Psicologia do

Desenvolvimento.
A Ciência do Desenvolvimento
Humano: uma Perspectiva
Interdisciplinar.
Dessen, M.S; Costa Jr, A.L.C. e cols. A Ciência do Desenvolvimento
Humano: Tendências Atuais e Perspectivas Futuras. (2005). Porto
Alegre, RS: ARTMED, p.18-36
 Algumas definições:
• Aprendizagem, Desenvolvimento,

Crescimento….. Qual a diferença?

 Aprendizagem
• É o processo pelo qual as competências,
habilidade, conhecimentos, comportamento
ou valores são adquiridos ou modificados,
como resultado de estudos, experiências,
formação, raciocínio e observação.
• Este processo pode ser analisado a partir
de diferentes perspectivas, de forma que
há diferentes teorias de aprendizagem.
Aprendizagem é uma das funções mentais
mais importantes estudadas atualmente.
 Aprendizagem
• É um processo integrado que provoca uma
transformação qualitativa na estrutura mental
daquele que aprende. Ela se dá através da
alteração de pensamento e conduta de um
indivíduo.
• O ato ou vontade de aprender é uma
característica essencial do psiquismo humano, pois
somente este possui o caráter intencional, ou a
intenção de aprender; dinâmico, por estar sempre
em mutação e procurar informações para o
aprendizagem; criador, por buscar novos métodos
visando a melhora da própria aprendizagem, por
exemplo, pela tentativa e erro.
• É uma mudança relativamente
duradoura do comportamento,
de uma forma sistemática, ou
não, adquirida pela experiência,
pela observação e pela prática
motivada.
• O ser humano nasce potencialmente inclinado
a aprender, necessitando de estímulos
externos e internos (motivação, necessidade)
para o aprendizado.
• Há aprendizados que podem ser considerados
natos, como o ato de aprender a falar, a
andar, necessitando que ele passe pelo
processo de maturação física, psicológica e
social.
• Na maioria dos casos a aprendizagem se dá
no meio social e temporal em que o indivíduo
convive; sua conduta muda, normalmente,
por esses fatores, e por predisposições
genéticas.
 Behaviorismo
• Aprendizagem é uma aquisição de
comportamentos através de relações entre
ambiente e comportamento, ocorridas numa
história de contingências, estabelecendo uma
relação funcional entre Ambiente e
Comportamento
• Apresenta como principais características: o
indivíduo é visto como ativo em todo o processo;
aprendizagem é sinónimo de comportamento
adquirido; reforço é um dos principais motores
da aprendizagem; aprendizagem é vista como uma
modelagem do comportamento.
 Humanismo
• Há uma valorização do potencial humano
assumindo-o como ponto de partida para a
compreensão do processo de aprendizagem. As
pessoas possuem liberdade para agir e que o
comportamento delas é consequência da escolha
humana.
• Preocupa-se em tornar a aprendizagem
significativa, valorizando a compreensão em
detrimento da memorização tendo em conta, as
características do sujeito, as suas experiências
anteriores e as suas motivações:
• O indivíduo é visto como responsável por decidir o
que quer aprender; e aprendizagem é vista como
algo espontâneo.
 Piaget
• Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de
uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio
entre a assimilação e a acomodação, e assim, é
considerada como um mecanismo auto-regulador,
necessária para assegurar à criança uma interação
eficiente dela com o meio-ambiente.
• Piaget postula que todo esquema de assimilação tende
a alimentar-se, isto é, a incorporar elementos que lhe
são exteriores e compatíveis com a sua natureza. Todo
esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos
elementos que assimila, isto é, a se modificar em
função de suas particularidades, mas, sem com isso,
perder sua continuidade (portanto, seu fechamento
enquanto ciclo de processos interdependentes), nem
seus poderes anteriores de assimilação
 Ciência do Desenvolvimento.

Contextos
Refere-se às condições de vida, aos sistemas sócio
histórico culturais, ao ambiente físico e às pessoas.
Fatores do desenvolvimento têm certas
características que, se analisadas em outros
contextos, dificilmente seriam iguais.
Compreender as interações complexas, dinâmicas e
multifacetadas do desenvolvimento humano exige
uma perspectiva sistêmica e interdisciplinar.
 MODELOS de
DESENVOLVIMENTO: (P.20)
• Modelos Mecanicistas: buscam operacionalizar as
investigações dentro do que pode ser medido e
quantificado. Desenvolvimento é modelado pelo
ambiente e a história como sendo um acúmulo de
aprendizagens (Behaviorismo)

• Modelos Organicistas: valorizam processos

universais e ressaltam processos internos
evolutivos e o desenvolvimento ocorrendo por
estágios (Psicanálise e Piagetiano).
 Exemplo:

Uma abordagem mecanicista

compreenderia a agressividade como
algo determinado no meio ambiente
enquanto uma abordagem organicista
daria ênfase à agressividade como
algo do indivíduo.
 Psicologia do Desenvolvimento: explora, descreve e
explica padrões comportamentais de estabilidade e
mudança expressas pelo indivíduo ao longo do tempo.

Técnicas: observação direta, entrevista e questionário.

• Teorias: propunham definir padrões normativos para

explicar o que, como e por que as mudanças ocorrem e
as possíveis variações.(p.20)

• Estágios de Desenvolvimento: busca por aspectos comuns

de fatores orgânicos, motores, cognitivos, afetivos,
sexuais, morais, sociais, históricos e culturais.
• Novas propostas de se compreender
o Desenvolvimento Humano.
 Novo Paradigma.
• Relativista, integrador e contextual e
enfatiza valores culturais e contextos
sociais. (p.21)

• Críticas:
– PD isolou-se de outras áreas e da própria
psicologia fragmentando a visão de
Desenvolvimento, enfatizando métodos analíticos
e pouco enfatizar o contexto relacional.
– Dicotomia entre teorias organicistas ou
mecanicistas além da ênfase excessiva na
infância.
 Novo Paradigma.

O desenvolvimento é pluralista e
deve permitir a existência de
explicações de naturezas diversas.
É um fenômeno pouco linear, ou
seja, dinâmico e complexo de
interações entre fatores biológicos
e culturais. (p.21)
 Novo Paradigma.
• Novos caminhos de investigação foram abertos
na busca pela compreensão da PD que
considerasse:
– Desenvolvimento no ciclo vital (infância, adolescência,
adulto e velhice) incluindo gerações anteriores e
posteriores.
– Indivíduos dentro de sua rede de sistemas de
interações.
– Relação entre biologia e ambiente.
– Dialética entre sistemas biopsicossociais e contexto
sócio-histórico.
– Influências bidirecionais dos sistemas.
 Pressupostos Básicos.
• Mudanças históricas afetam estruturas
sociais e culturais e, portanto, a vida de
cada um.
• Teoria deve levar em consideração esses
impactos.
• Dessa forma, sob a ótica inclusiva
interdisciplinar, deve-se considerar a
pessoa-contexto em um tempo-espaço.
 Desenvolvimento.

Qualquer processo de mudança

progressiva que ocorre com base nas
interações estabelecida dentro de um
contexto. É um sistema estruturado
que ocorre numa relação bidirecional.
Estágios de Desenvolvimento.
• Estágio: conjunto de padrões
comportamentais e habilidades típicas
de uma idade ou fase.
• Transição: período de passagem entre
os diferentes estágios.

Estágio e transição são processos de

estabilidade e mudança
respectivamente. (p.23)
Estágios de Desenvolvimento.
• Exigem desempenho de certas tarefas que
permitem a transição qualitativa de
competências para lidar com exigências de cada
estágio.
• Cada estágio representa mudanças estruturais e
funcionais no curso de vida do indivíduo.
• A partir de 1970/80 é que os estágios
começaram a ser entendidos como processos e
não isolados.
• Cada escolha interfere nos estágios posteriores.
 Relações e Interações.
A forma como cada um se constitui
relaciona-se com a forma com que ele
constrói o outro, portanto, relações sociais
são essenciais no desenvolvimento humano.

• Interação: comportamento de um para

outro e uma resposta a esse
comportamento.
• Relação: interações estabelecidas ao longo
do tempo de intimidade e compromisso que
é consistente e contínua.

Ambas influenciam as formas futuras

de interagir e relacionar-se. (p.25)
 Continuidade e Mudança.
O desafio de estabelecer, manter e reorganizar
comportamentos são desafios constantes a
todos os indivíduos. (p.25)
• Continuidade: padrões relacionais e
comportamentais transferido de uma situação
para outra que contribui para adaptar-se a um
novo ambiente.
• Mudança: acomodações cognitivas e
comportamentais que apoiam ou consolidam uma
nova direção às relações.

• Acomodação x Assimilação.
 Normal X Patológico. (p.27)
• História.
• Questões universais no desenvolvimento.
• Padrões de normalidade no
desenvolvimento.
• Crise normativas: ocorrem nos períodos de
transição e delas podem surgir patologias.
• Questão do herdado e aprendido.
• Papel do ambiente.
 Enfoque Interdisciplinar do
Desenvolvimento Humano.

Questões do DH devem ser entendidas

de acordo com processos biológicos,
psíquicos, sociais, afetivos e
cognitivos que ocorrem em um
contexto histórico e cultural ao longo
da vida.
 Perspectiva
Multimetodológica.

DESAFIO: criar uma metodologia

que permita investigar essa
forma complexa do
desenvolvimento:
Modelo BIOECOLÓGICO.
 Desenvolvimento de
Metodologias:
• Mudanças constantes no processo de desenvolvimento.
• Influências temporais e históricas no curso do
desenvolvimento.
• Considerar processos longitudinais e transversais do
desenvolvimento.
• Pesquisas comparativas, integrativas e
multidisciplinares.
• Avaliação do impacto cumulativo das influências.
• Instrumentos adequados.
• Estudos culturais e transculturais.
 Considerações
• Teorias deveriam compreender o DH de forma
integral interferidos por processos biológicos,
culturais e históricos.
• Fragmentação acarreta num atraso científico à
ciência do DH.
• Novos modelos surgiram na ineficácia dos
modelos positivistas.
• Importância da determinação sócio cultural.
 Próxima Aula:

• DESSEN, M.S; Costa Jr, A.L.C. e cols. A Ciência

do Desenvolvimento Humano: Tendências
Atuais e Perspectivas Futuras. (2005). Porto
Alegre, RS: ARTMED, cap.2.p.37-52
•

• (P) 1ª atividade prática.

• DANNA, M.F. & MATOS, M.A. (1989).
Ensinando Observação: uma Introdução. 4ª ed.
São Paulo, SP: EDICON. (unidade 2, p.27-36)
150.194307 - D188e