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A noção de

cultura
Luana Bellini Klein
Cultura para Canclini (1999)

É um conjunto de processos através dos quais se


representa e se institui imaginariamente o social,
concebe-se e trabalham-se as relações com os outros,
ou seja, as diferenças, e ordena-se sua dispersão e sua
incomensurabilidade mediante uma delimitação que
flutua entre a ordem que faz possível o funcionamento
da sociedade e dos atores que a tornam possível.
Alcy Cheuiche
Pertence à Academia Rio-Grandense de Letras
e é sócio fundador da Associação Gaúcha de
Escritores. Cursou Medicina Veterinária na
UFRGS. Algumas de suas obras:
Sentada no chão
A casa dos dois,
com o filho no colo
distante tapera,
mendiga seu pão.
ficou lá na serra
Moedas pequenas,
com o cheiro do campo
na grande pobreza,
e a fala dos bichos
recebe do povo
que ainda cochicham
na palma da mão.
na sua memória.

É Ana Sem Terra,


É Ana Sem Terra
nascida na serra
tão longe da serra
em meio à fartura
tão longe da vida
das uvas maduras
que não volta mais.
dos louros trigais.

Também foram louros É Ana Sem Terra


seus longos cabelos vencida na guerra
que um homem moreno de um dia de paz.
amava demais.
Intertexto com a obra Ana Terra de Érico Veríssimo.
A personagem representa todo o grupo social que
lutam no Brasil pela posse de áreas rurais para
plantio.
Dedicatória
SUMÁRIO OU O ESPAÇO GEOGRÁFICO
Litoral Sul do Brasil (Três Forquilhas) - Verão de 1958
Porto Alegre - Inverno de 1960
B
Fronteira Sudoeste do Brasil (Santana do Livramento) - Outono de 1964
Litoral Sul do Brasil (Torres) - Verão de 1968
Porto Alegre - Inverno de 1970
Amazônia - Período das Águas de 1976
Porto Alegre - Inverno de 1981
Porto Alegre - Inverno de 1987
Alegrete - Inverno de 1990
Contexto chave

1964-1970 – Golpe militar instaura


uma ditadura no Brasil (1964).
Implantação e consolidação do
monocultivo da soja no RS, pela
ditadura e empresas estrangeiras.
Família Schneider
A casa dos Schneider vista de fora. Uma caixa
de madeira retangular sobre alicerces altos,
pedra bruta. Porcos dormindo debaixo do
assoalho. Paredes pintadas com óleo
queimado. Telhado bicudo, com água-furtada.
Telhas francesas desbotadas pelo sol. Um
enorme sol de três horas da tarde. Chupando
a selva das plantas. Rachando os pés dos
colonos. Dando alegria aos veranistas de
Torres e de todo o litoral. Seca braba. Desde
setembro, nenhuma gota de chuva boa. Muita
armação durante a noite. Muita esperança.
Menos para o velho Schneider [...] (CHEUICHE,
1998, p. 15-16).
Ana Schneider

Oriunda de uma família


descendente de imigrantes
alemãs, cresce em um
minifúndio arenoso no
litoral do RS, na cidade de
Três Forquilhas/RS,
Representação:
Teologia da Libertação
Envolvimento do clero
na luta armada
Esquerda Católica
A igreja mudou muito nos últimos anos,
Doutor Roberto [delegado do DOPS].
Depois do papa João XXIII… […]… e hoje de
Padre Willy Paulo VI, a maioria de nós fizemos a
opção pelos pobres. E os pobres
Schneider(ou o representam 90% da população da
Leonardo Boff?) América Latina (CHEUICHE, 1998, p. 106).
PRISÃO DO PADRE WILLY

Willy e seu amigo Bóris


(sargento trabalhista) são
torturados no dia da
vitória do Brasil na Copa
do Mundo de 1970 por
sua resistência ao regime.
Como Willy é preso, a família
Schneider passa a ser
perseguida, fugindo para Santa
Catarina e posteriormente para
as imediações do Rio Tapajós,
abrigados em um assentamento
de colonos do RS e SC.
Durante o período em que a
família Schneider está no
assentamento no Tapajós,
Ana torna-se professora
dos filhos dos colonos.
Porém, sua família é
assassinada por jagunços.
Ana é violada pelos jagunços e é enviada como
prostituta para os garimpos da Serra Pelada,
sendo resgatada por seu futuro marido, Rafael.
UMA NARRATIVA E MUITOS
RETRATOS: DO EMBRIÃO DO
MST A FAZENDA ANNONI

Ocupação da Fazenda Macali e Brilhante


1981 - ENCRUZILHADA NATALINO
Localizada num entroncamento rodoviário (BR 386)
em direção às quatro maiores cidades da região
(Passo Fundo, Sarandi, Carazinho e Ronda Alta).
Nós somos mais de 500 famílias de agricultores que
vivíamos nessa área (Alto Uruguai) como pequenos
arrendatários, posseiros da área indígena, peões,
diaristas, meeiros, agregados, parceiros, etc. Desse
jeito já não conseguíamos mais viver, pois trás muita
insegurança e muitas vezes não se tem o que comer.
Na cidade não queremos ir, porque não sabemos
trabalhar lá. Nos criamos no trabalho na lavoura e é
isto que sabemos fazer (BOLETIM SEM TERRA, 1981).
1982 – 5ª ROMARIA DA TERRA
1985 - Ocupação da Fazenda Annoni

Localizada em
Sarandi/RS

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