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RESUMO PARA A PROVA DE MEDIAÇÃO DE

CONFLITOS

 A partir do momento em que há mais de uma pessoa, o


conflito está lá implícito. Dizendo de outro modo, ele faz
parte da natureza humana;
 O conflito pertencente ao espectro do campo social e não ao
Direito;
 Para fins de avaliação será considerada a definição de
conflitos da Secretaria Nacional de Segurança Pública
(SENASP):“conflito é o desentendimento entre duas ou
mais pessoas sobre um tema de interesse comum”;
 CONFLITO INTRAPESSOAL – desenvolvido
internamente no indivíduo (voz interior, diálogo que
realizamos consigo mesmo que denominamos de intra
(dentro) pessoal (pessoa)) – dilema: aquilo que ele quer
(fazer); aquilo que ele deve (fazer); aquilo que ele consegue
(fazer);
 CONFLITO INTERPESSOAL (relacional) – entre 2 ou
mais pessoas (entre partes de um todo (irmão x irmão ou
irmãos);
 CONFLITO INTRAGRUPAL – entre pessoas do mesmo
grupo (uma parte e um todo (um membro da família com
todos os demais integrantes desta);
 CONFLITO INTERGRUPAL – entre grupos (Família A x
Família B) – comunidades – países – etc;
 A Teoria Moderna não mais enxerga o conflito como um
fenômeno negativo, visto que a melhor forma de se resolver
o problema é evitando a guerra, a discussão, briga a raiva,
dentre outros, dando lugar ao diálogo construtivo;
 CONDUTISMO (BEHAVIORISMO ou
CULTURALISMO) SKINNER, JOHN WATSON e
JACOB R. KANTOR
1. Estudo da psicologia da CONDUTA (comportamento
do indivíduo) sobrepondo-se ao conflito;
2. Estudo da influência do ambiente no qual o sujeito está
inserido;
3. Não analisam o indivíduo no campo da psicanálise,
fazendo alusão ao consciente;
4. O conflito nada mais é do que um desdobramento do
comportamento humano;
5. Valoriza o papel do estímulo em determinadas
situações e as respostas advindas em situações
específicas (comportamento);
 TEORIA MACRO (ou CLÁSSICA)
1. Relacionamento entre os indivíduos e as influências dele
quando ocorre o conflito e sua consequente resolução;
2. Influência de fatores endógenos e exógenos ao conflito, não
meramente comportamentais, são estudados pelos clássicos;
3. Conceitos de negociação e oportunidades para a tomada de
uma decisão;
 DISPUTA: existe quando uma pretensão é rejeitada integral
ou parcialmente, envolvendo direitos e recursos que
poderiam ser deferidos ou negados em juízo;
 CONFLITO: desentendimento; uma incompatibilidade a
respeito de determinado tema;
 Um conflito pode existir sem que haja uma disputa, mas esta
não se sustenta sem aquele!!!
 Há autores que entendem serem sinônimos!!!!
 “Esse modelo, denominado de espirais de conflito, sugere
que com esse crescimento (ou escalada) do conflito, as suas
causas originárias progressivamente tornam-se secundárias a
partir do momento em que os envolvidos mostram-se mais
preocupados em responder a uma ação que imediatamente
antecedeu sua reação”;
 PROCESSO DESTRUTIVO (autor: Morton Deutsch): se
caracteriza pelo enfraquecimento ou rompimento da relação
social preexistente à disputa em razão da forma pela qual
esta é conduzida; há a tendência de o conflito se expandir ou
tornar-se mais acentuado no desenvolvimento da relação
processual;
 PROCESSO CONSTRUTIVO (autor: Morton Deutsch):
seriam aqueles em razão dos quais as partes concluiriam a
relação processual com um fortalecimento da relação social
preexistente à disputa. Aqui podemos dizer que no mesmo
processo houve o enfrentamento da lide processual e da lide
sociológica;
 LIDE PROCESSUAL: “é o conflito de interesses
qualificado por uma pretensão resistida”;
 LIDE SOCIOLÓGICA: o que realmente motivou a lide
processual foi discutido exaustivamente e solucionado.
 “bem da vida” é o interesse objeto do processo formado
entre as partes quando da judicialização do problema. Por
exemplo, herança, veículo, dívida, multa, dentre muitos
outros;
O psicólogo Morton Deutsch caracteriza os PROCESSOS
CONSTRUTIVOS:
1. pela capacidade de estimular as partes a desenvolverem
soluções criativas que permitam a compatibilização dos
interesses aparentemente contrapostos;
2. pela capacidade de as partes ou do condutor do processo
(magistrado ou mediador) motivarem todos os envolvidos
para que prospectivamente resolvam as questões sem
atribuição de culpa;
3. pelo desenvolvimento de condições que permitam a
reformulação das questões diante de eventuais impasses;
4. pela disposição de as partes ou do condutor do processo a
abordar, além das questões juridicamente tuteladas, todas e
quaisquer questões que estejam influenciando a relação
(social) das partes;
 RESOLUÇÃO ADEQUADA DE DISPUTAS – RAD
1. Surgiu no cenário comercial, junto ao direito privado;
2. Por conta da ineficiência do Estado, os particulares
negociavam entre si;
3. Em havendo divergência, um TERCEIRO FACILITADOR,
IMPARCIAL, ISENTO e ACEITO pelas partes, seria
chamado a dirimir a demanda;
 O CNJ instituiu a Resolução 125 em 2010 que trata da
Resolução adequada dos conflitos;
 Conciliação e Mediação são tidas como políticas públicas;
 Tratamento adequado dos conflitos pela
AUTOCOMPOSIÇÃO e HETEROCOMPOSIÇÃO;
 AUTOCOMPOSIÇÃO: TRANSAÇÃO (Sacrifício
recíproco); SUBMISSÃO (Uma das partes se submete à
outra); RENÚNCIA (Abdicação do titular do direito);
 SOBRE OS MÉTODOS AUTOCOMPOSITIVOS, Segundo
Daniela Monteiro Gabbay, os MÉTODOS
AUTOCOMPOSITIVOS podem ser divididos em:
1. DIRETO (NEGOCIAÇÃO)
2. ASSISTIDOS (CONCILIAÇÃO e MEDIAÇÃO)
 OBSERVAÇÃO: o terceiro imparcial pode se valer de todos
os meios necessários para fins de implementar o acordo
entre as partes; não há impedimento legal para uma mescla.
 Ainda com base nos ensinamentos da professora Daniela
Monteiro Gabbay, Os MEIOS HETEROCOMPOSITIVOS
se configuram com a presença de um TERCEIRO
IMPARCIAL. Ela cita como exemplo a arbitragem e as
decisões judiciais;
 autotutela, podemos definir, então, como o exercício da
defesa, proteção ou zelo de um determinado bem móvel ou
imóvel, pelas próprias mãos;
 NEGOCIAÇÃO:
1. Envolve somente as partes;
2. Não há uma regulamentação específica;
3. Prevalece o poder argumentativo de cada um;
4. Há entendimento de que a negociação é base dos outros
métodos consensuais de resolução de conflitos;
5. Negociação COMPETITIVA: um GANHA e o outro
PERDE;
6. Negociação COLABORATIVA: esforço mútuo para um
resultado bom para os envolvidos;
FASES DA NEGOCIAÇÃO:
1. PREPARAÇÃO: as partes se conhecem e cada qual
analisará qual estratégia melhor a ser usada durante as
negociações;
2. CONDUÇÃO DA NEGOCIAÇÃO: abertura de diálogos;
troca de informações; ressalta-se a necessidade de se ter
uma ESCUTA ATIVA;
3. RESULTADO: ao final do que avençado entre as partes,
tudo é reduzido a termo; o acordo é firmado;
4. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS: as partes
vislumbram o resultado positivo que foi obtido pela
negociação entre elas; ocorre a percepção de que o resultado
obtido foi muito melhor do que se tivesse sido através do
Judiciário.

 CONCILIAÇÃO: “técnica de autocomposição, [em


que] um profissional imparcial intervém para, mediante
atividades de escuta e investigação, AUXILIAR os
contendores a celebrar um acordo, se necessário expondo
vantagens e desvantagens em suas posições e propondo
saídas alternativas para a controvérsia, sem, todavia,
forçar a realização do pacto”.
 (ESSE CONCEITO DO CNJ JÁ CAIU EM PROVA)
Pensando nessa possibilidade de implantar a cultura de
paz, o CNJ lançou em 21 de agosto de 2006 o
Movimento pela Conciliação. Com o slogan “Conciliar é
legal”, o CNJ objetivou “promover, através da cultura da
conciliação, a mudança de comportamento dos agentes da
Justiça, de todos os seus usuários, dos operadores de
Direito e da sociedade”.
 O CONCILIADOR é um terceiro CAPAZ, que com toda
sua técnica, auxilia as partes a chegarem a um consenso
sobre o que as envolve. Ele pode criar opções sobre o
objeto da demanda discutida;
 Ainda nas palavras da professora (TARTUCE, 2019, pág.
209) que vai dizer: “é essencial que o conciliador
estimule as pessoas a saírem de posturas de acirramento e
se abram a novas possibilidades. Para tanto, é preciso
esclarecer que a perspectiva no mecanismo consensual é
colaborativa, não contenciosa;
 O CONCILIADOR no que dispõe o art. 165, parágrafo
2º, do CPC, “atuará PREFERENCIALMENTE nos
casos em que NÃO HOUVER vínculo anterior entre as
partes, poderá sugerir soluções para o litígio [...]”. Logo,
podemos citar como casos suscetíveis à conciliação, o
acidente de trânsito, as dívidas de valor, compra e venda
de móveis ou imóveis, etc;
 MEDIAÇÃO: O artigo 165, parágrafo 3º, CPC, dispõe
que: “O mediador, que atuará
PREFERENCIALMENTE nos casos EM QUE
HOUVER vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos
interessados a compreender as questões e os interesses
em conflito, de modo que eles possam, pelo
restabelecimento da comunicação, identificar, por si
próprios, soluções consensuais que gerem benefícios
mútuos”.
 Na mediação, os PROTAGONISTAS são as partes e o
mediador é o condutor da comunicação;
 Na conciliação essa esfera de condução do conciliador é
mais ampla;
 Na mediação a espiral do conflito está mais profunda;
 Há necessidade de um preparo técnico;
 O policial militar é um mediador NATO;
 O mediador não é juiz, mas atuará com um líder na
sessão, sem deixar transparecer autoritarismo;
 Conhecimento: SABER, Ter conhecimento de uma
realidade;
 Habilidade: SABER FAZER, Aplicar o conhecimento na
realidade;
 Atitude: QUERER FAZER, Exercer a atividade de forma
plena.
 ARBITRAGEM: Método heterocompositivo;
HISTORICIDADE: “a arbitragem é antiga forma de
solução de conflitos fundada, no passado, na vontade das
partes de submeterem a decisão a um determinado sujeito
que, de algum modo, exercia forte influência sobre elas,
sendo, por isso, extremamente valorizadas suas decisões.
Assim, surge a arbitragem, figurando como árbitro o
ancião ou o líder religioso da comunidade, que intervinha
no conflito para resolvê-lo imperativamente”.
OBSERVAÇÕES SOBRE ARBITRAGEM:
1. Versa sobre direitos patrimoniais DISPONÍVEIS;
2. Economia de tempo, menor burocracia;
3. Legislação: Lei 9307/1996 que foi alterada pela Lei
13.129/2015, que:
4. ampliou o âmbito de aplicação da arbitragem;
5. dispõe sobre a escolha dos árbitros;
6. sobre a interrupção da prescrição;
7. sobre a concessão de cautelares de urgência;
8. carta arbitral e sentença arbitral;
9. ARBITRAGEM DE DIREITO: o árbitro decide com
base nas regras do direito, mas há liberdade de as partes
decidirem quais regras serão aplicadas ao caso concreto,
desde que não afete os bons costumes e a ordem pública;
10. ARBITRAGEM DE EQUIDADE: decisão com base
na razoabilidade, ao que é justo e equânime. Ainda que
contraria à lei, mesmo parecendo estranho;
11. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM (GÊNERO): 3.1)
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA e 3.2)
COMPROMISSO ARBITRAL;
12. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA (cláusula
arbitral): prevista em contrato PREVIA E
ABSTRATAMENTE. OBJETO: em um contrato
ESPECÍFICO, estipula-se que TUDO será resolvido pela
arbitragem e NÃO na esfera judicial. EM REGRA, ela é
obrigatória;
13. COMPROMISSO ARBITRAL: o CONFLITO já
existe e as partes convencionam que a demanda será
resolvida pela arbitragem;
14. O ÁRBITRO pode ser qualquer pessoa capaz
civilmente, desde que plenamente aceita e que produza
um trabalho eficaz e de confiança;
15. Os chamados a resolver a demanda deve ser SEMPRE
em NÚMERO ÍMPAR;
16. Caso os árbitros sejam em número PAR, aqueles estão
autorizados, pela lei, a convocar outro de modo que
PREVALEÇA a regra acima;
17. Em havendo divergência, quanto aos dois itens
anteriores, o Judiciário resolverá;
18. SENTENÇA ABRITRAL: título executivo judicial
(art. 515, VI, CPC), o qual é resultado da DECISÃO do
árbitro. Pode ser executada no Judiciário se quem devia
cumprir o que acordado não o faz;
19. A DECISÃO EMITIDA PELO ÁRBITRO NÃO
NECESSITA DE HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL;

 APONTAMENTOS QUANTO A VISÃO HISTÓRICA


DA MEDIAÇÃO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS:
1. A cultura, lugar e tempo influenciam a mensuração do
momento em que se iniciou o uso da mediação na
resolução de conflitos;
2. A maneira como os primeiros habitantes que viviam em
sociedade é estudado pelos antropólogos e historiadores;
3. É possível identificar o uso da mediação em culturas
como a judaica, cristã, islâmica, hindu, budistas,
confucionista e indígena;
4. Na China os envolvidos em conflito se valiam dos
ensinamentos de Confúcio para resolver os problemas;
5. No Japão a mediação se iniciou com os aldeões;
6. Durante a colonização dos EUA, os colonos priorizavam
a cultura do consenso comunitário em detrimento do
individualismo. A mediação começou a ser usada na
seara trabalhista. Em 1931 o Congresso Americano criou
o Departamento de Trabalho que cuidava das mediações
a respeito;
7. Em 1976, Frank Sander iniciou uma revolução na
resolução de disputas em que durante uma conferência
discursou sobre o tema “Variedades de Processos de
Resolução de Disputas”. A professora Fernanda Tartuce
entende que esse momento foi o marco inicial da
mediação como conhecemos hoje;
8. Na Grã-Bretanha, os métodos consensuais de resolução
de conflitos tomaram corpo durante o movimento
“PARENTS FOREVER”, ambientados nos problemas
familiares; Em 1978, na cidade de Bristol, fundou-se o
primeiro serviço de mediação pela assistente social Lisa
Parkinson;
9. Na América Latina começo em 1990. Na Colômbia em
1991 foram instalados centros de mediação que eram
controlados pelo Ministério da Justiça;
10. Na Argentina, o movimento pela mediação começou
em 1991;
11. No Brasil, desde a Constituição do Império que já se
falava na busca da resolução dos conflitos por meio de
mediação ou conciliação;
12. Tivemos todo um processo que perdurou por anos até
termos a mediação como ela é hoje;
13. Vale dizer que a partir da década de 70 que o
movimento de acesso à justiça tomou corpo no sentido de
os direitos do jurisdicionado, sempre buscando pela
melhoria das relações sociais envolvidas nas disputas;
 NECRIM: CRIADO PELO DECRETO Nº 61.974, DE
17 DE MARÇO DE 2016:
1. À Polícia Civil ficou definida a incumbência de polícia
judiciária, ressalvada as competências da Polícia Federal;
2. Ao NECRIM cabe atuar nos crimes de menor potencial
ofensivo com PENA MÁXIMA DE 2 (DOIS) ANOS;
3. Com base na lei 9099/95 o NECRIM se vale de métodos
consensuais de solução de conflitos (JUSTIÇA
RESTAURATIVA), orientando-se pela oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual,
celeridade buscando, sempre que possível, a conciliação e a
transação;
4. No site da PC consta artigo que foi publicado mencionando
que a tentativa de resolução do conflito é presidida pelo
Delegado de Polícia, participação da OAB, com posterior
apreciação do MP e, por fim, homologação judicial do
acordo firmado.

OBSERVAÇÕES SOBRE NECRIM:


1. O primeiro NECRIM instalado formalmente foi na cidade
de Bauru-SP por meio de uma PORTARIA DEINTER 4, nº
6 de 15 de dezembro de 2009;
2. Em 2010 instalou-se o primeiro NECRIM na cidade de
LINS-SP;
3. A ideia de NECRIM como conhecemos hoje, surgiu na
cidade de Ribeirão Corrente, comarca de Franca-SP, quando
do atendimento de um delito de dano, buscou conciliar os
envolvidos a fim de se colocar um fim no conflito;
4. Uma mesma demanda pode ser atendida pelo NECRIM e o
NUMEC, pois neste, que é conduzido pela Polícia Militar,
as ocorrências para lá encaminhadas são tratadas na esfera
do Direito Civil;

 O Art. 9 da lei 13.140/15 não evidenciou uma conceituação


do vem a ser um mediador extrajudicial, mas sim
estabeleceu requisitos para a função, dizendo que “poderá
funcionar como MEDIADOR EXTRAJUDICIAL qualquer
pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja
capacitada para fazer mediação, independentemente de
integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou
associação, ou nele inscrever-se”;
 Motivos de IMPEDIMENTO e SUSPEIÇÃO dos juízes se
aplicam aos mediadores e conciliadores;
 Segundo o anexo III da Resolução 125 do CNJ, os
princípios fundamentais que regem a atuação de
conciliadores e mediadores judiciais: confidencialidade,
decisão informada, competência, imparcialidade,
independência e autonomia, respeito à ordem pública e às
leis vigentes, empoderamento e validação:
I – Confidencialidade: dever de manter sigilo sobre todas as
informações obtidas na sessão, salvo autorização expressa das
partes;
II – Decisão informada: dever de manter o jurisdicionado
plenamente informado quanto aos seus direitos e ao contexto
fático no qual está inserido;
III – Competência: dever de possuir qualificação que o habilite à
atuação judicial, com capacitação na forma desta Resolução,
observada a reciclagem periódica obrigatória para formação
continuada;
IV – Imparcialidade: dever de agir com ausência de favoritismo,
preferência ou preconceito, assegurando que valores e conceitos
pessoais não interfiram no resultado do trabalho, compreendendo
a realidade dos envolvidos no conflito e jamais aceitando
qualquer espécie de favor ou presente;
V – Independência e autonomia: dever de atuar com liberdade,
sem sofrer qualquer pressão interna ou externa, sendo permitido
recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as
condições necessárias para seu bom desenvolvimento, tampouco
havendo dever de redigir acordo ilegal ou inexequível;
VI – Respeito à ordem pública e às leis vigentes: dever de velar
para que eventual acordo entre os envolvidos não viole a ordem
pública, nem contrarie as leis vigentes;
VII – Empoderamento: dever de estimular os interessados a
aprenderem a melhor resolverem seus conflitos futuros em função
da experiência de justiça vivenciada na autocomposição;
VIII – Validação: dever de estimular os interessados a
perceberem-se reciprocamente como serem humanos merecedores
de atenção e respeito;
Oscar Wilde: “Ética é o conjunto de valores e princípios que
nós usamos para decidir as três grandes questões da vida:
Quero?, Devo?, Posso? Tem coisa que eu quero mas não devo,
tem coisa que eu devo mas não posso e tem coisa que eu posso
mas não quero."
REGRAS DE CONDUTA NAS CONDIÇÕES DAS
MEDIAÇÕES:
I – Informação: dever de esclarecer os envolvidos sobre o método
de trabalho a ser empregado, apresentando-o de forma completa,
clara e precisa;
II – Autonomia da vontade: dever de respeitar os diferentes
pontos de vista dos envolvidos, assegurando-lhes que cheguem a
uma decisão voluntária e não coercitiva;
III – Ausência de obrigação de resultado: dever de não forçar um
acordo e de não tomar decisões pelos envolvidos;
IV – Desvinculação da profissão de origem: dever de esclarecer
aos envolvidos que atuam desvinculados de sua profissão de
origem;
V – Compreensão quanto à conciliação e à mediação: dever de
assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um acordo,
compreendam perfeitamente suas disposições;
Finalidades do Código de Ética: O Código de Ética dos
Conciliadores e Mediadores Judiciais está previsto como Anexo
III da Resolução 125/10 do CNJ.
É um verdadeiro fio condutor dos atos do mediador;

 O Código tem por finalidades:


a) assegurar o desenvolvimento da Política Pública de tratamento
adequado dos conflitos;
b) assegurar a qualidade dos serviços de conciliação e mediação
enquanto instrumentos efetivos de pacificação social e de
prevenção de litígios;

 SISTEMA DE MEDIAÇÃO JUDICIAL (o mediador não


precisa ser graduado em Direito):
1. MEDIAÇÃO PRÉ-PROCESSUAL (ocorre antes do
processo e as partes são CONVIDADAS e não intimadas);
2. MEDIAÇÃO PROCESSUAL (aqui o conflito já foi levado
ao conhecimento do juiz para que este resolva o problema,
caso não haja acordo, pois mesmo no campo judicial, ainda
é possível tentar a mediação);
3. MEDIAÇÃO INCIDENTAL (quando a demanda já tenha
sido levada ao conhecimento do Judiciário, mas o juiz, ou
até mesmo os advogados das partes, entendem que os fatos
devem ser levados ao CEJUSC ou NUMEC para tentar a
conciliação ou mediação);
 MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL (viabilizada pelo
NÚCLEO DE MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA, O QUAL
AINDA NÃO TEM PARCERIA COM O PODER
JUDICIÁRIO);
 O Direito Brasileiro filia-se à corrente do “CIVIL LAW”;
 Inicialmente, os métodos alternativos de solução de
conflitos tem sua base na Resolução 125 do CNJ;
 Exposição de Motivos do CPC: foco é RESOLVER
PROBLEMAS;
 Código de Processo Civil de 2015 regulou a conciliação e
mediação;
 Primazia da boa-fé, bom senso, razoabilidade;
 CPC de 2015 possui uma Parte Geral;
 Artigo 3º caput do CPC trouxe a máxima de que não se
excluirá da apreciação judicial ameaça ou lesão a direito;
 Parágrafo 2º do artigo acima, dispõe que o Estado
promoverá, sempre que possível, a solução dos conflitos;
 Parágrafo 3º dispõe que a conciliação, mediação e outros
MÉTODOS devem ser estimulados;
 Conciliadores e mediadores SÃO AUXILIARES DA
JUSTIÇA;
 A LEI DETERMINA QUE O MEDIADOR JUDICIAL
SEJA:
1. Pessoa capaz, nos termos do Código Civil;
2. Graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino
superior de
3. Instituição reconhecida pelo MEC;
4. Sejam capacitados para mediar, pelas escolas formadoras de
mediadores.

 PROVIMENTO 2287/15 DO CONSELHO SUPERIOR


DA MAGISTRATURA DO TJSP (caso pergunte sobre
esse provimento em específico, pois muda alguns
requisitos)
1. Capacitado por entidade habilitada junto ao Núcleo
Permanente de Métodos Consensuais de Solução de
Conflitos – NUPEMEC;
2. Ser brasileiro NATO ou NATURALIZADO, com idade
MÍNIMA de 21 anos;
3. Graduado há pelo menos 2 anos em curso superior;
4. Pleno gozo dos direitos políticos;
5. Não sofre incapacidade que impossibilite o exercício da
função;
6. Não ser cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo
ou afim, em linha reta ou colateral, até o TERCEIRO
GRAU INCLUSIVE, do Juiz Coordenador, do Juiz
Coordenador Adjunto, bem como do Chefe de Seção
Judiciária responsável pelo CEJUSC;
7. Não ter sofrido penalidade administrativa nem praticado
ato desabonador no exercício de cargo público, da
advocacia ou da atividade pública ou privada;
 APONTAMENTOS SOBRE A BASE LEGAL DA
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS:
1. O mediador judicial deve ser inscrito no cadastro
nacional e em cadastro do Tribunal de Justiça ou Tribunal
Regional Federal respectivo;
2. A audiência de conciliação ou mediação será designada
desde que observado o preenchimento dos requisitos
legais e não for caso de improcedência liminar do pedido
(há divergência na doutrina);
3. Em manifestação por ESCRITO, Ambas as partes
DEVEM querer participar da mediação;
4. AUTOR se manifesta já na PETIÇÃO INICIAL;
5. RÉU deverá se manifestar 10 DIAS antes da audiência
marcada;
6. A presença de advogado é OBRIGATÓRIA?
Entendimento do CNJ; o que diz a LEI;
7. Termo de mediação pode ser FRUTÍFERO,
INFRUTÍFERO, AUSÊNCIA DO RECLAMANTE, DO
RECLAMADO, OU DE AMBOS;
8. FRUTÍFERO = TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL
(após homologação judicial);
9. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL a decisão é levada ao
Judiciário para o CUMPRIMENTO DA SENTENÇA;

 MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL:
1. Ocorre no ambiente extra-fórum;
2. Não tem auxílio dos funcionários do fórum;
3. É desenvolvida por mediadores sem qualquer vínculo
com o fórum;
4. O mediador extrajudicial é de livre escolha das partes
envolvidas;
5. MEDIADOR EXTRAJUDICIAL: não existe conceito,
só requisitos para sua definição:
6. Qualquer pessoa capaz;
7. Seja de confiança das partes;
8. Seja capacitada para atuar como mediador (PM, líder
comunitário, padre, dentre outros);
 CÂMARAS PRIVADAS:
1. São empresas privadas de mediação e conciliação
(CAMCESP) dedicadas ao exercício dos métodos de
resolução de conflitos em caráter privado;
2. No Brasil ainda está no início;
3. Foi previsto no CPC a criação dessas câmaras;
4. Realiza todos os procedimentos de mediação; manutenção
de cadastros dos mediadores;
5. Arquiva documentos sigilosos;
6. Pode ser constituída como pessoa jurídica de direito
privado, com ou sem fins lucrativos;
7. Pessoas jurídicas de direito público x pessoas jurídicas de
direito privado;
8. Deve ser cadastrada em seu respectivo Tribunal;
9. Os mediadores podem prestar serviços de forma voluntária o
remunerada;
10. Para se credenciarem, as Câmaras precisam realizar
audiências não-remuneradas como resposta de cunho social;
11. As câmaras requerem ao NUPEMEC sua habilitação
junto ao TJSP;
12. 20% das demandas serão gratuitas, sem qualquer ônus
às partes;

 CÂMARAS DE ARBITRAGEM:
1. Trata-se de forma heterocompositiva de solução de
conflitos;
2. O árbitro, no exercício da função ou em razão dela,
equipara-se a funcionário público para os efeitos da lei
penal;
3. Divergência doutrinária se a arbitragem é ou não
jurisdição;
4. O árbitro pode ser qualquer profissional;
5. Trata-se de uma justiça privada;
6. A sentença arbitral não está sujeita a recurso ou a
homologação judicial;
7. Prazo de 10 dias para ser marcada a audiência que dura,
em média, 2 horas e é única;
8. Quanto ao mérito não pode haver interferência judicial,
ressalvado no que toca às questões formais do
procedimento que porventura estiverem viciadas;
 MED-ARB:
1. Forma híbrida de utilizar a mediação e a arbitragem em
uma mesma demanda;
2. Para ocorrer essa situação, é necessária sua convenção ou
cláusula denominada de ESCALONADA;
3. Existem divergências sobre a utilização dessa ferramenta;
 POLICIAL MILITAR NO LOCAL DA
OCORRÊNCIA:
1. Impossível identificar as reais intenções dos indivíduos
quando do primeiro contato;
2. O que se trata na mediação é restrito àquilo que levado ao
conhecimento do mediador como objeto da demanda;
3. Priorizar o diálogo de modo que não se perca as rédeas da
ocorrência com a qual se depara;
4. O Policial precisa ser técnico quando atender as
ocorrências;
5. Poder de persuasão.
6. O império da IMPARCIALIDADE e a conexão com a
realidade com a qual se depara;
7. A MEDIAÇÃO É UMA FERRAMENTA para o policial
militar e não a atribuição de mais serviço;
8. Exemplo da pessoa que varre a calçada e joga o lixo na
do vizinho;
9. Uma sociedade desconectada da realidade (desrespeito
mútuo, raiva, ansiedade, falta de paciência);
10. Nunca o PM irá conseguir acabar com os problemas;
11. Todo PM é um mediador comunitário;
 RAPPORT:
1. Estabelecer uma relação de confiança; simpatia; empatia;
compreensão recíproca;
2. Segundo a doutrina, é tema da psicologia; o primeiro
contato, faz toda a diferença;
3. Criação de um ambiente adequado de conversa;
demonstre interesse pelos fatos antes de qualquer reação;
linguagem corporal e argumentos adequados;
 QUESTÕES: é a ideia de que “são os pontos que dizem
respeito à matéria tratada na mediação, em torno dos quais
existem controvérsias”;
 INTERESSES: diz respeito “[a]os aspectos da controvérsia
que mais importam para uma ou para ambas as partes.
Juridicamente, os interesses são qualificados como a razão
que existe entre o homem e os bens da vida (tutelado pelo
Direito)”;
 SENTIMENTOS: diz respeito à expressão de sentimentos
(como ressentimento, ódio, frustração, inveja, ciúmes,
medo, mágoa, amor, dentre tantos outros);
 O policial-mediador deve se despir de qualquer influência
externa;
 Desvincular-se de qualquer circunstância que possa afetar a
balança do equilíbrio entre as partes;
 Meus valores, minhas crenças e minha formação anterior
devem ser guardados; (em havendo qualquer
impossibilidade, solicitar suspeição);
 Mediador deve primar pela aplicação de todas as fases da
mediação, técnicas, ferramentas, dentre outros;
 Livro “O Corpo Fala”
 A TEORIA DOS JOGOS:
1. é uma teoria matemática criada para se modelar
fenômenos que podem ser observados quando dois ou
mais “agentes de decisão” interagem entre si;
2. pode ser definida como a teoria que estuda a escolha de
decisões ótimas sob condições de conflito;
3. estuda situações estratégicas em que participantes se
engajam em um processo de análise de decisões baseando
sua conduta na expectativa de comportamento da pessoa
com quem se interage;
4. O conflito pode ser entendido como a situação na qual
duas pessoas têm de desenvolver estratégias para
MAXIMIZAR seus ganhos, de acordo com certas regras
preestabelecidas;
5. Teve estudo com base nas ideias do matemático francês
Émile Borel, o qual observou os jogos de mesa sob esse
prisma. Seus estudos tiveram início a partir do pôquer,
especialmente quanto ao blefe dos jogadores. Isso o
levou a ter inúmeras conclusões acerca do que um
jogador deve fazer sobre as possibilidades de jogada do
seu adversário;

 O EQUILÍBRIO DE JOHN NASH


1. um jogador (ou parte) baseia suas ações no pensamento
que ele tem da jogada do seu adversário que, por sua vez,
baseia-se nas suas ideias das possibilidades de jogo do
oponente;
2. O último objetivo de Borel foi determinar a existência de
uma estratégia ótima (no sentido de que, se seguida,
levaria à vitória do jogador ou parte);
3. John von Neumann sistematizou e formulou com
profundidade os principais arcabouços teóricos sobre os
quais a teoria dos jogos foi construída;
4. A regra básica das relações, para Adam Smith, seria a
competição. Se cada um lutar para garantir uma melhor
parte para si, os competidores mais qualificados
ganhariam um maior quinhão;
5. Nesse sentido, para Von Neumann, sua teoria seria
totalmente não-cooperativa. John Nash, a seu turno,
partiu de outro pressuposto. Enquanto Neumann partia da
ideia de competição, John Nash introduziu o elemento
cooperativo na teoria dos jogos;
6. A ideia de cooperação não seria totalmente incompatível
com o pensamento de ganho individual, já que, para
Nash, a cooperação traz a noção de que é possível
MAXIMIZAR GANHOS INDIVIDUAIS cooperando
com o outro participante (até então, adversário).
7. Se todos fizerem o melhor para si e para os outros, todos
ganham;
8. O equilíbrio é um par de estratégias em que cada uma é a
melhor resposta à outra: é o ponto em que, dadas as
estratégias escolhidas, nenhum dos jogadores se
arrepende, ou seja, não teria incentivo para mudar de
estratégia, caso jogasse o jogo novamente.
9. se todos os envolvidos cooperarem, o resultado da
demanda será positivo. Não há perdedor ou vencedor,
mas sim pessoas que encontraram um ponto de
confluência em suas convicções;
Cooperar não é ser um vassalo em relação ao seu interlocutor,
mas sim ambos convergirem para a mútua pacificação;
Competir, em um ambiente de mediação de conflitos, pode ser
que não surta o efeito esperado, qual seja, a resolução do conflito.
Diante disso, importante buscar o meio termo.

 TEORIA DOS JOGOS E MEDIAÇÃO DE


CONFLITOS: Comportamentos competitivos são alvos de
objetivos pessoais; comportamentos cooperativos ensejam
ganhos mútuos. É nessa perspectiva que se busca analisar a
mediação com base nessa teoria, uma vez que esse método
de solução de conflitos se destaca dos demais pela
valorização dos interesses e sentimentos dos indivíduos
inseridos num ambiente de controvérsia.

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