Você está na página 1de 34

FARMACOLOGIA

AULA 17:
BLOQUEADORES
NEUROMUSCULARES
SÉRGIO RICARDO
FERNANDES DE ARAÚJO
Roteiro da aula
1. Estrutura da Placa motora
2. Estrutura dos receptores nicotínicos
3. Bloqueadores neuromusculares e seus mecanismos
4. Principais vias de absorção, distribuição e metabolismo dos fármacos
bloqueadores neuromusculares
5. Perfil de escolha dos fármacos neuromusculares na clínica
6. Principais aplicações terapêuticas
7. Perfil toxicológico dos fármacos bloqueadores das junções
neuromusculares
8. Intervenções para reversão de efeitos tóxicos
Estrutura da placa motora
Estrutura do receptor nicotínico
FÁRMACOS BLOQUEADORES
NEUROMUSCULARES - CONCEITO

São drogas capazes de bloquear a contração



muscular através da ação na junção neuromuscular.

 As pesquisas sobre estas drogas tiveram início com a


descoberta do curare.

TURBOCURARINA: princípio ativo do curare.


Precursor dos medicamentos desta classe utilizados
clinicamente na atualidade.
Curare
Bloqueadores Neuromusculares
Classificação

Despolarizantes: aqueles que produzem seus efeitos a


partir da despolarização sustentada da placa motora.

Competitivos: aqueles cujos efeitos advêm da


inibição competitiva da ligação da acetilcolina ao
receptor nicotínico juncional, impedindo a
despolarização da placa motora.
BLOQUEADORES MUSCULARES DESPOLARIZANTES
NÃO- DESPOLARIZANTES
DESPOLARIZANTES NÃO- DESPOLARIZANTES

Curta ação (min) Curta ação (min)


Suxametônio (6 – 11)
Decametônio Mivacúrio (15 – 21)

Ação intermediária (min)


Atracurônio (45)
Vecurônio (40 – 45)
Rocurônio (36 – 73)

Ação prolongada (min)


D-tubocurarina (80)
Pancurônio (85 – 100)
Bloqueadores Neuromusculares
Relações de estrutura e atividade

Todos os bloqueadores neuromusculares são


compostos de amônio quaternários para poderem
se assemelhar a molécula de acetilcolina (Ach)
que possui um nitrogênio quaternário, que é o
responsável pela atração da Ach pelo receptor
nicotínico.
IMPORTÂNCIA FARMACOLÓGICA DOS BLOQUEADORES
NEUROMUSCULARES

Medicina

Bloqueadores neuromusculares
Relaxantes musculares

Substâncias capazes de causar relaxamento:


Usadas para grandes cirurgias abdominais;
Relaxamento suficiente para intubação endotraqueal;
Para manter o paciente imóvel durante procedimentos cirúrgicos, etc.
Co-adjuvantes em anestesiologia;
Unidade de terapia intensiva;
Situações de espasticidade;
Bloqueadores competitivos
EFEITOS DOS BLOQUEADORES
COMPETITIVOS
 Paralisia motora
 Ação nos músculos:
- olhos, face, membros e faringe
- músculos respiratórios

- A consciência e percepção da dor


permanecem normais.
USOS TERAPÊUTICOS DOS
BLOQUEADORES COMPETITIVOS

- Adjuvantes anestésicos: permitem menor dose da


anestesia
FARMACOCINÉTICA
 Via Intravenosa

 Diferem na velocidade de início e duração da


ação

 Não atravessam BHE

 Não são absorvidos no TGI


REVERSÃO DO BLOQUEIO NÃO
DESPOLARIZANTE

- Inibidores da colinesterase
EFEITOS INDESEJÁVEIS
 D-tubocurarina
◦ bloqueio ganglionar   PA  Taquicardia
◦ liberação histamina
 hipotensão
 Broncoconstrição
 Secreção brônquica
 Salivação excessiva
 Galamina
◦ bloqueio muscarínico (taquicardia, hipertensão)
 Pancurônio
◦ bloqueio ganglionar  PA  Taquicardia
EFEITOS ADVERSOS DOS BNM
COMPETITIVOS
FÁRMACO Velocidade Duração de Principais
de início ação efeitos col.
d-Tubocurarina Lenta > 5 min Prolongada Hipotensão (bloqueio
ganglionar + lib hist.)
(1-2h) broncoconstrição
Galamina Lenta Prolongada Taquicardia
(antag musc)

Pancurônio Intermediária Prolongada Taquicardia discreta

(2-3 min)
Vecurônio Intermediária Intermediária Poucos efeitos
colaterais
(30-40 min)
Atracúrio Intermediária Intermediária Hipotensão transitória
(liberação histamina)
(< 30 min)
Mivacúrio Rápida Curta Hipotensão transitória
(liberação histamina)
(2 min) (15 min)
Bloqueadores despolarizantes
EFEITOS DOS BLOQUEADRES
DESPOLARIZANTES
- Fasciculações iniciais e consequente
bloqueio da contração muscular
USOS TERAPÊUTICOS

- Facilita a
intubação
endotraqueal
FARMACOCINÉTICA
 Possui ação rápida e curta duração;

 Rapidamente hidrolisados pela colinesterase


plasmática;

 Não atravessam BHE.


EFEITOS INDESEJÁVEIS
 Bradicardia
 Liberação K+ (arritmias)
◦ queimados, traumatismos
 Aumento pressão intra-ocular
◦ contratura musculatura extra-ocular
 Paralisia prolongada
◦ chE geneticamente modificada
◦ antichE (organofosforados, glaucoma)
◦ Hepatopatias
 Hipertermia maligna (congênita rara)
◦ espasmo muscular e aumento súbito To
corporal
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
DOS BNM
 Inibidores da colinesterase
◦ reversão dos efeitos dos BNM não despolarizantes
◦ prolongamento dos efeitos dos despolarizantes
 Anestésicos gerais
◦ ação estabilizadora da junção neuromuscular
 (p. ex. halotano)
 Antibióticos aminoglicosídeos
◦ Inibem a liberação de Ach (sinergismo com os BNM
competitivos) (competição com o Ca++)
 (p. ex. gentamicina, tobramicina)
 Bloqueadores do canal de Ca++
◦ bloqueio ganglionar (taquicardia)

Você também pode gostar