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MONITORAÇÃO E

PLANOS ANESTÉSICOS
M.V. Esp. Nathalia Pena
Princípios da monitoração anestésica
• Monitoração é o aspecto mais importante da anestesia!
• Reconhecer um problema e intervir antes que transforme em
consequências irreversíveis é o propósito de monitoração
• Implica no conhecimento da fisiologia e dos efeitos dos fármacos
anestésicos.
Princípios da monitoração anestésica
• Profundidade Anestésica
• Estado cardiovascular
• Estado respiratório
• Oxigenação
• Anestesista
• Registro de informações
ACVA Monitoring Guidelines
JAVMA, Vol.206, No7, 936-93

• Garantir que o fluxo sanguíneo para os tecidos esteja adequado


• Assegurar concentração de oxigênio adequada no sangue arterial
do paciente
• Assegurar que a ventilação do paciente está mantida
adequadamente
• Registrar variáveis monitoradas em intervalos
regulares (ex 5 - 10 min)
ACVA Monitoring Guidelines
JAVMA, Vol.206, No7, 936-93

• Manter registro legal dos eventos


• Garantir que um indivíduo responsável esteja atento ao estado do
paciente em todo tempo de anestesia, estar preparado tanto para
intervir, quando indicado, quanto para alertar o veterinário
responsável sobre mudanças na condição do paciente
Profundidade anestésica
• Grande parte baseada na descrição de pacientes submetidos a anestesia
por éter (Planos de Guedel)
• Descrito em termos de estágios progressivamente profundos e planos
anestésicos
Baseado em alterações:
• tônus muscular somático
• padrão respiratório
• sinais oculares
Estágios e planos anestésicos de Guedel

•Estágio I: estágio de excitação voluntário


• Estágio II: delírio e excitação involuntário
• Estágio III: anestesia propriamente dita
Dividido em 4 planos anestésicos
• Estágio IV: depressão profunda, choque bulbar e morte
Estágio I - excitação voluntária

• Aplicação anestésico até perda da consciência


• Início da analgesia - presença de sensação dolorosa ao estímulo
• Medo, estresse - micção e defecação
• Liberação de adrenalina - taquicardia e midríase
• Respiração irregular
Estágio II - delírio

Inibição dos centro inibitórios e liberação dos centros excitatórios


• Incoordenação motora
• Tosse e vômito
• Micção e defecação
• Reação anormal aos estímulos externos - sonoros, luminosos e táteis
• Respiração irregular, taquicardia
• Vocalização: ganidos, uivos, relinchos
• Salivação abundante - ruminantes/felinos
Estágio III - Perda de
consciência

1º Plano
• Respiração regular, rítmica, menor FR e maior amplitude respiratória
• Tônus muscular presente - porém reduzido
• Protrusão de 3a pálpebra no cães
• Reflexos oculares PRESENTES
• Presença de movimentação do globo ocular: nistagmo e
lacrimejamento (equinos)
Estágio III - Perda de
consciência

2º Plano
• Respiração profunda e rítmica
• Relaxamento muscular intenso
• Centralização do globo ocular /rotação ventro-medial (cães)
• Queda FC e PA
• Ausência de reflexo interdigital
Estágio III - Perda de
consciência

3º Plano
• Respiração superficial - queda FR e Vt
• Relaxamento muscular intenso
• Centralização do globo ocular - reflexo corneal +
• Início de midríase - reflexo pupilar +
• Ausência de reflexo interdigital
Estágio III - Perda de
consciência

4º Plano
• Confunde-se com o IV Estágio
• Respiração superficial e taquipneica
• Início apneia e cianose
• midríase
• reflexo corneal ausente
• depressão cardiovascular
Estágio IV - choque bulbar e morte

•Parada respiratória
• Parada cardíaca
• Hipotermia
• Midríase agônica
• Respiração agônica
Reflexo palpebral
• Tocar gentilmente o canto lateral / medial da pálpebra
• paciente muito superficial: pisca
• paciente em plano adequado: não pisca ou pisca levemente
• paciente muito profundo: não pisca
Reflexo corneal

• Tocar pálpebra superior, realizando uma


leve compressão da córnea
• paciente plano superficial: pisca
• paciente em plano adequado: pisca
• paciente muito profundo: não pisca
Posicionamento globo ocular
Plano superficial
• olhos rotacionados ventralmente e mediamente ou dorsalmente e
lateralmente

Plano moderado
• olhos ligeiramente ventrais mas posicionados centralizados

Plano profundo
• olhos centralizados com pupila dilatada
Relaxamento muscular
Tônus de mandíbula
• Abrir a boca e determinar a resistência
• Paciente superficial: alta resistência
• Paciente profundo: ausência de resistência
Monitoração da profundidade anestésica

“ Os anestésicos inalatórios produzem inconsciência (hipnose),


no entanto são analgésicos pobres (não bloqueiam a nocicepção)”
Profundidade
anestésica
Sistema cardiovascular
• Frequência cardíaca
(FC) e pressão arterial
(PA)
Profundidade
anestésica
Sistema respiratório
• Frequência respiratória
(FR) e volume corrente
(Vt)
Profundidade
anestésica
Profundidade
anestésica
Profundidade
anestésica
Anestesia
dissociativa
Monitoração
cardiovascular
• Frequência e ritmo cardíaco
• Pressão arterial: direta e
indireta
Monitoração cardiovascular
Frequência cardíaca

Taquicardia
• Plano inadequado - dor e
desconforto
• Hipotensão arterial
• Hipóxia
• Anemia
• Febre
• Fármacos (tiopental, dissociativos,
catecolaminas, atropina)
Monitoração cardiovascular
Frequência Cardíaca

Bradicardia
• Aumento tonus vagal
• Hipotermia
• Hipertensão
• Hipóxia
• Fármacos (opióides, agonistas alfa 2
adrenérgico)
Monitoração cardiovascular- ECG
Apresenta apenas atividade elétrica
• Arritmias
• Isquemia
• Desequilíbrio eletrolítico (K, Ca e Mg)
Não mostra:
• Débito cardíaco
• Perfusão tecidual
• Atividade funcional cardíaca

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