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Contrato de Mútuo e Contrato de Conta

Corrente, existe diferença?


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Publicado por Arthur Gonçalves


há 2 anos 137 visualizações

Recentemente publiquei um artigo sobre o Contrato de Mútuo, que você


poderá acessar Aqui.

Porém recebi muitos emails e comentários perguntando sobre as diferenças e


possibilidades do Contrato de Conta Corrente e se o mesmo poderá substituir
o Contrato de Mútuo, principalmente por causa da incidência de IOF no
contrato de Mútuo.

Os Contratos de Conta Corrente aceitos no Brasil, são os firmados entre duas


pessoas jurídicas, que estabelecem através deste contrato fazer remessas entre
si de valores (bens, ou dinheiro), registrando os créditos em uma conta
contábil para futura análise do saldo a pagar ou a receber.

Esses Contratos de Conta Corrente são muito comuns entre as sociedades de


holdings, já que as mesmas tem como objeto social preponderante justamente
a administração de outras empresas e possuem a participação acionária nas
mesmas. Este tipo de contrato também é comum em Sociedades de Conta em
Participação com fim específico ou não.

Existe também a possibilidade da utilização do Contrato de Conta Corrente


em empresas do mesmo grupo, porém neste caso faço ressalvas pois os fiscos
(principalmente os estaduais) tem por costume caracterizar problemas de
caixa ou como omissão de receita, ou seja a contabilização precisa ser perfeita
e a documentação comprobatória precisa estar a mão e caso seja necessário
um bom advogado para fazer a defesa em casos de arbitrariedades, o que
Dito isso, não vejo possibilidades de caracterizar Contrato de Conta Corrente
no caso de empréstimos de empresa a sócios ou sócios a empresa, situações
comuns e que devem ser resolvidas com um bom Contrato de Mútuo.

E referente ao contrato de Conta Corrente ainda existe um outro empecilho, a


Receita Federal do Brasil publicou Solução de Consulta Cosit nº 50 de 26 de
Fevereiro de 2015 afirmando que para qualquer contrato de cunho financeiro
haverá a incidência de IOF. Somente para que conste, discordo
veementemente desse entendimento da RFB pois o Art. 13 da Lei 9.779 de
1999 explicita apenas o mútuo.

Art. 13. As operações de crédito correspondentes a mútuo de recursos


financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física
sujeitam-se à incidência do IOF segundo as mesmas normas aplicáveis às
operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições
financeiras.

Mas neste caso também conhecemos a vontade imperiosa da RFB de legislar,


mesmo sabendo que a mesma não possui atribuição para isso. Cabe ao
contribuinte decidir correr o risco e discutir uma possível autuação nos
tribunais.

Arthur J. Gonçalves

www.contabilidadenobrasil.com.br

Arthur Gonçalves

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