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Gestão

Empresarial
Instituto Politécnico de Lisboa
Escola Superior de Comunicação Social
Ano Lectivo 2019-2020
(Slides adaptados a partir da apresentação de
Prof. Ricardo Barradas)
Estrutura da Apresentação

6. Teorias Organizacionais


6. Teorias Organizacionais
 Ao longo dos séculos XX-XXI ocorreu uma evolução na forma de
pensamento sobre as Empresas e a Gestão (as indicações
temporais são apenas uma tentava mais ou menos correta de as
delimitar no tempo...)

Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem


Clássica Comportamental Pragmática e/ou Sistémica e Contemporânea
Quantitativa Contingencial
Até final dos anos Até aos anos 50 Até ao anos 60 Até aos anos 90 Atualmente
30
Elton Mayo Teoria Gestão da
Taylor nos EUA Neoclássica Qualidade
Maslow
Fayol em França Gestão por Just in Time
Herzberg Objectivos
Max Weber na Learning
Alemanha McGregor Organizations

Open Innovation

Co-creation
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Abordagem Clássica:
 Nasce com o desenvolvimento das primeiras grandes empresas
industriais, num contexto em que o crescimento do mercado impunha a
necessidade de se produzir mais com menores custos

 Até então as empresas eram de pequena dimensão com pouca


produção e a gestão era feita praticamente por intuição

 Os gestores focavam-se exclusivamente na eficiência da produção (os


indivíduos faziam parte integrante do processo produtivo, tal como se
fossem máquinas)

 “Loucos anos 20” caracterizados por uma procura muito elevada e um


ímpeto consumista bastante robusto
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Frederick Taylor (Administração Científica):
 Princípio do “one and only best way”

 ”Time-and-motion studies” – Estudo dos tempos e movimentos

 Trabalho organizado por tarefas simples e repetitivas (“travail en miettes”) de


forma a maximizar o ouput por trabalhador

 Automatização física total e pura reprodução de movimentos (”homem-


máquina”)

 Incentivos financeiros (remuneração à peça e prémios de produtividade como


forma de motivação)
 “Homo Economicus” (os indivíduos são profundamente influenciados por
recompensas salariais)

 Teoria aplicada na Ford Motor Company de Henry Ford (produção em massa –


modelo ford T).
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Henri Fayol (Teoria Geral da Administração):
 Preocupação com as relações entre os diferentes
órgãos e hierarquias (chefe-subordinado)

 Eficiência não só do operário (à la Taylor) mas de toda a estrutura da


empresa

 Funções da gestão não exclusivas dos gestores de topo mas ao longo


de toda a hierarquia (“homem-servo” – dependência do subordinado
face ao chefe é total)

 Sugere a aplicação de catorze princípios


 Divisão do trabalho, autoridade, disciplina, unidade de comando, unidade de
direcção, subordinação do interesse individual ao colectivo, remuneração à
peça, centralização, cadeia escalar, ordem, equidade, estabilidade do
emprego, iniciativa e espírito de equipa
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Max Weber (Modelo Burocrático da Organização):
 O gestor deve definir a estratégia e os objectivos a atingir,
assim como as regras (geralmente escritas) e as tarefas a desempenhar
(todas as situações estão previstas)

 Os indivíduos devem desempenhar apenas essas tarefas


e sem falhas

 Para tudo há resposta, normal e procedimentos (“manual das boas


práticas”)

 É uma modelo assente em sete características


 Sistema formal de regras, impessoalidade, divisão do trabalho, hierarquias
bem definidas, autoridade bem detalhada, racionalidade absoluta e carreira
(“emprego para toda a vida”)
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Aspectos comuns:
 Autoridade centralizada
 Divisão do trabalho (tarefas simples para aumentar a eficiência)
 Separação da vida pessoal e do trabalho
 Seleção dos melhores trabalhadores (eficiência), evitando favoritismos
 Pessoas pagas de forma justa em de acordo com o seu desempenho

 Críticas à Abordagem Clássica:


 Desumanização do trabalho e do trabalhador
 Eficiência total sem olhar a meios
 Empresa encarada como uma máquina, um sistema fechado, previsível
e simples)
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
Modern Times Charles Chaplin
6. Teorias Organizacionais
(cont.)

Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem


Clássica Comportamental Pragmática e/ou Sistémica e Contemporânea
Quantitativa Contingencial
Até final dos anos Até aos anos 50 Até ao anos 60 Até aos anos 90 Atualmente
30
Elton Mayo Teoria Gestão da
Taylor nos EUA Neoclássica Qualidade
Maslow
Fayol em França Gestão por Just in Time
Herzberg Objectivos
Max Weber na Learning
Alemanha McGregor Organizations

Open Innovation

Co-creation
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Abordagem Comportamental:

 Oposição direta às abordagens clássicas


 Grande Depressão dos anos 30 (as teorias clássicas tornam-se
desadequadas)
 Evolução técnica e tecnológica exige mais dos trabalhadores (mais
esforço intelectual e não exclusivamente esforço físico)
 Criação das primeiras comissões de trabalhadores e de sindicatos que
passam a exigir melhores condições de trabalho

 O homem, o indivíduo, o trabalhador tornam-se o foco das teorias


comportamentais
 Motivação como condição para eficiência
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Elton Mayo (Teoria das Relações Humanas):
 Estuda as hipóteses das teorias clássicas na
Western Electric Company, em Hawthorne (Chicago)

 Conclui que mais importante do que o ambiente físico e financeiro


(iluminação, horário de trabalho e remuneração à peça), o comportamento
e a produtividade dos trabalhadores dependiam sobretudo do espírito de
grupo e da relação chefe-subordinado (variáveis psicossociológicas)

 Questões centrais no estudo das organizações:


 Motivações dos indivíduos
 Estilo de liderança

 “Homo-social” sobrepõe-se ao “Homo Economicus”


6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Abraham Maslow (Hierarquia das Necessidades):
 Reconhecimento que é importante estudar as aspirações dos
indivíduos porque é isso que os move

 Os indivíduos são motivados por necessidades insatisfeitas,


logo o gestor deve conhecer as necessidades dos trabalhadores
e garantir que são satisfeitas
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Abraham Maslow (Hierarquia das Necessidades):

Fisiológicas – sono,
alimentação, abrigo, água,

Segurança – segurança
física, emprego, saúde,…
Sociais – família, afeto,
amizade, compreensão,…
Estima – respeito,
prestígio, auto-estima,
confiança,…
Auto-realização – auto
desenvolvimento, atingir o
potencial de cada pessoa
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Frederick Herzberg (Teoria dos 2 Factores):
 Explica o comportamento com base em dois
fatores influenciadores para encontrar formas de
aumentar a produtividade

Factores Extrínsecos Factores Intrínsecos


Condições de trabalho e conforto Cargo
Salário e benefícios sociais Natureza das tarefas
Tipos de chefia Sentimento de progressão
Ambiente de trabalho Reconhecimento
Relação com colegas
Profilácticos e Preventivos Motivação
(evitam a insatisfação mas não (enriquecimento do cargo e
elevam a satisfação) enriquecimento das tarefas)
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Douglas McGregor (Teorias X e Y):
 Identifica dois tipos de comportamentos dos
trabalhadores a que devem corresponder diferentes
reacções por parte dos gestores

Trabalhadores X Trabalhadores Y
Trabalho é desagradável Trabalho é natural e agradável
Preguiçosos e irresponsáveis Querem trabalhar e aceitam
Pouca capacidade para resolver responsabilidades
problemas Capacidade para resolver problemas
Motivação externa Motivação interna
Gestor X Gestor Y
Vigia, fiscaliza e não confia Promove o autocontrolo e confia
Exige o cumprimento regras Dá autonomia
Centralizador e burocrata Delega e descentraliza
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Aspetos comuns:
 Oposição à abordagem clássica (sistema técnico-produtivo)

 É através do estudo do comportamento humano que podemos


compreender o comportamento organizacional (Sistema Social)

 As empresas são vistas como um sistema fechado, mas o homem é


visto como um ser humano. O objetivo da gestão é otimizar o sistema
social

 A eficiência produtiva (continua a ser o objetivo) mas depende do


comportamento das pessoas, da sua motivação e do relacionamento
interpessoal
6. Teorias Organizacionais
(cont.)

Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem


Clássica Comportamental Pragmática e/ou Sistémica e Contemporânea
Quantitativa Contingencial
Até final dos anos Até aos anos 50 Até ao anos 60 Até aos anos 90 Atualmente
30
Elton Mayo Teoria Gestão da
Taylor nos EUA Neoclássica Qualidade
Maslow
Fayol em França Gestão por Just in Time
Herzberg Objectivos
Max Weber na Learning
Alemanha McGregor Organizations

Open Innovation

Co-creation
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Abordagem Pragmática e/ou Quantitativa:
 Síntese (mix) das duas anteriores, mas mais actualizadas

 Definição de regras práticas de gestão e apresentação de receitas que


devem ser aplicadas à generalidade das situações

Teoria Neoclássica Gestão por Objectivos


O gestor deve aprender a evolução Ênfase não em fazer bem o trabalho,
do mercado e inovar nas respostas mas em fazer o mais importante para
(óptica da produção dá lugar à atingir os objetivos (globais e
óptica do mercado) parcelares)
“Não basta produzir, mas produzir
Objectivos SMART: Specific,
apenas aquilo que o mercado quer”
Measurable, Attainable, Realistic,
Nascimento do marketing Time-bound
(Theodore Levitt)
Peter Drucker
6. Teorias Organizacionais
(cont.)

Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem


Clássica Comportamental Pragmática e/ou Sistémica e Contemporânea
Quantitativa Contingencial
Até final dos anos Até aos anos 50 Até ao anos 60 Até aos anos 90 Actualmente
30
Elton Mayo Teoria Gestão da
Taylor nos EUA Neoclássica Qualidade
Maslow
Fayol em França Gestão por Just in Time
Herzberg Objectivos
Max Weber na Learning
Alemanha McGregor Organizations

Open Innovation

Co-creation
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Abordagem Sistémica e Contingencial:

Abordagem Sistémica Abordagem Contingencial (ou


Situacional)
A abordagem pragmática não Utiliza todas as teorias anteriores de
produziu os resultados desejados forma independente ou combinadas
entre si para solucionar problemas
Empresa é vista como um em cada situação
sistema as pessoas, as tarefas
Ao gestor cabe decifrar o problema e
e a gestão são encontrar a melhor forma de o
interdependentes) solucionar
Empresas como sistemas sociais Tudo está sujeito a contingências
abertos em interação dinâmica e (não há “one and only best way”)
constante com a envolvente
Racionalidade limitada sobrepõe-se à
racionalidade absoluta
6. Teorias Organizacionais
(cont.)

Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem Abordagem


Clássica Comportamental Pragmática e/ou Sistémica e Contemporânea
Quantitativa Contingencial
Até final dos anos Até aos anos 50 Até ao anos 60 Até aos anos 90 Atualmente
30
Elton Mayo Teoria Gestão da
Taylor nos EUA Neoclássica Qualidade
Maslow
Fayol em França Gestão por Just in Time
Herzberg Objectivos
Max Weber na Learning
Alemanha McGregor Organizations

Open Innovation

Co-creation
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Abordagem Contemporânea:
Gestão da Qualidade Just in Time Learning Organizations
Total
Reduzir erros durante a Visa eliminar stocks e Empresas com capacidade
produção, serviço ao agilizar todo o processo para se transformarem e
cliente em em todas as produtivo reinventarem
etapas de criação de valor
Toyota Production System Permitem que os
Satisfação dos clientes trabalhadores aprendam
Trabalhadores com papel novas formas de trabalho,
Formação dos importante, e novos métodos
trabalhadores recompensados por ideias
e sugestões (princípio do Aumenta a satisfação dos
Base de certiticação das beneficio mútuo ou kaizen) trabalhadores e o sucesso
empresas (ISO’S)
6. Teorias Organizacionais
(cont.)
 Abordagem Contemporânea:
Open Innovation Co-creation
Tradicionalmente as empresas tendem a Considera que as empresas e os
encarar a gestação da inovação como um clientes podem criar valor
processo interno. conjuntamente, através da sua
interação.
Em vez de se apoiarem exclusivamente nas
capacidades internas, empresas devem olhar Maior criação de valor, inovação,
para fora em busca de novos caminhos para benefícios simbólicos (cliente sente-se
geração de inovação. satisfeito por participar).

Aproveitamento de recursos internos e Críticas: o cliente pode não ser


externos à organização, cooperação, devidamente compensado pela sua
colaboração em rede, parcerias, maior criação colaboração uma vez que as empresas
de valor (Exp. Co-opetiton Samsung e Sony, tendem a absorver parte significativa do
tvs Led de ecran plano). valor criado.

Críticas: riscos de perda de propriedade das


inovações, complexidade na gestão da
inovação.

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