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TRANSTORNO

NEUROCOGNITI
VO MAIOR
(DEMÊNCIAS) E
LEVE
TIPOS DE MEMÓRIA
SEGUNDO A ESTRUTURA
CEREBRAL ENVOLVIDA

• Memória de trabalho
• Memória episódica
• Memória semântica
• Memória de procedimentos
1. MEMÓRIA DE TRABALHO

 Memória explícita, consciente, que exige esforço;


 É plenamente ativa, realiza operações mentais de
maneira constante;
 Gerenciadora da memória: seu papel é o de
analisar e selecionar as informações que chegam
constantemente e compará-las com as existentes
nas demais memórias;
 Exemplo: ouvir um número de telefone e retê-lo
na memória para, em seguida, discá-lo.
 demência frontotemporal (DFT), sobretudo na
variante frontal da DFT
 demência de Alzheimer (sobretudo na variante
frontal desta demência) demências vasculares e
demência com corpos de Lewy
2. Memória
episódica
• Memória explícita, de médio e longo prazos,
relacionada a eventos específicos da experiência
pessoal do indivíduo, ocorridos em determinado
contexto;
• Refere-se à recordação consciente de fatos reais;
• Ex: o que foi feito no último final de semana?
• A perda de memória nesse caso segue a Lei de Ribot;
• Com a perda dessa memória, o indivíduo perde
totalmente a capacidade de fixar e lembrar eventos
ocorridos há pouco minutos ou horas;
• ocorrem principalmente nos transtornos
neurocognitivos, sobretudo na demência de
Alzheimer.
3. Memória
semântica

• Se refere ao aprendizado, à conservação e à


utilização do arquivo geral de conceitos e
conhecimentos do indivíduo (conhecimentos
gerais sobre o mundo);
• Representação de longo prazo dos
conhecimentos que temos sobre o mundo
(significado das palavras, dos objetos e das
ações).
• Ex: Se lembrar de como foi um almoço em BH,
há três semanas, depende da memória episódica;
o conhecimento das palavras “almoço” e “BH”
depende da memória semântica
4. Memória de
procedimentos
• Tipo de memória automática, não consciente;
• Ex: a) habilidades motoras e perceptuais mais ou
menos complexas (andar de bicicleta, digitar no
computador, tocar um instrumento musical,
bordar...); b) habilidades visuoespaciais
(aprender soluções de labirintos e quebra-
cabeças); c) habilidades automáticas relacionadas
ao aprendizado de línguas (regras gramaticais
incorporadas na fala automaticamente, decorar a
conjugação de verbos de uma língua estrangeira,
etc);
• A memorização ocorre de forma lenta, com
inúmeras tentativas.
Doença de Alzheimer
• Condição de início insidioso e evolução lenta, gradual e constantemente progressiva, sem platôs prolongados;
• Os déficits de memória episódica para fatos recentes são os sintomas principais e iniciais da maior parte dos casos;
• Ocorrem perdas cognitivas, em particular da memória episódica (sobretudo para eventos autobiográficos recentes) e
da aprendizagem e na memória semântica;
• Ocorrem falhas importantes em aspectos léxico-semânticos (por deterioração do “estoque semântico”, o “dicionário”
individual de cada pessoa, ou por falha em acessar tal estoque) e pragmáticos, havendo dificuldade na nomeação e
na fluência verbal;
• A cognição social e a memória de procedimentos se preservam mais;
• Sintomas neuropsiquiátricos não cognitivos: depressão e apatia, irritabilidade, agitação, sintomas psicóticos,
agressividade e perambulação.
Doença Cerebrovascular
• Conjunto de quadros de perdas cognitivas decorrentes de acidentes vasculares em grandes
vasos ou microvasculares;
• Costuma haver associação com hipertensão, diabetes e obesidade;
• Demência por doença microvascular: ocorre a combinação de déficits nas funções
executivas e apatia/depressão (síndrome disexecutivo-apática);
• Demência por demência de grandes vasos, pós AVC: depende muito da região afetada,
mas em geral há afasia motora, labilidade emocional e déficits motores lateralizados.
Doença lobar frontotemporal ou demência
frontotemporal
• Acometimento já nas fases iniciais das funções executivas (responsáveis por controlar e
regular pensamentos, emoções e ações), da memória de trabalho e da memória semântica
(quando afeta mais os lobos temporais), da atenção e da cognição social, além de prejuízo
no controle dos impulsos.
• Alterações marcantes da personalidade (perda da empatia, desinibição e/ou apatia,
mudanças no paladar) e do comportamento (comportamentos perseverantes, compulsivos,
hiperoralidade).
Doença com corpos de Lewy
• Prejuízo cognitivo flutuante, alucinações visuais;
• Declínio cognitivo progressivo;
• Após o surgimento do declínio cognitivo progressivo, ocorre rigidez, redução e
lentificação dos movimentos (sintomas de parkinsonismo), mas nesse caso há um quadri
simétrico bilateral (na DP são quadros assimétricos), predominantemente axial (do tronco,
afetando menos os membros);
• Ocorre transtorno comportamental do sono REM, com vocalizações e comportamentos
motores complexos (são sonhos de ação e envolvemento violência muitas vezes). Logo a
pessoa desperta e costuma conseguir se lembrar do sonho.
• Preservação da memória episódica e, relativamente, da memória semântica.
Doença de Parkinson
• Diferente do DCL, na DP os sintomas motores característicos (rigidez, tremores,
lentificação motora) antecedem o surgimento do declínio cognitivo e, mais
frequentemente, alucinações nítidas e bem formadas;
• Perda da memória de procedimento;
• As alucinações são secundárias ao uso de medicamentos antiparkinsonianos;
• Prejuízo das funções executivas frontais, da memória e das habilidades visuoespaciais,
com lentificação no processamento das informações;
• Presença de depressão e ansiedade, alucinações, delírios, mudanças na personalidade,
sonolência excessiva durante o dia e transtorno de comportamento associado ao sono
REM.
Doença de Huntington
• Doença neurodegenerativa grave decorrente de mutação autossômica dominante;
• História familiar para essa doença;
• Evolução para demência é praticamente inevitável;
• Antecedem a demência o declínio das funções executivas e alterações comportamentais
como depressão, ansiedade, apatia e sintomas psicóticos, que podem surgir antes dos
sintomas motores (movimentos coreicos e lentificação motora);
• Perda da memória de procedimento.
Diagnóstico diferencial da síndrome demencial
• Transtorno depressivo que produz alterações cognitivas transitórias e funcionalmente derivável da alteração do
humor. Denomina-se pseudodemência depressiva a perda de memória de pacientes deprimidos secundária a déficit
de atenção, concentração e motivação. As perdas de memória, da atenção, da concentração e da motivação são
revertidas após o tratamento exitoso da depressão.

• O quadro de delirium também implica déficits cognitivos, sobretudo da atenção, da concentração e da memória.
Entretanto, nele há quase sempre alteração do nível de consciência, que está na base das alterações cognitivas da
condição, assim como flutuação do quadro no período circadiano (geralmente com piora ao anoitecer).

• Deficiência intelectual leve ou moderada: quando não se tem a história clínica do indivíduo, pode-se cair no
equívoco de atribuir as dificuldades cognitivas de um paciente com deficiência intelectual congênita a uma suposta
síndrome demencial. Além disso, na deficiência intelectual, as dificuldades cognitivas são mais homogêneas que nas
demências. No indivíduo com deficiência intelectual, as alterações da cognição e da adaptação social podem ser
rastreadas desde sua infância; nas demências, o passado do sujeito revela uma vida cognitiva geralmente normal.
Bibliografia
• Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e semiologia dos
transtornos mentais. Porto Alegre,. 2000. Editora Artes
Médicas do Sul.

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