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TTP - Psicanálise

Prof. Rodrigo M Andrade


Françoise Dolto (1908-1988)
 Nascida na França, era próxima de
Jacques Lacan, contudo, não se
denominava Lacaniana.

 Inovadora no quesito psicanálise com


crianças, priorizava a escuta do
inconsciente e dos traumas
genealógicos.

 Foi a primeira analista a se dispor ao


atendimento de crianças com distúrbios
graves, como DI e psicose infantil.
Françoise Dolto (1908-1988)
 A criança é fruto do desejo dos pais, ou seja é
objeto do desejo familiar.
 Dolto buscava inserir a criança na estrutura
desejante da família, ou seja, sair do lugar de
objeto de desejo, para desejante do próprio
desejo.
 Entendia que o sintoma da criança, na verdade era
o sintoma da estrutura familiar.
 É a relação com o Outro que humaniza a criança.
A ligação materna pela fala, olfato e toque traduz a
Precisamos falar
realidade para o bebê nomeando as sensações e
sobre Kevin
organizando seu mundo.
Françoise Dolto (1908-1988)
 Para Dolto, o corpo é uma construção
simbólica constituída através do
investimento materno sobre o bebê.
 Desde idade muito precoce o bebê
busca o timbre da voz da mãe
(cuidador).
 A fala é o organizador que permita o
cruzamento entre o esquema corporal
e a imagem do corpo.
Françoise Dolto (1908-1988)
 Dolto indicava sempre falar toda verdade à criança,
mesmo que seja dolorosa. Contudo, utilizando uma
linguagem acessível à criança.
 Enfatiza a relação entre as neuroses dos pais às
neuroses dos filhos. Para ela, os filhos são portadores
de dívidas transgeracionais não saldadas.
 A criança sofre do inconsciente dos pais.

“o sofrimento não verbalizado de duas linhagens pode


aparecer na terceira geração sob a forma de um
sintoma.”
Françoise Dolto (1908-1988)
 Clínica
 Dava grande atenção ao ambiente familiar.
 Na entrevista inicial tentava identificar:
 - Origem da demanda
 - Quem de fato estava sofrendo
 - Estudava a dinâmica familiar e o lugar da criança no narcisismo dos pais
 Buscava entender como estava a relação entre os cuidadores e a criança.
 Dolto entrevistava primeiro os pais separadamente, e depois atendia a criança junto
dos pais.
 Com crianças menores de 5 anos, realizava as consultas sempre junto dos pais.
Françoise Dolto (1908-1988)
 Dolto, não se munia de um arsenal de brinquedos para atender as crianças, a
psicanalista utilizava principalmente a fala, o desenho e a modelagem.
 Buscava que o DITO pela criança verbalmente fosse REPRESENTADO
graficamente.
 Unia o desenho ou a modelagem à associação de ideias pela fala.

 Não interpretava os desenhos, mas fazia perguntas para ampliar as significações e


sentidos.
“Onde você estaria se estivesse nesse desenho?”
Françoise Dolto (1908-1988)
 Propunha para criança;

 Aqui você pode dizer tudo, mas não fazer tudo.

 Você pode dizer ao modelar ou desenhar tudo que estiver pensando ou sentindo.

 Por priorizar a compreensão da história da criança e das relações com os familiares,


Dolto preferia a prática construtiva à interpretativa.
 O tratamento deve permitir ao sujeito reconhecer seus desejo.

 Atendia desde idade muito precoce, na medida que entendia que a relação entre
mãe e bebê é constitutiva.
Françoise Dolto (1908-1988)
 Além do pagamento realizado pelos pais, a psicanalista introduziu o pagamento
simbólico das sessões que deveria ser realizado pela criança (pedrinhas, selos,
desenhos).
 Assim buscava maior implicação na criança no próprio tratamento.

 Defendia que os psicanalistas deveriam ampliar sua atuação para além do


consultório, dando palestras em escolas e hospitais e atender em sistemas públicos
e comunitários.
 Criou a Casa Verde, onde atendia crianças pequenas.

 Foi muito criticada por outros psicanalistas por não adotar nenhuma linhagem dentro
da psicanálise e por expor suas ideias dentro de espaços públicos.

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