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Aprendizagem e sua dimensão

cognitiva, afetiva e social.


Fases da Aquisição da Linguagem

● Linguagem social;
● Linguagem egocêntrica;
● Linguagem interior.
Por que brincar para aprender?
● Vygotsky tem uma vasta produção, dentre a qual o livro ”A Formação Social da
Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores”, possui uma
importância ímpar.
● Nesta obra o pesquisador afirma que "o caminho do objeto até a criança e desta
até o objeto passa por outra pessoa". Isso porque ele defende a tese de que a
aprendizagem é uma atividade conjunta.
● Desse modo, para que a aprendizagem ocorra ela precisa ser organizada, por um
adulto, por exemplo: ambiente organizado. Como característica principal esse
ambiente deve favorecer a interação entre os sujeitos aprendentes com o
conhecimento específico, mediando o acesso a diferentes saberes.
● Isso não significa que todas as brincadeiras necessitem da intervenção adulta,
mas, sim, que os estudantes devem construir, também, suas próprias
experiências baseadas no que foi acumulou na relação com os colegas e outros
adultos.
O Caso de Lúcia
A professora observa as crianças brincando antes de intervir. Identificando
oportunidade, ela sugere aos pequenos que chamem uma ambulância.
Eles gostam da ideia e o garoto procura um telefone de brinquedo para
chamar a ambulância. Quando ele encontra, aperta os números e espera.
A professora atende o telefone: “aqui é do serviço de ambulâncias”. Ela
ouve as três crianças falarem sobre a emergência e responde com uma voz séria:
“vou enviar agora mesmo”. O nome da motorista é Lúcia. Esperem que ela já está
chegando.
Ela se vira para Lúcia que está ao seu lado e pergunta: está pronta para
trabalhar? Lúcia começa a fazer um barulho de sirene e entra na brincadeira.
“A ambulância chegou”, diz Lúcia. “Quem bom que você chegou”, diz outra
criança...
A brincadeira e suas implicações para a Aprendizagem

● A brincadeira permite à criança vivenciar o lúdico e descobrir-se a si


mesma, apreender a realidade, tornando-se capaz de desenvolver
seu potencial criativo.
● Ao brincar as crianças se desenvolvem por meio das interações
● No processo de brincar as crianças interagem, investigam, brincam,
imaginam, desejam, aprendem, observam, conversam,
experimentam, questionam, opinam, criam e dão sentidos para o
mundo e suas identidades pessoal e coletiva.
A importância da brincadeira: reflexões vygotskyanas

● A importância do brincar para o desenvolvimento infantil reside no


fato de esta atividade contribuir para a mudança na relação da
criança com os objetos, pois estes perdem sua força determinadora
na brincadeira.

“A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação ao


que vê. Assim, é alcançada uma condição que começa a agir
independentemente daquilo que vê.” (Vygotsky, 1998, p. 127).
A brincadeira libera a criança das
amarras da realidade imediata
Potencialidades de Aprendizagem
● Para Vygotsky (1998), a brincadeira de faz-de-conta cria uma zona de
desenvolvimento proximal, pois no momento que a criança representa
um objeto por outro, ela passa a se relacionar com o significado a ele
atribuído, e não mais com ele em si. Experiência do Macaco.
● A atividade de brincar pode ajudar a passar de ações concretas com
objetos para ações com outros significados, possibilitando avançar em
direção ao pensamento abstrato.
● O brinquedo fornece uma situação de transição entre a ação da
criança com objetos concretos e as suas ações com significados.
Potencialidades de Aprendizagem
● A brincadeira é uma forma de mediação, posto que enquanto sujeito
do conhecimento a criança não tem acesso direto aos objetos, mas
acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos
sistemas simbólicos de que dispõe
● A brincadeira ajuda, ainda, a desenvolver funções mentais
superiores: planejar ações, conceber consequências para uma
decisão, imaginar objetos etc.
● Favorece representações mentais que constroem conhecimento.
● Amplia o repertório de experiência que a criança traz.
Qual a relação entre brincadeira e
aprendizagem?

● De acordo com Vygotsky a brincadeira potencializa aprendizagem


porque, para aprender, a criança necessita de atividades específicas
que proporcionem a experiência. Isso porque o desenvolvimento é
dependente dessa aprendizagem por intermédio das experiências e
interações em que foi submetida.
● A partir de Vygotsky como analisar a afirmativa: as crianças de hoje
não sabem brincar?
Resumindo...
● A brincadeira é um potente ambiente cultural em função de ser a
percepção que a criança tem do mundo dos objetos humanos que irá
definir os conteúdos da brincadeira.
● A brincadeira potencializa a aprendizagem, visto que proporciona ao
sujeito aprendente situações imaginárias nas quais ocorrerá o
desenvolvimento cognitivo , proporcionando, também, interação com
pessoas, as quais contribuirão para um acréscimo de conhecimento.
● O brincar é a imaginação em ação.
Refletindo sobre a teoria
Em relação aos fatores importantes da teoria de Vygotsky, relacione as colunas em
seguida assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) Mediação B) Linguagem C) Cultura D) Processo de interiorização
( ) universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real.
( ) que envolve um componente interno e outro externo e que sendo interpessoal se torna
intrapessoal.
( ) o conhecimento é adquirido através da interação com vários interlocutores, numa relação em
que todos os envolvidos são ativos.
( ) sistema simbólico de significados e significantes dos grupos humanos que favorece o
intercâmbio social e o fenômeno do pensamento.
A) A – B – C – D.
B) C – D – A – B.
C) D – C – B – A.
D) A – B – D – C.
Wallon

● Para Wallon, o desenvolvimento da pessoa se faz a partir da interação do


potencial genético, típico da espécie, e uma grande variedade de fatores
ambientais. O foco de sua teoria é a interação da criança com o meio, uma
relação complementar entre os fatores orgânicos e socioculturais

“A constituição biológica da criança, ao nascer, não será a única lei de seu


destino posterior. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas
circunstâncias de sua existência, da qual não se exclui sua possibilidade de
escolha pessoal (...). Os meios em que vive a criança e aqueles com que ela
sonha constituem a “forma” que amolda sua pessoa. Não se trata de uma marca
aceita passivamente”.
Wallon e seu olhar sobre as emoções
● Henri Wallon foi um teórico responsável por investigar a emoção humana numa
dimensão genética, destacando que ela é a primeira manifestação de
necessidade afetiva do bebê e o elo dele com o meio, tanto biológico como
social.
● Ele destacou que a emoção é fonte de sobrevivência do bebê, pois ele depende
dos outros e a utiliza para garantir o atendimento de suas necessidades mais
básicas.
● Através do choro a criança manifesta sensações como a de fome. Esse gesto
que, em um primeiro momento, não é intencional, ganha, pouco a pouco, sentido.
Nestas experiências a criança vai modelando suas emoções e caminha para a
diferenciação. É daí que nasce a razão.
Para refletir ...
"O lugar que ocupam as emoções no comportamento da criança, a
influência que continuam a exercer sobre o do adulto, abertamente ou
em surdina, não é, pois, um simples acidente, uma simples
manifestação de desordem.“

Henri Wallon
Foco de sua teoria
“Os domínios funcionais entre os quais se dividirão o
estudo das etapas que a criança percorre serão (...) os da
afetividade, do ato motor, do conhecimento e da pessoa”.

(Wallon, 1995, p. 135)


Dimensões do Desenvolvimento
● A dimensão AFETIVA oferece as funções responsáveis pelas emoções, pelos
sentimentos e pela paixão

● A dimensão MOTORA oferece a possibilidade de deslocamento do corpo no


tempo e no espaço, as reações posturais que garantem o equilíbrio corporal,
bem como o apoio tônico para as emoções e os sentimentos se expressarem

● A dimensão COGNITIVA oferece funções que permitem a aquisição e a


manutenção do conhecimento por meio de imagens, noções, ideias e
representações. É ele que permite registrar, fixar e analisar o presente e
projetar futuros possível e imagináveis
Reflexão
● A função motora predomina nos primeiros meses de vida da criança,
enquanto as funções afetivas e cognitivas se alternam ao longo de
todo o desenvolvimento, ora visando a formação do eu
(predominância afetiva), ora visando o conhecimento do mundo
exterior (predominância cognitiva).
● Embora cada um desses aspectos tenha identidade estrutural e
funcional diferenciada, estão tão integrados que cada um é parte
constitutiva dos outros. Sua separação se faz necessária apenas
para a descrição do processo.
REFLEXÃO

● As emoções são contagiosas


Importante conceito

● Sincretismo

O termo se refere à principal característica do pensamento da criança: a


ausência de diferenciação entre os elementos - as informações que ela recebe
do meio, as experiências pessoais e as fantasias se misturam. O sincretismo
corresponde a um momento da evolução do pensamento humano e possui uma
lógica própria, diferente daquela observada na fase adulta, que é marcada pela
categorização.
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
PRIMEIRA ETAPA: Estágio Impulsivo-emocional (nascimento até o primeiro
ano de vida)

• Predominantemente motora e voltada ao meio: os atos da criança têm o


objetivo de chamar a atenção do adulto por meio de gestos, gritos e
expressões, para que ele satisfaça as suas necessidades e garanta assim
a sua sobrevivência.
• Nesse estágio a criança não possui coordenação motora muito bem
desenvolvida, os movimentos são bem desorientados. Entretanto, logo o
ambiente facilita para que a mesma desenvolva suas habilidades
funcionais, passando da desordem gestual às emoções diferenciadas.
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
SEGUNDA ETAPA: Estágio sensório-motor e projetivo (um ano até
aproximadamente três anos)

• É uma fase onde a inteligência e o mundo externo prevalecem nos


fenômenos cognitivos. A inteligência, nesse período, é
tradicionalmente dividida entre inteligência prática, obtida pela
interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência discursiva,
adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. Os pensamentos,
nesse estágio, muito comumente se projetam em atos motores.
• A criança aprende a conhecer os outros como pessoas em oposição à
sua própria existência.
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
TERCEIRA ETAPA: Estágio do Personalismo (três aos seis anos de
idade, aproximadamente)
• Predominância do conjunto afetivo
• O estágio do personalismo é marcado pela formação dos aspectos
pessoais da criança, ou seja, da sua personalidade e da
autoconsciência. A criança tende a apresentar a “crise negativista”: a
criança acaba por se opor sistematicamente ao adulto.
• Nessa idade, a criança costuma ingressar na escola maternal,
inserindo-se numa comunidade de crianças semelhantes a ela, onde
as relações serão diferentes das relações familiares.
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO

QUARTA ETAPA: Estágio Categorial (seis aos doze anos)

• Há exaltação da inteligência sobre as emoções. Segundo Wallon, a criança


desenvolve suas capacidades de memória e atenção voluntária e "seletiva“.
A criança começa a abstrair conceitos concretos e começa o processo de
categorização mental onde a criança tem um salto em seu desenvolvimento
humano.
• Vivenciar a necessidade de se perceber como indivíduo, e, ao mesmo
tempo, de medir sua força em relação ao grupo social a que pertence, faz
desta fase um período crítico do processo de socialização.
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
QUINTA ETAPA: Estágio da Adolescência (inicia-se por volta dos onze ou doze
anos)
• A criança passa por transformações físicas e psicológicas por conta da
superexcitarão de seu sistema endócrino - que agora passa por uma nova
fase. Se no Estágio Impulsivo-Emocional a criança era regida por emoções
desorientadas, aqui o adolescente passa a desenvolver sua afetividade de
forma mais ampla da qual a busca da autoafirmação e desenvolvimento
sexual marcam esse estágio.
• Na adolescência torna-se bastante visível a forma como o meio social
condiciona a existência da pessoa, configurando-se a personalidade de
maneiras diversas.
E o adulto?
● Nessa fase, a pessoa se reconhece como um ser único: eu sei quem
eu sou
● Ou seja, conhece suas potencialidades, limitações, pontos fortes,
motivações, valores e sentimentos, o que cria a possibilidade de
escolhas mais adequadas nas diferentes situações da vida
● Ser adulto significa desenvolver consciência moral: reconhecer a
assumir seus valores e agir de acordo com eles
● Com maior clareza de si, o adulto está livre e com mais energia para
voltar-se ao outro, para fora de si
● Indicativo de maturidade: equilíbrio entre “estar centrado em si” e
“estar centrado no outro”
Quais as implicações de toda nossa discussão
quando pensamos na aprendizagem escolar?

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