POSITIVISMO CONSTRUTIVISMO Resumo didático e adaptação de
E capítulo do livro Formar em administración, de Rodrigo M. Grisales POSITIVISMO CONSTRUTIVISMO
Princípio ontológico Princípio de representabilidade da
experiência da realidade “O conhecimento elaborado progressivamente pela ciência é o “O homem, com seu conhecimento, não conhecimento da realidade; uma realidade acessa, não pode acessar à essência ou que se postula como independente do substância das coisas. Ele acessa sua observador que a descreve: o Universo, a experiência frente às coisas, a partir da Natureza, a Vida, tudo o que podemos qual se constroem representações delas e conhecer, o que são potencialmente da experiência. Seu conhecimento não conhecimentos cumulativos, que dizem ou refletirá uma realidade ontológica objetiva descrevem a essência, a substância e a mas uma representabilidade das coisas. permanência das coisas, para além da diversidade acidental de suas aparências e Poder-se-á falar, então, de adequação dos de seu comportamento” (Le Moigne, modelos à realidade, mas não de verdade 1995b). em termos absolutos (Le Moigne, 1995a). POSITIVISMO CONSTRUTIVISMO
Princípio do universo em cadeia Princípio do universo construído
A realidade está determinada por leis que a regem e o objetivo da ciência é É chamado também por Le Moigne descobrir as cadeias de causalidades postulado teleológico da representação; decompondo a realidade em tantas Isto quer dizer que à tradicional e partes quanto possível. determinista causa-efeito do positivismo se opõe o comportamento-teleologia, Pois o homem atua em função de finalidades que elaboram “mundos possíveis” que se constroem e dentro dos quais adquire sentido seu fazer e seu saber. POSITIVISMO CONSTRUTIVISMO
Princípio de objetividade Princípio da interação sujeito-objeto
“A observação do objeto real por um Ao ilusório dualismo cartesiano sujeito- observador não modifica nem o objeto objeto, o construtivismo opõe a nem o observador. Se o observador é indissolubilidade de ambos no processo de modificado, isto não concerne à ciência conhecimento. Não se poderia falar de sujeito e de objeto senão de sujeito e da (o espírito humano não faz parte dos imagem (ou representação) do objeto. Le objetos reais sobre os quais ele mesmo Moigne propõe, com base em Bachelard, pode conhecer)”. (David et al, 2000). que as disciplinas construtivistas não se definam por seu objeto mas por seu projeto cognitivo em torno da uma realidade dentro de outra realidade, a humana, na qual tal projeto adquire um sentido e uma pertinência. POSITIVISMO CONSTRUTIVISMO
Princípio de naturalidade da lógica Princípio de argumentação geral (ou de nova
retórica) “Não só a lógica disjuntiva permite descobrir as leis da natureza mas ela mesma Não existe uma só maneira de exercer a razão, é lei da natureza” (Le Moigne, citado por e seria mais propriamente a argumentação ou David et al, 2000). O uso da lógica humana nova retórica que mostraria a grande valida por si mesma o conhecimento e, por multiplicidade de raciocínios inteligíveis que contraposição, tudo o que é não é não se acomodam à lógica disjuntiva, mas conhecível logicamente não é científico. podem produzir experiências, conhecimentos e Este princípio está intimamente ligado ao soluções razoáveis. H. Simon chama este tipo de argumentos de “raciocínios procedentes”, princípio da razão suficiente de Leibniz no sentido de possíveis, plausíveis ou (tudo tem uma causa que o explica convenientes para a produção de sentido – suficientemente), pois o caráter de caso contrário se valida a priori o silogismo “suficiente” lhe confere de fato um status de como a única lógica aceitável pela ciência. natural à razão humana. POSITIVISMO CONSTRUTIVISMO Princípio da mínima ação (ou do ótimo Princípio da ação inteligente único) “Entre duas teorias, a mais simples será Formulado por H. Simon Y Newell, este considerada mais científica” (Le princípio “descreve a invenção ou Moigne, 1995a). Parte da ideia de que a elaboração, por todo tipo de raciocínio natureza busca a maneira mais eficiente (descritível a posteriori), de uma ação que de produzir-se. propõe uma correspondência `adequada´ ou `conveniente´ entre uma situação percebida e um projeto concebido” (Le Moigne, 1995a, p. 123). Neste caso a “mínima ação” (a otimização) não seria mais que “um” entre múltiplos projetos de conhecimento possíveis. REFERÊNCIAS
DAVID, A., HATCHUEL, A., LAUFER, R. (coords.). Le nouvelles fondations des
sciences de gestion. Élements d´épistemologie de la recherche en management. Paris: FNEGE, 2000. GRISALES, R. M. Formar en administración. Medellín: Siglo de Hombres Editores, 2011. LE MOIGNE, J.L. Le constructivisme. Tomo 2: Des épistemologies. Paris: ESF Éditeur, 1995a . LE MOIGNE, J.L. Les épistemologies constructivistes. Paris: Presses Universitaires de France, 199b.