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Aula 1
Aula 1
AMBIENTES LEAN
MANUFACTURING
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TEMA 1 – ORIGEM DO LEAN MANUFACTURING
Figura 1 – Toyota
Créditos: 267660194/Shutterstock.
Foi no ano de 1950 que o engenheiro japonês Eiji Toyoda foi visitar o
grande parque industrial da Rouge da Ford em Detroit. Em um contexto que tanto
o Japão quanto a Toyota Motor Company, fundada por sua família em 1937,
estavam em uma crise. Após anos de esforços, em termos comparativos, a Toyota
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Motor Company somente produziu 2.685 automóveis em 13 anos, mas o parque
industrial Rouge da Ford produziu o volume de 7.000 automóveis por dia. Eiji
Toyoda estudou de forma detalhada a instalação da Rouge, na época, o maior,
mais eficiente e eficaz complexo industrial do mundo. No retorno ao Japão, Eiji
Toyoda e seu especialista de produção, Taiichi Ohno, concluíram que a produção
em massa não se adequava a um país como o Japão, mas concluíram da
possibilidade em melhorar, de forma concreta, o sistema de produção (Dennis,
2008).
A Toyota Motor Company convivia com desafios que, em tese, levavam os
seus dirigentes ao desânimo, pelos motivos:
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destacando-se a força econômica. Sem desconsiderar a prática do benchmarking,
processo de estudo da concorrência, fundamental para o sucesso da performance
de um negócio.
Na esteira do sucesso do Lean Manufacturing, precisamos compreender o
avanço histórico do mundo dos negócios em seus diversos contextos, a partir de
Frederick Winslow Taylor, autor da obra Os Princípios da Administração Científica
e Henry Ford, que objetivaram trabalhar com as deficiências da produção
artesanal. Portanto, a gestão científica de Frederick Winslow Taylor e as
inovações no processo produtivo nas fábricas de Ford estabeleceram as bases
para a produção em massa e assim, as inovações na área da gestão e o papel do
movimento trabalhista organizado no controle de tarefas de trabalho e funções
completaram o sistema. Por tal consequência, a produção em massa alcançou,
por décadas, vitórias. Por outro lado, a Toyota Motor Company suportou desafios
desmotivadores em termos financeiros, tecnológicos e nas relações trabalhistas
por quase cinquenta anos. Assim sendo, Eiji Toyoda concluiu que a produção em
massa não encontrava respaldo no Japão. Por tal consequência, ele e Taiichi
Ohno desenvolveram um sistema que fazia da virtude uma necessidade, o que
gerou o desenvolvimento de equipamentos flexíveis e de tamanho certo, como
também, de trocas rápidas. E, as restrições legais às demissões de trabalhadores
criaram uma imagem da Toyota Motor Company como uma efetiva comunidade e
propiciou as bases para que o colaborador se envolvesse de forma intensa e
solucionasse os problemas (Dennis, 2008).
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juntou novamente. Tal contexto não deve ser entendido como antagonismo entre
esses dois personagens importantes na história da gestão da produção. Primeiro
porque as realidades eram diferentes, tomando-se atenção, na época, para o
mercado norte-americano e o japonês, em especial no que tange à realidade
econômicas e, portanto, de consumo. Mas, sabe-se que Taiichi Ohno mencionava
várias vezes sua dívida com Frederick Winslow Taylor. Uma vez que o recém-
iniciado sistema Toyota contemplava as ideias de Frederick Winslow Taylor no
que tange aos estudos de tempo e movimento, tarefa padronizada e melhoria
contínua. Assim, o sistema de Taiichi Ohno contemplava os resultados mais
contundentes de Frederick Winslow Taylor por um ambiente de trabalho
harmonioso e humano (Dennis, 2008).
No âmbito da gestão, é fundamental entender que o sucesso de um dado
modelo de produção em uma época não se perpetua por várias razões, como o
avanço das tecnologias, mudanças de hábitos de compra e consumo, como
também pelas forças do ambiente geral – macroambiente: econômicas, políticas,
legais, socioculturais e tecnológicas. Hoje falamos sobre a “Indústria 4.0”, e
amanhã?
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Figura 2 – Lean Manufacturing
Créditos: 268287014/Shutterstock.
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estocagem, mas deve ser entendido que apenas o processamento agrega valor.
Tal contexto é de amplo conhecimento, e com relação aos recursos humanos da
Toyota Motor Company, o objetivo é a redução de custo por meio da eliminação
das perdas, com especial destaque para as da superprodução. Entende-se que
na inspeção, no transporte e, destacando-se a estocagem, ou a decisão de manter
estoque, são considerados desperdícios, se ocorrer deficiente gestão, devendo
ser eliminados sempre que detectadas tais ocorrências.
Compreende-se que Lean, um termo da língua inglesa, traduzido no
contexto das organizações de negócios como “enxuto”, podendo também ser
entendido como organização de negócios como aquela que enxugou custos
variáveis e despesas fixas, evitando desperdícios. Lean Manufacturing pode ser
traduzido como manufatura enxuta ou também sistema de produção industrial
enxuto (Balardim, 2019).
Contempla-se que desperdícios nos movimentos são as ações
consideradas inúteis ao processo, sendo realizadas em linhas de produção e em
máquinas. Em tal contexto, os gestores e líderes devem delegar ao operador uma
grande amplitude o de atividades relativas ao produto, para que se possa eliminar
qualquer movimento desnecessário e prejudicial (Liker, 2006, citado por Faria;
Vieira; Peretti, 2012).
Na ocorrência do aumento da oferta de produtos que suplanta o
crescimento da demanda e a competição no ambiente concorrencial entre as
organizações de negócios, intensifica-se o foco nos preços de venda dos
produtos, como consequência, eles sofrem redução. Assim, os preços de venda
reduzidos, de forma que ocorra a diminuição da margem de lucro, obrigam as
organizações de negócios a reduzirem os custos variáveis dos processos de
negócios (Bornia, 1995, citado por Faria; Vieira; Peretti, 2012).
Shingo (1996a, citado por Faria; Vieira; Peretti, 2012) ensina que a
eliminação de custos variáveis só é possível por conta da eliminação de perdas
dos processos, atuando-se nas ineficiências e desperdícios.
Monden (1999 citado por Faria; Vieira; Peretti, 2012) entendem que a
otimização do layout – arranjo físico – proporciona a eliminação de inúmeras
perdas, face à movimentação e transporte de materiais, o que motiva o trabalho
em equipe e propicia a resposta no que tange à qualidade, resultando em
melhores índices de qualidade e produtividade e um melhor atendimento às
necessidades, desejos e expectativas dos clientes.
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2.2 Cultura organizacional e gerenciamento do relacionamento humano no
âmbito da Lean Manufacturing
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Dutra (2004), citado por Normanha Filho e Arantes (2018), ensina que a
organização e a pessoa que exerce uma tarefa são dois atores cujas
competências podem ser atribuídas de maneiras distintas. A organização conta
com competências que se referem ao patrimônio de conhecimentos, obtido pelas
experiências e práticas, e que podem constituir a sua vantagem competitiva. De
outro lado, temos a pessoa com seu conjunto de competências que podem, ou
não, ser aproveitadas pela organização.
Figura 3 – Valor
Créditos: 1934712119/Shutterstock.
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tácito nada mais é que aprendizagem alcançada a partir da experiência e da
reflexão, entretanto, não com a leitura de orientações formais que ajudam as
pessoas a seguir um dado caminho. Contempla know-how e também, uma
filosofia para a melhoria contínua de processos e produtos, aprendida na prática
com um instrutor que se desenvolveu por meio do trabalho árduo e da experiência
prática (Barreto, 2012).
Compreende-se o pensamento Toyota, em sua organização e forma global:
3.1.1 Valor
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• Temos aquelas que não agregam valor e não são necessárias. Portanto,
devem ser consideradas desperdícios e, portanto, eliminadas.
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3.1.5 Perfeição
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Figura 4 – Gestão
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globalização econômica e ambiente concorrencial agressivo, incerto e turbulento.
Para tanto, torna-se necessário conhecer e entender com profundidade os
anseios dos mercados e suas exigências em relação aos produtos e serviços
ofertados. Com atenção nesses conceitos, as organizações de negócios que
prospectam e entendem esses fatores com certeza alcançarão a sustentabilidade
em suas áreas de atuação, criando diferenciais e vantagens competitivas.
Conclui-se, então, que a qualidade deixou de ser um diferencial, uma vez que
existe uma grande quantidade de organizações de negócios que atuam no
mercado comercializando de forma constante novos produtos, produtos similares
ou substitutos, tendo qualidade igual ou mesmo superior (Pompeu; Rabaioli,
2014).
Torna-se necessário inovar para surpreender os clientes atendendo suas
necessidades, desejos e expectativas, em resumo, satisfazendo-o. Nesse
contexto, os produtos japoneses se intensificaram nas gôndolas e mercados do
mundo após a Segunda Guerra Mundial, comercializando produtos com padrões
de qualidade e preços competitivos, nunca antes apresentados. A mentalidade de
comercialização, de novos métodos e práticas reestruturaram os sistemas
produtivos e as economias mundiais. A filosofia Lean Manufacturing idealizada no
Sistema Toyota de Produção tornou-se a referência da nova competitividade no
ambiente concorrencial. A resultante foi a redução dos custos, aumento da
produtividade, da qualidade dos produtos e serviços e da eficácia da logística
(Womack; Jones; Roos, 2004, citado por Pompeu; Rabaioli, 2014).
Um modelo de processo de produção que despontou como liderança global
na obtenção de grandes e melhores resultados com o menor custo variável,
ocasionando a operação em um diferencial competitivo e estratégico baseado em
gestão e ferramentas e métodos de melhoria contínua do processo de produção.
Os avanços tecnológicos incorporados aos programas de produção enxuta
otimizam a produção, como eliminação dos processos que não agregam valor e
não atendem aos clientes em uma maior velocidade e excelência, no atendimento
de suas necessidades, desejos e expectativas (Pompeu; Rabaioli, 2014)
Para Porter (1999, citado por Pompeu; Rabaioli, 2014), a preocupação das
organizações de negócios para melhorar a qualidade de seus produtos e serviços
baseando-se na diminuição dos custos variáveis e despesas fixas é ocasionada
pelas necessidades e exigências dos clientes e pela competitividade no ambiente
concorrencial. Assim sendo, para se competir objetivando os resultados
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esperados em um ambiente concorrencial competitivo, as organizações de
negócios devem buscar, de forma continuada, inovações e aprimoramentos para
que possam obter vantagem competitiva.
Compreende-se que um sistema de produção é constituído por máquinas
e recursos: humanos, financeiros, físicos e tecnológicos, com a finalidade de
produzir determinado produto ou serviço. Entende-se, assim, que o sistema Lean
Manufacturing tem como fundamento primário levar os sistemas convencionais de
produção para um sistema de produção enxuto com foco na melhoria dos
processos produtivos e efetiva redução das perdas (Womack; Jones, 2004, citado
por Pompeu; Rabaioli, 2014). Tornando-se fundamental o entendimento dos
processos internos e liderança da gestão por processos no contexto Lean.
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preferências, ao passo que pode implicar somente que as preferências dos
funcionários são mantidas suspensas”.
A liderança dos processos pode ser considerada na abrangência da
liderança estratégica. Hitt, Ireland e Hoskisson (2011) ensinam que liderança
estratégia é condição da estrutura organizacional por meio de seus gestores
estratégicos de prever, antecipar, manter flexibilidade, assim como capacitar as
pessoas das equipes organizacionais, as mudanças estratégicas em função das
mudanças do ambiente externo, sempre que ocorrerem, por meio da eficácia dos
processos realizados.
TEMA 5 – 8 DESPERDÍCIOS
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cliente e apenas aumenta o custo do produto, o que não é bom para o negócio,
em ambiente concorrencial agressivo, e com recorrência de novos entrantes.
No âmbito do Lean Manufacturing, considera-se 8 (oito) desperdícios, como
segue: Transporte; Estoque; Movimentação; Espera; Superprodução;
Processamento excessivo; Retrabalho e; Intelectual (Balardim, 2019).
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Temos então, que a “Indústria 4.0” é um novo paradigma no contexto global
da manufatura, obrigando a existência de pesquisas e estudos entender a relação
existente entre as ferramentas consolidadas da abordagem do Lean
Manufacturing e o avanço das novas tecnologias no contexto da “Indústria 4.0”
(Sanders; Elangeswaran; Wulfsberg, 2016, citado por Ikeziri et al., 2020).
5.2 Os 8 desperdícios
Taiichi Ohno, por 30 anos, aperfeiçoou seu sistema, até que fosse adotado
plenamente pela Toyota. Fundou a Operations Management Consulting Division
de forma a dar apoio ao pensamento Lean nas fábricas e, também, entre os
fornecedores da Toyota. Temos, assim, que o sistema de Taiichi Ohno se torna
ainda hoje mais relevante do que nunca (Dennis, 2008). Em tal contexto, cabe
detalhar os desperdícios focados pela Toyota em oito categorias.
5.2.1 Transporte
5.2.2 Estoque
5.2.3 Movimentação
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5.2.4 Espera
5.2.5 Superprodução
5.2.7 Retrabalho
5.2.8 Intelectual
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REFERÊNCIAS
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