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ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE
SOLDADOS

CFSd-2023/2024

DIREITO ADMINISTRATIVO

Cel PM Veterano Eduardo Mendes de Sousa


UNIDADE II - ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA BRASILEIRA

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

2. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

3. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

4. FINALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

5. PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

6. FORMAS DE REALIZAÇÃO DA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

7. DELEGATÁRIOS

8. ENTES PARAESTATAIS
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA

1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Na organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil, são três os Poderes da União (o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário), harmônicos e
independentes. A tripartição abrange também os Estados-
membros, mas nos municípios vigora a bipartição.
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1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
São típicas as funções legislativa, administrativa e jurisdicional, quando
atribuídas, respectivamente, aos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário.

É através da função administrativa que o estado cuida da gestão de todos


os interesses da coletividade, tendo grande amplitude, por ser vista como
residual.

Obs. todos os Poderes podem desempenhar a função administrativa: de


forma típica (o Executivo), atípica (o Legislativo e o Judiciário).
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2. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A expressão admite mais de um sentido.

● No sentido objetivo (material ou funcional), exprime a ideia


de atividade, tarefa, ação, enfim, a própria função administrativa.

● No sentido subjetivo (formal ou orgânico), a expressão indica


o universo de órgãos e entidades do Estado no exercício da
função administrativa. No caso em letra maiúscula.
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3. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

Nota-se que, a partir desse entendimento, a função da


administração pública ao zelar e cuidar dos bens da coletividade
é chamada de FUNÇÃO ADMINISTRATIVA.

Assim, sob o aspecto material, as principais tarefas exercidas


pela administração pública são:

a) Fomento; b)
Poder de Polícia;
c) Serviço público; d)
Intervenção.
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3. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

Fomento: incentivo, estímulo. Ex: Lei de fomento à cultura.


Poder de Polícia: toda a atividade de limitação de direitos. É a
atividade administrativa por excelência.
Serviço Público: Atividade de prestação de comodidade. O
“Poder de Polícia” representa restrição e o “Serviço Público” uma
prestação.
Intervenção: (Econômica e Social). O Estado atua no
funcionamento dos mercados (regulação - agências reguladoras).
Políticas sociais (direitos sociais).
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3. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

O Estado exerce também a Gestão Administrativa ao organizar o


funcionamento de seu pessoal e de seu patrimônio.

Observação: Além das função administrativa, o Estado exerce a função


política/de governo. Deriva da Constituição. Caracteriza pela condução dos
assuntos superiores do Estado, normalmente relacionados à soberania e à
identidade nacional. No Brasil, as duas funções estão concentradas no Poder
Executivo (administrar e governar). A função de governo é marcada por uma
elevada discricionariedade. O controle do ato político é político (normalmente).
Pelo Poder Judiciário é bem restrito.
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4. FINALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Resume-se num único objetivo: o bem comum da coletividade.

● Toda atividade deve ser orientada para esse objetivo.

● Todo ato administrativo que não for praticado no


interesse da coletividade será ilícito e imoral.
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5. PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

a) Planejamento: promover o desenvolvimento por planos de governo.

b) Coordenação: atuação de chefia e realização sistemática de reuniões.

c) Descentralização: busca de eficiência e especialização.

d) Delegação de Competência: maior rapidez e objetividade nas decisões.

e) Controle: todos os níveis e em todos os órgãos.


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6. FORMAS DE REALIZAÇÃO DA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

O Estado atua por meio de órgãos, agentes e pessoas jurídicas e realiza as funções administrativas
de três formas:

a) Centralização: situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio de
seus órgãos e agentes;

b) Descentralização: Estado executa indiretamente, ou seja, delega a atividade a outras entidades,


que ficam vinculadas à Administração Direta;

c) Desconcentração: desmembramento de órgãos para propiciar melhoria na sua organização


estrutural; distribuição interna de competência fundamentada na hierarquia .
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6. FORMAS DE REALIZAÇÃO DA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

Administração Pública, conforme art. 4º, do, Decreto-Lei nº 200/67, se organiza em:

a) Administração Direta (órgãos públicos não dotados de personalidade


jurídica): há relação de subordinação fundamentada na distribuição interna de
competência;

b) Administração Indireta (entidades dotadas de personalidade jurídica


própria): há relação de vinculação, pois as entidades são sujeitas à controle (tutela
administrativa) pela respectiva Administração Direta da pessoa política responsável
por sua criação.
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6.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA

“Conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a
competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas
do Estado. Em outras palavras, significa que a Administração Pública é, ao mesmo
tempo, a titular e a executora do serviço público.”(CARVALHO FILHO, 2022:366)

Como exemplo, na esfera federal do Poder Executivo, a Administração Direta é


composta pela Presidência da República e Ministérios. Dentro dessa estrutura
interna, surgem diversos outros como secretarias, departamentos, coordenadorias.

As esferas estadual e municipal guardam simetria.


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6.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva


Administração Direta, tem como objetivo desempenhar as atividades
administrativas de forma descentralizada. É o próprio Estado executando
algumas de suas funções de forma descentralizada.

O critério para instituição de pessoas da Administração Indireta é de ordem


administrativa, desde que atendidas a conveniência e oportunidade.

Obs. enquanto a Administração Direta é composta por órgãos internos do


Estado, a Administração Indireta se compõe de pessoas jurídicas, também
denominadas de entidades.
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6.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA


De acordo com o art. 4º, II, do Decreto-Lei nº 200/67, a Administração Indireta
compreende as seguintes entidades, de personalidade jurídica própria:
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações públicas.

Art. 37, XIX, CRFB/88: - somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação.
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6.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

AUTARQUIA

Pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Pública Indireta do Estado,


criada por lei específica (não dependem de registro em cartório) para desempenhar funções
que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado, assim entendidos os
serviços públicos de natureza social e atividades administrativas, excluídos os de cunho
econômico e mercantil.

Em razão de sua natureza jurídica, possui prerrogativas, como imunidade tributária (art. 150,
§2º, CF) e impenhorabilidade de seus bens, além de relacionar-se com particulares com
supremacia (Ex.: arts. 104,155 e 156 da Lei nº 14.133, de 2021 - Lei de Licitações e Contratos
Administrativos).

Ex.: INSS, Agências Reguladoras, BACEN, IBAMA, INCRA, IEF, DER/MG, UEMG.
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6.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

EMPRESA PÚBLICA

Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e
com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios.
Observação: Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do
Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Quanto à forma de organização: pode assumir qualquer forma de sociedade civil ou comercial.
Referência: Lei nº 13.303, de 2016.
Objeto: ora para explorar atividade tipicamente econômica ora para prestar serviço público de
natureza comercial ou industrial.
Ex: EBCT, BNDES, EMBRAPA, CEF.
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6.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação


autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto
pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a
entidade da administração indireta.
Quanto à forma de organização: só podem se constituir na forma de sociedade
anônima.
Referência: Lei nº 13.303, de 2016.

Objeto: ora para explorar atividade tipicamente econômica ora para prestar serviço
público de natureza comercial ou industrial.
Ex: BB, PETROBRAS, COPASA, CEMIG, BHTRANS, PRODEMGE.
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6.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

Fundação Pública – entidade dotada de personalidade jurídica de direito


privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa,
para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos
ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
custeado por recursos da União e de outras fontes.” (Art. 5º, IV, do
Decreto-Lei nº 200/1967).
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6.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

Majoritariamente e no entendimento do STF, podem ser instituídas com


personalidade jurídica de direito público (Autarquias fundacionais ou Fundações
autárquicas) ou de direito privado (Fundações Governamentais)

Criação: No caso de serem instituídas como Autarquias Fundacionais, fazem jus às


mesmas prerrogativas que a ordem jurídica atribui às autarquias.

Objeto: poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

Ex.: FUNAI, FUNASA, FHEMIG, PROCON, FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA.


Autarquia Fund. Pública Empresa Pública Soc. Econ Mista
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Pessoa Jurídica Dir. Pessoa Jurídica Dir. Pessoa Jurídica Dir. Pessoa Jurídica Dir.
Público Privado ou Público Privado Privado

Executa serviço Públicos Executa atividade de Executa Atividade Executa Atividade


especializados interesse coletivo não econômica/serviço econômica/serviço
lucrativa público público

Bens impenhoráveis Bens impenhoráveis Há possibilidade de Há possibilidade de


penhora/alienação penhora/alienação

Contratos licitação Contratos licitação Contratos licitação Contratos licitação

Autonomia Adm. e Autonomia Adm. e Autonomia Adm. e Autonomia Adm. e


financeira financeira financeira financeira

Estatutário Celetista/Estatutário Celetista Celetista

Capital público Capital público Capital Capital público e


descentralizado descentralizado exclusivamente privado (Direito a voto
Público somente público)
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7. DELEGATÁRIOS

São entidades privadas que recebem a atribuição de executar serviços


públicos, por meio de ato administrativo ou contrato administrativo, celebrado
com o ente federativo competente. Daí tem-se os DELEGATÁRIOS,
representados pelos concessionários e permissionários. Ex: transporte
público.

Art. 175, CF: “Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos”.

Lei nº 8.987, de 1995 - Dispõe sobre o regime de concessão e permissão de


prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal.
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8. ENTES PARAESTATAIS

São pessoas jurídicas que, embora não integrando o sistema da


Administração Indireta, cooperam com o governo, prestam inegável serviço
de utilidade pública e se sujeitam a controle do Poder Público.
Para tanto, recebem incentivos fiscais e realizam atividades sociais não
exclusivas do Estado e não lucrativas, que são de interesse coletivo. Podem
ser:

Serviços sociais autônomos: dedicados às atividades de assistência ou


ensino de categorias ou grupos profissionais; sem fins lucrativos.
Exemplos: SENAI, SENAC, SESC, SESI.
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8. ENTES PARAESTATAIS
Organizações sociais: determinadas pessoas jurídicas recebem este título
quando desenvolvem atividades voltadas para a pesquisa, desenvolvimento
tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde;
Ex.: Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) – RJ/RJ – mantém
contrato de gestão com o Ministério da Educação.

OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público): são ONGs


criadas por iniciativa privada, que obtêm um certificado emitido pelo poder
público federal ao comprovar o cumprimento de certos requisitos,
especialmente aqueles derivados de normas de transparência administrativa.
Em contrapartida, podem celebrar com o poder público os chamados termos de
parceria.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS

● BRASIL.Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de


1988. Atualizada com as Emendas Constitucionais.
● CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 36.ed. São Paulo: Atlas, 2022.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

● CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Administrativo. 20ª ed. Salvador: JusPodivm, 2022.
● DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 33ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
● MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 44ª ed. São Paulo: Malheiros, 2020.
● MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 35ª ed. São Paulo: Malheiros, 2021.

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