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RIO BRANCO- AC
2019
1. OS FÍSICOS ECLÉTICOS
Nascido por volta de 500 a.C. em Clazômenas e falecido em torno de 428 a.C.
Viveu durante três décadas em Atenas. Provavelmente, foi exatamente seu mérito de ter
introduzido o pensamento filosófico nesta cidade, destinada a tornar-se capital da
filosofia antiga. Escreveu um tratado sobre a natureza, do qual temos apenas fragmentos
(REALI; ANTISÉRI 2003).
Anaxágoras compartilha da filosofia de Empédocles, de que não é possível
existir o não-ser o não ser, e que o nascer e morrer são fatores existentes. Para
Anaxágoras, Empédocles também erra ao elevar os quatros elementos a condição de
causa para todas as coisas, coisas essas que para Anaxágoras compõe-se e decompõe-se.
Portanto as quatros raízes estão não são capazes por si, de explicar tantos fenômenos e
como se manifestam.
As sementes (spérmata) ou elementos dos quais derivam as coisas deveriam ser
tantas quantas são as inumeráveis quantidades das coisas, precisamente sementes com
formas, cores e gostos de todo tipo, ou seja, infinitamente variadas. Assim, tais
sementes são o originário qualitativo pensando eleaticamente, não apenas como
incriados (eterno), mas também como imutável (nenhuma qualidade se transforma em
outra, exatamente medida que é originária). Esses muitos originários são, em suma, cada
um, como Melisso pensava, o Uno. (REALI; ANTISERI 2003).
Essas sementes não são apenas infinitas em qualidades, mas também infinitas
em quantidade; não e limitam nem em ser grande e nem em ser pequena, podendo ser
divididas ao infinito sem que a divisão chegue a coisa nenhuma. Sendo assim, essas
sementes mesmo divididas em partes cada vez menores podem chegar ao infinito e
permanecer com a mesma qualidade. Chegamos assim ao conceito de homeomerias, ou
seja, onde tudo compõem-se a massa em que tudo era misturado, e que nada era
diferente.
Nesse contexto alguma inteligência criou um movimento e da mistura caótica,
criou uma outra mistura por sua vez ordenada, vindo de todas as coisas. Tudo está em
tudo. Ou ainda: em cada coisa há parte de cada coisa. No grão de trigo prevalece
determinada semente, mas nele está tudo, em particular o cabelo, a carne, o osso
etc. (REALI; ANTISERI, 2003).
Anaxágoras interrogou sobre a procedência do cabelo, e da carne, o filosofo de
Clazomenas proferiu ainda “quando ingerimos o pão” (grão), que comido e assimilado,
torna-se cabelo, carne, etc. pois no pão está contida as sementes de tudo.
Portanto Anaxágoras defendeu que tudo é oriundo de alguma coisa e que está
presente graças a composição e divisão e que as coisas não perde nem a quantidade e
nem a qualidade ao entrar nesse processo
Diógenes de Apolônia, defendeu que para explicar o principio das coisas deveria
retornar ao monismo do princípio. Pois para ele o princípios não era muitos mas apenas
um, pois se fossem muitos os princípios como poderiam misturar e agir um com o
outro? Defendeu portanto que o princípio era único e que tratava-se do ar infinito.
Combinando assim, Anaximandro e Anaxágoras, Diógenes observa que o ar-
pensamento e nossa alma trata se do mesmo principio, pois enquanto vivemos só
vivemos porque respiramos e ao darmos o último suspiro o ar se exala e em nosso corpo
já não há mais alma.
O ar para Diógenes, era dotado de uma inteligência incomparável, e a este lhe
coube a responsabilidade de geri todo o devir, movendo tudo e esculpido todas as outras
coisas como uma espécie Deus.
Parece-me que aquilo que os homens chamam de ar é dotado de muita
inteligência, a todos regendo e governando. Porque, precisamente ele parece deus,
chegando a toda parte, dispondo de tudo e estando dentro de todas as coisas. Não há
nada que não participe dele. (REALI; ANTISÉRI, 2003).
No entanto nas particularidades das coisas diferentes são as formas de
participação destas com o ar, pois diferentes são as coisas e diferentes são os ares,
exemplos, um ser do pólo norte não sobrevive ao ar quente e vice versa,
É importante ressaltar ainda que logo após Ter colocado a inteligência como ar-
pensamento, Diógenes elevou a filosofia finalística do universo que, em Anaxágoras,
era limitada. Esta teoria teve constitui bases para o pensamento socrático. Pensamento
parecido foi o de Arquelau de Atenas.
Que também tratou do ar-infinito, e da inteligência, possivelmente não há
registros direto do pensamentos de Arquelau, no entanto, muitas fontes o indicam como
mestre de Sócrates. Aristófanes caracterizou Sócrates nas Nuvens, e as nuvens ao
precisamente ar. “Sócrates desce das nuvens e prega as nuvens” isto é, o ar. Os
contemporâneos de Sócrates, relacionavam-no com esses pensadores e com os sofistas.
(REALI; ANTISÉRI, 2003).
REFERÊNCIAS
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: filosofia pagã antiga. São Paulo:
Paulus, v. 1, 2003.