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Alimentos Seguros
Este capítulo apresenta uma visão geral do livro a fim de que o leitor entenda
a abordagem que está sendo tomada. Os tópicos mais importantes serão tratados
em profundidade nos capítulos específicos. A definição dos termos poderá ser
encontrada no Glossário no final do livro, onde também estarão listados os links
mais importantes.
mente um risco aceitável. Além disso, como se pode diferenciar o risco de voar
em um planador e o de comer um bife mal passado? Voar em um planador tam-
bém possui riscos conhecidos, os quais podem ser avaliados, e a decisão de voar
ou não pode ser tomada. Em contraste a isso, a população em geral (certa ou
errada) se sente mal-informada em relação aos riscos relevantes. A Tabela 1.1
mostra as possíveis causas de morte nos próximos 12 meses. Muitos desses riscos
são aceitáveis à população; as pessoas continuam a dirigir carros e a atravessar as
ruas. Essa tabela pode ser comparada com as Tabelas 3.2 e 3.3, no Capítulo 3, que
mostram os dados recentes das probabilidades de toxinfecções nos Estados Uni-
dos e no Reino Unido.
Os dados dos Estados Unidos indicam que, a cada ano, 0,1% da população
será hospitalizada devido a doenças transmitidas por alimentos. O medo em rela-
ção aos alimentos causa protestos públicos e pode gerar uma injusta má-reputa-
ção. De fato, a maioria das indústrias alimentícias possui bons registros de segu-
rança e está no mercado para nele continuar e não para sair dele devido a publicidade
adversa. Analisando a Tabela 1.2, pode-se encontrar algumas filosofias empresa-
riais em relação à confiança do consumidor.
• No meio empresarial, para cada cliente que reclama outros 26 se mantêm em silêncio.
• O consumidor contrariado contará para 8 até 16 pessoas o seu problema, e mais de 10%
contarão a mais 20 pessoas.
• Dos consumidores insatisfeitos, 91% nunca mais irão comprar os produtos ou serviços que os
desagradaram.
• Se 26 pessoas contam para outras 8 pessoas = 208 consumidores perdidos.
• Se 26 pessoas contam para outras 16 pessoas = 416 consumidores perdidos.
• O custo para atrair um novo consumidor é cinco vezes maior que para manter um consumidor.
*Adaptada com permissão de Corlett, 1998 HACCP User’s Manual, Aspen Publishers Inc.
Microbiologia da segurança alimentar 13
• Controle na fonte;
• Controle do desenvolvimento e do processo dos produtos;
• Boas práticas higiênicas durante a produção, o processamento, a manipu-
lação, a distribuição, a estocagem, a venda, a preparação e a utilização;
• Abordagem preventiva, uma vez que a efetividade dos testes microbio-
lógicos de produtos finais é limitada.
Água
Esgoto
Safras
Solo
Animais
Silagem, alimentação
Fezes
Carne
Humanos
Isso pode ser observado na Figura 1.3. O objetivo atual, em relação à segu-
rança alimentar, é a avaliação de riscos microbiológicos (MRA) e o desenvolvi-
mento de objetivos da segurança alimentar. Essas são atividades governamentais
que podem decidir o nível permissível de patógenos em alimentos (Figura 1.4), o
que será abordado no Capítulo 9.
Surtos de salmonelose e de E.coli O157:H7, associados com brotos crus, já
ocorreram em muitos países; foram, portanto, advertidos os idosos, as crianças e as
pessoas com o sistema imunológico comprometido a não ingerirem esses produtos
crus (tais como alfafa) até que as medidas efetivas para prevenção de doenças fos-
sem identificadas (Taormina & Beuchat, 1999).
16 Stephen J. Forsythe
Recebimento
Abate, sangria
Escaldagem e retirada de
penas
Lavagem
Evisceração
Processamento
Resfriamento
dos miúdos
Pesagem e embalagem
Distribuição
Figura 1.3 Ferramentas de controle de segurança alimentar. (Adaptada de Jouve et al., 1998.)
17
18
Atividades governamentais Atividades das indústrias de alimentação
Planejamento
Produtos/Processos Organizacional
Coação Preparação de um programa
Oportunidades Estruturas incluindo
Avaliação de Gerenciamento de
responsabilidades
riscos riscos Outros fatores
Stephen J. Forsythe
Recursos
Requerimentos de
segurança alimentar Comunicação (motivação/trei-
da empresa namento)
Comunicação de
Avaliação da performance
riscos
Provisões para melhoramentos
IMPLEMENTAÇÃO
Nível de proteção aos consumidores Referências para BPF/BPH
manutenção e abastecimento APPCC
= Objetivo da Segurança Alimentar
Sistemas de
Qualidade
TQM
Figura 1.4 Interação entre atividades governamentais e industriais sobre segurança alimentar. (Adaptada de Jouve et al., 1998.)
Microbiologia da segurança alimentar 19