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O despedimento disciplinar é uma das formas de extinguir o vínculo laboral, assim como
refere o artigo 198.º da LGT, o contrato de trabalho pode cessar por causas objectivas
alheias à vontade das partes, mútuo acordo e decisão unilateral de qualquer das partes,
oponível à outra.
A cessação do contrato por causa objectiva, vem regulado no art. 199.º, enquanto que, a
cessação por mútuo acordo vem regulado no art. 200.º da LGT.
A ideia de justa causa não vem definida na LGT, mas aparece como fundamento que
motiva o empregador resolver unilateralmente o contrato de trabalho com o trabalhador.
Para efeitos de despedimento, não é suficiente que ocorra uma infracção, é necessário que
a infração seja cumulativamente grave o suficiente para tornar imediatamente impossível
a manutenção da relação jurídico-laboral2.
Como se sabe, o despedimento é uma medida disciplinar de ultima ratio, tem como efeito
imediato a cessação do contrato de trabalho, porém só é legítima quando a infracção é de
tal modo, grave e gere uma situação imediata de impossibilidade de subsistência da
relação laboral, ou seja, quando a crise disciplinar determine uma crise contratual
irremediável, não havendo espaço para o uso de providência de índole conservatória3
Eis que o art. 206.° da LGT com epígrafe “Fundamentos da justa causa”, elenca os
elementos que o empregador deve socorrer-se caso queira despedir o trabalhador. Estes
elementos são de tal forma, taxativos que o despedimento não pode ter fundamento em
outra causa que não seja as previstas no art. 206.°, salvo opinião contrária. Mas, a justa
causa de despedimento disciplinar por razões subjectivas relativas ao trabalhador, deve
ser conjugado com os deveres do trabalhador consagrados no art. 44.° da LGT4.
1
, Advogado e Consultor jurídico, JRodrigues176@hotmail.com.
2
Nigiolela, Márcia, O Exercício do Poder Disciplinar no Ordenamento Jurídico Angolano, Universidade
Católica Editora, 2014, pág. 76.
3
Fernandes, António Monteiro, Direito do Trabalho, 13ª Edição, Almedina, Maio 2007, Pág. 581.
4
Capeça, Norberto, Os despedimentos à luz da Nova Lei Geral de Trabalho, pág. 121.
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Desse modo, somente a lei é fonte formal típica. Impossível será a estipulação de justa
causa por meio de outras fontes normativas, como convenções colectivas de trabalho, os
regulamentos da empresa etc. Esse sistema de enumeração rígida de justa causa, significa
que só podem ser invocados os motivos relacionados em lei, e nenhum outro, para
justificar o despedimento. Adoptou-se, portanto, o princípio semelhante ao vigente no
Direito Penal: não há justa causa sem previsão legal.5
a) Faltas injustificadas ao trabalho, desde que excedam três dias por mês ou doze por
ano ou, independentemente do seu número, desde que sejam causa de prejuízos
ou riscos graves para empresa;
5
Filho, João José Martins, A Rescisão do Contrato de Trabalho por Prazo indeterminado: Ênfase na decisão
do empregado, Itajaí (SC) Junho de 2008, pág. 41.
6
Repare que ao referirmo-nos do incumprimento de horário, englobamos, quer o horário quer a hora do
trabalho. O atraso p.e. constitui incumprimento da hora, bem como o incumprimento das oito horas diárias
de trabalho efectivo.
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A lei define a falta como ausência do trabalhador no centro de trabalho durante o período
de trabalho diário, ora, o período normal de trabalho são oito (8) horas diárias, implica
que a ausência parcial do trabalhador não pode ser considerada falta.
Quando o trabalhador não cumpra as oito (8) horas diária de trabalho, por qualquer motivo
que seja, o empregador deverá considerar atraso. Quando este chegue ao centro de
trabalho depois da hora estipulada para entrada e, sair antes do fim da jornada laboral.
Porém esta situação cai na alçada do incumprimento do horário de trabalho que
abordaremos em sede própria.
Será despedido com fundamento em justa causa, o trabalhador que se ausente no centro
de trabalho, ainda que por um dia, e a sua ausência seja causa de prejuízos ou riscos graves
à empresa.
Pese embora a lei tenha dado a possibilidade de justificar as faltas ao trabalho, porém,
aquele que o fizer mediante falsas declarações, incorre a uma infracção disciplinar grave
passível de um procedimento disciplinar que pode mesmo culminar em despedimento
disciplinar8.
7
Parafraseando Prof. Norberto Capeça «o atraso é toda hora depois da hora de entrada». In 19.ª Formação
Inicial Obrigatória para Advogados Estagiários da OAA, Mediateca 28 de Agosto, 2019.
8
No mesmo sentido o CTP, inclui na noção da Justa Causa de Despedimento falsas declarações relativas à
justificação de faltas, al. f), Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro (versão actualizada) CÓDIGO DO
TRABALHO.
Para minimizar os esforços do empregador no que as falsas declarações de justificação de faltas dizem
respeito, foi implementado nalgumas empresas o dever de, se a falta do trabalhador consistir em doença,
este deverá justificar a sua ausência mediante um comprovativo médico assinado e carimbado pelo médico
em serviço naquela instituição com o respectivo número da ordem, se consistir em falecimento de um
parente é exigido ao trabalhador a junção ao boletim de óbito, a cópia do documento de identidade do
falecido, a fim de comprovar e aferir-se o grau de parentesco entre o trabalhador e o falecido.
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Além das sanções previstas nos arts. 206.º, al. a) e n.º 5 do art. 144.° da LGT,
relativamente às faltas, a perda de remuneração e desconto nas férias do trabalhador,
constituem outras sanções cujo fundamento legal figura no art. 153.º da LGT.
Parece uma decisão absurda das empresas que procedem neste sentido, mas no fundo tem uma justificação
lógica, pois, hoje por hoje, mormente na nossa sociedade, poucas são as pessoas que estão comprometidas
com o trabalho, faltam ao trabalho muitas vezes sem motivo porque tem em mente que podem adquirir um
justificativo médico a um amigo ou outra pessoa qualquer, para apresentar à empresa ou mesmo um boletim
de óbito de alguém que por ventura nem sequer conheceu.
9
De Sousa, Otávio Augusto Reis, Exame de Ordem Direito de Trabalho, IESDE Brasil S.A, 5ª edição,
Curitiba, 2012, pág. 154
10
Cordeiro, António Menezes, Manual de Direito do Trabalho, Almedina, cit., págs.834-840.
11
Idem.
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A justa causa fundada no desinteresse repetido pelo cumprimento das obrigações está
associada ao dever de prestar o trabalho com diligência e zelo na forma, tempo e local
estabelecido (…), conforme a al. a) do art. 44.° da LGT. A negligência do trabalhador no
desempenho de suas funções, em regra, só se configura pela reiteração de actos
comissivos ou omissivos que importem em desleixo ou displicência14.
Não será justa causa se o trabalhador se desinteressar uma única vez a cumprir a obrigação
a que está adstrito, é necessário que esta conduta seja reiterada e seja causa de redução de
12
Desobediência “pressupõe a vontade deliberada de incumprimento das ordens dadas”. Assim, é
necessário que se trate de genuína desobediência. Não se deve confundir com desobediência, a atitude do
trabalhador que não executou imediatamente a ordem por ter colocado objecções técnicas ou que se recusou
a cumpri-la por saber ser tecnicamente errada podendo ter como consequência prejuízos graves (contudo,
nestes casos haveria aqui um conflito de deveres já que o dever de obediência do trabalhador colidiria com
o seu dever de zelo e de custódia pelos bens que lhe foram confiados pelo empregador). Também não
constitui desobediência a inobservância de ordens menos claras do empregador
13
Gomes, Júlio Vieira, Direito do Trabalho, Vol. I - Relações Individuais de Trabalho, Coimbra Editora,
Coimbra, 2007, Pág. 960-964.
14
Leite, Carlos Henrique Bezerra, Curso de Direito do Trabalho, 8ª Edição, 2017, Saraiva Jur., pág. 551.
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produtividade. É necessário perceber que, para se aferir a justa causa com fundamento no
desinteresse do trabalhador em prestar a sua atividade não se exige, necessariamente que
os elementos que a compõe sejam de verificação cumulativa, basta que se verifique um
elemento. Dito doutro modo, para integrar justa causa de despedimento é necessário que
o desinteresse do trabalhador pelo cumprimento das obrigações inerentes ao exercício do
seu cargo seja repetido, e ainda, que seja muito grave, e torne prática e imediatamente
impossível a subsistência da relação de trabalho15.
Toda conduta ou acto que causar dano contra direito de alguém, seja ele físico ou moral
é uma ofensa. As ofensas verbais e/ou físicas figuram como uma das infracções mais
graves praticadas no local de trabalho prevista na LGT, porquanto, além de constituir
justa causa para despedimento disciplinar, pode o ofendido, trabalhadores da empresa, o
empregador, os seus representantes ou superiores hierárquicos apresentar queixa à polícia
para instauração de um procedimento criminal, quando esta conduta reunir todos
elementos de crime.
No âmbito laboral, considera-se ofensa verbal, palavras proferidas pelo trabalhador, que
visam ferir a honra, o bom nome, imagem do empregador, colegas de trabalho ou outras
pessoas que estejam em contacto com a empresa. Devem ser, sobretudo, proferidas contra
essas pessoas com animus de ofendê-las.
Não resta qualquer dúvida que uma agressão, devidamente evidenciada e comprovada
dentro do ambiente de trabalho, cometida por um trabalhador que não tenha agido por
legítima defesa, deve ser punida com a penalidade da justa causa.
Isso porque, a ofensa física é acto grave e inaceitável em qualquer ocasião, inclusive no
ambiente de trabalho, diante do impacto negativo que gera aos demais trabalhadores.
A ofensa física cometida no ambiente de trabalho, pela própria gravidade da conduta, não
pode de forma alguma ser comparada com uma falta injustificada ao trabalho, ou seja,
com um acto desidioso a ponto de necessitar de reiteradas práticas até o acto de
despedimento por justa causa.
15
Melo, Joana Medeiros, Despedimento por Facto Imputável ao Trabalhador: Situações Típicas de Justa
Causa, Dissertação realizada no âmbito do 2.º Ciclo Mestrado em Direito na Área de Ciências Jurídico-
Empresariais, Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, Fevereiro 2011, pág. 36.
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Não trataremos aqui dos casos de exclusão de ilicitude pois não é o objectivo deste estudo,
pelo que remetemos o seu estudo aos manuais de Teoria Geral do Direito Civil e Direito
Penal, mas tal facto há-de ser considerado de ocasião a ocasião.
Não obstante, vale ressaltar que não pode o agressor invocar para si o argumento de que
praticou tal acto acometido de forte ou violenta emoção, pois ainda que assim tenha sido
praticada a agressão, a tipificação do crime permanece incólume e configurado perante a
legislação penal, sendo somente alterado a moldura penal.
Portanto, se a conduta reprovável foi praticada, mesmo que sob a alegação de violenta
emoção, ainda resta tipificada como crime no meio social, e da mesma forma é
considerada reprovável dentro do ambiente de trabalho.
O mesmo tratamento deve ser aplicado quando o acto ocorre em qualquer outro local fora
da empresa. O empregador não poderá intervir, bem como aplicar sanção disciplinar, uma
vez que o distanciamento que separa o facto ocorrido não permitiria, mesmo que o motivo
decorresse de assuntos profissionais.
Repare que o horário de trabalho deverá ser entendido pela jornada de trabalho
previamente estipulada pela LGT no art. 95.°, n.º 1 al. b), salvo prorrogação, nos termos
da lei.
Quando o facto ocorre dentro da jornada de trabalho, o empregador estará livre para
aplicação da punição devida, devendo sempre preceder da análise dos factos. O mesmo
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tratamento deverá ser dado pelo empregador quando, mesmo que fora da jornada de
trabalho, o acto ocorra dentro do estabelecimento da empresa.
O empregador somente não poderá aplicar punição ao trabalhador quando o acto ocorra
fora da jornada de trabalho, bem como fora das dependências da empresa, posto que os
trabalhadores já não mais estão sob a influência do poder disciplinar do empregador.
Citando António Menezes Cordeiro, a ilicitude pode ser delimitada pela negativa, através
da actuação de causas de justificação. Valem, em princípio, todas as consagradas no
Direito comum, civil e penal, com especial relevo para a existência de um direito
específico de agir: pense-se, por exemplo, no exercício do direito à grave, que suspende
vários dos deveres derivados da situação jurídica laboral.
16
Amado, João Leal, Contrato de Trabalho, 2.ª ed., Coimbra Editora, pág.390.
17
Cordeiro, António Menezes, Manuel de Direito do Trabalho, Livraria Almedina, Coimbra
1991, Pág. 752.
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infracções mas também existem outras condutas não tipificadas mas que são passíveis de
penalização).
O critério genérico leva a que a legislação não preveja, de modo expresso, as figuras de
infracções disciplinares. Por tal critério, a ordem jurídica não realiza previsão exaustiva
e formalística das infracções. Ao contrário, apenas menciona como infracção disciplinar
aquela conduta que, por sua natureza ou características próprias ou mesmo
circunstanciais, venha a romper com a confiança essencial à preservação do vínculo
laboral. Por esse critério, portanto, é mais larga a margem de aferição de ocorrência de
infracções no contexto da relação de trabalho. É o que sucede p.e, na circunstância de um
trabalhador, fora do âmbito laboral, revelar segredos sobre os negócios e vida privada do
empregador. Embora seja uma conduta praticada fora do âmbito laboral, não deixa de
configurar uma prática ilícita e que leva a quebra da confiança que sustenta a relação
laboral.
Neste prisma, o poder disciplinar do empregador pode ser actuado não em razão de uma
infracção disciplinar, mas como reacção aos comportamentos do trabalhador que, embora
a sua conduta transcende o domínio dos seus deveres laborais, comportamentos exta-
18
Ac. RP de 17/01/2005, I, 225
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contratuais que envolvam a censura civil ou criminal, a título de exemplo, têm ou podem
ter repercussões na relação laboral, em termos de comprometer a correcta execução do
contrato ou mesmo tornando impossível a manutenção do mesmo face a conduta do
trabalhador.
Todavia, embora o acto praticado pelo trabalhador fora do centro e horário de trabalho
seja ilícito e não tenha sido qualificado como infracção disciplinar pela LGT, não deixa
de ser uma situação a ter em consideração pelo empregador, pois, de certa forma, belisca
a confiança nele depositada.
O furto vem regulado no art. 421.° ss, roubo no art. 432.° ss, abuso de confiança no art.
453.° e burla no art. 450.° todos do Cód. Penal.
É de salientar que a LGT faz referência, apenas, ao furto no ponto de vista laboral, sem
lhe atribuir aquele cunho penalístico, mas isso não impede o instrutor do procedimento
disciplinar ou o MPº e os agentes do SIC, na eventualidade de se mover também um
processo-crime, qualificar a conduta do trabalhador em conformidade com a tipificação
do Cód. Penal.
19
Ramalho, Maria do Rosário Palma, Direito do Trabalho, Parte II, Situações Laborais Individuais, 2ª
Edição, Almedina, Outubro 2008, Pág. 645.
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Outro aspecto de realce, tem que ver com a segunda parte da al. g) do art. 206.° da LGT,
quando diz “outras fraudes praticadas na empresa, ou durante a realização do trabalho”.
Ora, não entendemos o que o legislador queria com isso dizer, uma vez que se trata de
fundamentos que o empregador se serve para despedir o trabalhador, entendemos que o
legislador tinha de ser manifestamente claro e preciso quanto as essas infracções, de modo
a não dar espaço de manobras ao empregador no sentido de introduzir outras razões para
despedir o trabalhador ou permitir ao empregador fazer interpretações subjectivas por ter
encontrado ocasião para tal20.
A questão que não se cala é saber quais são essas outras fraudes praticadas na empresa
ou durante a realização do trabalho?
São situações que não estão previstas na norma do art. 206.°, mas que beliscam a
confiança antes depositada ao trabalhador e que, no uso do seu poder regulamentar, pode
prever tais condutas como ilícitas.
20
Tal interpretação poderá não ser apenas do empregador, certos Magistrados poderão trilhar o mesmo
caminho.
21
Atente à al. l) do art. já citado fala da embriaguez que se repercutem negativamente no trabalho e não do
consumo de bebidas alcoólicas no centro e hora de trabalho. Repare que a referida alínea dá entender que
a conduta do trabalhador será considerada fundamento para justa causa quando os seus efeitos se
repercutirem negativamente no trabalho, independentemente do local e da hora em que fez o consumo.
22
Basile, César Reinaldo Offa, Direito do Trabalho Duração do Trabalho a Direito de Greve, 3ª edição
2011, Volume 28, Editora Saraiva, pág. 150.
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O contrato de trabalho é sustentado pela confiança, daí a razão de ser intuitu personae, o
que obriga as partes pautarem a sua conduta conforme o princípio da boa-fé. A
inobservância deste princípio, leva o trabalhador que divulgar informações sigilosas do
empregador a incorrer naquele que chamamos no direito civil culpa post pactum finitum,
que consiste na responsabilização das partes do contrato, após a sua extinção pelos danos
causados a outra parte em consequência de um dever a que estava obrigado a cumprir por
força da boa-fé.
Importa referir que o trabalhador que violar este pacto, a sua responsabilização não será
em sede do processo laboral, mas sim, através de uma acção cível, dado o facto de não
existir mais qualquer vínculo jurídico que os une.
Porém, se essa força de trabalho não superar as expectativas do empregador em face dos
objectivos que lhe são propostos, ou depois de certo período de trabalho não poder fazê-
lo mais, mostrando manifesta improdutividade, não estará apto para continuar a prestar a
sua actividade, pelo que ao empregador é reconhecido o poder de lançar mão a este
fundamento, mediante um procedimento disciplinar para cessar o contrato.
23
Leitão, Luís Manuel Teles de Menezes, Direito das Obrigações, Introdução da Constituição das
Obrigações, Volume I, 10ª Edição, 2013, págs. 328 e 329.
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Não obstante o que acima referimos, podemos constatar, dentro destas instituições, que
certos trabalhadores não conseguem acompanhar este ritmo, em bom rigor podemos dizer
24
Leite, Carlos Henrique Bezerra, Curso de Direito de Trabalho, 8ª ed. 2017, Saraiva Jur. Pág. 552.
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mesmo, que não conseguem manter a higiene pessoal tampouco no local de trabalho, o
que leva os colegas às reclamações constantes resultantes dessa atitude.
Por outro lado, esta atitude não, só tira prestígio ao trabalhador, mas também à empresa
perante as pessoas com as quais se relaciona, o que é mais grave. Os trabalhadores, são
reflexo da empresa, e quando estes se apresentam sem qualquer preocupação da sua
aparência externa ou do local onde labora, demonstra claramente o quanto é o empregador
despreocupado com o bem-estar dos seus trabalhadores e a organização da sua empresa.