desenvolvimento dos centros urbanos e do comércio e o incremento da atividade


agrícola e artesanal tornaram possível uma acumulação de recursos que, somada às
inovações nos transportes e técnicas marítimas, levou à expansão comercial no final
do século XV e início do século XVI. Assim, começava a surgir um mercado mundial
que interligava diversas regiões da Terra. Era a fase do capitalismo comercial ou
mercantil. Com a intensificação do comércio, houve expansão do consumo e do
capitalismo, que deu início a uma redistribuição mundial de recursos.

Os produtos originários de um continente eram levados para serem consumidos em


outras partes do mundo. O sistema capitalista, que teve início na Europa, expandiu-
se para outros países ao longo dos séculos. a expansão do comércio, e
consequentemente a necessidade de se produzir mais mercadorias, tornou
necessárias novas fontes de matérias-primas baratas e de novos mercados
consumidores. Com isso, se dá o início (no século XVI) da exploração de recursos e
de mão de obra de várias regiões da América, Ásia e África. é importante destacar
que as grandes desigualdades econômicas e sociais existentes atualmente devem-se
em boa parte ao desenvolvimento do capitalismo mundial.

9
O capitalismo industrial: as revoluções industriais

A Primeira revolução industrial ocorreu em meados do século XVIII. Com a expansão


comercial e a ampliação da economia de mercado, a Europa acumulou capital que
foi investido na mecanização da produção. As indústrias têxtil, naval e siderúrgica
foram impulsionadas pela utilização do carvão, das máquinas e dos transportes. A
mecanização estendeu-se também para a metalúrgica, os transportes, a agricultura
e outros setores.
a partir do século XIX, período da segunda revolução industrial, grandes mudanças
ocorreram na vida das pessoas e na velocidade e qualidade dos transportes, entre
outras coisas. as inovações aceleraram o contato entre as culturas e reorganizaram
o espaço capitalista.

O Estado passa a participar mais da economia, investir em políticas sociais e intervir


nas crises econômicas. Para equipar as empresas de novas tecnologias, eram
necessárias grandes somas de capital; as pequenas e médias empresas não podiam
arcar com essas despesas, e as que não faliram se uniram a outras e formaram
grandes empresas. nesta fase (início do século XX), o capitalismo se tornou menos
competitivo e mais monopolista. Fase do capitalismo financeiro ou monopolista.
Após duas grandes guerras se reorganiza e retoma seu crescimento. As empresas
transnacionais continuaram a se expandir. Os avanços tecnológicos proporcionaram
precisão, rapidez de informação e comunicação. iniciou-se a Terceira revolução
industrial ou Tecnológica (em meados da década de 1970). O processo de produção
foi acelerado pela automação, que tem como base o emprego do computador e de
braços mecânicos. As empresas, devido às facilidades dos transportes e de
tecnologias, montaram unidades produtores em diversos países, em busca de
redução de custos, de matérias-primas e mão de obra barata. Assim, os produtos
deixaram de ter nacionalidade definida. O capitalismo globalizado sustenta-se no
neoliberalismo, que propõe a liberdade de mercado e limita a intervenção do Estado
na economia. É o chamado Estado mínimo.

10
2.4 O novo modelo organizacional e administrativo

Com a inserção das empresas no mundo globalizado e devido à velocidade e


intensidades das mudanças, caracterizadas pela Terceira Revolução Industrial, as
empresas capitalistas adotaram novos padrões de produção, que exigem tanto uma
revolução na relação entre capital e trabalho quanto na base de informações que
viabilizará novas formas de gestão. Novas formas de gestão vêm sendo
implementadas, de forma a superar antigos postos de trabalhos do modelo
taylorista. Exige-se maior compreensão e conhecimento de todo o processo
produtivo, não só por parte dos empresários e gerentes, mas de todos os
colaboradores. O que será possível somente com um maior nível de
educação, qualificação profissional e polivalência nas funções. a reestruturação no
processo de organização faz parte do no novo cenário das empresas. A conquista de
novos mercados consumidores e de formas de enfrentamentos da concorrência só
se realizará em um ambiente de trabalho cooperativo, com prevalência de segurança
no emprego e contínua formação e qualificação de pessoal. As tecnologias da
informação vêm promovendo uma ampla mudança nas formas de organização da
produção, constituindo um instrumento para o aumento da produtividade e da
competitividade das empresas. A tendência transformadora faz com que se dê
ênfase na relação com os clientes, estabelecendo novos princípios ao conceito de
empresa atuante na era da globalização.

2.5 Globalização e suas consequências

O processo de surgimento e expansão do capitalismo, como também a expansão da


globalização, resulta no quadro político e socioeconômico existente atualmente no
mundo. Esse processo trouxe algumas consequências. A partir dos anos de 1980,
com a globalização, o comércio mundial cresceu, a economia ficou mais instável
devido à concorrência inter capitalista, o que exige maior competitividade. Com
isso, ocorre maior concentração de riquezas, isto é, os países ricos ficam mais ricos
enquanto os países pobres ficam mais pobres. Nestes as consequências são ainda
maiores; a globalização ocasiona o desemprego, a minimização da mão de obra.

Com o desenvolvimento tecnológico e a automação da produção, ocorre a dispensa


de um grande número de trabalhadores. adota-se a terceirização do trabalho, a mão
de obra menos qualificada é descartada, assim eliminam-se muitos direitos
trabalhistas conquistados ao longo da história.

11
Podemos perceber no exposto até aqui que a globalização não beneficia a todos. O
progresso beneficia as elites, a riqueza se concentra nas mãos de poucos, a redução
dos salários e a precarização das condições de trabalho resultam em muitos
problemas sociais. A economia informal aparece como única opção para os
desempregados. Nos países pobres, a falta de escola e de assistência social traz
como uma das consequências o aumento da violência.

Exercício

Um mundo sem fronteiras?


“decidi ver como seria a copa de 2098. Então, seguindo o “Manual do vidente sem
mestre”, escrito por Nostradamus, enchi uma bacia, coloquei uma vela de cada lado
e comecei a olhar para a água a fim de enxergar o futuro. Depois de muita
concentração, vi torcedores sendo teletransportados para os estádios, para
confortáveis poltronas, acompanhando as estatísticas dos jogos em terminais e
ainda podendo rever os melhores lances em holografias. No campo, vi um futebol
mais que total, com os jogadores, apenas oito de cada lado, correndo e perdendo
seis quilos por jogo. As marcas da chuteira estavam escritas em néon e piscavam.
Havia anúncio nas traves e até nas bandeirinhas dos assistentes. Olhando mais
fixamente pude ver os enormes placares eletrônicos e juízes robôs marcando faltas
e impedimentos com precisão absoluta. Cada atleta tinha em sua cabeça uma
minicâmera, o que deve ter deixado as transmissões de TV bem interessantes. A
grama era sintética. As roupas, de um tecido diferente, impossível de ser puxado por
qualquer Júnior Baiano. Porém, quando um atacante ia disparar um petardo com sua
perna biônica, fui atrapalhado por Zidane, meu cachorro, que entrou na sala e bebeu
um pouco da água da bacia. Esperei as marolas acabarem e continuei meu exercício
de vidente, vendo mais algumas coisas da última Copa do século XXI, coisas que
descreverei aqui num inigualável furo de reportagem:

a) Como a clonagem está bem avançada em 2098, a Fifa é dirigida por Havelange 4º e
a CBF estará sob o comando de Ricardo 6º.
b) Por determinação deles, os jogadores brasileiros, ao fim de cada Copa, serão
obrigados a exibir espontaneamente uma faixa de agradecimentos ao grande
Havelange 4º e Ricardo 6º pelos grandes serviços prestados ao futebol.
c) Por determinação de Havelange 4º, os jogos só serão exibidos por pay-per-view.
d) As seleções não representarão mais países, pois o nacionalismo será considerado
uma praga do século XX, causa de guerras, ódios e revoluções. Em vez disso, a Copa
será disputada entre marcas de tênis, divididas assim:

12
Grupo 1: Nike, Mizuno, Adidas e…
Grupo 2: Reebok, All-Star, Le Coq…
e) Os comentaristas esportivos serão distribuídos por computadores que avaliarão
as disposições táticas.
f) Por determinação de Havelange 4º e Ricardo 6º, nenhum atleta poderá ficar
doente ou indisposto antes de partidas importantes.
g) Antes de cada jogo não serão mais tocados os hinos nacionais dos países, mas
apenas os jingles comerciais das marcas que disputam a competição. Então, Zidane
decidiu tomar banho na minha bacia e não vi mais nada. […]

TORERO, José Roberto “Visões da Copa de 2098”


Folha de São Paulo, 18/07/1998.

Vocabulário

Holografia: imagem fotográfica tridimensional, obtida com o uso de raios laser.


Néon: tipo de iluminação.
Júnior Baiano: zagueiro que ficou famoso por ter puxado a camisa de um adversário
na Copa de 1998, provocando um pênalti e a consequente derrota do time brasileiro
na partida.
Pertado: chute violento.
Biônica: no texto, com sentido de movida por força eletrônica.
Clonagem: processo biológico de obtenção de um clone, isto é, uma copia originada
de uma célula matriz por meio de engenharia genética.
Fifa: sigla de Federação Internacional de Futebol Association.
Havelange: referência a João Havelange, dirigente da Fifa por longos anos.
CBF: sigla de Confederação Brasileira de Futebol.
Ricardo: referência a Ricardo Teixeira, dirigente da CBF por longos anos.
Pay-per-view: programa transmitido por canal a cabo e só acessível mediante o
pagamento de uma taxa.
Jingle: mensagem de propaganda musicada.

13
Perfil dos trabalhadores para o atual mercado de trabalho

A chegada da globalização, sobretudo no início


dos anos 1990, teve como consequência a
abertura do mercado brasileiro para os produtos
estrangeiros, vindos das mais diversas partes do
mundo, e o desenvolvimento da tecnologia, que
resultaram em redução no tamanho das
empresas e corte de funcionários. O que isso
ocasionou? Um acirramento na competitividade
no mercado de trabalho. Então, fique atento,
pois as exigências do mercado se renovam
constantemente. Hoje, os profissionais,
independentemente das áreas onde eles atuam:
médicos, dentistas, vendedores, borracheiros,
professores, jogadores de futebol,
administradores de empresas, mecânicos,
cozinheiros, advogados, devem a todo o
momento desenvolverem suas competências,
visando à capacitação profissional, num mundo
altamente competitivo e qualificado, onde todos
nós devemos estar preparados para prestarmos
serviços, com qualidade, eficiência e
produtividade.

O perfil profissional atual

Atualmente, o profissional deve possuir algumas características básicas: ser pró-


ativo, ser flexível, estar propenso a mudanças, entre outras coisas. O que era bom
ontem, hoje já não é tão bom, e amanhã, com toda certeza, se tornará ultrapassado.
É certo que um bom currículo escolar, especializações, títulos e experiência na área
não deixaram de ter seu valor, mas, em tempos de “inteligência emocional” e de
velocidade cada vez maior na aquisição de conhecimentos, este tipo de habilidade
passa a ter uma importância quase que decisiva para que o profissional possa se
destacar num mundo cada vez mais competitivo. O perfil exigido pelo mercado é de
um profissional polivalente, ou seja, aquele que possui as competências técnicas e
que ainda consiga resolver os problemas do dia a dia da empresa.

14
As empresas estão descobrindo que não basta ser excelente tecnicamente, isto é,
basta ser excelente tecnicamente, isto é, ter os conhecimentos necessários para a
execução das tarefas, é preciso também que o profissional seja maduro
emocionalmente e que tenha flexibilidade de se adaptar às mudanças; capacidade de
trabalhar em equipe e manter um bom relacionamento com os colegas;
comprometer-se de fato com os objetivos; ser um empreender mesmo dentro da
empresa; gerar resultados; ser ético; entre outras coisas. E isso vale para todas as
áreas.

O que é ser um profissional competente?

Ninguém nasce sabendo, no entanto é preciso ter competência profissional,


competência pessoal, disposição para aprender e sabedoria para aproveitar o
período de experiência do aprendizado para entrar na profissão com humildade.
Para um bom desempenho profissional, é preciso estar psicologicamente preparado.
Em outras palavras, competência é a soma de várias características físicas e
emocionais dos seres humanos, que, quando harmonizadas, levam ao sucesso
profissional. Podemos citar como principais características de competência:

Determinação: Estabeleça metas e persiga-as. Quem não tem objetivos na vida não
consegue direcioná-la, não vê sentido nas coisas.
Motivação: É o motivo que leva alguém a praticar uma ação ou vontade gerada pelo
pensamento. Cuidar da qualidade do que pensamos e orientar nossas ideias para
coisas positivas e desafiadoras são fundamentais para que tenhamos motivação para
realizar coisas diferentes.
Preparo: Buscar conhecimento, estudar, aumentar o número de informações sobre
as coisas.
Comunicação: Você quer se dar bem como profissional? Então aprenda a se
comunicar. Vivemos em grupo, então, sem uma boa comunicação e sem fazer com
que os outros nos entendam, não chegamos a lugar algum. Além disso, a linguagem
estimula o pensamento (e vice-versa), portanto é preciso praticar.

15
O perfil profissional ideal, segundo a comissão internacional sobre o trabalho para o
século XXI, da UNESCO

Flexível, e não especialista demais


Mais criatividade do que informação
Ser empreendedora
Estudar durante toda a vida
Assumir responsabilidades
Adquirir habilidades sociais e capacidade de expressão
Adquirir intimidade com novas tecnologias

Se qualidades pessoais como ética, criatividade, versatilidade, espírito de


cooperação tornaram-se o algo a mais que o mercado de trabalho procura e exige
de cada um de nós, então se ligue nessas dicas para você se dar bem no mercado de
trabalho e também em outras áreas da sua vida:

Ter boa leitura: a leitura e a escrita devem ser estimuladas desde cedo. Quem não
sabe ler e compreender textos, números e imagens estará longe de conseguir êxito
na vida profissional.
Saber resolver problemas e cálculos: no trabalho, como também no dia a dia. A
habilidade com os números, a livre iniciativa, o raciocínio lógico são necessários
para o enfrentamento das dificuldades, além da necessidade de se ter jogo de
cintura para superar os problemas, sabendo respeitar os outros.
Saber expor ideias: saber se expressar, expôr seus pensamentos de forma clara,
objetiva e direta, tanto oralmente ou por escrito, é muito importante hoje. Saber
observar, analisar, interpretar mensagens em símbolos, dados, códigos e outras
formas de representar, porque você será sempre testado pelas novas tecnologias.
Ser cidadão: Fique atento ao que acontece na sua comunidade, na cidade e no
mundo. Não se ligue só em ganhar dinheiro. Defenda seus direitos e interesses.
Transforme problemas em chances. Aceite as diferenças e aprenda com elas.
Ter opinião própria: Tenha um olhar crítico em relação às mídias (cinema, TV, rádio,
jornal, revista, internet, etc.) para não ser manipulado. Ter opinião própria é
importante para obter educação básica e profissional de qualidade. não se esqueça
de atualizar-se sempre. lembre-se que a competição é grande.
Pesquisar e usar a informação adquirida: devemos saber organizar e manejar bem a
informação encontrada. Informação é poder, é o mundo em suas mãos, ou seja, é se
dar bem nos estudos, no trabalho, na vida.

16
Saber planejar: a pessoa tem que saber organizar sua vida e seu trabalho, pois as
empresas querem quem sabe analisar situações, definir estratégias, solucionar
problemas e avaliar resultados.
Falar bem: Talvez tão importante quanto planejar, falar bem é indispensável na hora
de apresentar um projeto. Bom argumento, boa dicção e bom atendimento são
importantes para abrir portas.
Ter versatilidade: Você tem que ter várias habilidades e experiências se quiser
sobreviver no mercado atual. saber só uma coisa é pedir para morrer de fome. o
mercado é muito ativo e, por isso, é bom que você seja ótimo (um especialista) no
que faz e entenda de outras coisas. ser limitado, jamais.
Aprender sempre: no mundo de hoje, as novas tecnologias vêm sendo rapidamente
substituídas por outras. Por isso, estudar e se atualizar sempre é muito importante.
Um profissional pode estar “enferrujado” dentro de pouco tempo, se não estiver
antenado às inovações do mercado.
Criatividade: não basta apenas saber apertar parafusos; tem que ter criatividade
para inventar modos de trabalhar melhor.
Saber trabalhar em equipe: Trabalhar num grupo unido e integrado faz a diferença
na concretização de um projeto. Um profissional se destaca dos outros quando sabe
trabalhar em equipe

Fonte: adaptado de revista síntese; José Bernardo Toro, Códigos da modernidade.

Exercício

Leia o texto abaixo.

"Todos os passageiros de um avião, em chamas, foram obrigados a saltar de


paraquedas. Caíram em um determinado lugar da selva africana um japonês e um
norte-americano, que foram abordados por um leão faminto disposto a devorar a
primeira presa que encontrasse. O japonês, mais que depressa, tirou as calças, a
camisa, o paletó e a gravata e colocou um short, uma camiseta e um tênis, pronto
para iniciar um grande corrida. O americano, inconformado, perguntou ao japonês:
você acha que pode correr mais que este leão faminto. O japonês respondeu: mais
que o leão não, mas mais que você, com certeza".

Agora, construa um quadro colocando as principais características do perfil em que


se encontram o passageiro americano e o passageiro japonês que possam ser
relacionadas com as exigências no mercado de trabalho na atualidade.

17
Ética profissional: o que é e qual a sua importância.

A ética profissional é um dos critérios mais valorizados no mercado de trabalho. Ter


uma boa conduta no ambiente de trabalho pode ser o passaporte para uma carreira
de sucesso. Mas afinal, o que define uma boa ética profissional e qual sua
importância? Acompanhe! A vida em sociedade, que preza e respeita o bem-estar do
outro, requer alguns comportamentos que estão associados à conduta ética de cada
indivíduo. A ética profissional é composta pelos padrões e valores da sociedade e do
ambiente de trabalho que a pessoa convive. No meio corporativo, a ética profissional
traz maior produtividade e integração dos colaboradores e, para o profissional, ela
agrega credibilidade, confiança e respeito ao trabalho. Contudo, há ainda muitas
dúvidas acerca do que é ética, por isso, antes falar sobre ética profissional, é
importante entender um pouco sobre o que é ética e qual a diferença entre ética e
moral. Confira:

O que é ética?

A palavra ética é derivada do grego e apresenta uma transliteração de duas grafias


distintas, êthos que significa “hábito”, “costumes” e ethos que significa “morada”,
“abrigo protetor”. Dessa raiz semântica, podemos definir ética como uma estrutura
global, que representa a casa, feita de paredes, vigas e alicerces que representamos
costumes. Assim, se esses costumes se perderem, a estrutura enfraquece e a casa é
destruída. Em uma visão mais abrangente e contemporânea, podemos definir ética
como um conjunto de valores e princípios que orientam o comportamento de um
indivíduo dentro da sociedade. A ética está relacionada ao caráter, uma conduta
genuinamente humana e enraizada, que vêm de dentro para fora.

Qual a diferença de ética e moral?

Embora ética e moral sejam usados, muitas vezes, de maneira similar, ambas
possuem significados distintos. A moral é regida por leis, regras, padrões e normas
que são adquiridos por meio da educação, do âmbito social, familiar e cultural, ou
seja, mas algo que vem de fora para dentro. Para o filósofo alemão Hegel, a moral
apresenta duas vertentes, a moral subjetiva associada ao cumprimento de dever por
vontade e a moral objetiva que é a obediência de leis e normas impostas pelo meio.

18
Características fundamentais de uma conduta ética

Alguns conceitos são fundamentais para constituir o comportamento ético. São eles:

Altruísmo: a preocupação com os interesses do outro de uma forma espontânea e


positivista.
Moralidade: conjunto de valores que conduzem o comportamento, as escolhas,
decisões e ações.
Virtude: essa característica pode ser definida como a “excelência humana” ou
aquilo que nos faz plenos e autênticos.
Solidariedade: princípios que se aplicados às relações sociais e que orientam a
vivência e convívio em harmonia do individuo com os demais.
Consciência: capacidade ou percepção em distinguir o que é certo ou errado de
acordo com as virtudes ou moralidade.
Responsabilidade ética: consenso entre responsabilidade (assumir consequências
dos atos praticados) pessoal e coletiva.

A consequência de um comportamento antiético afronta os valores, caráter e o


princípio de uma pessoa, enquanto a quebra de um valor moral é punida e justificada
de acordo com a lei que rege o meio.

O que é ética profissional?

A ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas que conduzem e


conscientizam as atitudes e o comportamento de um profissional na organização.
Desta forma, a ética profissional é de interesse e importância da empresa e também
do profissional que busca o desenvolvimento de sua carreira.

Além da experiência e autonomia em sua área de atuação, o profissional que


apresenta uma conduta ética conquista mais respeito, credibilidade, confiança e
reconhecimento de seus superiores e de seus colegas de trabalho. A conduta ética
também contribui para o andamento dos processos internos, aumento de
produtividade, realização de metas e a melhora dos relacionamentos interpessoais e
do clima organizacional.

Quando profissionais e empresa prezam por valores e princípios éticos como


gentileza, temperança, amizade e paciência, existem bons relacionamentos, mais
autonomia, satisfação, proatividade e inovação.

19
Para isso, é conveniente que a empresa tenha um código de conduta ética, para
orientar o comportamento de seus colaboradores de acordo com as normas e
postura da organização. O código de ética empresarial facilita a adaptação do
colaborar e serve como um manual para boa convivência no ambiente de trabalho.
Um profissional com habilidades de liderança e relacionamento difunde valores
éticos , preza pela harmonia no ambiente de trabalho e coloca em primeiro lugar o
respeito às pessoas e o comprometimento com o trabalho. Cultivar a ética
profissional no ambiente de trabalho traz benefícios e vantagens a todos, uma vez
que ela proporciona crescimento à empresa e a todos os envolvidos. Com uma
conduta ética bem estruturada é possível contribuir para a melhora do clima
organizacional, do trabalho em equipe e respeito mútuo entre todos colaboradores.

Referências

Site: www.onu-brasil.org.br/documentos-direitoshumanos.php
KNEIPP, F. Ética e cidadania. Ensinart Editora. V1. N1. p. 09-10. Rio de Janeiro 2014.
BRASIL. Lei 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui
a Política Nacional de Educação am,biental e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Brasília, 28 de abril de 1999.
ACSELRAD. Henri. Cidadania e meio ambiente. IBASE, Rio de Janeiro 1993.
ACSELRAD. Henri. Meio Ambiente e democracia. IBASE, Rio de Janeiro 1993.

20

Você também pode gostar