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Descrição e Interpretação Da Atividade Cognoscitiva - Teorias
Descrição e Interpretação Da Atividade Cognoscitiva - Teorias
Actividade Cognoscitiva
Todo o conhecimento envolve uma crença. (Quando sabemos algo, acreditamos nesse
algo). Sem crença não há conhecimento.
“Designaremos doravante por juízos a priori não aqueles que dependem desta ou
daquela experiência, mas aqueles em que se verifica absoluta independência de toda e
qualquer experiência. A estes opõe-se o conhecimento empírico, o qual é o
conhecimento apenas possível a posteriori, isto é, através da experiência.”
Kant, Crítica da Razão Pura
Imanente Transcendente
Do ponto de vista Do ponto de vista gnosiológico
gnosiológico* diz-se que a diz-se que a realidade que o
razão é uma capacidade sujeito do conhecimento
imanente ao homem, quer pretende conhecer lhe é
dizer, está na sua natureza ou transcendente, quer dizer, o
essência, é uma característica ultrapassa, está no seu
co-presente. exterior, é objecto (objectum).
(1596 – 1650)
Racionalismo: Posição filosófica segundo a qual a razão tem
um papel preponderante na aquisição de conhecimento.
Racionalismo cartesiano:
- A razão é fonte do conhecimento verdadeiro;
- O conhecimento verdadeiro só existe quando é logicamente
necessário e universalmente válido;
- O modelo do conhecimento verdadeiro: matemática.
Descartes procurou fundar o conhecimento certo e
verdadeiro. Começou por utilizar a dúvida:
“Como fomos crianças antes de sermos homens, e
ora julgámos bem ora mal as coisas que se nos
apresentam aos sentidos, quando ainda não
tínhamos o uso da razão, vários juízos apressados
nos impedem de alcançar o conhecimento da
verdade, e de tal maneira nos tornam confiantes,
que não há sinal de que deles nos possamos
libertar se não tomarmos a iniciativa de duvidar,
uma vez na vida, de todas as coisas em que
encontrarmos a mínima suspeita de incerteza.”
Descartes, Princípios da Filosofia
Este texto expressa a essência do método cartesiano na
investigação da verdade: a dúvida.
DÚVIDA
Características
Metódica Considera como provisoriamente
falso aquilo que se pode colocar em
dúvida, mas com o intuito de o
submeter a uma análise racional.
Hiperbólica e radical Estende-se quer ao conhecimento
sensorial ( a posteriori), quer ao
conhecimento racional (a priori).
Catártica ou purificadora Liberta a razão dos falsos princípios.
. A filosofia só pode erguer-se com
fundamentos sólidos pelo recurso à dúvida. E
Descartes começa por colocar em dúvida todo
o conhecimento: o sensorial porque «os
nossos sentidos nos enganam algumas vezes»
e o racional porque «há homens que se
enganam ao raciocinar, até nos mais simples
temas da geometria, e neles cometem
paralogismos».
.Os enganos dos sentidos, os erros racionais e
as ilusões dos sonhos dão motivo a Descartes
para duvidar de todo o conhecimento.
É preciso encontrar crenças que resistam à
dúvida, a partir das quais seja possível
justificar infalivelmente outras crenças ou
convicções. Aquelas que não são indubitáveis
devem ser rejeitadas.
Assim, o recurso à dúvida é um meio (um
método) para chegar à certeza, ao
fundamento seguro do conhecimento.
.Desconfiando dos dados provenientes dos
sentidos, é na razão – nas ciências
matemáticas – que Descartes deposita a sua
confiança, dado que possuem «um objecto
tão simples e livre de toda a incerteza que
possa provir da experiência e por consistirem
apenas em deduzir consequências da razão».
É, portanto, um conhecimento a priori.
Por isso, pretende adoptar na filosofia um
método tão rigoroso como o da matemática,
capaz de conferir aos enunciados filosóficos um
estatuto científico (de rigor) e enuncia, na
obra Discurso do Método, as seguintes regras
para a condução do espírito:
1ª Regra: Evidência «Nunca aceitar como verdadeira qualquer coisa, sem a
conhecer evidentemente como tal, isto é, evitar
cuidadosamente a precipitação; não incluir nos meus juízos
nada que se não apresentasse tão clara e distintamente ao
meu espírito, que não tivesse nenhuma ocasião para o pôr em
dúvida.» (Critério das ideias claras e distintas)
2ª Regra: Análise «Dividir cada uma das dificuldades que tivesse de abordar no
maior número possível de parcelas que fossem necessárias para
melhor as resolver.»
3ª Regra: Síntese «Conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos
objectos mais simples e fáceis de conhecer, para subir pouco a
pouco até ao conhecimento dos mais compostos.»
4ª Regra: «Fazer enumerações tão completas e revisões tão gerais, que
Enumeração tivesse a certeza de nada omitir.»
Ler o texto do manual, pág. 157-158. Percurso mental de Descartes:
1. Se duvido, penso.