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Houssaye - Tradução
Houssaye - Tradução
Jean Houssaye possui uma vasta experiência como educador e formador, tanto em
ambientes escolares quanto em centros de férias, nos quais conduziu vários estudos.
Seus trabalhos essenciais focam no status da pedagogia, que ele concebe como uma
articulação entre a teoria e a prática da educação. Ele formalizou o famoso "triângulo
pedagógico" (saber / professor / alunos) e coordenou, junto à editora ESF, uma obra de
síntese que se tornou autoridade: Pedagogia: uma enciclopédia para os dias de hoje.
Atualmente, Jean Houssaye é professor de ciências da educação na Universidade de
Rouen.
Em seu modelo de compreensão pedagógica, Jean Houssaye define todo ato pedagógico
como o espaço entre três vértices de um triângulo: o professor, o aluno e o
conhecimento. Por trás do conhecimento está o conteúdo da formação: a matéria, o
programa a ser ensinado. O professor é aquele que está alguns passos à frente do
aprendiz e que transmite ou facilita a aprendizagem do conhecimento. Quanto ao aluno,
ele adquire o conhecimento por meio de uma situação pedagógica, mas esse
conhecimento também pode incluir habilidades práticas, habilidades de agir, habilidades
de fazer, entre outros. Os lados do triângulo representam as relações necessárias nesse
ato pedagógico: a relação didática é o vínculo que o professor mantém com o
conhecimento e que lhe permite ENSINAR, a relação pedagógica é o vínculo que o
professor mantém com o aluno e que permite o processo de FORMAÇÃO, e, por fim, a
relação de aprendizagem é o vínculo que o aluno desenvolve com o conhecimento em
sua jornada de APRENDER.
Jean Houssaye observa que, em geral, toda situação pedagógica privilegia a relação de
dois elementos dos três do triângulo pedagógico. Assim, o terceiro elemento é muitas
vezes negligenciado ou subestimado. Tomando o caso do ensino tradicional, prioriza-se
o conhecimento ou programa e o corpo docente com suas responsabilidades de trabalho,
enquanto os alunos não são ouvidos e podem causar tumulto ou dormir. Da mesma
forma, no ensino não-diretivo, a relação pedagógica é primordial e o conhecimento é
muitas vezes inexistente ou reinventado. Finalmente, no ensino à distância e nas TIC, os
professores temem ser excluídos/inúteis ou sobrecarregados de trabalho com os recursos
pedagógicos, pois a relação entre conhecimento e aluno, APRENDER, é priorizada.
Aqui estão as 5 posturas que podemos distinguir e que podemos explicar com uma
frase-chave, uma descrição e um quadro de responsabilidade entre o professor, o
estudante e a tecnologia:
POSTURA DO SABER:
Responsabilidades:
Professor: Produzir conhecimento de forma predominantemente não interativa.
Estudante: Absorver o conhecimento através de notas, registros e aprendizado
individual.
Tecnologia: Auxiliar no armazenamento de informações, ampliação de fontes e
facilitação da pesquisa, permitindo uma interação multimídia.
POSTURA DO ENSINAR:
Frase-chave: "É importante que isso seja transmitido aos estudantes. A missão da
universidade é difundir o conhecimento, apresentando-o de forma conceituada e
validada por um diploma."
O professor é um animador que tem a arte e a maneira de fazer com que os estudantes,
por exemplo, sobre estudos de caso, erros de situação, textos, problemas, etc., aprendam
a pesquisar, experimentar e ocupar uma posição no conteúdo da formação. O estudante,
por meio de trocas nas situações elaboradas pelo professor, descobrirá, organizará
conhecimentos e aprenderá a se posicionar. O instrutor vai ajudar a mobilizar seus
antigos conhecimentos e estruturar seus novos conhecimentos, seja pela maiêutica ou
por debates. O professor privilegia as trocas e as explicações dos estudantes, em vez de
seu discurso, e segue o estudante em sua formação. As TICs permitem o fornecimento
de novas ferramentas de trocas à distância com o professor: seja individualmente ou em
grupos, como ferramentas de trabalho colaborativo, lista de discussão.
POSTURA DO APRENDER:
POSTURA DE EDUCAR
"É importante que o estudante possa utilizar com proveito os recursos do seu ambiente,
expressar suas necessidades e tornar-se autônomo em sua abordagem do
conhecimento. Ele deve saber autoavaliar-se, gerenciar suas competências e se
desenvolver 'ao longo da vida'. Ele é capaz de trabalhar com outros, adaptar-se a
diversas situações e evoluir."
Os três lados do triângulo representam as relações que se estabelecem entre esses três
elementos e que, de acordo com sua natureza, podem induzir ou definir tal ou qual
modelo pedagógico. Definimos o modelo pedagógico como um conjunto de elementos
que determinam e orientam a organização e a ação pedagógica. Esses modelos
representam referências mais ou menos conscientes por parte daqueles que os utilizam.
Se adotarmos um ponto de vista mais amplo, existencial, podemos dizer que se formar é
o ato daquele que adquire sua própria forma, por meio de uma "atribuição de sentido"
ao seu "ser no mundo". Toda formação atua em meu sistema de representação do
mundo e a formação que reconheço é aquela em que me construí no encontro com o
outro, comigo mesmo e com o mundo.
Nas sociedades tradicionais, a formação é realizada pelos pais - uma pessoa que exerce
a mesma profissão que seus pais - ou pelo grupo social: família, aldeia, ... A formação é
então frequentemente concebida de maneira empírica.