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Legislação Laboral

Maio de 2010
Direitos, deveres e garantias das partes

Deveres do empregador:
a) Respeitar e tratar o trabalhador com urbanidade e
probidade;
b) Pagar pontualmente a retribuição, que deve ser justa e
adequada ao trabalho;
c) Proporcionar boas condições de trabalho, do ponto de vista
físico e moral;
d) Contribuir para a elevação da produtividade e
empregabilidade do trabalhador, nomeadamente
proporcionando-lhe formação profissional adequada a
desenvolver a sua qualificação;
Direitos, deveres e garantias das partes

e) Respeitar a autonomia técnica do trabalhador que exerça


actividade cuja regulamentação ou deontologia profissional a
exija;
f) Possibilitar o exercício de cargos em estruturas representativas
dos trabalhadores;
g) Prevenir riscos e doenças profissionais, tendo em conta a
protecção da segurança e saúde do trabalhador, devendo
indemnizá-lo dos prejuízos resultantes de acidentes de
trabalho;
h) Adoptar, no que se refere a segurança e saúde no trabalho, as
medidas que decorram de lei ou instrumento de
regulamentação colectiva de trabalho;
Direitos, deveres e garantias das partes

i) Fornecer ao trabalhador a informação e a formação adequadas


à prevenção de riscos de acidente ou doença;
j) Manter actualizado, em cada estabelecimento, o registo dos
trabalhadores com indicação de nome, datas de nascimento e
admissão, modalidade de contrato, categoria, promoções,
retribuições, datas de início e termo das férias e faltas que
impliquem perda da retribuição ou diminuição de dias de
férias.
Deveres do trabalhador

a) Respeitar e tratar o empregador, os superiores


hierárquicos, os companheiros de trabalho e as pessoas
que se relacionem com a empresa, com urbanidade e
probidade;
b) Comparecer ao serviço com assiduidade e pontualidade;
c) Realizar o trabalho com zelo e diligência;
d) Participar de modo diligente em acções de formação
profissional que lhe sejam proporcionadas pelo
empregador;
Deveres do trabalhador

e) Cumprir as ordens e instruções do empregador respeitantes a


execução ou disciplina do trabalho, bem como a segurança e
saúde no trabalho, que não sejam contrárias aos seus direitos
ou garantias;
f) Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente não
negociando por conta própria ou alheia em concorrência com
ele, nem divulgando informações referentes à sua
organização, métodos de produção ou negócios;
g) Velar pela conservação e boa utilização de bens relacionados
com o trabalho que lhe forem confiados pelo empregador;
Deveres do trabalhador

h) Promover ou executar os actos tendentes à melhoria da


produtividade da empresa;
i) Cooperar para a melhoria da segurança e saúde no trabalho,
nomeadamente por intermédio dos representantes dos
trabalhadores eleitos para esse fim;
j) Cumprir as prescrições sobre segurança e saúde no trabalho
que decorram de lei ou instrumento de regulamentação
colectiva de trabalho.
Garantias do trabalhador

1 – É proibido ao empregador:
a) Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador exerça os
seus direitos, bem como despedi-lo, aplicar-lhe outra sanção,
ou tratá-lo desfavoravelmente por causa desse exercício;
b) Obstar injustificadamente à prestação efectiva de trabalho;
c) Exercer pressão sobre o trabalhador para que actue no
sentido de influir desfavoravelmente nas condições de
trabalho dele ou dos companheiros;
d) Diminuir a retribuição, salvo nos casos previstos neste
Código ou em instrumento de regulamentação colectiva de
trabalho;
Garantias do trabalhador (cont.)

e) Mudar o trabalhador para categoria inferior, salvo nos casos


previstos neste Código;
f) Transferir o trabalhador para outro local de trabalho, salvo nos
casos previstos neste Código ou em instrumento de
regulamentação colectiva de trabalho, ou ainda quando haja
acordo;
g) Ceder trabalhador para utilização de terceiro, salvo nos casos
previstos neste Código ou em instrumento de regulamentação
colectiva de trabalho;
h) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou serviços a ele próprio
ou a pessoa por ele indicada;
Garantias do trabalhador (cont.)

i) Explorar, com fim lucrativo, cantina, refeitório, economato


ou outro estabelecimento directamente relacionado com o
trabalho, para fornecimento de bens ou prestação de
serviços aos seus trabalhadores;
j) Fazer cessar o contrato e readmitir o trabalhador, mesmo com
o seu acordo, com o propósito de o prejudicar em direito ou
garantia decorrente da antiguidade.
Modalidades de contrato de trabalho

Contrato de trabalho a termo resolutivo

Trabalho a tempo parcial

Trabalho intermitente

Comissão de Serviço

Teletrabalho

Trabalho temporário
Contrato a termo resolutivo

Só pode ser celebrado:


1) para satisfação de necessidade temporária da empresa e;
2) pelo período estritamente necessário à satisfação dessa
necessidade.

Considera-se necessidade temporária da empresa:


a) Substituição directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que,
por qualquer motivo, se encontre temporariamente impedido de
trabalhar;
b) Substituição directa ou indirecta de trabalhador em relação ao
qual esteja pendente em juízo acção de apreciação da licitude de
despedimento;
Contrato a termo resolutivo (cont.)

c) Substituição directa ou indirecta de trabalhador em


situação de licença sem retribuição;
d) Substituição de trabalhador a tempo completo que
passe a prestar trabalho a tempo parcial por período
determinado;
e) Actividade sazonal ou outra cujo ciclo anual de produção
apresente irregularidades decorrentes da natureza
estrutural do respectivo mercado, incluindo o
abastecimento de matéria-prima;
Contrato a termo resolutivo (cont.)

f) Acréscimo excepcional de actividade da empresa;


g) Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado
precisamente definido e não duradouro;
h) Execução de obra, projecto ou outra actividade definida e
temporária, incluindo a execução, direcção ou fiscalização de
trabalhos de construção civil, obras públicas, montagens e
reparações industriais, em regime de empreitada ou em
administração directa, bem como os respectivos projectos ou
outra actividade complementar de controlo e
acompanhamento.
Forma e conteúdo do contrato de trabalho a termo

O contrato de trabalho a termo está sujeito a forma escrita e


deve conter:

a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes;


b) Actividade do trabalhador e correspondente retribuição;
c) Local e período normal de trabalho;
d) Data de início do trabalho;
e) Indicação do termo estipulado e do respectivo motivo
justificativo;
f) Datas de celebração do contrato e, sendo a termo certo, da
respectiva cessação.
CONSEQUÊNCIAS PARA O INCUMPRIMENTO DAS
FORMALIDADES

A falta de cumprimento dos requisitos acarreta, normalmente,


consequências graves, dentre as quais se destaca considerar-se o
contrato como celebrado sem termo (portanto, por tempo
indeterminado).
Faltas graves:
• FALTA DA REDUÇÃO ESCRITO: considera-se o contrato sem
termo ;
• FALTA DA/S ASSINATURA/S: considera-se o contrato sem
termo ;
• FALTA DA IDENTIFICAÇÃO DA/S PARTE/S: considera-se o
contrato sem termo;
CONSEQUÊNCIAS PARA O INCUMPRIMENTO DAS
FORMALIDADES

• FALTA DA INDICAÇÃO DA DATA DE CELEBRAÇÃO E DATA DE


INÍCIO: considera-se o contrato sem termo;

• FALTA DE INDICAÇÃO DO TERMO: considera-se o contrato sem


termo ;

• FALTA DA INDICAÇÃO OU INSUFICIÊNCIA DO MOTIVO


JUSTIFICATIVO: considera-se o contrato sem termo .
CONSEQUÊNCIAS PARA O INCUMPRIMENTO DAS
FORMALIDADES

Meras irregularidades:
• FALTA DE INDICAÇÃO DA DATA DE INÍCIO: considera-se que
teve início na data de celebração

Sem consequências:
• FALTA DE INDICAÇÃO DA: Actividade contratada e retribuição
do trabalhador;
• Local e período normal de trabalho (diário e semanal);
CONSEQUÊNCIAS PARA O INCUMPRIMENTO DAS
FORMALIDADES

CONSEQUÊNCIA PARA A FALTA DE VERIFICAÇÃO MATERIAL


DO MOTIVO JUSTIFICATIVO
Podemos ser colocados perante a situação de o contrato de
trabalho a termo certo respeitar todos os formalismos mas
na realidade não existir ou não se verificar o motivo
justificativo indicado. Ou seja, estarmos perante uma
simulação. Neste caso a lei é muito clara e diz-nos que o
contrato se considera sem termo.
LIMITES TEMPORAIS

CONTRATO A TERMO CERTO:

MÍNIMO: O contrato de trabalho a termo certo só pode ser


celebrado por prazo inferior a seis meses em situação prevista
em qualquer das alíneas a) a g) do n.º 2 do artigo 140.º, não
podendo a duração ser inferior à prevista para a tarefa ou
serviço a realizar .
Em caso de violação do disposto na primeira parte do número
anterior, o contrato considera-se celebrado pelo prazo de seis
meses desde que corresponda à satisfação de necessidades
temporá-rias da empresa.
LIMITES TEMPORAIS

MÁXIMO:

O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três


vezes e a sua duração não pode exceder:
a) 18 meses, quando se tratar de pessoa à procura de primeiro
emprego;
b) Dois anos, nos demais casos previstos no n.º 4 do artigo 140.º;
c) Três anos, nos restantes casos.
Limites temporais

CONTRATO A TERMO INCERTO:

A duração do contrato de trabalho a termo incerto não pode ser


superior a seis anos.
Limites temporais

Renovação de contrato de trabalho a termo certo

As partes podem acordar que o contrato de trabalho a termo certo


não fica sujeito a renovação.

Na ausência de estipulação a que se refere o número anterior e de


declaração de qualquer das partes que o faça cessar, o contrato
renova-se no final do termo, por igual período se outro não for
acordado pelas partes.

Considera-se como único contrato aquele que seja objecto de


renovação.
DIREITO A FÉRIAS

REGIME REGRA:
O direito a férias adquire-se com a celebração do contrato e
vence-se no dia 1 de Janeiro de cada ano civil.

REGIME PARA O ANO DA CONTRATAÇÃO:


No ano da contratação o trabalhador tem direito a gozar 2 dias
úteis de férias por cada mês de duração do contrato, até ao
máximo de 20 dias úteis. Contudo só poderá gozar estes dias
após 6 meses completos de execução do contrato.
DIREITO A FÉRIAS

Se entretanto entrarmos no ano civil seguinte sem que o


trabalhador tenha completado os 6 meses de execução do
contrato, ou sem que tenha gozado os dias a que tinha direito,
então ele vai poder acumular esses dias com as férias que se
venceram no dia 1 de Janeiro desse ano, gozando-as até ao dia
30 de Junho. O que não poderá acontecer é ele gozar, nesse ano,
mais do que 30 dias úteis de férias.
DIREITO A FÉRIAS

CONTRATOS COM DURAÇÃO INFERIOR A 6 MESES:

Nestes casos o trabalhador tem direito a 2 dias úteis de férias


por cada mês de completo de duração do contrato, e gozará as
férias no momento imediatamente anterior ao da cessação do
contrato (que significa que “deixa oposto de trabalho mais
cedo”).
CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

CADUCIDADE
A CADUCIDADE NO CONTRATO A TERMO CERTO

COMUNICAÇÃO
Caduca pela verificação do seu termo. Mas é necessário que o
trabalhador ou empregador comuniquem a vontade de o fazer
cessar.

Os prazos para esta comunicação varia consoante seja feita pelo:


• Empregador: 15 dias • Trabalhador: 8 dias
CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

COMPENSAÇÃO
A caducidade do contrato de trabalho a termo que decorra da
declaração do empregador, confere ao trabalhador o direito a
uma compensação correspondente a:

• 2 dias de retribuição* por cada mês de duração do vínculo:


contratos até 6 meses
• 3 dias de retribuição* por cada mês de duração do vínculo:
contratos com mais de 6 meses
CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

DENÚNCIA

Contratos de trabalho a termo: contrato com duração inferior a 6


meses a comunicação será de 15 dias; para contratos com
duração superior a 6 meses a comunicação será de 30 dias.

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