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Didática no ensino

superior
Educação

Pedagogi
Didática
a

Arte de
ensinar
• Considerada uma ciência que estuda os saberes necessários à
prática docente a Didática é um dos principais instrumentos
para a formação do professor, pois é nela que se baseiam
para adquirir os ensinamentos necessários para a prática. De
acordo com Libâneo (1990, p. 26) “a didática trata da teoria
geral do ensino”. Como disciplina é entendida como um
estudo sistematizado, intencional, de investigação e de prática
(LIBÂNEO, 1990).
• Jan Amos Comenius (1592-1670), na obra Didática Magna
(1651) relata as primeiras interpretações a respeito da didática
como a “arte de ensinar”. Comenius (1651) reconhece o
direito à educação e a importância da Didática em relação ao
ensino e ao aprendizado na vida de todo ser humano.

• Levando em conta a diferença entre o ensinar e o aprender,


diz: Nós ousamos prometer uma didática magna, ou seja, uma
arte universal de ensinar tudo a todos: de ensinar de modo
certo, para obter resultados, de ensinar de modo fácil,
portanto sem que docentes e discentes se molestem ou
enfadem, mas, ao contrário, tenham grande alegria; de
ensinar de modo sólido, não superficialmente, de qualquer
maneira, mas para conduzir à verdadeira cultura, aos bons
costumes, a uma piedade mais profunda (COMENIUS, 1651, p.
13).
• Desde os jesuítas, passando por Comênio,
Rousseau, Herbart, Dewey, Snyders, Paulo Freire,
Saviani, dentre outros, a educação escolar
percorreu um longo caminho do ponto de vista
de sua teoria e prática. Vivenciada através de
uma prática social específica – a pedagogia -,
esta educação organizou o processo de ensinar-
aprender através da relação professor aluno e
sistematizou um conteúdo e uma forma de
ensinar o saber erudito produzido pela
humanidade
Prática pesquisa
teórica
Pedagogia Tradicional
• “....a Didática é compreendida como um conjunto de regras
visando assegurar aos futuros professores as orientações
necessárias ao trabalho docente”, que “separa teoria e prática,
sendo a prática vista como aplicação da teoria, e o ensino
como forma de doutrinação”. Esta concepção ainda influencia
de maneira direta e/ou indireta a forma de ensinar de muitos
docentes.
Pedagogia Renovada
• A Pedagogia Renovada ficou conhecida também como
Escola Nova, que tinha como ideal educativo o “aprender a
aprender” partindo do pressuposto de que o importante é a
aquisição do saber o que muitas vezes desqualifica o saber
em si.
• De acordo com Veiga (1989, p. 52), na Pedagogia Renovada
a Didática era vista: [...] como um conjunto de ideias e
métodos, privilegiando a dimensão técnica do processo de
ensino, fundamentados nos pressupostos psicológicos ou
pedagógicos e experimentais, cientificamente validados na
experiência e constituídos em teoria, ignorando o contexto
sócio-politico-econômico.
Pedagogia Tecnicista
• A Pedagogia Tecnicista “se estrutura na teoria da aprendizagem
behaviorista orientada por objetivos instrucionais pré-definidos e
tecnicamente elaborados” (Veiga, 1989, p.58). A ela cabe o termo
“aprender a fazer” uma vez que o produto final do ensino é mais
importante do que o aluno e o professor.
• Como afirma Veiga (1989, p. 60-61):
“ O enfoque do papel da Didática a partir dos pressupostos da
Pedagogia Tecnicista procurou desenvolver uma alternativa não-
psicológica, situando-se no âmbito geral da Tecnologia Educacional,
tendo como preocupação básica a eficiência e a eficácia do processo
de ensino. [..] o processo é que define o que professores e alunos
devem fazer, quando e como farão. [..] Enfim, a Didática é concebida
como estratégia para o alcance dos produtos previstos para o processo
ensino-aprendizagem.
Pedagogia Crítica
• A Pedagogia Crítica valoriza a escola como parte de um contexto
social num todo, que busca a transformação da sociedade
através da democracia.
• Para Saviani (2012, p.10) ela “recupera a unidade da atividade
educativa no interior da prática social articulando seus aspectos
teóricos e práticos que se sistematizam na pedagogia concebida
ao mesmo tempo como teoria e prática da educação”.
• “ está no âmago da própria definição de pedagogia crítica a
vontade coletiva de reformar as escolas e de desenvolver modos
de prática pedagógica em que professores e alunos se tornem
agentes críticos que questionem ativamente e negociem a
relação entre teoria e prática, entre a análise crítica e o senso
comum e entre a aprendizagem e a transformação social.
• Na Pedagogia Crítica encontramos uma Didática preocupada
com o trabalho docente, com a tarefa do ensino e com a
aprendizagem do aluno.
• Em Veiga (1989, p.75), vamos encontrar o seguinte
esclarecimento sobre a Didática Crítica:
• A Didática Crítica busca superar o intelectualismo formal do
enfoque tradicional, evitar os efeitos do espontaneísmo
escolanovista, combater a orientação desmobilizadora do
tecnicismo e recuperar as tarefas especificamente pedagógicas,
desprestigiadas a partir do discurso reprodutivista. A Didática
comprometida procura compreender e analisar a realidade
social onde está inserida a escola.
• Portanto, estudar Didática no Ensino Superior, não significa
acumular informações sobre as práticas e técnicas do processo
de ensino-aprendizagem, mas sim acrescentar em cada sujeito
a capacidade crítica em questionar e fazer reflexão sobre as
informações adquiridas ao longo de todo processo de ensino-
aprendizado. Veiga (2010, p. 58) diz que é preciso “tornar o
ensino da Didática mais atraente e respaldado nos resultados
das investigações envolvendo alunos em processo de
formação”.

• Para Rios (2001, p. 55) “tratar o fenômeno do ensino como


uma totalidade concreta, buscar suas determinações, pensá-lo
em conexão com outras práticas sociais é o que se espera fazer,
do ponto de vista de uma concepção crítica do trabalho da
didática”.
• Nesta perspectiva percebe-se a importância da Didática visto
que ela “se caracteriza como mediação entre as bases teórico-
cientificas da educação escolar e a prática docente” (LIBÂNEO,
1990, p. 28).
• Perrenoud (2000, p. 14), aponta como procedimentos da
atuação do professor
• 1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
• 2. Administrar a progressão das aprendizagens.
• 3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
• 4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu
trabalho.
• 6. Participar da administração da escola.
• 7. Informar e envolver os pais.
• 8. Utilizar novas tecnologias.
• 9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
• 10. Administrar sua própria formação contínua.
• Como construir uma didática eficaz? Que caminho
escolher?

• “...o importante, não resta dúvida, é não pararmos


satisfeitos ao nível das intuições, mas submetê-las
a análise metodicamente rigorosa de nossa
curiosidade epistemológica” (FREIRE, 1996, 51).

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