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Técnicas de Energia Muscular

(T.E.M.)

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Técnicas de Energia Muscular (TEM)

Conjunto de métodos de manipulação


osteopática de tecidos moles, que
incorporam com direção precisa e
controlada, movimentos iniciados pelo
paciente, contrações isométricas e/ou
isotônicas, com o objetivo de melhorar a
função musculoesquelética e reduzir a dor.
História das TEM

• Desenvolveram-se a partir de procedimentos


práticos criados por profissionais como T.J.
Ruddy (1961), e Fred Mitchell Snr. (1967);

• Objetivam a indução do relaxamento da


musculatura hipertônica, e, quando indicado,
o subsequente alongamento do músculo;
História das TEM
• T. J. Ruddy

– Abordagem conhecida como TEM pulsátil (série


de contrações musculares contra a resistência,
rápidas e de baixa amplitude, oscilando 20 vezes
em 10 segundos.
História das TEM
• Fred Mitchell Snr.

– “o paciente utiliza seus músculos quando


solicitados, a partir de uma posição precisamente
controlada, em uma determinada direção, de
encontro a um contra-esforço específico.”
Princípios Neurofisiológicos da TEM

A inibição muscular que ocorre durante a


aplicação da TEM é justificada através de 02
mecanismos neurofisiológicos conhecidos como
Inibição Pós-Contração (RPI – relaxamento pós-
isométrico) e Inibição Recíproca (IR).
Inibição Pós-Contração
(RPI – Relaxamento Pós-Isométrico

• Após se contrair, o
músculo entra
automaticamente
em um estado de
relaxamento por um
breve período de
latência
Inibição Recíproca (IR)

• Quando um músculo
é contraído, seu
antagonista é
automaticamente
inibido.
Método de Relaxamento Pós-Isométrico de Lewit
Alongar ou Fortalecer?
• Classicamente encoraja-se o fortalecimento dos grupos
musculares fracos antes de dar atenção aos antagonistas
encurtados e tensionados dos músculos fracos inibidos;

• “...músculos tensos têm um papel mais importante e talvez


até primário em comparação com músculos fracos.” (JANDA,
1987)

• “...músculos tensos agem de maneira inibitória sobre seus


antagonistas... Está clinicamente provado que é melhor
alongar primeiro os músculos tensos.” (JANDA, 1987)
Músculos Posturais e Fásicos
• Diversos autores sugerem que os músculos
com função predominantemente
estabilizadora se encurtam quando
estressados, enquanto outros, com maior
atividade “motora” ou função fásica, não se
encurtam, mas se tornam enfraquecidos
(inibidos).
Músculos Posturais e Fásicos
Músculos Posturais e Fásicos
• “As fibras lentas mantêm a postura; são mais
facilmente ativadas, capazes de manter sua
contração e tendem a se tornar encurtadas e
tensas. Fibras rápidas ou fásicas são dinâmicas
e produzem o movimento voluntário, se
fadigam mais rapidamente e tendem a ser
antagonistas.” (WADDELL, 1988)
Músculos Posturais e Fásicos
• “Antes de fortalecer músculos enfraquecidos,
qualquer grau de hipertonia em seus
antagonistas deve ser tratado com técnicas
adequadas de relaxamento.”(JANDA, 1978)

• Relaxamento da musc. hipertônica →


Restauração automática do tônus de seus
antagonistas → O músculo hipertônico fraco se
fortalecerá após o alongamento/relaxamento
(JANDA, 1978)
Síndrome Cruzada Superior
• TENSOS E ENCURTADOS • ENFRAQUECIDOS

– Peitoral maior ou menor – Trapézio (porção média


– Trapézio (porção sup.) e inferior)
– Levantador da escápula – Serrátil anterior
– ECOM – Rombóides
• Occipito, C1 e C2 em
hiperextensão, cabeça
levada para frente;
• Estresse postural na
cervical inferior e 4
primeiras torácicas;
• Rot e abd da escápula
• Estabilização do úmero
pelo lev. da escápula,
trapézio;
• Dor referida para o tórax
e ambos os braços
(angina);
• Declínio da eficiência
respiratória.
Síndrome Cruzada Inferior
• TENSOS E ENCURTADOS • ENFRAQUECIDOS

– Flexores do quadril – Abdominais


– Iliopsoas, Reto Femoral, – Glúteos
TFL, Adutores curtos
– Grupo eretor da espinha
no tronco
• Pelve inclina para frente
sobre o plano frontal,
flexionando a
articulação do quadril,
produzindo
hiperlordose lombar e
estresse sobre a junção
L5-S1 com dor e
irritação.

• Em 20% dos indivíduos


pode haver a Sd. do
Piriforme.
Utilizando as TEM - TEM usando o RPI
1. Posiciona-se o membro em questão no ponto
em que a resistência é percebida
inicialmente;
2. Solicita-se uma contração de não mais do
que 20% da força do paciente contra a
resistência do fisioterapeuta;
3. Deve-se realizar a contração lentamente, e
resistida sem solavanco, sobressalto ou
balanceio;
Utilizando as TEM - TEM usando o RPI
4. A contração deve ser mantida por 7 a 10
segundos, tempo necessário de carga sobre
os OTG para influenciar via neuronal as fibras
intrafusais dos fusos neuromusculares,
inibindo o tônus muscular e dando a
oportunidade para que o músculo assuma
um novo comprimento de repouso / barreira
de resistência sem esforço, ou para alongá-lo
além da barreira de resistência;
Utilizando as TEM - TEM usando o RPI
5. Pedir para o paciente “liberar seu esforço lenta e
completamente”, mantendo o membro no lugar;
6. Solicita-se que o paciente inspire e espire e
relaxe completamente, só assim levando o
membro afetado até a nova barreira de
resistência;
7. Após a contração isométrica existe um período
de latência de 10 a 20 segundos em que o
músculo pode ser levado ao seu novo
comprimento de repouso ou ser alongado com
mais facilidade do que antes da isometria.
Utilizando as TEM - TEM usando a IR
1. Colocar o membro na posição onde se perceba o
ponto de resistência;
2. Solicita-se uma contração de não mais do que
20% da força do paciente da musculatura
antagonista;
3. Ao final da contração, solicita-se que o paciente
“libere e relaxe”, inspirando e expirando, e
quando bem relaxado levar o membro até/além
da nova barreira com/sem a participação do
paciente.
Prática de tratamento com as TEM
1. Adutores curtos e 8. Peitoral maior;
longos da coxa; 9. Grande dorsal;
2. Reto Femoral; 10. Trapézio;
3. Psoas; 11. Escalenos;
4. Fibras inferiores dos 12. ECOM
ísquio-tibiais;
5. TFL;
6. Piriforme;
7. Quadrado lombar;

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