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Para tanto, serão utilizados, nesta disciplina eletiva, os construtos teóricos fornecidos por Vygotsky
(1991) e a contribuição de autores que levam em conta a concepção sócio-cultural em alguns de seus
estudos, tais como Leontiev (1994), Friedmann (1996), Bomtempo (1997), Blatchford (1998),
Brougère (1998), Elkonin (1998), Dohme (2002), Dias Facci (2004) e Biscoli (2005), entre outros.
Definição dos termos brinquedo,
brincadeira e jogo
Os autores Bomtempo e cols (1986), Kishimoto (1994), Brougère; Wajskop (1997) e Baptista da Silva
(2003) afirmam que cada idioma possui particularidades na utilização das mesmas, o que as faz
diferirem entre si.
No inglês, o termo game designa o ato de jogar e se refere mais especificamente aos jogos de regras,
entretanto, ele pode se confundir e ter o mesmo significado de play, que indica o brincar, a ação da
brincadeira
A língua francesa designa o termo jouer para as ações de brincar e de jogar, não fazendo distinção
semântica entre elas. Tanto no inglês quanto no francês, os vocábulos que designam as ações de brincar
e de jogar também têm outros significados.
A palavra em português que indica a ação lúdica infantil é caracterizada pelos verbos brincar e jogar,
sendo que brincar indica atividade lúdica não estruturada e jogar, atividade que envolve os jogos de
regras propriamente ditos.
Kishimoto (1994) conceitua o brinquedo como o objeto suporte da brincadeira. Brougère; Wajskop
(1997) vão um pouco mais além, quando consideram o brinquedo um objeto cultural que, como
muitos objetos construídos pelos homens, tem significados e representações.
Quanto à função do brinquedo, Brougère e Wajskop (1997) esclarecem que ele tem um valor
simbólico que domina a função do objeto, ou seja, o simbólico torna-se a função do próprio objeto.
Bomtempo e cols (1986) colocam que a brincadeira é uma atividade espontânea e que proporciona
para a criança condições saudáveis para o seu desenvolvimento biopsicossocial. Friedmann (1996)
inclui que a brincadeira tem características de uma situação não estruturada. Para Kishimoto (1999) o
brincar tem a prioridade das crianças que possuem flexibilidade para ensaiar novas combinações de
idéias e de comportamentos. Alves (2001) afirma que a brincadeira é qualquer desafio que é aceito
pelo simples prazer do desafio, ou seja, confirma a teoria de que o brincar não possui um objetivo
próprio e tem um fim em si mesmo.
A influência da brincadeira no
desenvolvimento infantil
A brincadeira é a atividade principal da infância e esta exerce uma grande influência no
desenvolvimento infantil. Segundo Vygotsky (1991), Elkonin (1998) e Leontiev (1994) a brincadeira
proporciona saltos qualitativos no desenvolvimento e na aprendizagem infantil, e é durante a brincadeira
que ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico infantil.
Atráves da brincadeira a criança estimula uma série de aspectos que contribuem tanto para o
desenvolvimento individual do ser quanto para o social, desenvolvendo primeiro aspectos físicos e
sensoriais. Outro fator que pode ser observado na brincadeira é o desenvolvimento emocional e da
personalidade da criança.
Segundo Melo e Silva (2005):