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Unidade IV
Arte e tecnologia
A imagem anterior nos revela a dureza do trabalho árduo e a beleza da união de um grupo de
homens e mulheres em prol de um objetivo comum. Por conta do trabalho intenso de gerações, algumas
regiões do mundo são famosas pela qualidade de seu produto, ou seja, é um esforço válido que trouxe
e ainda traz orgulho.
Uma das expectativas é que o gestor saiba avaliar o desempenho da empresa e das equipes
de trabalho. Logo, estudaremos nesta unidade a avaliação do desempenho empresarial, sendo
que uma das técnicas avançadas que é ou começa a ser usada nas empresas é o Balanced
Scorecard.
Observação
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Unidade IV
7 BALANCED SCORECARD
Em outros termos, é possível considerar que as ações de uma empresa devem seguir uma lógica
coerente para que se trilhe o caminho do sucesso, o que, para Mintzberg et al. (2001), corresponde à
estratégia, sendo esta o padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e sequência de ações
de uma organização.
Para o autor, uma estratégia só será efetiva se seu processo de formulação ocorrer de maneira clara
e objetiva, ou seja, toda a organização precisa ter conhecimento sobre os processos e obter educação
contínua para que o comprometimento com a estratégia adotada se mantenha.
Na organização, todos os sistemas devem estar integrados para que os resultados esperados
sejam atingidos, o que está diretamente relacionado à estratégia, que, se bem formulada, garantirá o
alinhamento e integração das ações da empresa e criará uma vantagem competitiva.
Uma vantagem competitiva pode ser considerada uma forma de agregar valor à organização, pois
há a obtenção e estabelecimento de um posicionamento positivo no mercado. Esse posicionamento
permite maximizar os lucros, a rentabilidade e o retorno do investimento em determinado período.
De acordo com Ghemawat (2000), ao se diferenciar das concorrentes no dia a dia, uma empresa pode
conquistar uma vantagem competitiva ou um valor agregado superior aos dos rivais.
Assim, de acordo com Mintzberg et al. (2001), uma estratégia bem formulada deve ajudar a ordenar
e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, permitindo identificar
os fatores internos mais fortes que possam ser utilizados como diferencial com relação ao ambiente
externo e, também, os processos internos com potencial para criar uma vantagem competitiva.
A estratégia adotada pela organização deve focar para que processos diversos, como os que envolvem
recursos humanos, tecnologia de informação (TI) ou mesmo custos sejam direcionados para um melhor
rendimento.
Para Porter (1999), a estratégia deve ser aberta o suficiente para permitir a percepção de tendências
de mercado. Isso se dá, por exemplo, quando, ao analisar seus concorrentes, a empresa perceber o uso
de certa tecnologia a fim de obter vantagem competitiva. Uma das maneiras de obter essa vantagem é
valer-se de modelos de gestão que permitam uma melhor percepção da empresa e do mercado.
Também conhecido pela sigla BSC, o Balanced Scorecard tem por objetivo integrar e mensurar com
indicadores abrangentes o período de longo prazo, tendo como foco a ideia de que o que puder ser
mensurado poderá ser obtido por meio de uma proposta de trabalho que envolva quatro perspectivas: a
financeira, a de clientes, a de processos internos e a de aprendizagem e crescimento.
Para Kaplan e Norton (1997), o BSC representa uma ferramenta completa, capaz de traduzir, com
foco no longo prazo, a visão e a estratégia da empresa através de um conjunto coerente de medidas de
desempenho. O BSC permite medir e gerenciar a partir de uma perspectiva mais ampla do que aquela
com a qual normalmente se trabalha, ou seja, a perspectiva de curto prazo.
Trata-se, portanto, de um modelo de gestão integrado, que trabalha com sistemas de indicadores de
desempenho financeiros e não financeiros que medem e gerenciam o comportamento da organização
a curto e longo prazo, preservam os indicadores financeiros como a síntese final do desempenho
gerencial e organizacional e incorporam um conjunto de medidas mais genérico e integrado que vincula
o desempenho sob a ótica dos clientes, os processos internos, os funcionários e os sistemas ao sucesso
financeiro a longo prazo (KAPLAN e NORTON, 1997).
Por se tratar de uma metodologia na qual a missão e a visão da organização precisam ser mensuradas
em objetivos e metas que reflitam o verdadeiro interesse e as expectativas dos stakeholders e da estratégia
adotada pela empresa, é possível considerar que os objetivos e metas do BSC são derivados da visão e
da estratégia da empresa.
Esse tipo de associação permite considerar o BSC como um modelo de gestão que traduz e comunica
a missão, a visão e a estratégia adotada pela empresa por meio de vários indicadores e a partir de quatro
perspectivas que se integram em um processo de causa e efeito.
Para Kaplan e Norton (1997), cada uma dessas quatro perspectivas é interligada por uma cadeia
de relações de causa e efeito. Essa cadeia deve permear todas as quatro perspectivas de um BSC, de
modo que qualquer indicador que se possa considerar útil a ser incluído no BSC de uma empresa seja
primeiramente avaliado quanto à sua relação de causa e efeito com as várias perspectivas do BSC.
É possível considerar, assim, que o BSC é uma ferramenta para organização de um determinado
conjunto de objetivos em cadeia de geração de valor. Esse conjunto pode ser chamado de mapa
estratégico.
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CONTROLADORIA
Esses indicadores devem ser divididos pelo seu desempenho, ou seja, em índices de solvência (liquidez
geral, liquidez corrente), de atividade (giro do ativo), de alavancagem financeira (endividamento
geral) e de rentabilidade (receita bruta, lucro bruto, lucro líquido, ROA, ROE, capital de giro líquido).
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 80), esses indicadores podem ser úteis para estabelecer
uma “relação determinada a partir das demonstrações financeiras de uma empresa e utilizadas para fins
de comparação”.
Braga (1995), por sua vez, afirma que pode-se fazer um diagnóstico sobre a situação econômico-
financeira da empresa com vários índices, desde que estes sejam interpretados conjuntamente e avaliados
mediante o confronto com outros índices da própria empresa (ocorridos no passado) e com índices de
seus concorrentes diretos e do agregado do ramo do setor.
É preciso destacar que as demonstrações financeiras individualmente não são suficientes para
fornecer informações importantes quanto ao desempenho da empresa, mas podem agregar valor à
organização por indicar se a estratégia traçada e implementada está ou não sendo capaz de produzir os
resultados desejados pelos gestores e acionistas, no sentido da maximização do mercado ou, em outros
termos, no aumento do market share.
A perspectiva financeira trabalha com três estágios, que são, de acordo com Kaplan e Norton (1997),
crescimento, sustentação e colheita. Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000), quando se considera
que a administração precisa avaliar continuamente o desempenho da empresa e que as demonstrações
financeiras concorrem positivamente, a área de controladoria tem de buscar identificar a fase em que a
organização se encontra para, então, auxiliar os gestores na definição das principais estratégias e como
estas devem ser implementadas e controladas.
Redução de custos
Fases Aumento e mix de receita Utilização dos ativos
e aumento de produtividade
- Aumento da taxa de vendas - Investimento
Crescimento por segmento - Receita/funcionário
- Pesquisa e desenvolvimento
- Percentual de receita
- Retorno
Colheita - Lucratividade - Custos unitários
- Rendimento
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Unidade IV
Conforme indicam Kaplan e Norton (1997), a perspectiva do cliente visa identificar as melhores
formas para se agregar valor aos clientes. Em outros termos, é como a organização pode criar valor aos
seus consumidores em um cenário competitivo.
Ao analisar o desempenho da organização pela ótica do cliente (que possui interesses muitas vezes diferentes
daqueles apresentados pelos gestores), essa perspectiva deve favorecer a busca por estratégias coerentes que
possam satisfazer os clientes ao proporcionar-lhes melhores margens de lucro e maximização de mercado.
Com uma visão sistêmica e valendo-se de mecanismos de controle organizacionais, tem-se a atenção
necessária para analisar todos os indicadores associados à perspectiva dos clientes, o que pode permitir
a obtenção de informações sobre o andamento dos negócios, identificando se as atuações das diferentes
áreas estão em concordância com os planos traçados pela administração.
Quando se considera a perspectiva do processo interno, tem-se uma visão crítica acerca da criação de
valor e realização dos objetivos dos stakeholders e shareholders, o que implica na elaboração de formas para
mensurar, avaliar e analisar o desempenho do ciclo de processos e da própria cadeia de valor da empresa.
Por concentrar os indicadores críticos da estratégia, a perspectiva do processo interno deve ser
cuidadosamente planejada, o que levou Kaplan e Norton (1997) a apontar que os executivos têm de
identificar os processos internos críticos nos quais a empresa precisa alcançar excelência. Para isso,
eles necessitam ter em vista o monitoramento ininterrupto desses processos, com o intuito de obter o
desenvolvimento mais eficiente possível a partir de um sistema de informações flexível e consistente e
de um sistema de controles internos que permita levar a empresa aos elementos de sua estratégia.
Por fim, a perspectiva do aprendizado e do crescimento deve abordar a mobilização dos ativos intangíveis
na estratégia, destacando-se a gestão de recursos humanos, supervisores, gerentes e funcionários, no
sentido de que sejam coordenados, capacitados e motivados para que atinjam os objetivos propostos.
Nascimento e Reginato (2007) indicam que uma empresa concentrada em determinado segmento,
como, por exemplo, uma investidora no meio ambiente, pode criar uma perspectiva específica para
tal. Desse modo, as empresas podem ter como referência perspectivas de renovação, desenvolvimento,
recursos humanos, comunidade, entre outras, cabendo avaliar a necessidade de cada uma.
Tais análises devem permitir que a empresa organize a mobilização de seus ativos intangíveis e
propicie que os processos estratégicos de geração de valor sejam privilegiados. Assim, haverá a percepção
e apreciação concreta por parte dos clientes, o que levará aos resultados financeiros esperados.
Entretanto, para que tal cenário exista, a definição dos objetivos da empresa tem de seguir algumas
diretrizes, que devem estar claras, pois, assim, os resultados esperados serão alcançados. Além disso, os
objetivos não podem ser muitos, já que, nesse caso, a capacidade de foco e clareza nas estratégias ficaria
prejudicada. Ainda, as metas devem ser tais que possam ser medidas, lembrando que, de acordo com
Kaplan e Norton (1997), o que não pode ser medido não pode ser gerenciado e melhorado.
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CONTROLADORIA
Os objetivos não podem ser confundidos com ações, já que estes medem resultados, enquanto as
ações relacionam-se a movimentos ou coisas que devem ser realizadas. Por fim, a estratégia adotada
pela organização precisa ser clara e explicita, a fim de garantir maior efetividade nas análises.
Para Nascimento e Reginato (2007), é essencial que se determine se o que foi definido no Balanced
Scorecard está sendo assimilado por todos e, consequentemente, executado de forma consistente.
Essa execução deve ser feita com a consideração das expectativas retratadas no modelo de gestão e a
procura pela manutenção da harmonia sistêmica. É preciso ainda que se determinem as metas para cada
indicador, que se planejem as ações para que as metas sejam atingidas e que se busque a participação
de todos os colaboradores em torno de iniciativas coerentes e elaboradas em conformidade com a
estratégia da organização.
Desse modo, a implementação do Balanced Scorecard pode ser um diferencial no que corresponde
ao favorecimento da efetivação da estratégia da organização em um cenário competitivo.
Ao longo da unidade, você teve contato com termos da área contábil que correspondem a
determinados conceitos e, em razão disso, propõe-se que você aprofunde sua compreensão em relação
a esses termos. Assim, tente explicar a seguir com suas próprias palavras o que significa o termo em
destaque (caso necessite, volte ao texto, releia-o e pesquise em livros e na internet não só o que o termo
significa, mas como os profissionais da área contábil o utilizam).
O termo é: stakeholders.
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No espaço a seguir, tente montar um mapa mental ou um esquema com os principais conceitos
estudados nesta unidade.
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Unidade IV
Resumo
É muito importante saber que tudo o que foi estudado neste livro-
texto não esgota o assunto, ou seja, este trabalho deve ser visto como
uma ótima introdução. Há muitos conhecimentos que você deve buscar ao
se manter constantemente atualizado, já que esse ramo do conhecimento
está recebendo muita atenção dos pesquisadores e há novidades surgindo
mensalmente.
Exercícios
A) De forma eventual.
B) Dois dias antes de uma assembleia geral ordinária, conforme instrução nº 17 da CVM.
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CONTROLADORIA
C) De acordo com a Lei nº 11.638/07, artigo 52, parágrafo 1, que expõe que as informações de custos
devem ser sempre apuradas trimestralmente.
D) De forma sistemática e comparativa.
E) De forma a permitir revisões, saídas e retomadas.
Questão 03. No município de Sertão Santana, no Rio Grande do Sul, viticultores, incentivados pela
prefeitura desse município e com a colaboração de órgãos como Emater, Embrapa, Sebrae e sindicatos,
estão se dedicando a produzir suco de uva e vinho em pequenas agroindústrias.
Para a correta apuração dos custos dos produtos vendidos a partir da produção de suco de uva e
vinho, os viticultores usam a seguinte demonstração:
( + ) Compras de matérias-primas
= custo das matérias-primas disponíveis
( - ) Estoque final de matérias-primas
= custo das matérias-primas consumidas
( + ) Custos indiretos de fabricação
= custo de produção do período
( + ) Estoque inicial dos produtos em processos
= custo total da produção
( - ) Estoque final dos produtos em processos
= custo da produção acabada
( + ) Estoque inicial dos produtos acabados
= custo dos produtos disponíveis para venda
( - ) Estoque final dos produtos acabados
= custo dos produtos vendidos (CPV).
A) As máquinas industriais.
B) As orientações da Embrapa.
C) Os gastos com devedores duvidosos.
D) A reserva de reavaliação de uvas de alta qualidade.
E) A mão de obra.
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Unidade IV
Saiba mais
Questão 05. O Chile atualmente é um dos maiores produtores de vinhos do mundo e cerca de 70%
de sua produção é exportada. Essa receita representa uma importante fonte de divisas para o país. A
mais famosa vinícola chilena é a Concha y Toro, localizada em Pirque, com uma produção de vinhos
reconhecida internacionalmente. Ao apurar os custos de produção do vinho, os contadores da empresa
Concha y Toro certamente usam um esquema composto de:
A) Três fases: separação entre custos e despesas, apropriação dos custos diretos e apropriação dos
custos indiretos aos produtos.
B) Duas fases: fermentação e descanso.
C) Três fases: moagem, fermentação e descanso.
D) Três fases: separação de cria, apropriação de recria e apropriação de engorda.
E) Cinco fases para o fechamento contábil, de acordo com as safras e o calendário de colheita.
Questão 06. Em determinada safra, a uva do tipo Cabernet Sauvignon apresentou nível de
pH muito alto por conta do excesso de potássio. Essa condição deveria ser corrigida com um
melhor manejo ainda nas parreiras, porém, isso não ocorreu. Para corrigir essa condição, que, a
priori, inviabilizaria o processamento, o engenheiro de alimentos da vinícola adicionou, como um
paliativo momentâneo, ácido tartárico no mosto da uva, compensando assim o nível de PH.
Como o salário desse engenheiro de alimentos é considerado mão de obra direta, de que maneira o
contador deve contabilizar nos livros da empresa a mão de obra direta sobre os produtos que estão em
transformação na linha de produção?
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CONTROLADORIA
A) Debita-se a conta Banco Conta Movimento e credita-se a Conta Salários (ou Contas) a Pagar.
B) Debita-se a Conta Salários (ou Contas) a Pagar e credita-se Mão de Obra Direta.
C) Debita-se a Conta Mão de Obra Indireta e credita-se a Conta Salários (ou Contas) a Pagar.
D) Debita-se a Conta Mão de Obra Direta e credita-se a Conta Salários (ou Contas) a Pagar.
E) Debita-se a Conta Banco Conta Movimento e credita-se a Conta Salários Diretos.
Saiba mais
Questão 07. Desde a antiguidade, utiliza-se dióxido de enxofre (anidrido sulfuroso, que aparece nos
rótulos com os nomes de INS 220 ou conservante PV) para a conservação do vinho. A intenção é que
esse elemento químico atue principalmente como antioxidante e também exerça outras funções, como
a de antisséptico e solvente de compostos fenólicos presentes na película, o que aumenta a extração,
afina a cor dos vinhos e melhora aromas.
Suponhamos que, em determinado mês, uma vinícola compre 30 toneladas de dióxido de enxofre,
que lhe foram entregues de caminhão. O custo do frete e do seguro:
Questão 08. Assim como no Brasil, na África do Sul há uma histórica e relevante produção de vinhos,
particularmente quando se fala do vinho feito a partir da uva Pintoage, variedade que praticamente só se
encontra no país. A cidade de Cape Town é a porta de entrada para várias vinícolas, que ficam em localidades
como Franschhoek, Wellington, Stellenbosch, Helderberg, Durbanville, Constantia, Tulbagh, entre várias outras.
Imaginemos que, em qualquer uma dessas vinícolas da África do Sul, houve um problema na entrega
de insumos e a produção teve que ser paralisada por uma semana. Como o contador deve lidar com essa
interrupção? Ele deve lançá-la em custos? Além disso, esse procedimento é o mesmo que seria adotado
por um contador de uma vinícola brasileira?
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Unidade IV
Questão 01
Questão 02
Justificativa: para permitir uma melhor leitura das atividades das empresas, faz-se necessário que
os dados de custos sejam preparados de forma sistemática e comparativa. É essencial também que
haja certa rotina. Muitas vezes, quando os negócios vão bem e não são necessárias grandes decisões,
o trabalho em custos tende a ser ignorado. Mas, no momento em que os negócios precisam de maior
atenção – seja por causas negativas, como o surgimento de uma crise internacional, seja por causas
positivas, como um maior interesse dos consumidores pela empresa –, a contabilidade de custos deverá
estar sempre estruturada para fornecer informações.
Questão 03
Questão 04
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CONTROLADORIA
Justificativa: há vários métodos de custos, a saber: custeio padrão, UPC (Unidade Padrão de Custo),
custeio meta (que faz parte de uma filosofia japonesa de lucratividade e engenharia de valor, o genka
kikaku), o custeio por atividades, o método alemão GPK (Grenzplankostenrechunung), entre outros.
Porém, os mais usados são o custeio por absorção, que é tido como o critério básico para a maioria
das auditorias e para o governo brasileiro, e o custeio variável, que tem fins mais gerenciais. Basicamente,
o custeio por absorção inclui todos os gastos relacionados com a produção, considerando os princípios
contábeis de competência, e o custeio variável exclui o custo fixo, que seria considerado diretamente
como despesa do período.
No passado, já houve intensas discussões sobre a validade do uso do custeio variável, sendo que
o esforço para se obter dados seria um dos maiores fatores que alimentaria essa discussão. Alguns
pesquisadores, como Kurt Vikas, acreditam que essa discussão já foi superada. Hoje, utiliza-se com muita
ênfase o método do custeio por absorção e outros mais sofisticados. Não há uma adoção generalizada.
Questão 05
Questão 06
Justificativa: nessa situação, o contador deveria contabilizar a operação da seguinte forma: D – Mão
de Obra Direta / C – Salários a Pagar (ou Contas a Pagar).
É importante observar que situações como a que foi exemplificada no enunciado da questão
podem ser consideradas rotineiras pelo contador da empresa. Dessa forma, os gastos com o salário do
engenheiro de alimentos, um funcionário que trabalha na produção, poderia ser considerado como Mão
de Obra Direta.
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Unidade IV
Questão 07
Justificativa: entende-se que todos os gastos para disponibilizar a matéria-prima para a produção,
como fretes e seguro, são considerados custo da matéria-prima.
Questão 08
O valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida não pode ser aumentado por causa de um baixo
volume de produção ou ociosidade. Os custos fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos
diretamente como despesa no período em que são incorridos (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS
CONTÁBEIS, s. d.).
Isso significa também que os procedimentos serão os mesmos no Brasil, na África do Sul e em outros
países.
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CONTROLADORIA
APÊNDICES
Segundo Martins (2003), a tarefa de escolher um método ou sistema de custos depende da avaliação
do contador observando-se principalmente as necessidades dos gestores da empresa.
A escolha começaria do fim, ou seja, de uma análise para verificar o que o gestor necessita de
informação e qual o nível de esforço necessário para obter essa informação.
Sabe-se ainda que essa escolha é influenciada também pelas opiniões de auditores, das exigências
governamentais, das opiniões e exigências de acionistas, fornecedores e mais recentemente, dos artefatos
que as empresas de tecnologia oferecem.
A Ifac (2009a) desenvolveu um guia com o objetivo de oferecer aos contadores uma orientação de
como escolher e usar as abordagens de custos apropriadas para a empresa.
Evidencia-se que a preocupação é que o contador tenha condições de atender ao manual de melhores-
práticas da Ifac e melhorar continuamente a qualidade do seu trabalho. O intuito é o de proporcionar
condições para o julgamento profissional na questão de custos e não apenas que o contador atenda
sugestões ou pressões de terceiros. Observa-se que para desenvolver esse guia, a Ifac procurou tecnologia
em estado de arte, incluindo técnicas que possibilitem ao contador realizar previsões, o que considera
uma tarefa com maior valor agregado para as decisões gerenciais.
A Ifac (2009b) para possibilitar uma melhor reflexão de como atender ao Princípio “D”, definido como:
105
Criou-se, tomando como base a contribuição de vários contadores e do consultor Gary Cokins da
SAS, uma escala de degraus de maturidade dos métodos de custos, onde classificou-se os métodos
em 12 degraus, que incluem também os métodos GPK e RCA nos degraus 9 a 12, conforme figura a
seguir:
Cont. por Simulação
consumo de
Rastreamento de despesas, Relatórios recursos
Atividades
de Custos e Taxas de Consumo
Possibilidade baseadas no
ABC por
tempo
12
Possibilidade de enxergar planejamento
dos recursos
11 Última
de estimar a capacidade
Vizualização
do resultado
demanda dos ociosa 10 Degrau 9
possibilidade
em taxas de
com mais
clientes
9 com custeio consumo
acurácia 8 Qtdes. proporcional
a depts.
7 Qtdes. planejadas x
taxas de tempo diretos e de
6 planejadas
x taxas de consumo; suporte
Vizualização do Degrau 6 com
Vizualização do unitárias de Foco em custos
resultado com relatórios de diretos
resultado mais acurácia Favorece lucratividade por
consumo
custeio ABC Baseado em Condições
cliente. Custo para
Custospor orçamento de trabalho
Vizualização servir
do processo 5 produtos.
Custos da
repetitivas
Cegueira
4 capacidade
3 Custo Standard ociosa Planejamento baseado na
2 para resultados (estimados) demanda com visão da
1 Custeio Direto
individuais;
Cont. Projeto;
capacidade
Processo e que (3) e com Ordem de Prod.
cont. enxuta (4) custos de
Escrituração
suporte para
grupos de
resultados
A Ifac trata o método GPK como um exemplo de abordagem que possibilita capacidade de previsão
sofisticada e que não é ABC, ou seja, não é baseada em atividades.
De Rocchi (2007), em sua extensa pesquisa sobre transferência de tecnologia contábil para o Brasil,
expõe com enorme riqueza de detalhes os fatos que influenciaram o desenvolvimento da contabilidade
de custos no Brasil, principalmente nas décadas de 1930 a 1980. Ao analisar a obra de D’Auria (1954), De
Rocchi (2007) comenta o exemplo do papel do contador Francisco D’Auria que influenciou a contabilidade
brasileira da primeira metade do século XX. D’Auria era contador governamental e pouco se interessava
por contabilidade de custos.
Ao mesmo tempo, era dominado por um desejo de constante atualização e mantinha uma afeição
pelos autores de origem francesa e italiana. Esse desejo o fez viajar várias vezes para países da Europa,
onde em 1932 ao conversar pessoalmente com Gino Zappa e ao elogiar a cultura contábil italiana, teve
como resposta “sim, mas hoje temos que aprender com os americanos e alemães, em matéria de análise”.
Mais tarde, em 1937, D’Auria visitou a Alemanha e deixou registrado que a Embaixada Brasileira em
Berlim não conseguiu uma visita aos serviços de contabilidade do Reich. Não há, entretanto, registros
se tentou-se uma visita aos escritórios do RKW, oportunidade que qualquer contador de custos não iria
dispensar.
106
D’Auria ao que parece não escutou o conselho de Gino Zappa e pouca importância deu para a
contabilidade industrial ou de custos que surgia na Alemanha e nos Estados Unidos. De Rocchi (2007)
prossegue sua detalhada análise ao comentar que a partir do governo de Juscelino Kubitschek e sua
proposta de industrialização rápida do país, ou “50 anos em 5”, houve a implantação de várias indústrias
no país e naturalmente uma maior necessidade da contabilidade de custos. De Rocchi (2007) cita Klauser
(1963), que explicava em detalhes a técnica do Mapa de Localização de Custos (Betriebsabrechnungsb
ogen – BAB) baseada nas teorias alemãs, instrumento muito utilizado nos países do centro da europa e
de empresas do sul e leste do Brasil.
De Rocchi (2007), adicionalmente concluiu que a causa da baixa adoção da contabilidade de custos
no Brasil tem sua origem no fenômeno da inflação que fez com que os usuários se interessassem
mais pela contabilidade financeira, pela característica controlista imposta pela lei brasileira 6404/76 e
também pela falta de um doutrinador, alguém que ajudasse os empresários e contadores brasileiros a
formar uma escola no assunto.
A subsidiária no Brasil da empresa norte-americana General Electric, a mesma que inspirou a criação
do método ABC nos Estados Unidos, também inspirou os profissionais de contabilidade brasileiros. Por
conta de sua política de treinamento que privilegiava o desenvolvimento humano, era incentivado a
participação de seus funcionários em cursos internos de aprimoramento, experiência que foi relatada
por alguns de seus funcionários em livro, conforme BASSETO, José Luiz (Org.) (2004), o Prof. Dr. Antônio
Robles Júnior descreve com detalhes o trabalho na contabilidade da General Electric Brasil, o que é
também um raro texto sobre a rotina de trabalho em contabilidade de custos com avançada tecnologia,
na década de 1960:
Ainda segundo BASSETO, José Luiz (Org.) (2004), a General Electric com sua política de
treinamento proporcionou o que pode-se chamar de um verdadeiro celeiro para vários nomes que
hoje são famosos no cenário acadêmico brasileiro, como o próprio Antônio Robles Júnior, George
Sebastião Guerra Leone, Nelson dos Santos, Rubens Famá, José Carlos Moreira e Armando Catelli,
que se reuniram posteriormente na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo.
Ao mesmo tempo, conforme depoimentos de Sérgio de Iudicibus, Eliseu Martins, Iran Siqueira
Lima, Nelson Carvalho e Edgard Cornachione Jr. reunidos em um vídeo institucional Fipecafi (2007)
surgiu um movimento denominado “Revolução Contábil” com início a partir da década de 1960
e que continua até os dias atuais, onde os professores da Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade da Universidade de São Paulo foram procurar no exterior as melhores-práticas
para o ensino da contabilidade, lançaram livros que tiveram excelente venda e divulgação e que
proporcionaram um avanço na qualidade do ensino de contabilidade no Brasil.
Com o advento da lei brasileira 6404/76, da Sociedade por ações, inspirada no modelo norte-
americano, a Comissão de Valores Mobiliários procurou a Universidade de São Paulo, que atuou como
uma difusora da cultura contábil para todo o país.
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Esse ambiente proporcionou não somente a difusão de conhecimentos estrangeiros no Brasil, mas
como também possibilitou a criação de um modelo contábil-gerencial por um brasileiro, onde conforme
Garcia (2003), nos anos 1970 o Prof. Dr. Armando Catelli idealizou o conceito GECON, um modelo de
mensuração de resultados baseado em gestão por resultados econômicos.
Na década de 1980, em um livro muito vendido, o empresário brasileiro Semler (1988) relata que sua
empresa a Semco S/A, desenvolveu uma poderosa estrutura de contabilidade de custos, capaz de relatar
minúcias do negócio, que impressionou um executivo norte-americano que visitava a empresa. Esse
executivo pediu para que o sistema fosse instalado em sua empresa. O fato trouxe muito orgulho mas
logo percebeu-se que as informações de tão detalhadas, não eram analisadas. Decidiram então reduzir
drasticamente a quantidade de centros de custo. Ao transmitir sua experiência com a constatação da
falta de interesse pela análise por sua equipe, Semler expôs um desejo que é muito próximo a filosofia
do método GPK. Semler deu a seguinte orientação:
Riccio, Sakata e Segura (2000) evidenciaram por meio de um estudo sobre a pesquisa em custos
no Brasil no período de 1967 a 1999 que metade (54%) dos trabalhos sobre custos apresentados em
revistas de contabilidade abordaram vários métodos de custos; 20% abordaram o custo padrão; 12% o
método ABC; 12% o método direto e variável e finalmente apenas 2% abordaram outros métodos. Já
em trabalhos apresentados em congressos brasileiros de custos, 71% abordaram múltiplos métodos e
26% o custeio ABC.
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A partir das décadas de 1990 e 2000, os contadores brasileiros estão sendo chamados a atuar de
forma estratégica nas empresas, ou como definiram simplificadamente Roslender e Hart (2003) “fazer a
contabilidade gerencial ser mais estratégica”. Segundo Riccio, Sakata e Segura (2000), a competitividade
fez da informação de custos um dos pilares da contabilidade gerencial, o que criou uma ponte entre a
contabilidade e outras disciplinas. A necessidade de se obter respostas mais precisas sobre os problemas
das empresas e o desenvolvimento de novas metodologias de custeio implicaram no que se chamou de
“contabilidade estratégica”.
Martins (2003) mostrou o tema da contabilidade estratégica ainda com um tom embrionário, usando
a expressão uma “semente”. Ressaltou que o contador precisa conhecer o plano estratégico da empresa
monitorando suas ações, propiciando meios para que os gestores tenham uma postura mais proativa,
tarefa que o leva até mesmo para fora dos limites da empresa, conhecendo a cadeia de valor, onde
podem estar oportunidades para aumento de competitividade.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 01
Figura 03
Figura 05
Figura 06
Figura 07
RIZZON, L. A. Sistema de Produção de Vinho Tinto, Embrapa, Sistemas de Produção, n. 12, dez. 2006a.
Disponível em: <http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/VinhoTinto/custos.htm>. Acesso em: 19
ago. 2011.
Figura 09
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000