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Faculdades Oswaldo Cruz - R2
Faculdades Oswaldo Cruz - R2
BACHAREL EM QUÍMICA
SÃO PAULO
2024
FACULDADES OSWALDO CRUZ
BACHAREL EM QUÍMICA
São Paulo
2024
INTRODUÇÃO
Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço e possui massa. É tudo aquilo que pode
ser tocado, visto, sentido ou medido, é considerado matéria. (DIAS, 2023)
A matéria é composta de átomos, que são as unidades básicas de todos os elementos
químicos. Os átomos combinam-se para formar moléculas, que por sua vez se organizam em
substâncias e materiais mais complexos. (GIACOMINI, 2022)
Cada matéria, possui características e propriedades específicas, sejam elas físicas ou
químicas e podem ser usadas para descrever e/ou identificar substâncias.
A palavra "fenômeno" abrange tudo o que pode ser observado na natureza, sendo um
fato ou evento passível de descrição e explicação científica. As transformações da matéria são
categorizadas em dois principais grupos: fenômenos físicos e fenômenos químicos.
(ANTUNES, 2015)
Os fenômenos ou transformações são termos utilizados para descrever alguma
modificação na matéria, seja em sua composição ou estrutura. (MALDANER, PIEDADE,
1995)
Fenômenos físicos são aqueles que provocam mudanças na matéria sem que ocorra uma
alteração em sua composição química. Em outras palavras, são eventos nos quais não há
formação de novas substâncias. Esses estão ligados às mudanças de estado físico da matéria -
sólido, líquido e gasoso-, à solubilidade de substâncias, à condução de calor ou eletricidade,
bem como às alterações nas dimensões da matéria. (SUSSMAN, 2008)
Os fenômenos químicos ocorrem quando há uma alteração na composição química da
matéria, resultando na formação de novas substâncias através da combinação de átomos. Nesses
casos, observa-se uma mudança nas propriedades químicas da matéria, uma vez que sua
natureza é modificada. Nesses processos, os reagentes podem reagir entre si para formar novos
compostos os produtos, liberando ou consumindo energia durante o processo. (SUSSMAN,
2008)
Para compreender esses fenômenos e alcançar os objetivos das análises experimentais,
é fundamental dominar os conceitos de aquecimento a seco, dissolução, precipitação e mudança
de coloração.
O aquecimento a seco é um método empregado para aquecer substâncias sem o uso de
líquidos ou solventes. Neste processo, a amostra é exposta diretamente ao calor, normalmente
por meio de um bico de Bunsen, uma placa de aquecimento ou um forno. Esse método é
frequentemente utilizado em laboratórios para evaporar solventes, conduzir reações químicas
que demandam altas temperaturas ou para secar substâncias. O aquecimento a seco é
especialmente vantajoso quando a substância é sensível à presença de água ou outros solventes.
(FILGUEIRAS, 2002)
A dissolução de substâncias é um processo no qual uma substância se dispersa de forma
homogênea em outra substância, resultando na formação de uma solução. Esse fenômeno
acontece quando as moléculas da substância a ser dissolvida interagem com as moléculas do
solvente e se distribuem uniformemente por ele. (BROWN, JR, BURSTEN, BURDGE, 2002)
Esse processo de dissolução é fundamental em diversos aspectos da química e é
empregado em uma variedade de aplicações, desde a preparação de soluções simples em
laboratório até em processos industriais complexos. (MARTINS, 2013)
Algumas reações químicas podem resultar na formação de substâncias pouco solúveis,
levando ao surgimento de uma outra fase no meio reacional, como um precipitado.
(ANDRADE, 2022)
O principal processo em uma reação de precipitação é a formação de uma fase sólida a
partir de uma solução. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que exista uma solução
supersaturada da substância a ser precipitada, em uma temperatura, definida e mantida
constante. Como este sistema químico é naturalmente instável nessas condições experimentais,
a solução supersaturada tende a provocar a precipitação do excesso de soluto até atingir um
novo estado de equilíbrio, que é uma solução saturada. Os processos fundamentais envolvidos
em uma precipitação estão relacionados com a nucleação e o crescimento dos cristais.
(ANDRADE, 2022)
A mudança de cor em reações químicas pode ser empregada como um indicador visual
para acompanhar o progresso da reação ou para identificar a presença de determinados produtos
ou reagentes. (HONÓRIO, 2006)
É um fenômeno observado quando a cor de uma substância ou solução se altera devido
à formação de novas substâncias durante a reação. Esse efeito visual pode servir como um
indicador importante da ocorrência de uma reação química. (HONÓRIO, 2006)
Contudo, este experimento tem por objetivo, elucidar e distinguir os fenômenos físicos
e químicos.
OBJETIVOS
OBJETIVOS ESPECIFICOS
QUANTIDADE MATERIAIS/REAGENTES
7 Tubo de ensaio
1 Béquer (100 mL)
1 Vidro de Relógio
1 Bico de Bunsen
1 porção Estanho
1 porção Cristais de Iodo
1 porção Cloreto de Sódio
1 pedaço Zinco
Q.s.p Água Deionizada
6 mL Sol. Ácido Clorídrico
1 mL Sol. Sulfato de Sódio
1 mL Sol. Cloreto de Bário
1 mL Sol. Nitrato de Prata
1 gota Sol. Cloreto de Ferro (III)
2 mL Água Deionizada
1 gota Sol. Ferrocianeto de Potássio
1 mL Sol. Tiocianato de Amônio
1 mL Sol. Cloreto de Ferro (III)
1.2. PROCEDIMENTO
1.2.2. Dissolução
A- Adicione em um tubo de ensaio, uma porção de NaCl (s) e H2O (liq) em quantidade
suficiente para dissolução do sal. Em seguida, aqueça a solução, utilizando o bico
de Bunsen até a cristalização do sal dissolvido. Observe as mudanças e anote-as.
B- Adicione um pedaço de zinco a um tubo de ensaio. Logo após, adicione 5 mL de
solução de HCl (aq), e espere a dissolução completa do zinco. Em seguida, aqueça a
substância, utilizando o bico de Bunsen, de modo que ocorra a evaporação de H2O
(g) e HCl (g), resultando na formação de um precipitado. Observe as transformações
e anote-as.
1.2.3. Precipitação
A- Em um tubo de ensaio, adicione 1 mL de sol. de Na2SO4 (aq) e 1 mL de sol. de BaCl2
(aq). Agite a mistura e posteriormente, colocar o tubo de ensaio em repouso até que o
precipitado decante. Observe e anote os fenômenos.
B- Adicione 1 mL de sol. HCl (aq) e 1 mL de sol. de AgNO3 (aq) em um tubo de ensaio,
agitando a mistura. Logo após, observe e anote.
C- Coloque 2 mL de água deionizada e 1 gota de sol. de FeCl3 (aq) em um tubo de ensaio,
agite a mistura, observe e anote. Em seguida, adicione 1 gota de sol. de K4[Fe(CN)6]
(aq), agite cuidadosamente e anote.
1.2.4. Mudança de coloração
A- Adicione 1 mL de sol. de FeCl3 (aq) e 1 mL de sol. de NH4SCN (aq) em um tubo de
ensaio, agite a mistura, observando e anotando o processo de transformação que
ocorre.
2. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao aquecer o estanho, utilizando o bico de Bunsen, foi possível observar que amostra
fundiu, passando do estado sólido para o líquido, e ao resfriar, houve a solidificação da amostra,
novamente.
Segundo o conhecimento literário, ponto de fusão é dado quando um sólido atinge uma
certa temperatura e passa para o estado líquido, (LEAL, J.P. 2014). Neste experimento, foi
possível observar que a amostra de estanho começou a amolecer mediante o fornecimento de
calor, ou seja, conforme a temperatura aumentava, o estanho mudava seu estado físico, até que
ficou líquido, provavelmente, ao atingir seu ponto de fusão, que é de aproximadamente 231,9ºC.
O experimento de aquecimento a seco do estanho foi bem-sucedido na determinação e
observação de fenômenos físicos. Os resultados obtidos estão de acordo com os esperados para
o estanho puro.
Com os cristais de iodo num béquer tampado por um vidro de relógio, ao ter o
fornecimento de temperatura, foi possível observar que os cristais passaram por mudanças
físicas, sem que houvesse a formação de líquido, ou fusão dos cristais, indicando que houve um
processo de sublimação dos cristais, cujo o sólido para o estado gasoso. É possível tomar ciência
também, que esse processo ocorreu em temperatura inferior ao ponto de fusão do iodo, que é
de aproximadamente 113,7ºC.
Observou-se também, que esse processo provocou uma alteração na coloração, onde a
sublimação dos cristais formou vapores de coloração roxa, mas sem que houvesse alteração
química do componente.
Os resultados obtidos estão de acordo com o comportamento esperado para o iodo puro,
que sublima abaixo de sua temperatura de fusão. Indicando que o processo é um fenômeno
físico, e não químico, visto que não houve formação de novas substâncias.
2.2. DISSOLUÇÃO
2.2.2. Zinco
2.3. PRECIPITAÇÃO
Ao adicionar o cloreto de ferro III a água deionizada, não foi possível observar nenhuma
mudança significativa na substância. No entanto, quando as soluções de cloreto de ferro III e
ferrocianeto de potássio foram misturadas foi possível observar a mudança de coloração, que
passou ao tom azul, e a formação de um precipitado de cor azul escuro.
Verificando a reação, nota-se que o precipitado é hexacianoferrato II de ferro III, ou
ferrocianeto férrico, ou azul da Prússia, que é o produto da reação de cloreto de ferro III e
ferrocianeto de potássio: 4 FeCl3 (aq) + 3 K4[Fe(CN)6] (aq) → Fe4[Fe(CN)6]3 (s) + 12 KCl (aq).
Ao analisar a literatura, torna-se sabido que o ferrocianeto férrico ou azul da Prússia é
um pigmento azul, muito utilizado em pinturas, tingimentos de tecidos, etc.
Contudo, o experimento de reação entre cloreto de ferro III e ferrocianeto de potássio
foi bem-sucedido na formação de um precipitado de ferrocianeto férrico, elucidando a formação
de um fenômeno químico. Os resultados observados estão de acordo com a equação química
balanceada para a reação entre os dois compostos. A formação imediata do precipitado azul
escuro confirma a presença de íons ferro III na solução de cloreto de ferro III.
ANDRADE, João Carlos de. “Química analítica básica: as reações de precipitação”; Chemkeys.
Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/chemkeys/article/view/9830.
Acesso em 27 de abril de 2024.
BROWN, T. L.; JR, H. E. L.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R.. Química: a ciência central.
9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. 952 p. ISBN 85-87918-42-7.
SUSSMAN, Art. Guia do Dr.Art para a ciência: interligando átomos, galáxias e tudo mais para
uma compreensão divertida da vida e do universo. São Paulo: Cultrix, 1. ed. 2008. pp. 55-69.