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Noções de Enfermagem

em Centro Cirúrgico
Coordenador e Assistencial

O objetivo: aprimorar a visão dos futuros enfermeiros sobre o centro


cirúrgico e o seu funcionamento.

Luiz Antonio R. Bueno


2010
CENTRO CIRÚRGICO

Definido como a unidade designada para


a realização de atividades cirúrgicas, bem
como à recuperação pós-anestésica e
pós-operatória imediata.
[ Figueiredo, Viana
e Machado, 2010].
Estrutura Física
Cirurgia

Cirurgia são técnicas realizadas por profissionais da


área da medicina, sendo realizadas por vários
motivos baseando-se na obtenção da cura ou no
alívio dos sintomas. Um procedimento cirúrgico pode
ser paliativo (p. ex., melhorar as condições de vida
do cliente), corretivo (p. ex., finalidade estética ou de
correção), curativo (p. ex., remoção de um tumor ou
de um apêndice inflamado) radical (p. ex., remoção
parcial ou total de um órgão ou segmento) ou
diagnóstico (p. ex., retirada de matéria para exames
ou exploradora. [BRUNNER & SUDDARTH; 2005]
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS

As cirurgias são classificadas conforme o momento em


que se encontra a necessidade do cliente em realizar a
mesma podendo ser:

• Emergência (pouco tempo)


• Urgência(dentro de 24 a 30 horas )
• Eletiva (de acordo com disponibilidade)
• Opcional (preferência pessoal )
CLASSIFICAÇÃO DA CIRURGIA PELO
POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO

O potencial de contaminação é entendido como o risco de


exposição para infecção, sendo dividido como:

• Cirurgia Limpa
• Cirurgia Potencialmente Contaminada
• Cirurgia Contaminada
• Cirurgia Infectada
CIRURGIA LIMPA

São cirurgias eletivas não traumáticas,


que ocorrem sem falha na técnica
asséptica, em tecidos estéreis ou
passíveis de descontaminação, na
ausência de processo infeccioso e
inflamatório local. [SOBECC;2009]
CIRURGIA POTENCIALMENTE
CONTAMINADA

São aquelas realizadas sob condições


controladas, sem contaminação
significativa realizada em tecidos
colonizados por flora microbiana pouco
numerosa, ou na ausência de um
processo infeccioso. [SOBECC;2009]
CIRURGIA CONTAMINADA

Caracteriza na cirurgia onde a técnica


asséptica foi empregada incorretamente
ou quebrada, onde há tecidos colonizados
com uma flora microbiana abundante, na
presença de inflamação sem supuração
local aguda, de difícil descontaminação.
[SOBECC;2009]
CIRURGIA INFECTADA

Toda cirurgia realizada na presença


de processo infeccioso e supuração
local podendo ser em tecido ou
órgão. [SOBECC;2009]
PERÍODOS CIRÚRGICO

O ato cirúrgico e dividido em três períodos:

• Pré-operatório (antes)

• Intra-operatório (durante)

• Pós-operatório (após)
ENFERMAGEM E O CENTRO CIRÚRGICO

A enfermagem faz presente nas intervenções


cirúrgicas desde os primórdios das cirurgias
juntamente com os chamados “cirurgiões
barbeiros”, onde as mesmas eram responsáveis
pelo ambiente seguro, confortável, higiênico.
[SOBECC;2009]
• Thomas Eakins, THE AGNEW CLINIC 1889.
Nesta pintura, pode observar o uso do capote, anestésico(éter) e a
paciente está coberta. A enfermeira participa como membro da
equipe.
FUNÇÃO DO ENFERMEIRO NO CENTRO
CIRÚRGICO

“O enfermeiro é o profissional habilitado


para gerenciar as necessidades que
envolvem o ato anestésico-cirúrgico em
todas as suas etapas” (SOBECC,2009,
p.26).

Podendo exercer a função coordenador ou


assistencial.
O ENFERMEIRO COORDENADOR

O enfermeiro coordenador tem as suas


atividades referentes ao funcionamento da
unidade cirúrgica, coordenando todas as
atividades necessárias para garantir o
suprimento de todas as áreas, ao menor custo
possível e de maneira que a prestação de
serviços/assistência não sofra interrupções,
prejudiciais ao clientes. [SOBECC;2009]
ATIVIDADES DO ENFERMEIRO
COORDENADOR

• compartilhar na preparação de normas, rotinas e


procedimentos do setor;

• garantir o correto uso de materiais e equipamentos,


orientando, supervisionando e avaliando;

• ter controle administrativo, técnico-operacional e ético


sobre as atividades desempenhadas na unidade
cirúrgica;

• preparar escalas mensais e diárias das atividades que


serão desempenhadas pelos funcionários;
ATIVIDADES DO ENFERMEIRO
COORDENADOR

• prover recursos humanos e materiais que possibilite a


realização do ato anestésico cirúrgico;

• participar do planejamento e da execução dos


treinamentos e do processo de educação continuada para
a equipe de enfermagem;

• cuidar das qualidade do ambiente de segurança,


procurando o conforto do paciente e da equipe
interdisciplinar;
SISTEMA GERENCIAL

Mão de Obra
Materiais
RH

Equipamentos Meio Ambiente/


Área física
Método Medidas
Processo Estatísticas (Nºs)
SISTEMA OPERACIONAL

Sistema gerencial é um conjunto de


elementos relacionados ou
interativos que estabelecem políticas
e metas para atingirmos
nossos objetivos. CLIENTE
O ENFERMEIRO ASSISTENCIAL

O enfermeiro assistencial tem suas atividades


relacionadas diretamente ao cuidado do paciente,
desempenhando plano de cuidados de enfermagem e
dando continuação na assistência oferecida para o
pacientes cirúrgicos. Algumas das atividades do
enfermeiro assistencial:

• conferir se contem materiais e equipamentos


necessários para o ato anestésico-cirúrgico;

• desempenhar as atividades pré-operatória, intra-


operatório e pós-operatório conforme as condições
oferecidas pela instituição;
O ENFERMEIRO ASSISTENCIAL
• recepcionar o paciente na sua entrada ao CC, fazendo a
conferencia dos exames relacionados ao ato cirúrgico,
certificando-se do correto preenchimento dos impressos
próprios da área, do prontuário e da pulseira de
identificação;

• se necessário executar sondagem vesical de demora ou


de alívio;

• fazer evoluções de enfermagem;

• auxiliar ou realizar o curativo cirúrgico;


O ENFERMEIRO ASSISTENCIAL
O ENFERMEIRO ASSISTENCIAL

O enfermeiro é responsável pela coordenação das


atividades realizadas no centro cirúrgico, devido ao
pouco efetivo de enfermeiros atuantes na unidade
cirúrgica, não ha tempo de dedicar exclusivamente para
um ato cirúrgico específico. Mas na falta de técnico de
enfermagem para executar alguma tarefa o enfermeiro
deve estar hábil para exercer sua função como
circulante e instrumentador. Devendo, assim, conhecer
todos os procedimentos .
CIRCULANTE
INSTRUMENTADOR
PARAMENTAÇÃO

Ritual de procedimentos específicos realizados na


preparação do profissional para o ato cirúrgico:

• Lavagem Básica das mãos;


• Degermação das mãos e antebraços;
• Vestimenta do avental estéril;
• Calçamento das luvas cirúrgicas.
PARAMENTAÇÃO: PRÉ-REQUISITOS

Óculos

capote cirúrgico
Pro pé

Toca

Mascara

Roupa privativa
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA

1- Consiste no emprego da degermação e escovação de mãos e


antebraço para diminuição da microbiota, por meio de fricção
mecânica e ação química dos degermantes e anti-sépticos.
2- seguido do vestimento de capote e colocação de luvas
esterilizados.
3- Visando a preservação da assepsia durante o ato cirúrgico.
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA

1. Degermação e escovação de mãos e antebraços


PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA

2. Vestimento de capote estéril;


3. Colocação de luvas estéreis.
DEGERMAÇÃO E ESCOVAÇÃO
DE MÃOS E ANTEBRAÇOS

Uma lavagem completa das mãos com um


agente antimicrobiano pode ser tão efetiva
quanto a escovação cirúrgica tradicional.

Onde a escovação longa e repetida pode


ser traumática para a pele.
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
DEGERMAÇÃO E ESCOVAÇÃO
DE MÃOS E ANTEBRAÇOS

1 4
2 3

5 7 6
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
VESTIMENTO DE CAPOTE ESTÉRIL
3
1

2
4
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
VESTIMENTO DE CAPOTE ESTÉRIL

5
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
VESTIMENTO DE CAPOTE ESTÉRIL

8
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
COLOCAÇÃO DE LUVAS ESTÉREIS

1 2 3

4
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
COLOCAÇÃO DE LUVAS ESTÉREIS

7
5
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
COLOCAÇÃO DE LUVAS ESTÉREIS

8 9 10
MATERIAL CIRÚRGICO

Sua classificação é de acordo com a sua


função ou uso principal, visto que muitos
equipamentos tem mais de uma utilidade.

Basicamente, um procedimento cirúrgico


segue 3 etapas principais: diérese,
hemostasia e síntese.
ARRUMAÇÃO DA MESA DE INSTRUMENTAIS

6 5 4

Síntese Especial Afastamento


(União de tecidos) (Própria) (Afastamento
de tecidos)

1 2 3

Diérese Preensão Hemostasia


(Corte) (Apanhar
(Pinçamento de
estruturas)
Vasos)
Bisturi, cabos 3 e 4
DIÉRESE
Tesoura de Metzenbaum

Lâmina para cabo 3


PREENSÃO
São pinças com capacidade de prender aos tecidos.

Pinça Anatômica com dente

Pinça de Kocher
HEMOSTASIA
São utilizadas para pinça os vasos.

Pinça de Halsted
Pinça de Kelly
AFASTAMENTO

Afastador de Volkman Afastador de Farabeuf


SÍNTESE OU SUTURA
São utilizadas para fazer para fazer a união das estruturas (sutura)

O porta agulhas Pinça Anatômica sem dente


Tesouras retas
ARRUMAÇÃO DA MESA DE INSTRUMENTAIS

CIR 1º A

2º A INST
• Hora de Praticar..........
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRUNNER L.S.& STUDDARTH R.S. – Tratado de Enfermagem Médico-


Cirúrgico. 10ª Ed. Vol I e II. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005.

2. Sociedade Brasileira de Enfermeiros do Centro Cirúrgico – Práticas


Recomendadas da SOBECC. 5 ª ed.. Nacional – SP : SMC
comunicações; 2009.

3. MEEKER MH, ROTHROCK J.C. Alexander: Cuidados de Enfermagem


ao Paciente Cirúrgico. 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
“Feliz aquele que transfere
o que sabe e aprende o
que ensina”.
(Cora Coralina)

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