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A criança brinca porque brincar é uma necessidade básica, assim como a nutrição,

a saúde, a habitação e a educação são vitais para o desenvolvimento do potencial


infantil. Para manter o equilíbrio com o mundo, a criança necessita brincar, jogar,
criar e inventar. (Felice, 2003).

No processo analítico clínico, o brincar está sempre presente na relação entre


paciente e analista, e a fantasia, por sua vez, está nas relações interpessoais,
podendo ser expressa como forma de acesso aos conflitos. Nessa perspectiva, o
brincar é visto como forma de relação entre sujeito e inconsciente como atividade
específica que possibilita a expressão das angústias (Schmidt, Nunes, 2014).

Para Winnicott é pelo brincar que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e
descobrir seu self, desenvolver a comunicação e contribui na transição de
ambientes. Para ele o brincar surge da interação entre mãe e bebê, sendo um
aspecto primário é não um produto dos instintos.

Sua importância para a análise psicanalítica está no fato de que a brincadeira é uma
maneira de a criança expressar o seu mundo interno e onde suas fantasias
inconscientes infantis são expressas. As motivações da atividade lúdica servem
para buscar prazer, expressar agressão, controlar ansiedades, estabelecer contatos
sociais e desenvolver personalidade.

As atividades lúdicas também possibilitam à criança, desenvolver habilidades


cognitivas, ao possibilitar-lhe elaborar relações causais, aprender a fazer
discriminação, elaborar julgamentos e a realizar análises e sínteses, de acordo com
exigências do jogo. (Moraes, Vieira, 2001).

Winnicott fala que o brincar é essencial para o desenvolvimento do self, que sem a
presença da brincadeira a criança ou adulto não está integral sobre seu eu. O ato de
brincar na clínica, traz elementos para a análise, pois é por meio dessas atividades
lúdicas que o terapeuta trabalhar a intervenção e planeja o processo terapêutico,
normalmente a brincadeira não há presença de recalque e comunica diretamente
com o inconsciente do indivíduo.

Diferente da análise que o brincar serve para mostrar a importância e fazer refletir
sobre o seu processo, o brincar para a análise comportamental serve para
desenvolver repertórios para lidar da melhor maneira com os desafios da realidade.
Piaget fala em suas obras que a brincadeira e o jogo, são essenciais no processo
de desenvolvimento da aprendizagem da criança, e que os programas lúdicos na
escola, são berço obrigatório das atividades intelectuais.

A brincadeira possibilita o desenvolvimento de capacidades físicas, motoras,


sociais, afetivas, cognitivas e linguísticas nas crianças ao propiciar as mesmas a
execução' do movimento, oferece-lhe condições para explorar o espaço onde está
inserida, a situar-se neste e a relacionar-se com o outro. (Moraes, Vieira, 2001).

Na clínica do comportamento para a terapia cognitiva comportamental- TCC o


brinquedo se dá para o terapeuta trabalhar cognições, emoções e comportamentos.
O brincar atua no comportamento é para os comportamentos desenvolverem
saudáveis as crianças dependem de um desenvolvimento de repertório
comportamentais saudável, proporcionado por um ambiente estimulante e
influenciado. (Hadler, Pergher, 2007).

Nas terapias cognitivas o processo de brincadeira está muito ligado ao ambiente


educacional é por meio de atividades lúdicas que as crianças se comunicam com
outras crianças e adultos, desenvolvem suas múltiplas linguagens e inteligências
aprendendo a organizar seus próprios pensamentos, descobrir regras, promover a
socialização e a integração ao grupo.

Conclusão

Na análise psicanalítica ou na análise do comportamento trazem contribuições


importantes para pensar o processo do brincar e como essas atividades contribui
para o desenvolvimento infantil e adulto. Enquanto um buscar trazer o significado de
brincar o outro ajuda a desenvolver repertórios para atuar com a realidade.

O texto mostrar a importância do ato de brincar para atuação na clínica para o


profissional de psicologia, ajudando a pensar e desenvolver intervenções centradas
nas necessidades individuais de cada um, levando em considerações aspectos da
realidade em que moldam a pessoa.
Referências bibliográficas

Felice. E.M. O lugar do brincar na psicanálise de crianças, revista psicologia teoria e


prática, 2003. Disponível em: Vista do O Lugar do Brincar na Psicanálise de
Crianças (mackenzie.br). Acesso em 06 de nov de 2023.

Schmidt. M.B, Nunes. M.L.T. O Brincar como Método Terapêutico na Prática


Psicanalítica: Uma Revisão Teórica, revista de psicologia da IMED. Disponível em:
SCHMIDTMB-NUNES-MLT-O-Brincar-como-metodo-terapeutico-Artigo-1.pdf
(iepp.com.br). Acesso em 06 de nov de 2023.

Morais. A.S, Vieira. M.L. Análise Estrutural e Funcional da Brincadeira de Crianças


em Idade Pré-escolar, Universidade federal de Santa Catarina Centro de filosofia e
Ciências humanas. Disponível em:PPSI0041-D (ufsc.br). Acesso em 06 de nov de
2023.

Hadler. A, Pergher. G.K. O Uso da Brincadeira na Terapia Cognitivo-


Comportamental. Disponível em: O_Uso_da_Brincadeira_na_Terapia_Cognitivo-
Comportamental-libre.pdf (d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net). Acesso em 06 de nov de
2023.

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