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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE- UFAC

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

ABI – CIÊNCIAS SOCIAIS

PRODUÇÃO TEXTUAL: OS FÍSICOS ECLÉTICOS

Clenilton Magno de Souza

Fabio Arruda Costa

Francisco Roni Souza Zumba

Lucas Thadeu de Souza Lins

Miqueias de Lima Haluen

Ozelino Rodrigues da Silva

Raylhander Giovani Matias da Silva Araújo

Sara Jany da Cruz

RIO BRANCO- AC

2019
1. OS FÍSICOS ECLÉTICOS

1.1 ANAXÁGORAS: A DESCOBERTAS DAS HOMEOMERIAS E DA


INTELIGÊNCIA ORDENADORA.

Nascido por volta de 500 a.C. em Clazômenas e falecido em torno de 428 a.C.
Viveu durante três décadas em Atenas. Provavelmente, foi exatamente seu mérito de ter
introduzido o pensamento filosófico nesta cidade, destinada a tornar-se capital da
filosofia antiga. Escreveu um tratado sobre a natureza, do qual temos apenas fragmentos
(REALI; ANTISÉRI 2003).
Anaxágoras compartilha da filosofia de Empédocles, de que não é possível
existir o não-ser o não ser, e que o nascer e morrer são fatores existentes. Para
Anaxágoras, Empédocles também erra ao elevar os quatros elementos a condição de
causa para todas as coisas, coisas essas que para Anaxágoras compõe-se e decompõe-se.
Portanto as quatros raízes estão não são capazes por si, de explicar tantos fenômenos e
como se manifestam.
As sementes (spérmata) ou elementos dos quais derivam as coisas deveriam ser
tantas quantas são as inumeráveis quantidades das coisas, precisamente sementes com
formas, cores e gostos de todo tipo, ou seja, infinitamente variadas. Assim, tais
sementes são o originário qualitativo pensando eleaticamente, não apenas como
incriados (eterno), mas também como imutável (nenhuma qualidade se transforma em
outra, exatamente medida que é originária). Esses muitos originários são, em suma, cada
um, como Melisso pensava, o Uno. (REALI; ANTISERI 2003).
Essas sementes não são apenas infinitas em qualidades, mas também infinitas
em quantidade; não e limitam nem em ser grande e nem em ser pequena, podendo ser
divididas ao infinito sem que a divisão chegue a coisa nenhuma. Sendo assim, essas
sementes mesmo divididas em partes cada vez menores podem chegar ao infinito e
permanecer com a mesma qualidade. Chegamos assim ao conceito de homeomerias, ou
seja, onde tudo compõem-se a massa em que tudo era misturado, e que nada era
diferente.
Nesse contexto alguma inteligência criou um movimento e da mistura caótica,
criou uma outra mistura por sua vez ordenada, vindo de todas as coisas. Tudo está em
tudo. Ou ainda: em cada coisa há parte de cada coisa. No grão de trigo prevalece
determinada semente, mas nele está tudo, em particular o cabelo, a carne, o osso
etc. (REALI; ANTISERI, 2003).
Anaxágoras interrogou sobre a procedência do cabelo, e da carne, o filosofo de
Clazomenas proferiu ainda “quando ingerimos o pão” (grão), que comido e assimilado,
torna-se cabelo, carne, etc. pois no pão está contida as sementes de tudo.
Portanto Anaxágoras defendeu que tudo é oriundo de alguma coisa e que está
presente graças a composição e divisão e que as coisas não perde nem a quantidade e
nem a qualidade ao entrar nesse processo

A doutrina da Inteligência Cósmica

Para Anaxágoras todas as outras coisas participam de cada coisa, porém a


inteligência, essa não conhece o limite e não depende e assim não se mistura com coisa
alguma pois encontra se em ato em sim mesmo.
Portanto a inteligente em sua pureza fogem dos obstáculos que encontraria caso
houvesse participação em outras coisas, e assim, a inteligente possui um enorme
conhecimento e uma gigantesca força. Capaz de dominar todas as outras coisas.

1.2 A INVASÃO DOS ÚLTIMOS FÍSICOS EM SENTIDO ECLÉTICO E O


RETORNO AO MONISMO: DIÓGENES DE APOLÔNIA E ARQUELAU DE
ATENAS

Diógenes de Apolônia, defendeu que para explicar o principio das coisas deveria
retornar ao monismo do princípio. Pois para ele o princípios não era muitos mas apenas
um, pois se fossem muitos os princípios como poderiam misturar e agir um com o
outro? Defendeu portanto que o princípio era único e que tratava-se do ar infinito.
Combinando assim, Anaximandro e Anaxágoras, Diógenes observa que o ar-
pensamento e nossa alma trata se do mesmo principio, pois enquanto vivemos só
vivemos porque respiramos e ao darmos o último suspiro o ar se exala e em nosso corpo
já não há mais alma.
O ar para Diógenes, era dotado de uma inteligência incomparável, e a este lhe
coube a responsabilidade de geri todo o devir, movendo tudo e esculpido todas as outras
coisas como uma espécie Deus.
Parece-me que aquilo que os homens chamam de ar é dotado de muita
inteligência, a todos regendo e governando. Porque, precisamente ele parece deus,
chegando a toda parte, dispondo de tudo e estando dentro de todas as coisas. Não há
nada que não participe dele. (REALI; ANTISÉRI, 2003).
No entanto nas particularidades das coisas diferentes são as formas de
participação destas com o ar, pois diferentes são as coisas e diferentes são os ares,
exemplos, um ser do pólo norte não sobrevive ao ar quente e vice versa,
É importante ressaltar ainda que logo após Ter colocado a inteligência como ar-
pensamento, Diógenes elevou a filosofia finalística do universo que, em Anaxágoras,
era limitada. Esta teoria teve constitui bases para o pensamento socrático. Pensamento
parecido foi o de Arquelau de Atenas.
Que também tratou do ar-infinito, e da inteligência, possivelmente não há
registros direto do pensamentos de Arquelau, no entanto, muitas fontes o indicam como
mestre de Sócrates. Aristófanes caracterizou Sócrates nas Nuvens, e as nuvens ao
precisamente ar. “Sócrates desce das nuvens e prega as nuvens” isto é, o ar. Os
contemporâneos de Sócrates, relacionavam-no com esses pensadores e com os sofistas.
(REALI; ANTISÉRI, 2003).
REFERÊNCIAS

REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: filosofia pagã antiga. São Paulo:
Paulus, v. 1, 2003.

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