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O BRINCAR: Uma

exposição teórica

Winnicott

Profª Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira


"É no brincar, e talvez apenas no brincar,
que a criança ou o adulto fruem na sua
liberdade de criação", e completa: "é no
brincar, e somente no brincar, que o
indivíduo, criança ou adulto, pode ser
criativo e utilizar sua personalidade
integral: e é somente sendo criativo que
o indivíduo descobre o eu (self)"
(Winnicott,1975: 79-80).
WINNICOTT

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 Para Winnicott, todo indivíduo possui
uma tendência inata ao amadurecimento
e, para que essa tendência se concretize, é
necessário a adaptação do meio ambiente
ao bebê e suas necessidades.
 Essa adaptação é exigida mais
intensamente no relacionamento do bebê
com sua mãe (ou alguém que faça esse
papel), que aceite a ideia de ser
responsável por um bebê.

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Criatividade primária
 Tomando como certa a questão da
criatividade primária como ingrediente
particular e constituinte básico para o
desenvolvimento da capacidade de brincar,
passa-se então para a questão de situar o
brincar em um espaço no qual ele se torna
possível. Para isso, é necessário esclarecer
que uma das características do brincar é
que ele não é nem da ordem da realidade
externa nem da realidade interna
propriamente dita, está em um meio entre
ambos.

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Espaço potencial
 O brincar se desenvolve dentro de um
espaço potencial, numa zona
intermediária, nem dentro, nem fora, nem
realidade interna, nem realidade
objetivamente percebida, nem no Eu, nem
no Não-Eu, mas no entre ambos, de
modo que, ao mesmo tempo que não está
contido neles, os preserva e harmoniza.

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Teoria da Brincadeira
1. O bebê e o objeto estão fundidos um no outro.
2. O objeto é repudiado, aceito de novo e
objetivamente percebido.
3. Ficar sozinho na presença de alguém. A criança
está brincando agora com base na suposição de que
a mãe ou a substituta está disponível e é digna de
confiança.
4. Fluir duas áreas da brincadeira: Primeiro a mãe
brinca com a criança, mas com cuidado suficiente
para ajustar-se às atividades lúdicas da criança.
Depois a criança introduz seu próprio brincar.
Desse modo está preparado o caminho para um
brincar conjunto num relacionamento.

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O Brincar para Winnicott

 Winnicott redimensionou o conceito da


brincadeira, situando o brincar do analista
e o valor que essa atividade possui em si,
instituída como uma atividade infantil, e
que também faz parte do mundo adulto.

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O Brincar para Winnicott

 Para ele os analistas infantis por se


ocuparem tanto dos possíveis significados
do brincar não possuíam um claro
enunciado descritivo sobre o brincar. Para
ele "Brincar é algo além de imaginar
e desejar, brincar é o fazer."

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O Brincar para Winnicott

 Winnicott aproximou a sessão de


psicanálise à noção do brincar. Para ele, a
sessão se dá mediante a sobreposição de
duas áreas do brincar - a do paciente e a
do analista.

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O Brincar para Winnicott
 Para a criança, o
brincar é sua
linguagem
(expressa suas alegrias,
frustrações, habilidades
e dificuldades". É a
maneira encontrada
para se expressar no
mundo e comunicar a
sua realidade interior.

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O Brincar para Winnicott
 A Ludoterapia

 Mostra que O BRINCAR ajuda a criança a SE


EXPRESSAR, a conhecer A SI MESMA e ajuda o
terapeuta a entender seus PROBLEMAS
EMOCIONAIS. É o ramo da psicologia que se
constitui tendo o LÚDICO como uma possibilidade.

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O Brincar para Winnicott
 Se o paciente não pode brincar, o
trabalho do analista é ajudá-lo a sair desta
impossibilidade para a situação daquele
que brinca.

 Se o analista ele mesmo não pode


brincar, neste caso simplesmente não
serve para o ofício.

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O Brincar para Winnicott
 Winnicott considera
a criança em processo
contínuo de constituir-se
sujeito em um corpo
que se desenvolve,
amadurece e cresce em
inter-relação
permanente com o
ambiente, em sua teoria
explicita que pelo
brincar a criança se
apropria de experiências
com e através de
um espaço situado entre
o real e a fantasia.

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O Brincar para Winnicott
 "A criança joga (brinca) para expressar
agressão, adquirir experiência, controlar
ansiedades, estabelecer contatos sociais
como integração da personalidade e por
prazer."

(Winnicott)

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O Brincar para Winnicott
 Ao brincar a criança necessita focar a
sua atenção na brincadeira e desenvolver a
sua criatividade, curiosidade, autoconfiança,
motivação, empatia, cooperação.

 Aprende a lidar com as frustrações, as


regras, ganhar e perder nos jogos e outros
conhecimentos e habilidades em relação ao
seu comportamento necessários para o
cotidiano.

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O Brincar para Winnicott
 O espaço do brincar fica na fronteira
da subjetividade, e é chamado de espaço
potencial .

 O brincar facilita a comunicação, tanto


consigo como com os outros.

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O Brincar para Winnicott
 Quando a criança
brinca está dando
sinais de sua
vivacidade, está
se socializando com
outras crianças e ao
mesmo tempo
consigo mesmo (eu).
Ao mesmo tempo
que brinca a criança
cria relações.

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O Brincar para Winnicott
 Para o psicanalista, enquanto brinca a
criança revela relatos íntimos que são
falas reveladoras para a realização do
trabalho terapêutico.

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O Brincar para Winnicott
 O brincar não se limita às crianças apenas,
mas se estende aos adultos também,
segundo Winnicott.

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O Brincar para Winnicott
 "É no brincar, e talvez apenas no brincar,
que a criança ou o adulto fruem sua
liberdade de criação." (Winnicott).

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O Brincar para Winnicott
 A mãe "brinca" com
seu bebê mesmo antes
do seu nascimento,
pois ela fica
imaginando/idealizando
como será.
 Ao ser mãe associa as
lembranças de sua
infância, quando
brincava com sua
boneca.

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O Brincar para Winnicott

 Após o nascimento do bebê já há uma


relação criada da mãe para com o bebê e do
bebê com a mãe, pois esse já reconhece sua
voz que ouvia desde o útero.

 No início, essa relação acontece como se o


bebê fosse o brinquedo (a boneca) de sua
mãe, a partir dessa interação, a criança vai
aprendendo a linguagem do brincar e se
apropriando dela.

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O Brincar para Winnicott

"... a brincadeira que é universal e que é


própria da saúde: o brincar facilita o
crescimento e, portanto, a saúde; o
brincar conduz a relacionamento grupais;
o brincar pode ser uma forma de
comunicação na psicoterapia... "

(Winnicott, 1975, p.63)


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Masturbação

 [...] o elemento masturbatório está


essencialmente ausente no momento em
que a criança brinca, ou em outras
palavras, quando uma criança está
brincando, se a excitação física do
envolvimento instintual, se torna evidente,
então o brincar se interrompe ou, pelo
menos, se estraga.(WINNICOTT, 1982).

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Referência Bibliográfica:

 WINNICOTT, D. W. O brincar e a
realidade. Trad. de José Octavio de Aguiar
Abreu e Vanede Nobre. Rio de Janeiro,
Imago, 1975.
 WINNICOTT, D. W. - A criança e o seu
mundo. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1982.
 Site na PUC :
 http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDo
cente/ home/professor.asp?key=1258

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