Você está na página 1de 10

Universidade Catolica de Mocambique

Instituto de Educacao a Distancia

Centro de Recursos de Nampula

Fixação do carbono atmosférico pelo processo fotossintético

Lura Fernando Gustavo

Nampula, Maio/2024
Universidade Catolica de Mocambique

Instituto de Educacao a Distancia

Centro de Recursos de Nampula

Fixação do carbono atmosférico pelo processo fotossintético

Lura Fernando Gustavo

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia

Disciplina: Fisiologia Vegetal

Ano de frequencia: 2º, turma P

Docente:

Nampula, Maio/2024
Indice

1. Introdução .......................................................................................................................... 4
2. A fixação do carbono nas plantas ...................................................................................... 5
2.1. Fixação de carbono nas plantas C3................................................................................. 5
2.2. Fixação de carbono nas plantas C4................................................................................. 6
2.3. Fixação de carbono nas plantas CAM ............................................................................ 7
2.3. Comparação entre plantas C3, C4e CAM ...................................................................... 7
Conclusão .............................................................................................................................. 9
Bibliografia .......................................................................................................................... 10
1. Introdução

O presente trabalho tem como tema “Fixação do carbono atmosférico pelo processo
fotossintético”. Para a manutenção da vida, um constante fornecimento de energia é
requerida. Uma diferença fundamental entre plantas e animais é a forma como é obtida a
energia para a manutenção da vida. Os animais obtêm, nos alimentos, os compostos
orgânicos, enquanto a energia química é obtida através da respiração. Plantas verdes
absorvem energia em forma de luz a partir do sol, convertendo-a em energia química no
processo chamado Fotossíntese. (Andrade, 2008; Barbosa,2014). Assim dizemos que as
plantas, de maneira geral as plantas são autotróficas, ou seja se auto-alimentam, enquanto
os animais são heterotróficos. A Fotossíntese está muito ligada a respiração, ou seja pode-
se dizer que a fotossíntese e a respiração são espelho uma da outra.

Do ponto de vista fisiológico, o impacto do ambiente sobre a fotossíntese deseja-se


compreender como a taxa fotossintética responde directamente a factores ambientais como
luz, concentrações de CO2 do ambiente e temperatura, ou indirectamente a factores como
a umidade do ar e umidade do solo, através dos efeitos do controle estomático (Taiz,
2008). Assim, o presente trabalho de Fisiologia Vegetal, tem os seguintes objectivos:

Objectivo geral

• Compreender os processos de fixação do carbono nas plantas

Objectivos específicos

• Descrever os processos de fixação do carbono nas plantas C3, C4 e CAM


• Apresentar esquemas dos processos de fixação do carbono nas plantas C3, C4 e
CAM
• Comparar os aspectos de fixação do carbono nas plantas C3, C4 e CAM

Metodologia

Trata-se duma pesquisa cuja metodologia consistiu na revisão bibliográfica. O trabalho


está dividido em três partes, nomeadamente: introdução, desenvolvimento e conclusões.
2. A fixação do carbono nas plantas

A seguir abordaremos os três tipos de assimilação fotossintética de


CO2 pelas plantas C3, C4 e CAM.

2.1. Fixação de carbono nas plantas C3

Nas plantas C3 o carbono do gás carbónico é fixado através do Ciclo de Calvin-Benson,


em que o carbono de uma molécula de CO2, através de uma reacção de carboxilação
catalisada pela enzima rubisco (ribulose bifosfato carboxilase-oxigenase), é colocado
em uma molécula de 5 carbonos, a ribulose 1,5-bisfosfato (RUBP), formando um
composto instável de 6 carbonos (Ferreira, 2012).

Esse composto é transformado em duas moléculas de três, o ácido fosfoglicéricoou


fosfoglicerato (APG), e em cada molécula de APG é adicionado um fósforo vindo do ATP
eum hidrogénio vindo do NADPH, formando duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato
(PGald), o primeiro açúcar da fotossíntese. Essa fase do Ciclo de Calvin-
Benson é chamada de fase deredução do carbono (Marenco & Lopes, 2015).

Um resumo da fotossíntese C3 pode ser observado na figura abaixo

Figura 1 . Esquema da fotossíntese nas plntas C3. (Fonte: Marenco & Lopes, 2015).
Cerca de 85% das espécies de plantas do planeta são plantas C3, incluindo o arroz, trigo,
soja e todas as árvores.

2.2. Fixação de carbono nas plantas C4

As plantas C4 compreendem cerca de 5% de todas as espécies terrestres e discriminam


menosatomos 13C. São principalmente gramíneas tropicais como o capim elefante, o
milho tambémdicotiledôneas, como o amendoim (Taiz, 2008).

A Fixação de carbono nas plantas C4 ocorre por um mecanismo, denominado de via C4, o
ácido oxalacético, com quatro átomos de carbono, na presença de CO2 reage com o
fosfoenolpiruvato (PEP), que possui três átomos de carbono (Ferreira & Ross, 2012).

Segundo Marenco & Lopes (2015) as plantas C4 reduzem o CO2 a ácido aspártico ou
málico(composto de 4 carbonos), através da enzima fosfoenol piruvato carboxilase (PEP-
case).
Nestas plantas, além da presença da Rubisco, confinada as células Kranz da bainha, é enco
ntrada nascélulas do mesófilo foliar a fosfoenol pirúvico carboxilase (PEP case), uma
enzima com uma afinidade muito maior pelo CO2 do que a primeira. A compartimentação
espacial das duas enzimas faz com que o CO2 fixado pela PEP carboxilase se transloque,
via malato e aspartato, até a bainha dos feixes vasculares, onde ocorre a descarboxilação
com entrada do carbono no ciclo Calvin-Benson. (figura 3).

Figura 2. Modelo C4 da fotossíntese. (Fonte: Marenco & Lopes, 2015).


2.3. Fixação de carbono nas plantas CAM

Uma terceira via de fixação de CO2 ou Metabolismo Ácido Crassuláceo (CAM ou MAC)
evoluiu independentemente em muitas plantas suculentas de clima árido. Nessas plantas,
os ácidos málicos e isocítrico acumulam-se nas folhas durante a noite e são novamente
convertidos em CO2 na presença de luz.

As plantas CAM abrem os estômatos à noite, quando a temperatura e aevapotranspiração


diminuem, favorecendo um aumento da humidade relativa da camada de ar que envolve a
planta (Barbosa, 2014). O CO2 é fixado pela via C4 e é acumulado em forma demalato.
Durante o dia os estômatos permanecem fechados e o carbono acumulado é utilizado
nafotossíntese, aumentando a eficiência na utilização da água (Raven et al ., 2007).

A descarboxilação do malato acumulado no vacúolo durante a noite permite que o CO2


liberadodurante o dia seja incorporado ao ciclo de Calvin-Benson (Rubisco), conforme
figura 3.

Figura 3. Modelo CAM da fotossíntese. (Fonte: Marenco & Lopes, 2015)

Conforme a figura acima as plantas CAM obrigatórias fixam CO2 à noite enquanto as
plantas CAM facultativas podem fixar durante o dia como as plantas C3, sob condições
favoráveis ou de stress hídrico do ambiente.

2.3. Comparação entre plantas C3, C4e CAM

Embora bioquimicamente estes processos de fixação de CO2 sejam iguais aos realizados
pelas plantas C3 e C4, há algumas diferenças acentuadas quanto a compartimentação
temporal dos produtos fotossintéticos nas plantas CAM. Na tabela abaixo estão
relacionados comparativos entre os três principais grupos de plantas (C3,C4 e CAM), de
acordo com o seu mecanismo de fixação de carbono.

Tabela 1: Comparação entre plantas C3, C4e CAM

Característica Plantas C Plantas C4 Plantas CAM


Anatomia Células esponjosas e Mesófilo e células da Células com grandes
paliçadicas bainha do feixevascular vacuolos
Enzimas-chave Rubisco PEP case e Rubisco PEP case e Rubisco
Estômatos Abertos durante o dia Abertos durante o diae Fechados durante o diae
efechados à noite fechados à noite abertos à noite
Fotorrespiração Sim Não detectável Muito baixa
Temperatura
15 - 25 ºC 30 - 40 ºC 35 ºC
ótimapara fotossíntese

Fonte: Adaptado de Andrade (2008)

Plantas C3, C4 e CAM utilizam, todas elas, o ciclo de Calvin para produzir açúcares a
partir de CO2. Estas vias para a fixação de CO2 apresentam diferentes vantagens e
desvantagens e tornam as plantas adaptadas a diferentes habitats. O
mecanismo C3 funciona bem em ambientes frescos, enquanto as plantas C4 e CAM estão
adaptadas a áreas secas e quentes.

Ambas as vias, C4 e CAM, evoluíram independentemente mais de duas dúzias de vezes, o


que sugere que elas podem dar uma significativa vantagem evolutiva às espécies vegetais
de climas secos. Como podemos ver na tabela abaixo:

Separação entre a fixação inicial Estômatos


Tipo Mais adaptado a
de CO2 e o ciclo de Calvin abertos

Ambientes frios e
C3 Nenhuma separação Dia
úmidos

Entre mesófilos e células da bainha Ambientes quentes e


C4 Dia
vascular (espacial) ensolarados

Ambientes muito
CAM Entre a noite e o dia (temporal) Noite
quentes e secos
Conclusão

Tendo em conta os objectivos definidos no trabalho, chegamos as seguintes conclusões:

Nas plantas C3, o carbono do gás carbónico é fixado através do Ciclo de Calvin-Benson,
através de uma reacção de carboxilação catalizada pela enzima rubisco.

As plantas C4 formam como primeiro produto da fotossíntese o ácido oxalacético;

As plantas CAM obrigatórias fixam CO2 à noite enquanto as plantas CAM facultativas
podem fixar durante o dia

Enzimas-chave das plantas C3 é rubisco. Enquanto que nas plantas C4e CAM são PEP
casee Rubisco

As plantas C3 e C4 são caracterizadas por abrirems estômatos durante o dia e fecharem


ànoite. Enquanto que as plantas CAM são caracterizadas por fecharem os estômatos
duranteo dia, assimilando o CO2 durante a noite;

As plantas C3 e C4 são caracterizadas por abrirems estômatos durante o dia e fecharem


ànoite. Enquanto que as plantas CAM são caracterizadas por fecharem os estômatos
duranteo dia, assimilando o CO2 durante a noite;
Bibliografia

• Andrade, G. B. (2008). Fisiologia vegetal . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.


• Barbosa, N. Fotossíntese.(2014). Em: Andrade, G.B. Fisiologia Vegetal. Ed.
Guanabara Coogan. Rio.
• Ferreira, F.B & Ross. C.W. (2012). Fisiologia das plantas. São Paulo: CENCAGE
Learning.
• Marenco,R.A.;Lopes,N.F.(2015). Fisiologia Vegetal: Fotossíntese, respiração, rela
çõeshídricas e nutrição mineral . Editora UFV. Viçosa, MG
• Raven, P. H.; Evert, R. F.; Eichhorn, S. E. (2007). Biologia vegetal . 7. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan..
• Taiz, L..(2008). Fisiologia vegetal . 4. ed. Porto Alegre: Artmed.

Você também pode gostar