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A construção da realidade em Piaget e Winnicott:
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Aula 1.
Proposta e percurso conceitual do curso
correlatos em Piaget
correlatos em Winnicott
6. Problema epistemológico-metodológico
7. A proposta do curso
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1. Psicanálise e Desenvolvimento:
o campo de pesquisa
1.2 Freud e Piaget como pioneiros a fornecer uma teoria do desenvolvimento científica sistemática
1.5 O problema da comunicação entre os dados obtidos pelo método de observação direta
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1.1 O que é uma teoria do desenvolvimento?
Uma teoria do desenvolvimento do ser humano, seja em que perspectiva e de que ponto de vista se proponha,
corresponde a um conjunto de explicações teóricas e descritivas dos diversos processos interativos que levam
etapa por etapa, à situação em que um ser humano chega a realizar as suas potencialidades propriamente
humanas. Trata-se de um conjunto no qual as diversas capacidades e conquistas são explicadas e integradas
num sistema geral. Num sistema que tem um modelo ontológico de homem, uma compreensão dos impulsos
básicos que impulsionam este desenvolvimento, um foco de análise colocando em destaque determinadas
capacidades ou faculdades (afetivas, cognitivas), bem como uma explicação da dinâmica que, passo a passo,
“Ela está interessada na maneira pela qual o comportamento evolui como uma entidade, e não nas funções,
órgãos, ou capacidades isoladamente consideradas. Afirma que esse desenvolvimento atravessa estágios
distintos, que levam a comportamentos sempre mais complexos; [...]”. (Cobliner, W. Godfrey. (1965). A escola de psicologia
genética de Genebra e a psicanálise: paralelos e equivalências In R. A. Spitz (Ed.), O primeiro ano de vida. São Paulo: Martins Fontes; p. 265)
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1.2 Freud e Piaget como pioneiros a fornecer uma
teoria do desenvolvimento científica sistemática
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1.3 A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget
(foco, método, esquema geral)
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1.4 A teoria do desenvolvimento psicosexual de Freud
Foco: O desenvolvimento das relações com os objetos, considerando os processos psíquicos inconscientes
e a importância da sexualidade infantil
Método: clínico-psicanalítico
Oral 0-1 Boca, lábios, língua Relações iniciais... (ao final, Desmame)
Latência 6-12 Nenhum Desenvolv. Mec. Defesa; Identificação com pares do mesmo sexo
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1.5 O problema da comunicação entre os dados obtidos
pelo método de observação direta e pelo método clínico
• […] estou convencido de que a psicologia do desenvolvimento é pobre se não leva em conta o que não pode ser
visto diretamente – por exemplo, os conteúdos das fantasias – e que ela pode ser muito enriquecida por teoiras
sobre a dinâmica interpessoal e sobre os processos emocionais que surgem na experiência psicanalítica, com o
• Por outro lado, a psicologia do desenvolvimento tem seus próprios benefícios a oferecer, além de proporcionar
observações diretas: ela é disciplinada para projetar condições controladas que podem forncecer textes críticos
par acomprovaçãop de hipóteses alternativas e, ao fazê-lo, pode ajudar a resolver diversos debats trabvados
com a psicanálise que, de outra maneira, estariam limitados à condição de especulaçãometafísica ou poética.
• Na verdade, mesmo uma rápida revisão da literatura dedica às teorias do desenvolvimento, nos últimos anos,
revela uma enorme riqueza de material e de debate, que é extremamente pertinente aos interesses
psicanalíticos.
(Murray, Lynne (1989). Winnicott and the Developmental Psychology of Infance. British Journal of Psychotherapy, 5:333-348.)
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2. A formação do ser humano como problema na
filosofia, na psiquiatria e na psicologia
2.3.3 Na psicologia
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2.1. A especificidade do modo de ser do ser humano
O homem, diferente de algumas espécies, não nasce pronto nem programado para lidar com
a realidade, ele terá que construir os meios (cognitivos e afetivos) para fazer isto.
O modo de ser humano como sendo o único que dá sentido a si mesmo, o único que forja o
fenomenológicos.
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2.2 O problema da relação do homem com a realidade
O homem parece sempre ter se colocado o problema de conhecer o mundo em que vive, como um
elemento necessário à sua existência.
No campo da filosofia há um tema central que diz respeito a saber o que é possível conhecer, especialmente
referido às teroias do conhecimento (que têm Descartes, Hume e Kant como seus autores de fundamento).
Dizendo de outra maneira, a questão de saber como é possível conhecer a realidade, corresponde a uma
questão central para o ser humano.
Ela leva, no entanto, a perguntar quais são as condições de possibilidade do homem e o que é que ele pode
conhecer; o que leva, necessariamente, à questão de saber como ele se constitui como sujeito do
conhecimento, como ele se organiza e se estrutura na unidade do sujeito psicológico.
Nesse sentido, apreender o Real está relacionado com estar em posse de si mesmo como algo distinto do
Real.
Este problema tem formulações no campo da filosofia e da psiquiatria que quero retomar.
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2.3 A questão do EU
como fundamento do ser humano
2.3.3 Na psicologia
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2.3.1 A questão do EU
como fundamento do ser humano
Na filosofia (a posição de Kant) (1)
Que o ser humano possa ter o eu em sua representação, eleva-o infinitamente acima de todos os
demais seres que vivem na terra. É por isso que ele é uma pessoa, e uma e mesma pessoa em virtude
da unidade da consciência em todas as modificações que lhe possam suceder, ou seja, ele é, por sua
posição e dignidade, um ser totalmente distinto das coisas, tais como os animais irracionais, aos quais
se pode mandar à vontade, porque sempre tem o eu no pensamento, mesmo quando ainda não
possa expressá-lo, assim como todas as línguas têm de pensá-lo quando falam na primeira pessoa,
ainda que não exprimam esse eu por meio de uma palavra especial. Pois essa faculdade (a saber, a de
pensar) é o entendimento.
Kant, I. (1798). A Antropologia Pragmática. “O lugar do Eu”; p. 27
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2.3.1 A questão do EU
como fundamento do ser humano
Na filosofia (a posição de Kant) (2)
Mas é notável que a criança que já sabe falar suficientemente bem comece no entanto
bastante tarde a falar por meio do eu (talvez bem depois de um ano), tendo até então falado
de si na terceira pessoa (Carlos quer comer, andar etc.), e uma luz parece se acender para
ela, quando começa a falar por meio do eu: a partir desse dia nunca mais volta a falar
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2.3.2 A questão do EU
como fundamento do ser humano
Na história da psiquiatria (a análise de Foucault) (1)
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2.3.2 A questão do EU
como fundamento do ser humano
Na história da psiquiatria (a análise de Foucault) (2)
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2.3.2 A questão do EU
como fundamento do ser humano
Na história da psiquiatria (a análise de Foucault) (3)
1. Nas psicoses, …
2. Nas neuroses, ao contrário, é somento um seto da personalidade que é atingido: ritualismo dos
obssessivos em relação a tal out al objeto, angústias causadas por tal situação na neurose fóbica. Mas
o curso do pensamento permanece intacto na sua estrutura, mesmo se ele é mais lento nos
psicastênicos; o contato emocional subexiste, chega mesmo a ser exagerado em seus limites nos
histérios; enfim, o neurótico, mesmo que apresente obliterações de consciência como o histérico, ou
impulsos incontroláveis como o obsessive, conserva a lucidez crítica em relação a seus fenômenos
mórbidos. (p. 9-10)
Classifica-se, em geral, entre as psicoses, a paranóia e todo o grupo esquizofrênico, com suas suas
síndromes paranoids, hebefrênicas e catatônicas; entre as neuroses, a psicastenia, a histeria, a
obssessão, a neurose de angústia e a fobia. (p. 10)
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2.3.3 A questão do EU
como fundamento do ser humano
Na psicologia
Todas as teorias do desenvolvimento do ser humano e as descrições dos processos que levam
à constituição do EU como entidade,
à construção da unidade do sujeito psicológico na sáude
a compreensão das formas patológicas de organização do ser humano
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3. A área atual da psicologia do desenvolvimento
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3.3 Os períodos ou Fases do desenvolvimento
(cronológicos)
(uso/linguagem até o ingresso da criança na escola ou em algum outro tipo de treinamento social)
Vida Adulta tardia 65 (Papalia & Feldman, 2012, pp. 40-41)
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4. O problema do desenvolvimento da capacidade de apreensão da realidade externa no ser
humano e seus correlatos em Piaget
temos a constituição do EU
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4.3 A maneira como Piaget coloca o problema da
construção do real na criança
A primeira questão que convém formular, para compreender como a inteligência nascente
constrói o mundo exterior, consiste em saber se, durante os seus primeiros meses, a criança
concebe as coisas, como acontece conosco, soba a forma de objetos substanciais, permanentes
e de dimensões constantes. Supondo que assim não seja, será preciso então explicar como se
constrói a noção de objeto. (Piaget, J. (1937). O Desenvolvimento da Noção de Objeto A construção do real na criança
(pp. 11-92). Rio de Janeiro: Zahar, 1975, p. 11).
longe de ser inata ou de ser dada, toda feita, na experiência, constrói-se pouco a pouco. (Piaget, J.
(1937). O Desenvolvimento da Noção de Objeto A construção do real na criança (pp. 11-92). Rio de Janeiro: Zahar, 1975.; p. 12)
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4.4 Concomitante à conquista da capacidade de apreensão do
objeto permanente, temos a constituição do EU
• Enquanto que, no ponto de partida deste desenvolvimento, o recém-nascido traz tudo para si ou, mais
precisamente, para o seu corpo [egocentrismo, narcisismo sem narciso], no final, isto é, quando começa a linguagem
e o pensamento, ele se coloca, praticamente, como / um elemento ou corpo entre os outros, em um universo que
construiu pouco a pouco, e que sente depois como exterior a si próprio. (Piaget, J. (1964). Six études de psychologie.
• A questão da CONSTRUÇÃO DO REAL se sobrepõe e coincide com o problema da passagem da situação egocêntrica do
início para a constituição do EU como uma entidade diferente do mundo externo; ou, dizendo em outras palavras, o
problema de construção do real na criança também corresponde ao problema da constituição do EGO, como algo
• Assim, o problema do objeto permanente, enunciado por Piaget, corresponde também ao problema da organização
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4.5 O desenvolvimento cognitvo
e os esquemas de apreensão do mundo
Ao procurar esclarecer esse processo, Piaget apontará para o fato de que, no início, o ser humano é imaturo para
reconhecer a realidade como externa a ele mesmo; este progredirá num processo de desenvolvimento utilizando
esquemas cognitivos de apreensão e assimilação dos objetos, inicialmente dados pelo funcionamento sensório-
motor e, depois, expandindo-os, chegará à constituição das noções de objeto-espaço, tempo-causalidade,
chegando à possibilidade de reconhecer os objetos como externos a ele mesmo (num processo referido como
sendo de assimilação, acomodação e equilibração).
estruturas do organismo e há estruturas da inteligência: eu experimento mostrar que umas procedem das
outras, e que a lógica, por exemplo, nasce da coordenação geral das ações e que a coordenação geral das
ações apoia-se sobre as coordenações nervosas, apoiando-se, elas mesmas, sobre as coordenações orgânicas.
(apud Jean Piaget, in Bringuier, Jean-Claude. (1978 [1977]). Conversando com Jean Piaget. Rio de Janeiro: Difel; p. 11).
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5. O problema do desenvolvimento da capacidade de apreensão da realidade externa no ser humano
e seus correlatos em Winnicott
5.3 A maneira como Winnicott coloca o problema do estabelecimento da relação com a realidade externa
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5.1 O problema de Winnicott:
continuidade de ser, integração, aniquilação…
Cada teórico da psicanálise, poder-se-ia dizer, organiza sua teoria em volta do que poderia ser chamado de uma
catástrofe essencial, para Freud era a castração; para Klein, o triunfo da pulsão de morte; e para Winnicott era a
aniquilação do self central pela intrusão, como falha no ambiente de sustentação. Phillips, Adam 1988 [2007]:
Winnicott. São Paulo, Idéias & Letras; p. 209.
Gostaria de postular um estado de ser que é um fato no bebê normal, antes do nascimento e logo depois. Esse
estado de ser pertence ao bebê, e não ao observador. A continuidade do ser significa saúde. Se tomarmos como
analogia uma bolha, podemos dizer que quando a pressão externa está adaptada à pressão interna, a bolha
pode seguir existindo. Se estivéssemos falando de um bebê humano, diríamos “sendo”. Se por outro lado, a
pressão no exterior da bolha for maior ou menor do que aquela em seu interior, a bolha passará a reagir à
intrusão. Ela se modifica como reação a uma mudança no ambiente, e não a partir de um impulso próprio. Em
termos do animal humano, isto significa uma interrupção no ser, e o lugar do ser é substituído pela reação à
intrusão. Cessada a intrusão, a reação também desaparece e pode haver, então, um retorno ao ser.
(WINNICOTT, 1988, p. 148)
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5.2 A teoria do desenvolvimento
emocional para Winnicott
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5.2.1 Winnicott se considera um pensador do
desenvolvimento
Vocês já devem ter percebido que, por natureza, treinamento e prática sou uma pessoa que pensa de modo
desenvolvimental. Quando vejo um menino ou uma menina numa carteira escolar, somando ou subtraindo, e lutando
com a tabuada de multiplicação, vejo uma pessoa que já tem uma longa história em termos de processo
desenvolvimental, e sei que pode haver deficiências, distorções no desenvolvimento ou distorções organizadas para
lidar com deficiências que têm de ser aceitas, ou que deve haver uma certa precariedade no que tange ao
desenvolvimento que parece ter sido conseguido. Vejo o desenvolvimento como indo em direção à independência e a
significados sempre novos para o conceito de totalidade, que pode ou não se tornar um fato no future daquela criança,
caso ela esteja e continue viva. Também tenho plena consciência do quando se depende do meio ambiente, e do modo
como esse meio, inicialmente importantíssimo, continua a ter significado e vai ter significado, mesmo quando o
indivíduo atinge a independência, por meio de uma identificação com características ambientais, como quando uma
criança cresce, se casa e cria uma nova geração de filhos, ou começa a participar da vida social e da manutenção da
estrutura social. (Winnicott, 1984h. Sum: eu Sou Tudo começa em casa. São Paulo: Martins fontes, 1999; p. 42-43)
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5.2.2 A teoria do desenvolvimento de Winnicott
é uma teoria da dependência
Possuímos a única formulação realmente útil, que existe, da maneira pela qual o ser humano
ser enunciada de modo sucinto, e sabemos que existem grandes lacunas no nosso
entendimento. Apesar disto, existe a teoria, e, desta maneira, a psicanálise efetuou uma
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5.2.3 O processo de desenvolvimento (1)
Optando pela abordagem que estuda o desenvolvimento como a mais capaz de focalizar os
diversos pontos de vista, espero deixar claro [como] inicialmente, a partir de uma interação
primária do indivíduo / com o ambiente, surge um emergente, o indivíduo que procura fazer valer
ocorre então o fortalecimento do self como uma entidade, uma continuidade do ser onde, e de
onde, o self pode [emergir] como uma unidade, como algo ligado ao corpo e dependente de
cuidados físicos;
dependência, e a consciência quanto à confiabilidade da mãe e seu amor, que chega à criança sob
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5.2.3 O processo de desenvolvimento (2)
ocorre, então, a aceitação pessoal das funções e dos instintos e seus climaxes, o gradual
reconhecimento da mãe como um outro ser humano, e junto a isto a mudança da ruthlessness em
direção ao concern;
e esse todo é enriquecido pela elaboração imaginativa de cada função, e pelo crescimento da psique
cerebrais;
aos fatores ambientais, levando com o tempo à socialização. (Winnicott, 1988, pp. 25-26).
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5.2.4 As fases do desenvolvimento (1)
Podemos considerar, de forma geral, que a teoria do desenvolvimento emocional são descritos por Winnicott
não tanto em termos das relações de objeto impulsionadas pela vida instintual, mas em relação à linha que
leva os indivíduos
relativa,
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5.2.4 As fases do desenvolvimento (2)
Dependência Absoluta (0-4 meses). Neste estado o lactente não tem meios de perceber o cuidado materno, que é em grande parte uma questão de profilaxia.
Não pode assumir controle sobre o que é bem ou mal feito, mas apenas está em posição de se beneficiar ou de sofrer distúrbios;
Dependência Relativa. (4 meses a 1,5 ano) Aqui o lactente pode se dar conta da necessidade de detalhes do cuidado materno, e pode de modo crescente
relacioná-los ao impulso pessoal, e mais tarde, num tratamento psicanalítico, pode reproduzi-los na transferência;
Rumo à Independência (1,5 ano )O lactente desenvolve meios para ir vivendo sem cuidado real. Isto é conseguido através do acúmulo de recordações do
cuidado, da projeção de necessidades pessoais e da introjeção de detalhes do cuidado, com o desenvolvimento da confiança no meio. Deve-se acrescentar aqui o
elemento de compreensão intelectual, com suas tremendas implicações. (Winnicott, 1960c, pp. 45-46)
Latência
Adolescência
vida adulta
velhice
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5.3 A maneira como Winnicott coloca o problema do
estabelecimento da relação com a realidade externa
[…] numa satisfatória amamentação, o fato de tomar parte do corpo materno fornece “esquemas” para
Ao procurar descrever o processo que leva o ser humano a estabelecer uma relação com a realidade
externa, ele identificará três modos do ser humano se relacionar com a realidade: o subjetivo, o
transicional e o objetivo. No que se refere a nosso tema e nossos interesses, nesse curso, podemos
caracterizar estes modos de se relacionar com a realidade como sendo, também, três esquemas
socioemocionais.
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6. Problema epistemológico-metodológico
Tendo sistemas teóricos diferentes, será que Piaget e Winnicott estão falando dos mesmos
fenômenos?
1. A posição eclética
Quais contribuições, no que se refere à compreensão da primeira infância a obra de Piaget pode
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7. A proposta do curso
Tanto num como noutro, vemos que o desenvolvimento ocorre com a constituição e expansão de
esquemas (cognitivos e socioemocionais) aplicados e/ou vividos na relação com a realidade.
Vamos retomar a descrição feita por Piaget, procurando apreender os fenômenos que ele pode
apreender e, da mesma maneira, nos dedicar a Winnicott, com o mesmo objetivo. Depois
vamos procurar indicar em que sentido um autor pode contribuir para o desenvolvimento da
perspectiva do outro.
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8. Hipóteses de trabalho
em relação aos resultados esperados
• No que se refere às contribuições de Piaget para Winnicott, creio que Piaget focou sua análise no desenvolvimento de
certas conquistas que Winnciott pouco falou (espacialização, temporalização, compreensão da causalidade com o
surgimento da mente etc.), de uma maneira que poderíamos desenvolvê-los no quadro do pensamento de Winnicott
(com seus interesses clínicos evidentes), dado que estes aspectos da Natureza Humana estariam não só considerados
como parte da estrutura humana (fenomenologia) como estariam perturbados nas psicoses.
• No que se refere ao inverso, os piagetianos poderiam levar em consideração a ação criativa da criança, a dependência do
ambiente, a descrição da situação do amálgama inicial descrito por Winnicot, bem como os fenômenos da
transicionalidade e da fase do uso do objeto, como dados empíricos a serem considerados no processo de
• De uma maneira sintética, poderíamos considerar que a descrição dos esquemas cognitivos (Piaget) e dos esquemas
socioemocionais (Winnicott) poderiam ser considerados para a ampliação das teorias do desenvolvimento em cada um
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9. A linha de desenvolvimento conceitual do curso
Plano temático das aulas
Aula 4 e 5. A epistemologia genética de Jean Piaget como uma teoria do desenvolvimento cognitivo:
Aula 8, 9, 10 e 11. Estudo crítico de Winnicott sobre o estabelecimento da relação com a realidade externa
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Cronograma das aulas
e modo de funcionamento do curso
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Referências Básicas
Teorias do desenvolvimento
Boyd, Denise, & Bee, Helen. (2011). A criança em crescimento. Porto Alegre: Artes Médicas.
Crain, William. (2011 [2000]). Theories of Development: Comncepts and Applications. New York et al.:
Prentice Hall.
Lerner, Richard M. (2002 [1976]). Concepts and Theories of Human Development. New York & London:
Lawrence Erlbaum Associates.
Miller, Patricia H. (2011 [1989]). Theories of Developmental PSYCHOLOGY (5 ed.). New York: Worth
Publishers.
Papalia, Diane E., & Feldman, Ruth Duskin. (2012). Desenvolvimento Humano (12 ed.). Porto Alegre:
McGrawHill e Artmed, 2015.
Steinberg, Laurence; Bornstein, Marc H.; Vandell, Deborah L.; Rook, Karen S. (2011). Lifespan Development.
Infance Throught Adulthood. EUA: Wadsworth.
Thomas, R. Murray. (2005). Comparing Theories of Child Development. USA: Thomson Wadsworth.
40
Referências Básicas
Epistemologia e metodologia
Kuhn, Thomas Samuel. (1970). A estrutura das revoluções científicas. São Paulo:
Perspectiva, 1975.
Kuhn, Thomas Samuel. (2000). O caminho desde A estrutura. Ensaios Filosóficos, 1970-
1993, com uma Entrevista Autobiográfica. São Paulo: Editora Unesp, 2006.
41
Referências Básicas
Winnicott e sua teoria do desenvolvimento socioemocional
Abram, Jan. (2008). Donald Woods Winnicott (1896–1971): A brief introduction. The International Journal of
Psychoanalysis, 89(6), 1189-1217.
Dias, Elsa Oliveira. (2003). A teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott. Rio de Janeiro: Imago Editora.
Fulgencio, Leopoldo. (2015 - inédito). Descrição do processo de desenvolvimento dos modos de ser-no-mundo do
ponto de vista de Winnicott WINNICOTT. A PSICANÁLISE DO SER. São Paulo: Concern.
Phillips, Adam. (1988). Winnicott. São Paulo: Idéias & Letras, 2007.
Spelman, Margaret Boyle. (2013a). The Evolution of Winnicott's Thinking: Examining the Growth of Psychoanalytic
Thought Over Three Generations. London: Karnac Books.
Spelman, Margaret Boyle. (2013b). Winnicott's Babies and Winnicott's Patients: Psychoanalysis as Transitional
Space London: Karnac Books
42
Referências Básicas
Piaget
Piaget e a epistemologia genética
Piaget, Jean. (2001 [1964]). Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2001.
Piaget, Jean, & Inhelder, Bärbel. (1986 [1966]). Psicologia da criança. São Paulo: Difel.
Piaget, Jean. (1937a). A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
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Referências Básicas
Winnicott e a conquista da realidade
Winnicott, Donald Woods. (1960c). Teoria do Relacionamento Paterno-Infantil O Ambiente e os Processos de Maturação (pp.
Winnicott, Donald Woods. (1996o). Introdução Primária à Realidade Externa: Os Estágios Iniciais Pensando Sobre Crianças (pp.
Winnicott, D. W. (1988). Estabelecimento da relação com a realidade externa natureza Humana (pp. 120-135). Rio de Janeiro :
Imago, 1990.
Murray, Lynne (1989). winnicott and the Developmental Psychology of Infancy. Britsch journal of Psychotherapy, 5:333-348.
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Relação de Videocasts
https://youtu.be/mHQUskmlCMA
https://youtu.be/p0hJCQFpW-M
Em Português
Parte 1 https://youtu.be/QchPhiUzC9A
Parte 2 https://youtu.be/s9Z7n8gGXek
Parte 3 https://youtu.be/xaq6TsCjz-A
Parte 4 https://youtu.be/oGnlzv5Gqx0
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Relação de Videocasts
https://youtu.be/I1ywUDYgNpI
https://youtu.be/cNroJH3qi9k
https://youtu.be/vlgwBI2prYQ
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