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Qualificar é Crescer

GOVERNO DA REPÚBLICA
PORTUGUESA

MANUAL DE FORMAÇÃO
UFCD 7852

PERFIL E POTENCIAL DO EMPREENDEDOR


DIAGNÓSTICO/DESENVOLVIMENTO

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Qualificar é Crescer

GOVERNO DA REPÚBLICA

PORTUGUESA

Objectivos:

- Explicar o conceito de empreendorismo.

- Identificar as vantagens e os riscos de ser empreendedor.

- Aplicar instrumentos de diagnóstico e de autodiagnóstico de competências


empreendedoras.

- Analisar o perfil pessoal e o potencial como empreendedor.

- Identificar as necessidades de desenvolvimento técnico e comportamental, de


forma a favorecer o potencial empreendedor.

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Conteúdos:

Empreendorismo
1.1 Conceito de Empreendorismo…………………………………………………….…..4
1.2 Vantagens de ser empreendedor……………………………………………..………5
1.3 Espírito empreendedor versus espírito empresarial ………………….............……6

II. Autodiagnóstico de competências empreendedoras


2.1 Diagnóstico da experiência da vida………………………………………...…………15
2.2 Diagnóstico de conhecimento das “realidades profissionais”…….................…….15
2.3 Determinação do “perfil próprio” e autoconhecimento………….................……….15
2.4 Autodiagnóstico das motivações pessoais para se tornar Empreendedor…….....15

III. Características e competências-chave do perfil empreendedor


3.1 Pessoais………………………………………………………………………………….15
3.1.1 Autoconfiança e automotivação...........................................................................15
3.1.2 Capacidade de decisão e de assumir riscos ......................................................15
3.1.3 Persistência e resiliência .....................................................................................16
3.1.4 Persuasão ...........................................................................................................16
3.1.5 Concretização ......................................................................................................17
3.2 Técnicas…………………………………………………………………………………17
3.2.1 Área de negócio e de orientação para o cliente ..................................................24
3.2.2 Planeamento, organização e domínio das TIC...................................................24
3.2.3 Liderança e trabalho em equipa ..........................................................................29

IV. Fatores que inibem o empreendorismo……………………………………………….29

V. Diagnóstico de necessidades do empreendedor


5.1 Necessidades de carácter técnico…………………………………………………..32
5.2 Necessidades de carácter pessoal………………………………………………..…..32

VI. Empreendedor – Autoavaliação


6.1 Questionário de autoavaliação e respetiva verificação da sua adequação ao perfil
comportamental do empreendedor.........................................………................……….33

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I. Empreendorismo

1.1 Conceito de Empreendorismo

O empreendedorismo é uma atitude! Engloba a motivação e a capacidade de um


indivíduo para identificar uma oportunidade e para a concretizar com o objetivo de
produzir um determinado valor.

O Empreendedor transforma a situação mais banal numa oportunidade excecional.


Vive no futuro, nunca no passado e raramente no presente.
O Empreendedorismo é acima de tudo uma atitude de alguém que preza a sua
independência e realização pessoal. Detetar uma oportunidade e possuir o
conhecimento, criatividade e iniciativa para, isoladamente ou em conjunto, enfrentar a
incerteza e transformar essa oportunidade em criação de valor, são as características
fundamentais de um empreendedor.

Os empreendedores constituem hoje em dia, um elemento vital para a revitalização do


tecido económico de diversas formas. Paralelamente, parte da solução do futuro
crescimento do emprego só será possível com níveis mais elevados de auto-
suficiência a partir da motivação, meios de financiamento e competências para lançar
um novo negócio.

A utilização do termo “empreendedorismo” é atribuído a Richard Cantillon (1755) e a


JeanBaptiste Say (1800). Ambos definiam os empreendedores como pessoas que
correm riscos porque investem o seu próprio dinheiro em empreendimentos.
Mais tarde, em 1978, J. Schumpeter associa o empreendedorismo à inovação ao
afirmar que “a essência do empreendorismo está na percepção e aproveitamento das
novas oportunidades no âmbito dos negócios; tem sempre que ver com a criação de
uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados do seu
emprego tradicional e sujeitos a novas combinações”. Schumpeter descreveu ainda o
empreendedor como responsável por processos de “destruição criativa”, que
resultavam na criação de novos métodos de produção, novos produtos e novos
mercados.

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O conceito de risco foi introduzido por K. Knight (1967) e Peter Drucker (1970). Em
1985 com Pinchot foi introduzido o conceito de Intra-empreendedor, uma
pessoa empreendedora dentro da organização a que pertence.
Ser empreendedor: uma herança genética?
Parece ser hoje em dia consensual que não se nasce empreendedor. Podemos, sim,
herdar algumas características que certamente nos ajudarão nas nossas incursões
pelo mundo dos negócios. É também certo que muitos empreendedores se revelam
muito precocemente (durante a infância e juventude) destacando-se pela sua
capacidade de liderança, competitividade ou “jeito” para os pequenos
negócios. Contudo, está ao alcance de qualquer um tornar-se empreendedor. Exige-se
trabalho, força de vontade e um profundo conhecimento de si próprio.

1.2 Vantagens de ser empreendedor

O empreendedorismo deve ser estudado para facilitar e explicar o papel da nova


empresa no desenvolvimento económico de uma dada região.

O empreendedorismo também é importante, pois:


- Possibilita a criação de empregos, inclusive o auto-emprego.
- Possibilita o crescimento económico de forma organizada.
- Possibilita a inovação, principalmente pelas jovens empresas.
- Auxilia na melhoria da competitividade.
- Aproveita melhor o potencial dos indivíduos.
- Permite entender e explorar de forma mais efetiva os interesses da sociedade.
- Permite o desenvolvimento de carreira de uma parte significativa da força de
trabalho.

Existem muitas razões pelas quais muitas pessoas constituem os seus próprios
negócios e assumem os riscos. São alguns ingredientes para o empreendedor
começar a pensar no seu próprio negócio: cautela, bom senso e não ter pressa.
(CHIAVENATO, 2008, p. 24). Ao montar seu próprio negócio o empreendedor assume
a responsabilidade e os riscos pelo seu desenvolvimento e sobrevivência, e em
compensação usufrui de algumas vantagens.

Para Chiavenato (2008, p. 17) a lista a seguir apresenta algumas razões pelas quais
as pessoas investem em negócios:

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- Forte desejo de ser seu próprio patrão, de ter independência e não receber ordens
de outros, fundamentando-se apenas no seu talento pessoal. A isso se dá o nome de
espírito empreendedor;
- Oportunidade de trabalhar naquilo que gosta, em vez de trabalhar como subalterno
apenas para ter segurança de um salário mensal e férias;
- Sentimento que pode desenvolver a sua própria iniciativa sem o guarda-chuva do
patrão;
- Desejo pessoal de reconhecimento e de prestígio;
- Poderoso impulso para acumular riqueza e oportunidade de ganhar mais do que
quando era simples empregado;
- Descoberta de uma oportunidade que outros ignoram ou subestimaram;
- Desafio de aplicar recursos próprios e habilidades pessoais num ambiente
desconhecido.

Para Bernardi (2003, p. 66) “entre muitas motivações e razões objetivas para
empreender encontram-se predominantemente as seguintes”:
- Necessidade de realização;
- Implementação de ideias;
- Independência;
- Fuga da rotina profissional;
- Maiores responsabilidades e riscos;
- Prova de capacidade;
- Auto-realização;
- Maiores ganhos;
- Status;
- Controle da qualidade de vida.

1.3 Espírito empreendedor versus espírito empresarial

Aristóteles: “Onde se cruzam os teus talentos com as necessidades do mundo, aí está


a tua vocação”

O porquê de se tornar empresário.


Que razões poderão levar alguém que se encontra numa situação profissional estável
e compensadora a enveredar por uma carreira empresarial?

Algumas das razões possíveis são:

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1. Vontade de ser o próprio patrão
2. Querer controlar o seu destino
3. Conseguir que o retorno do seu trabalho reverta para si e não para terceiros
4. Ter consciência que o potencial de ganho e de crescimento são maiores para o
empresário do que para um trabalhador por conta de outrem
5. Vontade de aceitar o desafio que uma nova empresa representa
6. Querer beneficiar da aprendizagem proporcionada pela gestão de um negócio

Habitualmente não é uma razão mas sim a combinação de várias motivações que leva
um empreendedor a optar pela criação do seu próprio negócio. Contudo, não basta
querer. Mesmo que alguém reúna um conjunto de características que a permita definir
como empreendedora tem um longo caminho a percorrer até se tornar empresário.

Requisitos prévios ao arranque do negócio


Antes de iniciar a sua aventura empresarial, o empreendedor deverá refletir sobre um
conjunto de questões relativas às condições de partida para o arranque do negócio:
1. Possui a auto-confiança e auto-disciplina suficientes para iniciar um negócio?
2. As suas competências sociais permitir-lhe-ão lidar com variadas personalidades
e feitios (de colaboradores, clientes, fornecedores, etc.)?
3. Como lida com a pressão e com a necessidade de ter que tomar decisões em
pouco tempo e, frequentemente, com escassez de informação?
4. Quais as suas competências a nível de planeamento e organização (atividades
essenciais para o sucesso de um negócio)?
5. Até que ponto está motivado para iniciar o negócio?
6. Está preparado para o desgaste físico e emocional de uma atividade que o vai
ocupar a tempo inteiro (com consequências diretas sobre o tempo disponível para a
família, amigos e lazer)?
7. A sua família apoia-o neste negócio e está preparada para as consequências a
nível financeiro e de disponibilidade de tempo que ele representa?
8. Possui (ou identificou quem possua) as competências técnicas necessárias à
concretização do seu negócio?
9. Já identificou as fontes de financiamento necessárias ao arranque e funcionamento
do seu negócio?

Se respondeu afirmativamente às questões anteriores está apto a passar à fase


seguinte – iniciar a planificação do seu negócio.

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Definição e posicionamento do negócio: (Eduardo García Erquiaga)

Nunca ganharemos uma corrida de velocidade em circuito conduzindo um todo-o-


terreno, nem uma prova “off-road” com um carro desportivo; é fundamental conseguir
o ajustamento adequado entre os nossos recursos e capacidades e a atividade que
escolhermos para competir.

A definição do negócio exige a clarificação de “o que vamos fazer”: as propostas a


apresentar aos clientes, as alternativas tecnológicas a empregar, os nichos de
mercado a abordar. Tratase, em definitivo, de fazer um plano que nos permita
conhecer e fixar o campo de batalha onde vamos exercer a atividade empresarial.
Assim, a definição do negócio e o seu correto posicionamento são condições básicas
para o sucesso.

Como fazê-lo?

1. O ponto de partida: determinar os critérios de análise do negócio.


Para determinar o âmbito de atuação da nossa empresa, o negócio deve ser
inicialmente entendido em sentido amplo, como algo que transcende o produto ou
serviço, para posteriormente analisar segmentos mais específicos.
Um método de segmentação passa por analisar e integrar os três grandes eixos do
negócio - Produto, Mercado e Tecnologia:
* Produto (O Quê? Qual a necessidade a satisfazer?) - É necessário avaliar os
distintos “quês” que desenvolvem as empresas que pertencem ao tipo de negócio que
pretendemos instalar. As necessidades a satisfazer refletem-se em produtos
concretos, com exigências e níveis de equipamento muito distintos.
* Mercado (Onde? Qual o mercado, o canal, o cliente-alvo?) - Os critérios de
classificação do “onde” podem também ser múltiplos. Teremos de escolher aquele que
resulte mais enriquecedor para a concretização dos vários âmbitos de atuação
possíveis da nossa empresa. Pode ser o mercado geográfico, o canal de distribuição
ou o cliente-alvo.
* Tecnologia (Como produzir? Quais as alternativas tecnológicas?) - Existem
alternativas tecnológicas que apresentam graus muito diferentes de aceitação
e representam vantagens/inconvenientes muito variados. Há que perceber que opções
existem (uma prospeção da tecnologia utilizada pela concorrência é de extrema
utilidade).

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2. A escolha do terreno: os âmbitos de atuação, onde vamos concorrer.

Uma vez estabelecidas as variáveis que nos permitirão escolher um “campo de


batalha”, devemos começar a concretizar as distintas alternativas que cada variável
nos apresenta, e a perceber as suas inter-relações:
* A necessidade a satisfazer, e consequentemente o produto/serviço que a satisfaz
queremos apontar à necessidade básica, concentrando-nos assim num segmento de
qualidade mais baixa, ou a necessidades mais complexas e sofisticadas, que exigem
produtos/serviços de maior valor acrescentado?
* O Mercado (onde/a quem) – que alternativas existem? Quais as diferenças entre
vender ao público ou a retalhistas? A lojas especializadas ou grandes superfícies? A
segmentos mais altos ou mais baixos?
* A alternativa tecnológica - que diferentes tecnologias podemos empregar? Quais as
vantagens e inconvenientes de cada uma? Que condicionantes nos são impostos pela
concretização do “quê” e do “onde/a quem”?

3. Procurar os motivadores de compra / fatores de êxito

Já escolhemos algumas variáveis que nos permitem segmentar o negócio potencial.


É chegado o momento de estabelecer os requisitos que deve cumprir uma empresa
que queira conquistar cada um dos nichos de mercado identificados. Para tal, é
fundamental colocar-nos no lugar do cliente e do mercado, para identificar os
componentes da qualidade percebida em cada segmento.
Assim perceberemos quais os critérios básicos a cumprir para ter êxito nesse terreno
em particular. Escolher o segmento errado e competir num âmbito que não é o nosso
é frequentemente causa de fracasso. Uma pequena empresa artesanal poderá
responder às exigências de volume e preço de uma grande superfície? Ou poderá
uma empresa de grandes volumes comercializar com êxito em pequenas lojas
especializadas, que consomem baixas quantidades e exigem embalagem cuidada e
qualidade superior?
Começamos assim a conhecer as exigências e os fatores críticos de êxito em cada
segmento (trinómio produto-mercado-tecnologia). Há agora que perceber como se
posicionam os competidores em cada segmento, e confrontar as exigências
particulares de cada nicho de mercado com as nossas próprias competências e
recursos.

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4. Identificar os competidores e localizá-los em cada segmento

Este passo requer um grande esforço de recolha de informação e conhecimentos


sobre os competidores a enfrentar, já instalados no mercado ou que, previsivelmente,
se venham a instalar no curto prazo. Se o fizermos bem, saberemos quem está onde,
e quem vai melhor ou pior no sector. Conhecendo o seu modo de funcionamento,
podemos avaliar as nossas possibilidades de êxito. Podemos descobrir segmentos
“desocupados” onde podemos apresentar uma mais-valia, ou encontrar segmentos
saturados onde a rivalidade é enorme. Esta investigação permitirá identificar algumas
das ameaças e oportunidades do nosso negócio, ajuda-nos a determinar se a nossa
posição competitiva é razoável hoje e se tem possibilidade de melhorar no futuro, e se
a conseguimos localizar num segmento que seja atrativo agora e no futuro.

5. Escolher o âmbito de atuação em função da sua atratividade e das capacidades do


empreendedor

Neste último passo o empreendedor determina o seu negócio. Já avaliou os aspetos


mais gerais e aprofundou os detalhes de cada segmento. É o momento de escolher o
campo de operações, avaliar onde é mais aconselhável desenvolver a sua atividade.
Para isso há que ser o mais objetivo possível e, partindo do autoconhecimento,
perceber se é possível responder com eficácia às exigências de cada segmento.
As nossas próprias capacidades são o ponto de partida para a definição do âmbito ou
âmbitos em que uma nova empresa terá vantagens que lhe permitam sobreviver e
triunfar. O empreendedor tem de estar consciente de que criar uma empresa requer
em simultâneo analisar metodicamente as características do sector, e ter um
conhecimento profundo de si mesmo. Só assim poderá optar, com bom senso, pelos
100 metros ou pela maratona.

Erros frequentes do empreendedor: (Eduardo García Erquiaga)

1. Acreditar que basta uma ideia e dinheiro para ter um negócio

O primeiro grande erro é assumir que uma boa ideia somada a algum capital significa
necessariamente um bom negócio. Antes de mais porque é necessário perceber que
uma ideia não é um projeto: uma ideia não é mais do que um novo uso para um
produto, uma alternativa tecnológica para um processo, um novo artigo para
comercializar. Já um projeto exige adicionar à ideia inicial uma reflexão apurada sobre

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a adequação ao mercado; um trabalho de escuta a potenciais clientes, fornecedores
e/ou sócios; previsões económicas; reflexão sobre as nossas competências e
limitações. Para passar da ideia ao projeto existe um grande esforço de diagnóstico e
de desenho do novo negócio. Se após este trabalho prévio se concluir que o projeto é
coerente, vendável e viável do ponto de vista económico e financeiro, então,
juntamente com o dinheiro necessário, será possível criar uma empresa com boas
possibilidades de vir a ter sucesso.

2. Assumir que o mercado é perfeitamente racional e que pensa e age como nós.

O empreendedor não deve assumir que todos os agentes agem racionalmente e que
seguem os seus critérios de racionalidade. Um erro frequente é partir do princípio que
os consumidores estarão dispostos a mudar mesmo que isso implique uma alteração
no seu estilo de vida e hábitos de consumo. É preciso estar consciente que as
tendências sócio-culturais não evoluem em função do nosso projeto. É nossa
obrigação antecipar essa evolução e ocupar o nosso espaço no mercado, mas sempre
de forma realista, informada e sem excesso de otimismo.

3. Sobrestimar as suas capacidades

Um erro frequente é sobrestimar algumas das suas capacidades ou competências


subestimando as dos concorrentes. Nada melhor do que ser realista nesta avaliação
para enfrentar da melhor forma os desafios que vão surgindo.

4. Ter dificuldade em assumir as próprias limitações

Procurar o êxito competindo com os grandes, ou no terreno dos grandes, quando se é


pequeno, é causa de fracasso de muitas empresas. O segredo está em definir o
negócio com consciência das suas limitações.

5. Indefinição na hierarquia da empresa

É tentador, no arranque de um negócio, criar uma “empresa de amigos”, sem


hierarquia nem chefes. Contudo, é aconselhável pensar, desde o início, a médio e
longo prazo. É vital saber quem manda, quem assume responsabilidades, quem dá a
cara, em resumo, definir claramente a hierarquia da organização. De forma a que,
quando surgirem os primeiros problemas (que são inevitáveis), estes sejam

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ultrapassados com maior facilidade sem criar “traumas organizativos” ou afetar a
estrutura acionista da empresa.

6. Ter demasiados tripulantes no barco

Os jovens empreendedores têm uma tendência natural para “engordar” a estrutura da


empresa. “Nesta empresa cabem todos” (o irmão, a namorada, o primo, os amigos...).
Neste momento da empresa o planeamento deve ser o contrário: a estrutura deve ser
a estritamente necessária. De outra forma, desperdiça-se a grande vantagem que é
partir do zero (relativamente a empresas já instaladas que têm, regra geral, estruturas
mais pesadas). Para ter a certeza que a estrutura é montada atendendo
exclusivamente ao negócio, poderá ser útil responder a algumas questões
relativamente a cada um dos participantes no projeto:
- O que traz ao projeto (a nível de perfil empreendedor, competências técnicas e de
gestão, conhecimento do mercado, experiência profissional, carteira de clientes,
recursos financeiros, rede de contactos, etc.)?
- Sem este elemento o que é que o projeto perdia?
- É possível substituir este elemento por outro que já esteja no projeto e que
tenha competências mais abrangentes, ou recorrendo ao outsourcing (fazer uma
análise custobenefício da “substituição”)?

7. Assumir que inovação é tudo

A inovação só por si é habitualmente encarada como algo positivo na avaliação de


uma empresa. Normalmente a inovação subentende uma majoração em projetos de
apoio a PMEs.
Contudo, a inovação não deve ser um fim em si, mas sim um meio que:
- origine efectiva criação de valor;
- permita satisfação de necessidades reais do mercado;
- contribua efectivamente para o sucesso do projecto.

Há que evitar a “tecnoluxúria”, a incorporação do novo sem uma contextualização


empresarial, sem que haja efetiva satisfação de necessidades. Inovação não é só
tecnologia é também gestão, marketing, estratégia, serviço, etc. O melhor projeto não
tem de ser o mais “tecnológico” ou o mais “atraente”. O melhor projeto de empresa é o
que funciona e sobrevive.

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8. Confundir Negócio com Produto

Um negócio não é um produto, nem um mercado, nem um processo inovador. Um


negócio é tudo isto e muito mais. Um negócio é a conjugação de um “O quê”, um
“Onde”, um “A quem”, um “Como”, que nos permita satisfazer necessidades concretas.
Só com uma resposta integral que considere em simultâneo todos estes aspetos o
empreendedor pode acertar no desenho da nova empresa. Razões que levam um
negócio a falhar O arranque de um negócio é sempre arriscado. Não há garantias de
sucesso. Contudo, a visão do empreendedor, uma boa planificação e organização e
um bocadinho de sorte contribuem bastante para o sucesso empresarial…

É possível identificar um conjunto de causas que são responsáveis pela elevada


mortalidade de novas empresas dos primeiros 2-3 anos de vida:
1. Falta de experiência do empresário
2. Capital insuficiente
3. Má localização do negócio
4. Má gestão dos stocks
5. Sobre-investimento em capital fixo
6. Fraca ou insuficiente negociação de crédito com a banca
7. Utilização pessoal (por parte do empresário) de fundos da empresa
8. Crescimento inesperado da empresa
9. Concorrência
10. Baixo volume das vendas

Como evitar o insucesso?

São mais, muitos mais, os que falham na criação de um negócio do que os que
alcançam elevado êxito empresarial. Embora não exista nenhuma receita milagrosa,
há algumas regra que ajudam a prevenir o insucesso de um negócio:
1. Preparar o início do negócio (analisando as motivações do empreendedor e
definindo metodicamente o seu campo de atuação)
2. Elaborar o Plano de Negócios, de forma rigorosa e utilizando cenários realistas
3. Definir uma estratégia clara para a empresa
4. Selecionar a equipa mais adequada
5. Organizar a empresa da forma que melhor se ajusta aos seus objetivos e às
características do âmbito de atuação escolhido
6. E trabalhar, muito…

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Exercícios - Empreendorismo

Exercício 1
A razão possível para alguém se tornar empresário é:
a) Vontade de ser o próprio patrão
b) Querer controlar o seu destino
c) Vontade de aceitar o desafio que uma nova empresa representa
d) Todas as anteriores

Exercício 2
Qual destas variáveis não é relevante para a definição e posicionamento de um
negócio:
a) Produto
b) Estrutura
c) Mercado
d) Tecnologia

Exercício 3
A identificação dos nossos futuros concorrentes é importante para:
a) Descobrir segmentos “desocupados”
b) Identificar segmentos saturados
c) Avaliar a nossa posição competitiva
d) Todas as anteriores

Exercício 4
A melhor forma de iniciar um negócio é:
a) Criar uma empresa onde as hierarquias não estão bem definidas
b) Recrutar pessoas de confiança, preferencialmente familiares e amigos
c) Assumir as suas próprias limitações
d) Não ignorar a racionalidade do mercado

Exercício 5
Algumas das causas para o insucesso empresarial são:
a) Sobre-investimento em capital fixo
b) Falta de experiência do empresário e capital insuficiente
c) Crescimento inesperado da empresa
d) Todas as anteriores

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Soluções dos Exercícios
1 c)
2 a)
3 a)
4 d)
5 d)

II. Autodiagnóstico de competências empreendedoras

2.1 Diagnóstico da experiência da vida


2.2 Diagnóstico de conhecimento das “realidades profissionais”
2.3 Determinação do “perfil próprio” e autoconhecimento
2.4 Autodiagnóstico das motivações pessoais para se tornar empreendedor

NOTA: Dossier do Empreendedor (ver)

III. Características e competências-chave do perfil


empreendedor

3.1 Pessoais
3.1.1 Autoconfiança e automotivação
Autoconfiança é a convicção que uma pessoa tem, de ser capaz de fazer ou realizar
alguma coisa. Automotivação é a capacidade de motivar a si mesmo, para encontrar
uma razão e a força necessária para fazer alguma coisa, sem a necessidade de serem
influenciados a fazê-lo por outra pessoa. Trabalhando em uma cuidadosa forma
consistente, sem desistir.

3.1.2 Capacidade de decisão e de assumir riscos


A decisão é importante porque ela determina o ritmo e a direcção da vida.
A decisão é um exercício de livre arbítrio, e, em última análise, uma expressão de
liberdade porque assimilamos a decisão a um querer consciente, uma opção racional
no sentido de que é a capacidade de discernir do ser humano, a razão, que determina
e impulsiona a sua vontade a qual se materializa na escolha duma via, dum caminho
em suma, numa decisão. A decisão é assim alvedrio, é um querer que se quer em

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consciência e por isso ela é marca distintiva do ser humano. Os animais também
parecem optar mas o que determina as suas escolhas é a natureza, o seu
instinto e nesse registo primário e não racional se distanciam do ser humano.
A racionalidade do homem permite-lhe superar o instinto, as suas inclinações naturais
de querer e decidir em consciência face a múltiplas alternativas. No processo de
decisão o ser humano é motivado por múltiplos factores, racionais, emocionais e
também naturais.

Mas o que importa reter é que o processo de decisão não foge à possibilidade de
controlo do homem ou pelo menos pode ser determinado pela sua racionalidade. Mas
o que é afinal a decisão? Decidir é assumir conscientemente uma opção. Mas o que
importa valorizar é a capacidade de decisão positiva, aquela que rompe o quadro
de procedimentos esperados e projecta o presente para um futuro melhor. É pois
importante enquanto elemento do perfil humano a capacidade de decisão visto que no
sentido mais nobre do termo decidir implica assumir o risco do novo, a exposição ao
desconhecido, a angústia do resultado mas também, naturalmente, o prémio da
descoberta. Nada aconteceria de novo sem a determinação de se procurar ver para
além da linha do horizonte optando por caminhos de pé posto ou seja, vias de
progresso ainda anteriormente não experimentadas. Nada decidir podendo ser uma
decisão é nada descobrir, é nada arriscar mas também é nada conseguir.
A decisão avisada é aquela que procura justamente mitigar, reduzir os efeitos
problemáticos da decisão. É aquela que procura conciliar a consequência com a
prudência através de processo racional de diagnóstico da realidade conhecida e dos
efeitos desconhecidos.

3.1.3 Persistência e resiliência


A persistência é uma das principais virtudes dos vencedores, uma vez que é o ato
daquele que é persistente, daquele que não desiste de seus objectivos.
Resiliência é utilizada no mundo dos negócios para caracterizar pessoas que têm a
capacidade de retornar ao seu equilíbrio emocional após sofrer grandes pressões ou
stress, ou seja, são dotadas de habilidades que lhes permitem lidar com problemas
sob pressão ou stress, mantendo o equilíbrio emocional.

3.1.4 Persuasão
Persuasão é uma estratégia de comunicação que consiste em utilizar recursos lógico-
racionais ou simbólicos para induzir alguém a aceitar uma ideia, uma atitude, ou
realizar uma ação. É o emprego de argumentos, legítimos ou não, com o propósito de

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conseguir que outro(s) indivíduo(s) adopte(m) certa(s) linha(s) de conduta, teoria(s) ou
crença(s).

3.1.5 Concretização
Concretização é tornar concreto o que é abstracto: concretizar uma ideia, uma
melhoria. Ter coragem de avançar e ver realizado o projecto, a ideia, o
negócio. Realizar, alcançar um objectivo.

Ao observar verdadeiros empreendedores, é possível identificar um conjunto de


aspectos que lhes são muito próprios:
1. Os empreendedores são peritos em identificar, explorar e comercializar
oportunidades.
2. São exímios na arte de criar (novos produtos, serviços ou processos).
3. Conseguem pensar “fora do quadrado”: a maioria das pessoas, por temer o
insucesso e ser avessa ao risco, tem dificuldade em considerar novas formas de
abordar problemas e perspectivar a realidade.
4. Quem o consegue fazer beneficia de uma enorme vantagem na detecção de novas
oportunidades.
5. Pensam de forma diferente: os empreendedores têm uma perspectiva diferente das
coisas; adivinham problemas que os outros não vêm ou que ainda nem existem;
descobrem soluções antes mesmo de outros sentirem as necessidades.
6. Vêm o que outros não vêm: o empreendedor vê oportunidades que escapam
aos outros, ou a que os outros não atribuem relevância.
7. Gostam de assumir riscos: acreditam nos seus palpites e seguem-nos.
8. Os empreendedores competem consigo próprios e acreditam que o sucesso ou
fracasso dependem de si. Na sua maioria não desistem e nunca param de lutar pelo
sucesso.
9. Aceitam o insucesso: embora nenhum empreendedor goste de falhar, sabe que a
possibilidade de fracassar é inerente ao risco que qualquer actividade empreendedora
comporta. O insucesso é encarado como uma possibilidade de aprender e evoluir e
previne futuros fracassos.
10. Observam o que os rodeia: a grande maioria das ideias e inovações bem
sucedidas foram desenvolvidas a partir de uma realidade próxima ao empreendedor –
no âmbito profissional, familiar, de lazer.
11. Os empreendedores nunca se reformam…

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Em vários estudos feitos com empreendedores sobre as características às quais
atribuíam o seu sucesso, as que mais se destacaram foram a perseverança, o desejo
e vontade de traçar o rumo da sua vida, a competitividade, a auto-estima, o forte
desejo de vencer, a autoconfiança e a flexibilidade.

Curiosamente, a vontade de ganhar muito dinheiro, as competências de gestão ou o


desejo de poder costumam ocupar os últimos lugares das listas… Mas para além
destas há um conjunto de outras características comuns aos empreendedores:
Curiosidade
Capacidade de resistência (física e emocional)
Orientação para objetivos
Independência
Exigência
Elevada propensão ao risco calculado
Tolerância à ambiguidade e à incerteza
Criatividade
Inovação
Visão
Empenho
Aptidão para resolução de problemas
Capacidade de adaptação
Iniciativa
ntegridade
Capacidade de angariação de recursos
Capacidade de persuasão
Forte apetência pela mudança
Empatia
Tolerância ao fracasso
Grande capacidade de trabalho
Capacidade de liderança
Sorte

Competências a desenvolver pelo empreendedor

Competências emocionais
Em grande medida a performance do empreendedor está associada a características
pessoais como a iniciativa, a empatia, a capacidade de adaptação e de persuasão.

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Daniel Goleman (2000) agrupou as competências emocionais em quatro grandes
grupos cabendo dentro de cada um dos grupos um conjunto de competências
específicas:

1. Autoconsciência
Autoconsciência emocional – Esta competência permite reconhecer e compreender
os diferentes estados de espírito e a forma como afectam o desempenho social e
profissional bem como as relações com os outros.
Auto-avaliação rigorosa – Trata-se da capacidade de avaliar de forma realista as suas
forças mas também as suas fraquezas.
Autoconfiança – Competência que permite valorizar devidamente os seus pontos
fortes e capacidades mais distintivas.

2. Autogestão
Autocontrole – Capacidade para manter as emoções sob controlo.
Inspirar confiança – A confiança conquista-se através de comportamentos que
revelem integridade, honestidade, fiabilidade e autenticidade.
Conscienciosidade - Capacidade para se autogerir de modo responsável (e.g., ser
organizado e cuidadoso no trabalho).
Adaptabilidade – Competência revelada pela abertura a novas ideias e abordagens,
flexibilidade na resposta à mudança, tolerância à ambiguidade.
Orientação para o êxito - Optimismo, necessidade de auto-aperfeiçoamento e de
alcance de um padrão interno de excelência, persistência.
Iniciativa - Prontidão para aproveitar as oportunidades, inclinação para exceder
objectivos, proactividade.

3. Consciência social
Empatia – Capacidade para perceber os sentimentos e perspectivas dos outros,
interesse activo pelas suas preocupações, sensibilidade às suas especificidades.
Consciência organizacional - Capacidade para ler a realidade organizacional, construir
redes de decisão e ter consciência das correntes sociais e políticas da organização.
Orientação para o cliente - Capacidade para antecipar, reconhecer e ir ao encontro
das necessidades dos clientes.

4. Competências sociais
Liderança visionária - Capacidade para inspirar e guiar os indivíduos ou grupos em
torno de uma visão convincente.

19
Influência - Capacidade para persuadir os outros através dos métodos mais
adequados a cada situação.
Desenvolver os outros - Capacidade para identificar necessidades/oportunidades de
desenvolvimento dos outros e para agir de forma a promover o alargamento das suas
competências.
Comunicação - Ser bom ouvinte e ser capaz de comunicar de modo claro e
convincente.
Catalisador da mudança – Capacidade para promover e incentivar a mudança dentro
da organização contribuindo activamente para a eliminação das resistências por parte
da equipa que lidera.
Gestão de conflitos - Capacidade para gerir os conflitos emergentes na organização.
Criar laços – Competência que permite a criação e desenvolvimento de redes de
relações interpessoais.
Espírito de equipa e cooperação – Capacidade colaborar eficazmente com os outros
conseguindo criar sinergias de grupo na prossecução de objectivos comuns.
Sendo certo que o desenvolvimento deste conjunto de competências é desejável em
qualquer indivíduo, no caso do empreendedor será decisivo para o seu sucesso.
Condição prévia ao bom desenvolvimento destas características é um profundo
conhecimento de si próprio.

Autoconhecimento
Uma das características do empreendedor de sucesso é o conhecimento que tem de
si próprio. Sabe que não é rentável desperdiçar esforços em áreas e/ou atividades nas
quais não tem competências. A sua base de desenvolvimento pessoal e profissional é
o conhecimento dos seus pontos fortes, dos seus valores e objetivos e das formas
concretas de alcançar o que pretende.

Criatividade
De todas as características do empreendedor uma das essenciais e que mais
facilmente podemos desenvolver é a criatividade. Embora todos tenhamos talentos
criativos falta-nos muitas vezes confiança na nossa própria criatividade. O termo
criatividade tem um significado que vai muito além de possuir um talento artístico. É
sim, a capacidade de utilizar a imaginação para criar novas ideias. A criatividade é
uma característica inata a todos os seres humanos. Cabe a cada um de
nós desenvolver essa capacidade.
Antes de mais deverá estar atento ao que se passa à sua volta: o desenvolvimento da
capacidade criativa, tal como qualquer outra competência, exige concentração e

20
atenção. Comece por ver o mundo que construiu à sua volta: a sua casa, o seu
trabalho, as suas relações sociais são expressões criativas criadas por si.
Compreender que a criatividade pode assumir muitas formas é um primeiro passo
para desenvolver a sua capacidade de criar de forma consciente.

Características das pessoas criativas


1. Inteligência
2. Capacidade de adaptação
3. Auto-estima elevada
4. Orientação para desafios
5. Curiosidade
6. Interesse

Técnicas para desenvolver a criatividade:


1. Brainstorming: a técnica da “tempestade de ideias” é um processo que permite
gerar um conjunto de ideias, associações e conceitos livres e aleatórios que vistos de
fora poderão parecer sem nexo. Contudo, e por se tratar de uma técnica onde as
ideias fluem sem qualquer censura, permite bons resultados em termos de
criatividade. A velocidade do processo permite ultrapassar o circuito lógico do
hemisfério esquerdo do nosso cérebro, permitindo o surgimento de ideias imaginativas
vindas do hemisfério direito – o lado criativo. Deste processo nascem muitas vezes
soluções para problemas ou produto/serviço especialmente inovador.

2. Potenciar o surgimento de ideias: esta estratégia consiste em reunir o máximo de


informação possível sobre determinado problema (através da leitura, de conversas
com outras pessoas entendidas nesse assunto, etc.). Depois deverá pensar sobre
esse tema durante o tempo necessário ao surgimento de uma ideia. A solução
encontrada é razoável? Em caso afirmativo, experimente-a. Caso contrário continue a
pensar. Se resultar ótimo, senão, recomece o processo até que surja uma ideia. O
importante é aprender a não colocar obstáculos à sua mente.

3. Estimular o lado criativo do cérebro: existem técnicas que permitem “desligar” o


lado lógico do cérebro permitindo o livre trabalho do nosso lado criativo. Uma dessas
formas é escrever ou desenhar algo com a mão não-dominante, deixando o instinto
conduzir os músculos. O que de aqui resultar é um produto do seu lado criativo. Outra
possibilidade é fechar os olhos e desenhar o que visualiza na sua mente. Poderá
ainda escrever os seus pensamentos diariamente, à medida que vão surgindo. As

21
ideias deverão fluir livremente procurando não fazer qualquer juízo de valor. Quanto
mais praticar esta técnica mais facilidade terá em deixar fluir as suas ideias, pensar de
forma abstrata e em tomar decisões. A sua mente está progressivamente mais aberta
a novas ideias e menos preconceituosa.

4. Relaxe e medite: o pensamento lógico gera ondas beta no cérebro enquanto que a
meditação e o relaxamento produzem ondas alfa que têm muitos efeitos positivos
entre os quais se inclui o pensamento criativo. Existem técnicas de respiração que
ajudam a libertar a mente e a mudar a atividade cerebral de ondas beta para alfa.
Ouvir melodias simples e suaves também ajuda a mudar a frequência das ondas
cerebrais.

5. Faça qualquer coisa fora de contexto: ser criativo é estar aberto a novos
pensamentos e experiências. Tente quebrar algumas rotinas fazendo algo que nunca
fez, algo simples como alterar a rota para o emprego ou sentar-se num diferente lugar
à mesa. Ficará surpreendido com o efeito criativo que as pequenas mudanças
conseguem provocar.

6. Uma experiência interessante pode ser pedir a ajuda de uma criança ou de um


familiar mais velho na resolução de um problema particularmente difícil. A criança sem
o constrangimento do conhecimento e a pessoa mais velha com a sabedoria da
experiência poderão trazer algo de novo ao problema e novas perspectivas que se
poderão revelar bastante úteis e inspiradoras.

Atitudes recomendadas ao empreendedor

1. Estar recetivo a novas ideias: pessoas que não valorizam o seu talento criativo
perdem inúmeras oportunidades de criar algo de inovador. É frequente colocar de lado
algumas ideias por desafiarem alguns valores e convicções nunca antes questionados.
Antes de rejeitar uma ideia pense se o está a fazer por hábito ou preconceito. Se for o
caso, volte a pensar nela.

2. Ser realista na apreciação de novas ideias: uma ideia só por ser nova não é
necessariamente boa. Deve ser feita uma análise cuidada e realista que permita
avaliar o potencial dessa ideia no mercado.

3. Não desistir antes do tempo: as novas ideias nem sempre são bem aceites de

22
imediato. Pode ser necessário esperar algum tempo para ver o seu esforço criativo
recompensado. (Thomas Edison realizou mais de 1000 experiências para desenvolver
a lâmpada. Falhou mais de 1000 vezes até acertar…)

Exercícios - Características e competências-chave do perfil empreendedor

Exercício 1
Escolha a opção que lhe parece mais correcta:
a) O verdadeiro empreendedor assume riscos sem pensar no possível fracasso do seu
negócio
b) A principal motivação do empreendedor é a vontade de ganhar dinheiro
c) O empreendedor detecta oportunidades de negócio que os outros não vêm
d) Descender de uma família de empreendedores é a maior garantia de sucesso

Exercício 2
Um empreendedor encara o insucesso como:
a) Forma de aprendizagem
b) Inevitável quando se opta por uma carreira empresarial
c) Sinal de que não tem perfil para ser empresário
d) Um azar

Exercício 3
Muitas das ideias e inovações bem sucedidas resultam de:
a) Observação atenta da realidade
b) Investimentos fortes em publicidade
c) Contratação de cientistas de renome
d) Melhorias de produtos já existentes

Exercício 4
As principais características das pessoas criativas são:
a) Auto-estima, aptidões musicais e curiosidade
b) Aversão à mudança, capacidade de abstracção e inteligência
c) Orientação para desafios, bom relacionamento pessoal e interesse
d) Inteligência, capacidade de adaptação e curiosidade

Exercício 5
Para aumentar a sua capacidade criativa poderá:

23
a) Quebrar rotinas
b) Meditar e relaxar
c) Desenhar e escrever
d) Todas as anteriores

Soluções dos Exercícios


1 d)
2 b)
3 d)
4 c)
5 d)

3.2 Técnicas
3.2.1. Área de negócio e de orientação para o cliente
3.2.2. Planeamento, organização e domínio das TIC

O empreendedor de sucesso também possui habilidades empresariais.


Essas habilidades são:
• Utilizar com destreza, equipamentos de tecnologia de informação;
• Ser flexível e sabe negociar muito bem as suas compras e vendas;
• Coordenar de forma eficaz os hábitos de consumo dos clientes;
• Desenvolve programas de marketing de forma eficiente;
• Forma equipas de trabalho competentes;
• Delega com clareza.

Uma regra empreendedora importante é, antes de lançar um produto ou serviço no


mercado, promover uma pesquisa prévia, ou seja, apresentar o produto a alguns
clientes com potencial e fazer perguntas do tipo, se comprariam o produto ou serviço,
que preço estão dispostos a pagar, em que local gostariam de adquiri-los.
Os empreendedores de sucesso procuram sempre reservar parte de seu tempo para
conversar com os seus clientes.

O conhecimento da concorrência também é ponto fundamental do empreendedor de


sucesso. Procurar conhecer os produtos, preços, formas de distribuição, sistema de

24
marketing do concorrente líder e a partir de então, compará-lo com os seus e os
demais que estão a ser oferecidos no mercado.
Algumas pesquisas têm demonstrado que manter um bom contato com fornecedores,
é uma das melhores maneiras de manter-se informado a respeito de como o setor
está organizado.

Vendedores que trabalham para os seus próprios fornecedores empresariais, estão


constantemente a observar como se estão a organizar as empresas do setor, pois
mantêm contatos diretos com todas elas. Eles podem observar, por exemplo, se a
concorrência está a adquirir novos equipamentos, mudando os seus sistemas de
compra, adotando uma nova estratégia de vendas, a logística de distribuição, as
formas de financiamento, enfim, as suas novas formas de organização.

Exemplos de competências Técnicas:


1 - Gestão Financeira e Noções de Contabilidade e Fiscalidade
2 - Direito na empresa e ética nos negócios
3 - Marketing e Estudos de Mercado
4 - Plataforma de Incentivos ao Empreendedorismo
5 - Organização e Gestão de Recursos
6 - Análise de Investimentos e financiamento
7 - Como elaborar um Plano de Negócio

3.2.3 Liderança e trabalho em equipa

IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES HUMANAS NUMA ORGANIZAÇÃO

Concepção do Homem Social

A concepção do homem social dentro da organização substitui a ênfase que antes era
colocada nas tarefas, pela ênfase que agora é colocada nas pessoas (“Administração
Científica” e “Relações Humanas”). O trabalhador é considerado como um ser
complexo, cujo comportamento na organização, nomeadamente o trabalho, resulta de
uma multiplicidade de factores motivacionais.
O comportamento das pessoas, assim como o dos grupos exige um estilo de
liderança adequado.

25
A liderança passa assim a ser objecto de estudo e de pesquisa da Psicologia Social e
das Organizações. O conceito de liderança sofre profundas alterações e a
organização/empresa, treina os seus líderes para que estes, consigam dos seus
subordinados, altos valores de desempenho.

Definição de Liderança segundo Drucker e Terry Segundo Peter Drucker, de cem


novas empresas que iniciam a sua actividade, cerca de metade deixa de funcionar
dois anos após o seu início, e das restantes, 25% terminam a sua actividade 5 anos
depois. Peter Drucker e outros autores afirmam que muitos dos insucessos
empresariais são fruto de uma liderança ineficaz. Para George Terry (1960), liderança
é a actividade de influenciar as pessoas fazendo-as empenhar-se voluntariamente em
objectivos de grupo.

Esta definição parece ser válida para qualquer tipo de organização, porque em
qualquer situação em que um individuo procure influenciar o comportamento de outro
individuo, estamos perante o fenómeno da liderança
 A liderança é pois um fenómeno de influência pessoal exercida em determinada
situação através do processo de comunicação humana, com vista á transmissão de
determinados objectivos.
 O comportamento de liderar envolve múltiplas funções, tais como: planificar,
informar, avaliar, controlar, motivar, recuperar, punir, etc. Contudo, liderar é
essencialmente, orientar o grupo, as pessoas em direcção a determinados
objectivos ou metas.
 Sendo a liderança um processo de influência, é necessário que o líder modifique
intencionalmente o comportamento de outras pessoas, o que é possível através do
modo como usa o seu poder ou autoridade.

Características do líder
Traços pessoais versus situação
Durante bastante tempo, os estudos sobre liderança aceitavam o facto de que os
líderes tinham certas características, tais como a amabilidade, a força física, a
inteligência, etc. que se consideravam fundamentais para o exercício da liderança.
Deste modo considerava-se que as qualidades inerentes aos líderes eram pessoais, o
que pressupunha que, desde muito cedo seria possível determinar os potenciais
líderes.
A teoria dos traços de personalidade, considerava que o líder possuía traços e
características que o identificavam e que o tornavam o “grande homem”, tal como

26
acentuou, em 1910, Carlyle. Sendo assim, parecia estar em causa o papel do treino e
da formação na aprendizagem da liderança. Lindzey (1940), através de vários estudos
sobre líderes em situação, verificou que não era possível, dada a sua divergência,
encontrar qualquer traço de personalidade que pudesse distinguir os líderes dos não
líderes. Parece não existir uma habilidade especial, própria do líder que o caracterize,
porque o seu comportamento difere com a situação e com os liderados
Acentuando a importância do comportamento e da situação de liderança é possível
admitir a possibilidade do treino e da adaptação do líder às funções de liderança.
Se a teoria dos traços se confirmasse, então, o líder sê-lo-ia sempre, e de forma
eficaz, em todas as situações e em relação a qualquer indivíduo ou grupo. O que a
realidade organizacional e grupal revela, é que existem características diferentes nos
líderes. Um líder pode ter muito sucesso numa situação e insucesso noutro contexto
situacional.

A Teoria dos 3 estilos de Liderança


White e Lippitt (1939) estudaram a liderança em termos de estilo de comportamento
do líder, na relação com o subordinado. O estilo de comportamento do líder refere-se
ao que ele faz e como o faz. Estes autores consideram que existem três estilos de
liderança:
 Autocrático (Autoritário)
 Democrático
 Liberal

ESTILO AUTOCRÁTICO (autoritário)


 O líder fixa as directrizes, sem qualquer participação do grupo.
 O líder determina as providências e as técnicas para a execução da tarefa (o que
fazer, como, quando, etc.)
 O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu
companheiro de trabalho.
 O líder é dominador e é «pessoal» nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada
subordinado (aponta as críticas directamente à pessoa sem qualquer cuidado na
utilização das palavras para não ofender).

CONSEQUÊNCIAS NO GRUPO:
 O grupo revela uma grande tensão, frustração, agressividade, ausência de
espontaneidade e iniciativa. Não existe amizade, apenas trabalho e execução de

27
tarefas;

 Os elementos do grupo não revelam qualquer satisfação em relação a tarefa,


embora aparentemente gostem do que fazem;
 O trabalho de grupo só se desenvolve na presença física do líder. Quando este se
ausenta, o grupo pouco produz e há uma tendência a se tornarem indisciplinados.

ESTILO DEMOCRÁTICO
 As directrizes são debatidas e decididas pelo grupo. O papel do líder é o de assistir
e estimular e não o de impor . É o grupo que define as técnicas para a tingir os
objectivos, solicitar aconselhamento técnico ao líder quando necessário, sugerindo
este, duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham uma nova
dimensão à medida que se sucedem os debates. O líder é um apoio.
 É o grupo que decide sobre a divisão das tarefas e cada membro do grupo tem a
liberdade para escolher o seu companheiro de trabalho;
 O líder procura ser um membro igual aos outros do grupo e não ser superior, não
se encarregando muito de tarefas. O líder é objectivo e quando critica e elogia limita-
se aos factos.

CONSEQUÊNCIAS NO GRUPO:
 Há o desenvolvimento da amizade e do bom relacionamento entre os membros do
grupo;
 O líder e os subordinados desenvolvem comunicações espontâneas e cordiais;
 Desenvolve-se um ritmo de trabalho progressivo e seguro mesmo que o líder se
ausente;
 Os elementos do grupo revelam um clima geral de satisfação.

LIBERAL (LAISSEZ-FAIRE)
 Os elementos do grupo têm liberdade completa para tomar decisões;
 A participação do líder é limitada, esclarecendo apenas quem pode fornecer
informações ao grupo;
 É o grupo que decide sobre a divisão das tarefas e escolhe os companheiros sem a
participação do líder;
 O líder não regula nem avalia o que se passa no grupo. O líder apenas faz alguns
comentários irregulares sobre a actividade do grupo, quando questionado;

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CONSEQUÊNCIAS NO GRUPO:
 A produtividade do grupo não é satisfatória apesar dos membros terem uma
actividade intensa;
As tarefas desenvolvem-se ao acaso com oscilações e ocorrem muitas discussões
pessoais que resultam numa perda de tempo. Abordam mais os problemas pessoais
do que os assuntos relativos ao trabalho;
 Verifica-se um certo individualismo e pouco respeito pelo líder.

 Estilo autocrático – líder – subordinado – ênfase no líder


 Estilo democrático – líder – subordinado – ênfase no líder e no subordinado
 Estilo liberal – líder – subordinado – ênfase no subordinado

Em conclusão…
A liderança numa organização tem sido foco de atenção desde há longos anos. Pode
ter várias definições mas em todas elas há ênfase no influenciar o outro, em conseguir
levar o outro a fazer algo d forma empenhada e satisfatória. Houve tempos em que se
acreditava que um líder já nascia líder; hoje em dia, está mais que comprovado que
isso não acontece, pois não há uma relação directa entre um traço de personalidade e
o ser líder. O processo de liderança varia consoante a situação fazendo com que um
bom líder o seja numa determinada situação mas possa não o ser numa outra situação
diferente.
Esta teoria apresenta três estilos de liderança: autocrático, democrático e liberal. Cada
um destes estilos tem características próprias e consequências diferentes num grupo.
Dos três estilos de liderança apresentados, podemos concluir que o grupo que produz
maior quantidade de trabalho é o Autocrático, mas o que apresenta uma maior
qualidade no trabalho é o Democrático.

IV. Fatores que inibem o empreendorismo

A maioria dos empreendedores abre o seu negócio sem o devido planeamento, e,


infelizmente acabam por fechar portas nos três primeiros anos de existência.
Chiavenato (2008, p. 15) escreve os principais fatores e causas mais comuns para o
fracasso do empreendedorismo, sendo estes:

29
A incompetência do empreendedor;
Falta de experiência em gestão;
Lucros insuficientes;
Juros elevados;
Perda de mercado;
Mercado consumidor restrito;
Pouca competitividade;
Recessão económica;
Vendas insuficientes;
Dificuldades na gestão de stocks;
Localização inadequada;
Dívidas e cargas fiscais demasiado altas;
Capital e ativos insuficientes.

É necessário avaliar algumas barreiras de um novo empreendimento. Por conta disso,


Chiavenato (2008, p. 21) lista alguns elementos demonstrando os pontos
fundamentais de desvantagens no empreendedorismo. Enumerando esses pontos,
temos:
- Esqueça o tempo de oito horas de trabalho, os fins-de-semana e os feriados, pelo
menos durante alguns meses ou, até mesmo, anos.
- Existe a probabilidade de o empreendedor deteriorar o seu investimento de capital
financeiro (€) e quem sabe o dinheiro de outras pessoas que também contribuíram
com a entrada de numerário para o desenvolvimento do negócio.
- Possivelmente, o empreendedor não poderá contar com um salário regular ou nem
mesmo com algum valor durante o momento inicial do negócio, até porque se trata do
seu início.
- O empreendedor assumirá um enorme papel de responsabilidades. Terá de tomar
decisões, muitas vezes sem o conhecimento dos seus colaboradores, em todas as
dificuldades e decisões importantes do negócio.
- O empreendedor terá de realizar o que gosta, isso é extremamente importante para
sua realização pessoal.
- A todo o momento, as forças terão de ser aproveitadas e concentradas.
Deve-se concentrar nessa missão. E isso diminuirá a atenção disponível para a família
e para os amigos.

Para Chiavenato (2008, p. 15), observa-se que nos novos negócios a mortalidade
prematura é tão alta que por muitas vezes driblar tais fatores negativos se tornam

30
cansativos para quem luta contra eles. Conforme o autor, os riscos na abertura do seu
negócio são grandes e perigos não faltam. Assim, quem decide abrir a sua empresa,
deverá ter muita cautela e jogo de cintura para enfrentar os possíveis obstáculos
encontrados no caminho. Outra realidade do empreendedor é que ele promove a visão
com paixão entusiástica. Há, entretanto, um único senão: essa promoção da visãocom
tanta paixão, dura apenas pouco tempo, considerando que o forte do empreendedor
não é o planeamento estratégico. O empreendedor é adaptativo por natureza. O seu
planeamento é moldado às contingências do ambiente, as ações, em grande parte das
vezes, são ações do tipo apaga-incêndio. DANTAS (2008, p. 10). Conforme
Marcondes e Bernardes (2004) antes de criar uma empresa, é necessário que
o empresário tenha alguém que o oriente sobre o empreendimento e o alerte sobre os
perigos das decisões erradas e comportamentos inadequados. Dessa forma, observa-
se que o monitoramento do negócio com a ajuda de alguém que entenda sobre o
mundo dos negócios, é uma escolha fundamental para o sucesso do empreendimento.

Fatores que podem atrapalhar o desenvolvimento da atividade empreendedora


Alguns fatores são dificultadores ou impeditivos para a criação e administração de um
negócio, ou seja, podem atrapalhar o desenvolvimento da atividade de um
empreendedor.
De acordo com Santos (1995) são relacionados quatros itens. São eles:
• Querer ganhar dinheiro rapidamente: Essa necessidade tende a direcionar o sujeito a
pensar somente no curto prazo. Para que uma organização se conseguir perpetuar ou
pelo menos ganhar maior longevidade, ela precisa desenvolver planeamentos de
curto, médio e longo prazo;
• Empreender para encobrir o medo de um futuro despedimento: Esse fator pode ser
problemático, ou seja, a criação de um negócio por necessidade e não competência;
• Querer mostrar o quanto é capaz: Quando esta necessidade é forte num indivíduo,
ele tem uma tendência de sempre querer encobrir seus erros, a valorizar mais o luxo
das instalações do que o negócio e a sua eficiência, desviando a atenção do que é
realmente essencial para o negócio;
• Vingar-se de situações de menosprezo ou indiferença: A indiferença e a humilhação,
por exemplo, podem criar padrões internos ao indivíduo que podem levá-lo a repetir
tais situações na sua atividade como empreendedor, prejudicando o bom
desenvolvimento da atividade. Considerando a existência de fatores relacionados às
pessoas, que podem ser prejudiciais à atividade do empreendedor, é importante o
indivíduo tentar reconhecê-los, e assim, procurar resolve-los. Essa resolução pode ser
de forma individual ou através de ajuda profissional. Criar e administrar um negócio

31
por si só já não é tão simples, considerando variáveis externas, como crises e políticas
governamentais que funcionam como complicadoras para a atividade
empreendedora. Por isso, reduzir os fatores inerentes ao indivíduo, que podem
atrapalhar a sua atividade profissional, é fundamental para se chegar ao sucessocomo
empreendedor (SANTOS, 1995).

V. Diagnóstico de necessidades do empreendedor

Existem as diferentes fases que têm de percorrer para conseguir de facto criar o seu
negócio, no entanto, ao longo destas fases terá de desenvolver dois tipos de
competências: Técnicas e Comportamentais

5.1 Necessidades de carácter técnico Técnicas:


Constituídas pelo conhecimento e o saber-fazer específico de uma dada área e são
desenvolvidas ao longo do percurso profissional a partir de experiências;
- Estudos mostram que pessoas que tenham experiência na área onde pretende abrir
o negócio têm maior probabilidade de êxito. Visto que possuem o conhecimento
necessário, evitando erros.

Exemplos de Competências Técnicas:


1.Gestão Financeira e Noções de Contabilidade e Fiscalidade
2.Direito na empresa e ética nos negócios
3.Marketing e Estudos de Mercado
4.Plataforma de Incentivos ao Empreendedorismo
5.Organização e Gestão de Recursos
6.Análise de Investimentos e financiamento
7.Como elaborar um Plano de Negócio

5.2 Necessidades de carácter pessoal

Comportamentais:
Constituídas pelo saber-ser: determinadas capacidades que a pessoa pode ir
desenvolvendo ao longo do seu percurso pessoal e profissional.

Exemplos de Competências Comportamentais:

32
1.Auto-confiança e a autoestima - Capacidade de acreditar nas próprias capacidades
para realizar os objetivos a que se propõe com sucesso.
2. Autonomia e capacidade de lidar com o risco - Necessidade de trabalhar de forma
independente, capaz de assumir a responsabilidade de atingir os objetivos que
estabelece; Capacidade de persistir na continuação dos objetivos mesmo quando o
sucesso é incerto.
3.Técnicas de criatividade
4. Proatividade
5. Gestão da frustração e ultrapassar obstáculos - Capacidade de persistir de modo a
alcançar os objetivos propostos mesmo que existam dificuldades e obstáculos,
ultrapassando-os.
6.Construir e desenvolver a sua rede social - Capacidade de organizar e coordenar
uma rede de contactos entre indivíduos e organizações de modo a conseguir alcançar
os seus objetivos.
7.Liderar e motivar uma equipa - Muito importante na gestão de pequenos negócios,
determina o empenho da equipa no alcance dos objetivos. Esta deve ser adaptada à
equipa, à tarefa e ao contexto do negócio.

VI. Empreendedor – Autoavaliação

Questionário de autoavaliação e respetiva verificação da sua adequação ao perfil


comportamental do empreendedor.

Ficha de Trabalho – Identificação do perfil do empreendedor

1. Assinale sim ou não nos itens a seguir:


a) Já participou da criação ou já adquiriu mais de um negócio empresarial?
( ) sim ( ) não
b) Alguma aquisição ou criação empresarial sua já tem mais de três anos de
actividade no mercado? ( ) sim ( ) não
c) Pensa em desenvolver futuramente algum negócio empresarial ou promover
melhorias no que está em actividade? ( ) sim ( ) não
d) Considera que um empreendedor sabe correr riscos em aquisições ou criação de
novos negócios? ( ) sim ( ) não

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2. Como se tornou um empreendedor? (Pode indicar mais de uma opção)
a) Herança ou exemplo dentro da família ( )
b) Exemplo de círculos de amizades ( )
c) Identificando oportunidades no emprego onde trabalhou ( )
d) Identificando uma oportunidade no mercado ( )
e) Adquirindo conhecimento do negócio por conta própria ( )
f) Após realizar curso/formação de empreendedorismo ( )
g) Por falta de opção de emprego ( )
h) Procurando uma actividade após a reforma ( )
i) Procurando independência profissional ( )
j) Outros. Quais? _________________________________________________

3. Já teve insucesso em algum negócio como empreendedor? Caso a resposta


seja sim, os motivos foram relacionados a: (Pode indicar mais de uma opção)
a) ( ) Falta de clientes, aumento da concorrência, políticas do governo, fornecedores
sem qualidade;
b) ( ) Falta de equipamentos, falta de organização administrativa, trabalhar com
pessoas inadequadas;
c) ( ) Falta de conhecimentos administrativos.
e) ( ) Outros. Quais? _________________________________________________

4. Com base em sua experiência, daria algum conselho em especial para quem
deseje tornar-se um empreendedor de sucesso?
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

5. Assinale os itens que você considera como sendo os imprescindíveis para se


chegar ao sucesso como empreendedor
Conhecimentos - Saber
Ter nível escolar médio ( )
Ter nível escolar de ensino superior ( )
Ter nível escolar de pós-graduação ( )
Fazer cursos de capacitação constantemente ( )
Conhecer muito bem o produto / serviço ( )
Conhecer muito bem o mercado de actuação ( )

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Habilidades - Saber fazer
Saber planear, definir metas e buscar atingi-las ( )
Saber monitorar a actividade constantemente ( )
Ser polivalente
Saber negociar ( )
Saber delegar ( )
Saber tomar decisões e mudar de estratégia ( )
Saber formar equipas e motivá-las ( )
Saber reconhecer os seus próprios limites ( )
Relacionar-se bem com seus empregados ( )
Manter redes de contacto ( )
Manter rígido controle financeiro sobre a empresa ( )
Atitudes - Saber ser
Correr riscos apenas calculados ( )
Ser comprometido ( )
Ser exigente quanto a qualidade e eficiência ( )
Trabalhar mais do que os outros se necessário ( )
Manter clientes satisfeitos ( )
Ter iniciativa ( )
Buscar informar-se constantemente ( )
Buscar novas oportunidades constantemente ( )
Talentos - Aptidões naturais
Ser persistente ( )
Ser criativo ( )
Ser persuasivo ( )
Ser intuitivo ( )
Ser idealista ( )
Ter bom senso ( )
Ser auto confiante ( )
Ser independente ( )

Objectivo das questões

1) Verificar se o indivíduo tem as características mínimas, que o caracterize como um


empreendedor de sucesso. A entrevista somente será considerada como suficiente
para a pesquisa, se as respostas nesta questão forem todas assinaladas sim;

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2) Diagnosticar quais são as principais razões pelas quais as pessoas se tornam
empreendedoras;
3) Diagnosticar qual é a principal causa do insucesso dos empreendedores;
4) Diagnosticar se existe alguma característica em especial, que leva o empreendedor
a atingir o sucesso;

MUITO SUCESSO, PESSOAL E PROFISSIONAL!

_____________________________________________________________________
Links Úteis
http://entrepreneurs.about.com
http://sitededicas.uol.com.br/teste_empresario.htm
http://www.brainstorming.com
http://www.creativityatwork.com
http://www.dashofer.pt
http://www.empreendedor.com.br
http://www.entrepreneurs-journey.com
http://www.innovationthink.com
http://www.mindtools.com
http://www.more-selfesteem.com
http://www.planodenegocios.com.br
http://www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/testeaquiseuperfilempreendedor.asp
http://investidor.pt/lista-de-ideias-para-criar-negocios
http://www.empreender.aip.pt/
http://cdp.portodigital.pt/empreendedorismo/o-plano-de-negocios
http://www.businesstown.com
http://www.iapmei.pt
http://www.neotec.gov.pt
http://www.newventuretools.net

Links Gerais
http://www.12manage.com
http://www.agesfal.pt
http://www.anje.pt
http://www.apcri.pt
http://www.icep.pt

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http://www.indeg.org
http://www.pmelink.pt
http://www.qren.pt
http://www.quickmba.com
http://www.sbaer.uca.edu/
http://www.sobresites.com/empreendedorismo/
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Bibliografia
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Verbo Harvey-Jones, John. Gerir Para Sobreviver. Dom Quixote Joschke, B.;
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Miguel Pina. Comportamento Organizacional e Gestão Empresas. Dom
Quixote Morais, Tomaz. Compromisso: Nunca Desistir. Booknomics Nabais, Carlos;
Godinho, Bento. O Meu Guia Empresarial. Plátano Editora Sainte Marie, George.
Dirigir uma Pme - 10 Etapas. Lidel Vários. 10 Instrumentos Chave da Gestão. Dom
Quixote

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