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• Não podemos, no entanto, ignorar, bem pelo contrário, que a ausência anatômica de um
membro amputado, além de uma agressão real à personalidade total do indivíduo
sinistrado, traz consigo ainda uma modificação do peso, do volume, da densidade e da
própria gravidade, interferindo no controle postural e em todos os aspectos da atitude.
• Mostrar figura da pág. 113
A SOMATOGNOSIA
• ela é entendida por Ajuriaguerra como a tomada de consciência do corpo na sua totalidade e
respectivas partes, intimamente ligadas e inter-relacionadas com a evolução dos movimentos
intencionais, isto é, a tomada de consciência do corpo como realidade vivida e convivida.
• A ilusão do membro fantasma no indivíduo amputado (noção que já situei antes no seu
conteúdo) é a confirmação mais evidente do papel do conhecimento e do sentimento do corpo
na formação da personalidade humana. Note-se que, à supressão dos membros ou de qualquer
outra parte anatômica do corpo, o indivíduo sinistrado responde com uma representação mental
e uma sensação de volume e de localização da zona do corpo perdida ou extirpada.
PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICA DA PSICOMOTRICIDADE:
INTRODUÇÃO À OBRA DE VYGOTSKY
• Com base em Vygotsky (1978, 1999), a cultura torna-se parte da natureza de cada pessoa,
reforçando a ideia de que as funções psíquicas superiores são de origem sociocultural e
emergem de funções psicológicas elementares de origem biológica.
• Materialismo dialético
PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICA DA PSICOMOTRICIDADE:
INTRODUÇÃO À OBRA DE VYGOTSKY
• Para Luria (1969, 1970, 1973), a maturação cerebral efetua-se, igualmente, através da
emergência de sistemas funcionais, pondo em jogo e em interação sistêmica vários
conjuntos de células neuronais bem específicos. É, portanto, a instalação de conexões
neuronais provocadas pela aprendizagem que, sucessivamente, vai permitir a integração
complexa da informação multissensorial, que ilustra a passagem da linguagem corporal à
linguagem falada, e desta à linguagem escrita (Fonseca, 1999, 2002)
• Nenhuma área do cérebro se pode considerar responsável por qualquer aprendizagem, ou
por algum comportamento particular. Por analogia, nem todas as áreas são consideradas
igualmente contribuintes para a praxia global ou fina, a leitura, a escrita ou o cálculo. A
teoria luriana dos sistemas funcionais concebe que o cérebro opera apenas com um
número limitado de áreas quando está envolvido na produção de uma aprendizagem
específica, cada uma delas desempenhando um papel peculiar dentro do sistema
funcional, denominado constelação de trabalho.
O CÓRTEX E A COMPLEXIDADE DA
PSICOMOTRICIDADE
• A organização do córtex é função da complexidade da motricidade que, organizada, por
sua vez, em comportamentos, resulta da generalização e da associação dos dados (inputs)
sensoriais vindos da periferia (olhos, ouvidos, pele, músculos, tendões, ligamentos e
articulações). Entre o mundo exterior (o ambiente ou os ecossistemas naturais e sociais) e
o córtex, diz-nos Luria, existe um processo sensorial e neuronal que transforma o
estímulo vindo do exterior (input) em um estímulo significativo integrado mentalmente.
Dos órgãos sensoriais à medula ou ao tálamo para os centros corticais, a sensação é
transformada sucessivamente em percepção, imagem, simbolização, conceptualização
• Recorde-se, entretanto, como, em termos antropológicos, a complexa organização do
cérebro só foi possível devido à extrema e variada mobilidade das extremidades dos
membros do corpo e vice-versa.