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SÍFILIS

CONGÊNITA

Dra Kaoma Evangelista Vaz


Pediatra
Introdução:
• A sífilis congênita (SC) é o resultado da transmissão do Treponema
pallidum da gestante infectada para o concepto por via
transplacentária ou, ocasionalmente, por contato direto com a lesão
no momento do parto (transmissão vertical)

• Trata-se de uma doença que pode ser prevenida por meio do


diagnóstico precoce e tratamento de sífilis nas gestantes e suas
parcerias sexuais
Avaliação inicial da criança exposta ou com
sífilis congênita

• Realizada especialmente na maternidade, considerando:


› Histórico materno de sífilis quanto ao tratamento e seguimento na gestação;
› Sinais e sintomas clínicos da criança (na maioria das vezes ausentes ou
inespecíficos);
› Teste não treponemo ( presença ou ausência de anticorpos na amostra)
periférico da criança comparado com o da mãe.
Exame físico da criança com sífilis congênita
• Aproximadamente 60% a 90% dos RN são assintomáticos ao nascimento
• A presença de sinais e sintomas ao nascimento depende do momento da
infecção intrauterina e do tratamento durante a gestação
• São sinais mais frequentes :
› Hepatomegalia;
› Icterícia;
› Corrimento nasal (rinite sifilítica);
› Rash cutâneo;
› Linfadenopatia generalizada;
› Anormalidades esqueléticas.
Exame físico da criança com sífilis
congênita(cont.)
Testagem para sífilis na criança exposta à
sífilis

• No teste não treponêmico, um título maior que o materno em pelo menos duas
diluições
(ex.: materno 1:4, RN maior ou igual a 1:16) é indicativo de infecção congênita.

OBS: A ausência desse achado não exclui a possibilidade do diagnóstico de SC.


Seguimento clínico-laboratorial da criança
exposta à sífilis

• É esperado que os testes não treponêmicos das crianças declinem aos


3 meses de idade
• Deve ser não reagentes aos 6 meses nos casos em que a criança não
tiver sido infectada ou que tenha sido adequadamente tratada.
Nesses dois casos, as crianças serão notificadas para sífilis congênita e submetidas à
punção lombar para estudo do LCR com análise do VDRL(risco de neurossífilis)

Devem ser tratadas por 10 dias com penicilina parenteral, mesmo quando houver
histórico de tratamento prévio
Seguimento clínico-laboratorial da criança
exposta à sífilis(cont.)

• O seguimento pode ser feito na Atenção Básica, com atenção mais


cuidadosa no monitoramento de sinais e sintomas sugestivos de sífilis
congênita

• Monitoramento laboratorial em 1, 3, 6, 12 e 18 meses de idade. A


partir dessa idade, se não houver achados clínicos e laboratoriais,
exclui-se sífilis congênita.
Criança com sífilis congênita
• As crianças com sífilis congênita deverão ser investigadas ainda na
maternidade
Quando a mãe não foi tratada ou foi tratada de forma não adequada
durante o pré-natal
Crianças com resultado de teste não treponêmico maior que o da
mãe em pelo menos duas diluições (ex.: mãe 1:4 e RN ≥1:16)
• Todas as crianças com sífilis congênita devem ser submetidas a uma
investigação completa, incluindo punção lombar e análise do líquor
(Neurossífilis)
Teste não Treponêmico x Teste Treponêmico

A sorologia treponêmica
(FTA-abs, TPHA,
imunofluorescência)
corresponde a testes
específicos, úteis para
confirmação diagnóstica.
Tratamento da criança com sífilis congênita
• O medicamento para tratamento de crianças com sífilis congênita é a
benzilpenicilina
potássica/cristalina
procaína
 benzatina
* depende do tratamento materno durante a gestação/ titulação de teste não
treponêmico da criança comparado ao materno / exames clínicos e
laboratoriais da criança
• Para as crianças com sífilis congênita que apresentem neurossífilis, a
Penicilina Cristalina é o medicamento de escolha, sendo obrigatória a
internação hospitalar.
Quando não tratar?
Se penicilina indisponível. O que fazer?
• Ceftriaxona poderá ser utilizada como alternativa somente em
situações de indisponibilidade das benzilpenicilinas potássica
(cristalina) e procaína
• Não se observa evidência de resistência do Treponema pallidum à
penicilina no Brasil e no mundo.
Tratamento de sífilis congênita no período
pós-natal
Protocolo Sífilis , MS 2019

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