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Resumão

A desídia reina nas escolas e nos centros acadêmicos, onde cada vez menos jovens
estão interessados em estudar. Prega-se que a educação é enfadonha, que a Matemática
é chata e que escrever corretamente é desnecessário. Não obstante, toda a própria
cultura mundial promove a perspectiva teleológica dos estudos, fato esse que retira de
tal prática sua verdadeira essência: o prazer pelo aprendizado. Para muitos, todo este
furdúncio parte apenas da indolência e da falta de amor às disciplinas, todavia uma
melhor análise dos fatos mostra justamente o contrário.
Reduções simplistas sobre o ser humano tendem ao erro. Por isto, a Teoria dos Dois
Fatores de Herzberg pode ajudar na elucidação:

Para que um aluno sinta-se motivado, ele deve, primeiramente, possuir fatores de
higiene própicios para isto, como: condições de transporte até a escola, sistema justo de
notas, alimentação adequada, saneamento básico, apoio psicológico por profissionais da
área no ambiente escolar, coesão estudantil; ademais, um bom ambiente familiar,
residencial e social, dentre outros fatores. Como se pode ver, diversos moradores de
favelas assistem a recorrentes cenas de lascívia e ostentação compondo cenário
cotidiano, o que induz a maioria dos jovens a adotar traficantes e facínoras como fontes
de inspiração, e não cientistas, poetas e os próprios trabalhadores honestos que os
cercam. A juventude desprezará o aprendizado como forma de autorealização, já que
primam suas necessidades fisiológicas (prazer e alimentação, por exemplo) e de
segurança, como mostra a Pirâmide de Maslow, a qual apresenta grau de importância
crescente do vértice à base:
Tal inversão de valores não é inata, portanto. O quadro acentua-se ainda mais com a
falta de infraestrutura nas escolas. Em contrapartida, grandes redes de ensino outrossim
sofrem com o desinteresse dos alunos. Os motivos tornam-se mais complexos, pois:
problemas familiares, metodologias ineficazes e a própria teleologia estudantil
contribuem para isto. Os jovens passam mais tempo preparando-se para os vestibulares,
aprendendo métodos de aplicar o conhecimento nas provas, do que de fato
contemplando a arte do estudo. Transformam descobertas milenares em simples
ferramentas de ingressão à universidade. Sem amor à profissão, um aluno tornar-se-á,
futuramente, um mercenário com diploma, já que devolverá à sociedade péssimos
serviços os quais se realizam unica e exclusivamente pelo dinheiro. Isto é, na maioria
dos casos. Basta checar os hospitais mais comuns das cidades.
Para contornar tal situação, deve-se, inicialmente, garantir os fatores de higiene, o que
depende do Estado ou da rede responsável pelo centro de ensino. Metodologias que
demonstrem a verdadeira aplicação do conteúdo na vida dos alunos, e não apenas como
formas de ir bem no vestibular, contribuiriam para eliminar a cultura do estudo como
algo enfadonho, já que o estudante explicaria a realidade com base nos conhecimentos
escolares, tornando-se um cidadão ativo e esclarecido. Deve-se provar que a
recompensa do aprendizado não está apenas no futuro, em grandes profissões e sonhos,
mas no próprio presente. Estudar é um investimento contínuo. Nas regiões mais pobres,
necessitar-se-ia muito mais do que a ação da escola, já que o ambiente espúrio atrapalha
o interesse do aluno, na maioria das vezes. Em suma, a Educação brasileira necessita de
muito mais do que o interesse dos alunos, já que a maior parte dos problemas estão fora
da escola.

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