Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A intensidade da sanção deve ser proporcional à infração cometida, tendo em vista o grau
de prejuízo ao bem público. A distribuição desigual de penas produz contradições, tendo em
vista que o homem é motivado, em suas ações, a agir com vistas a recompensa ou a evitar
castigo. Daí, um criminoso sempre se inclinará a praticar crimes com menores penas.
Portanto, é necessário que o legislador estabeleça divisões principais na distribuição das
penas proporcionadas aos delitos e que, sobretudo, não aplique os menores castigos aos maiores
crimes.
XXIV. DA MEDIDA DOS DELITOS
A intensidade do crime não depende da intenção de quem o comete, porque a intenção do
acusado depende de um julgamento subjetivo circunstâncias. Muitas vezes, com a melhor das
intenções, um cidadão faz à sociedade os maiores males, ao passo que um outro lhe presta
grandes serviços com a vontade de prejudicar.
A gravidade do crime também não deve ser avaliada pela dignidade da pessoa ofendida.
Se esse método fosse aceito, uma pequena irreverência para com o Ser supremo mereceria uma
pena bem mais severa do que o assassínio de um monarca, pois a superioridade da natureza
divina compensaria infinitamente a diferença da ofensa.
Conclui-se que a verdadeira medida dos delitos é o dano causado à sociedade tendo em
vista a preocupação do Direito regular o convívio social de forma harmoniosa.