Algumas respostas inadequadas comuns nos casos de autismo
são: birras (classe de respostas que envolve chorar, gritar, se jogar no chão, espernear, etc.); comportamentos auto lesivos (machucar a si mesmo); agressões (machucar o outro); estereotipias (respostas repetitivas e com função autoestimulatória). REDUZINDO COMPORTAMENTOS INADEQUADOS
PASSO 01: Antes de planejar a modificação de qualquer
comportamento é necessário fazer uma Análise Funcional, isto é, buscar ir além da topografia da resposta, identificando as variáveis de controle (Antecedentes e Consequentes). Sensorial, Tangível, Escape, Controle, Atenção. REDUZINDO COMPORTAMENTOS INADEQUADOS
PASSO 02: Após a descoberta da função do comportamento,
precisamos traçar uma estratégia para nos certificar que o comportamento inadequado não será reforçado. REDUZINDO COMPORTAMENTOS INADEQUADOS
PASSO 03: Precisamos nos perguntar o que queremos que a
criança faça para exercer aquela função. REDUZINDO COMPORTAMENTOS INADEQUADOS
PASSO 04: Precisamos ensinar esta nova habilidade e reforçar.
REDUZINDO COMPORTAMENTOS INADEQUADOS
- Qual A função? Sensorial/ esquiva/ atenção/ tangível;
- Não reforçar O comportamento; - O que eu gostaria que ela fizesse como alternativa? e - Ensinar A habilidade, reforçando A alternativa. ENSINANDO HABILIDADES SOCIAIS Ensino Através de Histórias Sociais, Quadro de rotina, Modelação e Ensaio Comportamental. Método das Tentativas discretas Método das Tentativas discretas
A disseminação do DTT como estratégia de ensino para crianças com TEA
ganhou repercussão a partir do estudo de O. Ivar Lovaas (1987). Conforme descrito no Capítulo 2, o autor apresentou resultados validando o uso de princípios comportamentais em um programa de Intervenção Intensivo e Precoce (Early and Intensive Behavioral Intervention – EIBI) com crianças com TEA de idade cronológica inferior a 46 meses e em um sistema de ensino pautado na estrutura DTT. Os resultados mostraram que 47% dos participantes do grupo experimental alcançaram funcionamento intelectual normal e bom desempenho na primeira série de uma escola pública. Método das Tentativas discretas
Uma tentativa discreta deve ser estruturada considerando, pelo menos,
cinco elementos: estímulos discriminativos, ajudas e dicas, resposta, consequências e intervalo entre tentativas (SMITH, 2001). Método das Tentativas discretas
Estímulos discriminativos são propriedades do ambiente que indicam qual
será a resposta bem-sucedida em um dado contexto (CATANIA, 1998/1999). No ensino por tentativas discretas, essas propriedades do ambiente devem incluir como e a que o aprendiz deve responder (LAYNG; SOTA; LEON, 2011). Instruções curtas e claras (SMITH, 2001), como: “Levante o pé”, “Pegue a bola”, “Guarde o carro” especificam como o aprendiz deve se comportar em relação a propriedades do ambiente que estabelecem a ocasião para resposta. A presença de objetos, eventos, entre outros, especifica a que o aprendiz deve responder. Método das Tentativas discretas
Dicas. Caso a criança responda corretamente, a dica pode ser
gradualmente modificada, por exemplo, falando cada vez mais baixo até que a ajuda seja completamente retirada (MARTIN; PEAR, 1992/2009). Essa estratégia de ensino chama-se esvanecimento e ocorre quando há mudança gradual em um estímulo, ao longo de repetições sucessivas, de modo que a resposta passe a ocorrer diante de um estímulo modificado ou completamente novo (DIETZ; MALONE, 1985). Método das Tentativas discretas
Resposta.Para que o terapeuta tenha condições de avaliar com clareza o
nível de dificuldade da criança, bem como sua quantidade de acertos e erros na execução da tarefa, a resposta esperada precisa ser um comportamento observável, rápido e simples de ser mensurado, tal como, tocar o objeto selecionado ou se levantar (diante da instrução “Levanta”). Respostas de apontar, tocar ou entregar um estímulo são respostas simples que possibilitam o ensino de uma variedade de relações entre elementos de diferentes modalidades, tais como relações auditivo-visuais (selecionar boneca, diante da instrução “Pegue a boneca”) e visuais- visuais (selecionar a palavra impressa boneca, diante da figura da boneca). Método das Tentativas discretas
Consequência. A apresentação de consequências reforçadoras para o
estabelecimento e manutenção de comportamento é o componente mais importante do DTT. Sem consequências reforçadoras, são impossíveis o ensino e o fortalecimento de qualquer comportamento operante Método das Tentativas discretas
Intervalos. Após a apresentação das consequências programadas,
utilizam-se pausas que demarcam o fim de uma tentativa e o início de outra. Esse intervalo é importante para dar tempo para que o aprendiz tenha acesso ao reforçador, por exemplo, brincar ou consumir o item de preferência. Para o terapeuta, o intervalo também possibilita tempo para registro e organização dos materiais necessários para a tentativa seguinte. Método das Tentativas discretas
A quantidade de tentativas discretas é pré-determinada dependendo do
programa de ensino, podendo ser programados blocos com poucas tentativas, uma a 10 tentativas, ou blocos maiores com 11 ou mais tentativas (SMITH, 2001). A quantidade de horas de intervenção intensiva varia de 20 a 40, sendo documentados resultados melhores em cargas horárias maiores de intervenção (FOXX, 2008; LOVAAS, 1987; REICHOW et al., 2012). Método das Tentativas discretas
Conforme discutido ao longo do curso, a Análise do Comportamento
Aplicada (ABA) demanda que a observação direta e registros dos comportamentos-alvo sejam realizados de forma sistemática e objetiva. O ensino por DTT permite monitorar o progresso do aprendiz de modo bastante preciso. Para isso, é importante desenvolver formas de mensuração e de registro do desempenho de modo a produzir dados confiáveis e fidedignos. Programa Terapêutico para crianças com TEA Sentar: Procedimento: Observe um item de interesse do aprendiz, por exemplo: celular, alimento, brinquedo. Escolha um, ofereça o item escolhido ao aprendiz e peça a ele para se sentar em uma cadeira (ou sofá). Quando o aprendiz levantar, retire o item dele e solicite que retorne a se sentar. Assim que o aprendiz sentar devolva o item a ele, elogie e registre no protocolo. . Programa Terapêutico para crianças com TEA
Aguardar: Procedimento: Observe um item de interesse do
aprendiz, por exemplo: celular, alimento, brinquedo. Escolha um, ofereça o item escolhido ao aprendiz e deixe por um tempo curto e na sequência pegue o item de volta. Passando o tempo estipulado para a atividade, devolva o item para a criança e elogie por ela ter esperado. O uso de um cronômetro é indispensável para marcar o tempo. Sempre que a criança tentar para pegar o objeto, marque no registro. Programa Terapêutico para crianças com TEA Imitar: Procedimento: Obtenha a atenção do aprendiz. Faça um movimento e peça que o aprendiz o imite. Ao fazer o movimento apenas diga: “faça assim”, “faça isso” ou “faça igual a mim” e não fale o nome do movimento. Se o aprendiz não fizer o movimento, ajude-o . Elogie ou ofereça alguma recompensa (alguma coisa que ele goste) quando ele fizer o movimento. Diminua as ajudas gradativamente Programa Terapêutico para crianças com TEA
Nas estratégias de Ensino Naturalísticas, as habilidades são
ensinadas no curso das experiências, interações e rotinas diárias da criança. Incluem, frequentemente, habilidades de diversos domínios do desenvolvimento como habilidades sociais, de comunicação, de brincar e cognitivas. ENSINO NATURALÍSTICO
Dicas e seu esvanecimento, assim como no DTT, são bastante
utilizadas na busca pela emissão da respostaalvo pela criança. A diferença, porém, é que no ensino incidental, a programação e a implementação das dicas são mais flexíveis: deve-se ficar atento, momento a momento, ao repertório da criança e só utilizar as dicas quando e no nível necessário ENSINO NATURALÍSTICO • Ambientes e contextos de ensino variados: escolas, berçários, casas, consultórios, shoppings, centros comerciais, restaurantes etc • Respostas claras e observáveis. • Procedimentos baseados na ABA: reforço diferencial, modelação, reforço diferencial, etc. • Controle sistemático dos procedimentos e das respostas dos aprendizes como em qualquer intervenção ABA. Ensino Incidental – Processo de Ensino Passos para o terapeuta: 1. Focar a atenção no aprendiz: estabelecer contato visual, sorrir, chamá-lo pelo nome. 2. Dar o modelo de iniciações verbais. 3. Dar a instrução para a elaboração da linguagem. Por exemplo “Como que se pede?" 4. Dar dica: ecóica, intraverbal, textual ou visual (pictórica). Dicas gestuais ou físicas podem ser dadas no caso de respostas gestuais ou de seleção de estímulos (PECS). 1. Instruções: emitir a resposta correta para que o aprendiz repita-a. 2. Confirmar: “Está correto!” (Hart & Risley, 1978) C: Se dirige à estante e estica o braço. T: Abaixa na altura do cliente e faz contato visual. C: “Quero o jogo de boliche.” T: “Vamos brincar de boliche?” C: Repete: “Vamos brincar de boliche?” T: “Vamos!” e entrega o jogo ao cliente e ambos sentam-se no chão. C: Arruma os pinos. T: “Muito bem!, está ótimo! Você quer as bolinhas de que cor?” C: “Vermelha.” T: Entrega uma bola vermelha ao cliente, aproxima a caixa e diz: “Pegue as iguais!” C: Pega todas as bolinhas vermelhas. T: “Me dá a bolinha preta?” C: Escolhe e entrega a bolinha preta. T: “Obrigada! Pega outra bolinha pra mim?” C: Vai em direção à caixa para pegar a bola. T: Bloqueia sutilmente o cliente e dá a dica ecóica: “Qual?” C: Repete: “qual?” T: A verde. C: Pega uma bola verde e entrega ao terapeuta. T: “Obrigada! Quantas bolinhas você tem?” C: “1, 2, 3, 4 e 5!” T: “Boa!! Também tenho 5, vamos começar? Sua vez, joga a bolinha!” C: Joga e derruba dois pinos. T: Que legal! Quantos pinos você derrubou? Conta! C: “1, 2!” T: “Muito bem! Minha vez!” C: Espera a vez. T: Joga e derruba 3 pinos, diz: “Oba! Derrubei 3 pinos! Sua Vez!” C: Joga e derruba todos os pinos. T: “Strikee!” C: Pega todos os pinos, arruma novamente e pega a bola para jogar. T: Sutilmente segura a bola e faz contato visual. C: “Quero jogar de novo.” T: “Vamos jogar de novo?” C: Repete: “Vamos jogar de novo?” T: Entrega a bola e reiniciam a brincadeira.