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Vícios Ou Defeitos Do Negócio Jurídico
Vícios Ou Defeitos Do Negócio Jurídico
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OBS: o erro acidental não acarreta anulação do negócio jurídico
(artigo 142 do CC).
c) Outras hipóteses:
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do manifestante” (princípio da conservação dos contratos / de
acordo com os princípios da eticidade e operabilidade).
b) Distinção:
- dolo essencial (artigo 145 do CC): o dolo é a causa do negócio
(negócio jurídico anulável).
- dolo acidental (artigo 146 do CC): o negócio teria sido realizado
de qualquer forma, mas de modo diferente (não admite anulação do
negócio, gerando apenas perdas e danos).
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- a parte a quem aproveite não tem ciência do dolo: aplica-se a regra
do dolo acidental (subsiste o negócio jurídico e o terceiro responde
por perdas e danos).
e) Classificação doutrinária
- Quanto ao conteúdo:
> dolo bom (dolus bonus): consiste naquele dolo tolerável,
caracterizado pelo exagero sobre as qualidades de um bem.
> dolo mau (dolus malus): intenção de enganar alguém e causar
prejuízo.
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artifícios (aplicação da regra de quem ninguém pode se beneficiar
da própria torpeza). Destarte, não há anulação do negócio jurídico e
ninguém pode reclamar perdas e danos. Diferencia-se dos casos de
nulidade absoluta, pois não se aplica a regra referida.
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do paciente e todas as demais circunstâncias para a constatação de
coação.
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Ex: pai leva o filho acidentado ao hospital e este cobra um valor
desproporcional.
b) Requisitos:
- onerosidade excessiva (elemento objetivo)
- conhecimento da situação de risco pela outra parte (elemento
subjetivo)
b) Requisitos:
- onerosidade excessiva (elemento objetivo)
- premente necessidade ou inexperiência (elemento subjetivo)
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OBS: “a lesão que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo
de aproveitamento” (Enunciado 150 do CJF/STJ da III Jornada de
Direito Civil).
b) Espécies de simulação:
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- Simulação absoluta: situação em que, aparentemente, existe um
negócio jurídico celebrado pelas partes, mas que na essência
inexiste qualquer negócio.
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outras palavras, o negócio jurídico aparente é nulo, sendo que o
negócio jurídico dissimulado será preservado se for válido na
substância e na forma.
OBS1: enunciado 153 do CJF/STJ da III Jornada de Direito Civil
(“na simulação relativa, o negócio simulado (aparente) é nulo, mas
o dissimulado será válido se não ofender a lei nem causar prejuízo a
terceiro”).
OBS2: enunciado 293 do CJF/STJ da IV Jornada de Direito Civil
(“na simulação relativa, o aproveitamento do negócio jurídico
dissimulado não decorre tão somente do afastamento do negócio
jurídico simulado, mas do necessário preenchimento de todos os
requisitos substanciais e formais de validade daquele”).
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(Sílvio de Salvo Venosa). Ex: “declaração do autor de uma obra
literária que anuncia que o produto da venda de seus livros será
destinado a uma instituição de caridade. Entretanto, o único
objetivo é aumentar a venda das obras. Se os compradores dos
livros têm conhecimento da reserva, a venda pode ser nulificada”
(exemplo de Nelson Nery e Rosa Nery).
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OBS1: os requisitos acima são exigidos para os negócios jurídicos
onerosos.
OBS2: para os negócios gratuitos, o artigo 158 do CC dispensa o
elemento subjetivo (consilium fraudis / disposição gratuita de bens
ou perdão das dívidas).
OBS3: o artigo 159 do CC estabelece uma presunção relativa (iuris
tantum) do conluio (elemento subjetivo) quando a insolvência do
devedor for notória ou houver motivo para ser conhecida do outro
contratante. Ex: alienação do devedor para o irmão de um bem.
OBS4: o artigo 160 do CC dispõe sobre outra hipótese do princípio
da conservação dos contratos (“se o adquirente dos bens do devedor
insolvente ainda não tiver pago o preço e este for,
aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em
juízo, com a citação de todos os interessados” / “se inferior, o
adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que
lhes corresponda ao valor real”).
OBS5: presume-se de boa-fé e valem os negócios ordinários
indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural,
ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
- legitimados ativos
> credores quirografários
> credores com garantias reais (artigo 158, § 1º, do CC)
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OBS1: somente os credores que já o eram ao tempo dos atos
anuláveis praticados pelo devedor (artigo 158, § 2º, do CC).
Enunciado 292 do CJF/STJ da IV Jornada de Direito Civil (“para os
efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do crédito é determinada
pela causa que lhe dá origem, independentemente de seu
conhecimento por decisão judicial”).
OBS2: enunciado 151 do CJF/STJ da III Jornada de Direito Civil
(“o ajuizamento da ação pauliana pelo credor com garantia real (art.
158, § 1º) prescinde de prévio reconhecimento judicial da
insuficiência da garantia”).
OBS3: Súmula 195 do STJ: “em embargos de terceiro não se anula
ato jurídico, por fraude contra credores”
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efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu”. Finalidade de
evitar fraudes e preferências entre credores para receber seus
créditos.
O reconhecimento de fraude à execução fiscal não anula o negócio
permitindo que a penhora recaia sobre o bem alienado.
Neste contexto, é importante frisar que a fraude à execução é um
instituto de direito processual e por isso pode ser reconhecida nos
próprios autos da execução, a pedido da parte exeqüente.
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Por isso, nos próprios autos da execução, o exeqüente pode alegar
que a alienação se deu em fraude à execução e requerer ao juiz a
inoponibilidade do negócio para que a penhora recaia sobre o bem
alienado.
Já a fraude contra credores é um instituto de direito civil, prevista
reconhecida e dependente de ação própria para ser reconhecida, a
chamada ação revocatória ou pauliana.
Outrossim, a doutrina discute sobre os efeitos da ação pauliana,
defendem que seja causa de anulação, com base no disposto no
artigo 165 do Código Civil.
A esse respeito, com muita propriedade, o ilustre professor Nelson
Nery Jr leciona:
“Fraude de execução consiste na alienação ou oneração de bem
insolvência; essa ação pode ser de conhecimento ou de execução.
O devedor tem ciência de que pende ação contra ele. Mas, mesmo
atentatório à dignidade e à administração da justiça, muito mais
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grave do que a fraude pauliana. Na fraude contra credores o
prejudicado imediato é o Estadojuiz. A existência de fraude de
execução enseja a declaração, pura e simples, da ineficácia do
autônoma nem de qualquer outra providência mais formal para
que se decrete a ineficácia de ato havido em fraude de execução.
Basta ao credor noticiar na execução, por petição simples, que
houve fraude de execução, comprovandoa, para que o juiz possa
decretar a ineficácia do ato fraudulento. Nesse caso pode o juiz
obrigação executada. O bem continua na posse ou propriedade do
terceiro, mas para a execução a oneração ou alienação é ineficaz.
proprietário do bem. Ao contrário do que ocorre com a fraude
pauliana, a fraude de execução pode ser alegada e reconhecida
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nos embargos de terceiro.” (NERY JR, Nelson. Código Civil
Comentado, 6ª Ed., Ed. Revista dos Tribunais, p. 341).
execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da
prova de máfé do terceiro adquirente”. Visa a prestigiar a boafé
dos terceiros.
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