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DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO

1. O direito internacional público, iniciou com a regulação das relações entre os Estados. Estas
relações no princípio eram reguladas por regras morais e políticas, mas com surgimento do
Direito romano passaram a ser reguladas por normas jurídicas.

2. O Direito Internacional Publico => hoje definido como sendo o conjunto de normas jurídicas
criadas pelos processos de produção jurídica próprios da comunidade internacional e que
transcendem o âmbito estadual

3. O Direito Internacional Publico possui características próprias e não pode ser confundido
com figuras como Direito Comparado, Direito Internacional Privado, cortesia Internacional e
Politica Internacional e moral internacional.

4. As normas Internacionais são normas jurídicas porque reúnem o conjunto de características


que integram o conceito de norma jurídica.

5. A necessidade de harmonização das regras em que deve ser baseada a interacção dos
Estados coloca estes mesmos Estados na contingência ou obrigatoriedade de observarem
determinados padrões de vida por eles próprios criados - que compõem as normas do
Direito Internacional Publico.

6. O objecto do Direito Publico é regulamentar relações entre nações (relações exteriores ou


internacionais) enquanto o Direito Interno tem como objecto a regulamentação de relações
internas entre o Estado e os indivíduos ou entre os indivíduos.

7. Três grandes concepções foram propostas para explicar as relações jurídicas entre o Direito
Interno e o Direito Internacional a saber: o Dualismo e o Monismo que por sua vez
subdivide-se em: a) Monismo com primado do Direito Interno e b) Monismo com primado
do Direito Internacional.
Para Monismo a ordem jurídica interna e a Internacional são uma unidade enquanto para
Dualismo são duas ordens que devem ser vistas separadamente.

O Monismo com o primado do Direito Interno, advoga que em caso de conflitos entre uma
norma internacional e uma interna prevalece a norma interna contrariamente o Monismo
com primado de Direito Internacional considera que é a norma Internacional que prevalece

8. Normas do Direito Internacional têm na ordem jurídica interna o mesmo valor que
assumem os actos infraconstitucionais emanados pela Assembleia de Republica e do
Governo.

9. O Surgimento e desenvolvimento das relações Comerciais entre os Estados levou a


necessidade de se adoptarem normas que pudessem regular essas relações.
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10. As normas de Direito Internacional Publico são importantes porque constituem uma base de
suporte para qualquer juiz que queira dirimir um conflito entre os sujeitos de Direito
Internacional.

11. O Direito Internacional Publico é sobretudo importante para regular o universo de direitos
e deveres internacionais e a integração entre Estados soberanos.

FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL


12. O sentido de Fontes varia consoante se trate de fontes formais ou materiais
Por fontes formais deve-se entender como sendo os processos de produção jurídica através
dos quais surgem as normas do Direito Internacional.
Por sua vez as fontes materiais são as razoes do surgimento do conteúdo das fontes formais
por exemplo as necessidades sociais

13. O costume deve ter composto por uso (elemento material) e a convicção da
obrigatoriedade/ opinio iures (elemento psicológico)

14. O elemento material do costume é o uso ou prática, isto é, a repetição de uma forma de
conduta que vai pouco a pouco sendo considerada, como juridicamente obrigatória.

15. O elemento psicológico do costume é a convicção da obrigatoriedade.


O uso (elemento material) só se converte em costume se for acompanhado pela convicção
no agente de obrigatoriedade dessa pratica a opinio iures. Só quando os Estados actuem na
esfera internacional na convicção de exercer um direito ou de cumprir um dever é que pode
por o problema da existência do costume

16. O tratado => é um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional quer esteja consignado num instrumento único quer em dois ou mais
instrumentos conexos e qualquer que seja a sua denominação particular.

17. Tratados ou Convenções Internacionais, são as fontes formais de Direito Internacional


mencionadas em primeiro lugar no já referido art.38º do Estatuto do Tribunal Internacional
de Justiça.

18. A definição de tratado que nos é dada pela Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados de 1969, art. 2º n.1. a) ou seja:
“ O tratado é um acordo Internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito internacional quer esteja consignado num instrumento único quer em dois ou mais
instrumentos conexos e qualquer que seja a sua denominação particular”

19. Relativamente a designação tratada ou Convencao não há nada estipulado como obrigatório
quanto a nomenclatura a usar para referir a instituição que designamos por Tratado. Alem
deste nome e o de Convenção são usadas as designações de Carta, Estatuto, etc.
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Sendo aquelas as mais comuns

20. Os Tratados classificam-se em:


=>Tratados Leis e Tratados Contratos,
=>Tratados Bilaterais e Tratados Multilaterais
=> Tratados Solenes e Tratados de forma Simplificada e
=> Tratados Gerais e Tratados Restritos

PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO


 Os princípios Gerais de Direito são também uma fonte de Direito Internacional
 Elegeram-se os princípios Gerais de Direito como fonte de Direito para evitar a
denegação da justiça pelo juiz Internacional no acontecer devido ao carácter
fragmentário e a menor elaboração do direito Internacional Publico.
 Por esta fonte “ princípios Gerais de Direito” pretende-se referir a todos princípios Gerais
de Direito, independentemente do sistema de Direito que eles sejam parte.

21. A Doutrina e a jurisprudência são fontes secundárias


22. Na jurisprudência ou decisões judiciais o caso como precedente (decisões dos tribunais
superiores que tornam se vinculativas para os restantes tribunais nas soluções de casos
futuros) não é fonte de direito.
23. A Doutrina é considerada fonte porque tem um efeito persuasivo mas não vinculativo visto
que a decisão só vincula as partes da causa.
HIERARQUIA DAS FONTES
24. O Direito Internacional contemporâneo consagrou o ius conges no topo da hierarquia das
fontes de Direito Internacional

25. IUS CONGES ou Direito cogente significa Direito imperativo

26. A posição geral na Doutrina é a de que um princípio as duas fontes mais importantes, o
costume e o tratado estão no mesmo grau hierárquico.

27. Os princípios de Direito por sua vez constituem fonte subsidiária de Direito Internacional
Publico, e só se deve recorrer aos mesmos quando não existir costume ou Tratado
aplicáveis. O mesmo acontece com a jurisprudência e Doutrina

SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL


28. É sujeito do Direito Internacional quem for susceptível de ser titular de direitos suporte de
obrigações resultantes directa e imediatamente de uma norma de Direito Internacional

29. Três correntes surgiram para indicar quem são afinal os sujeitos do Direito Internacional
Publico .

a) Tese Clássica ou Estadualista => segundo a qual apenas os Estados são sujeitos de Direito
Internacional;
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b) Tese Individualista => que defende o oposto: não é já o Estado o único sujeito de Direito
Internacional mas é antes o indivíduo;
c) Teorias Ecléticas ou Heteropersonalistica segundo as quais os sujeitos aqui são o Estado as
Organizações Internacionais e o próprio individuo;

30. O Estado é um dos sujeitos do Direito Internacional Publico. Portanto dotado de


personalidade e capacidade jurídica a nível internacional.

O QUE É ESTADO?
1. O Estado para ser considerado como tal, deve reunir 3 elementos
a) População
b) Território
c) Poder Politico

2. A personalidade jurídica em Direito é a susceptibilidade de ser titular de direitos e


obrigações

3. A personalidade jurídica emerge do facto do Estado possuir direitos e obrigações a nível


nacional e internacional como por exemplo o Estado soberano tem o direito de recusar o
exercício de qualquer acto de autoridade por parte de um outro Estado no seu Território; o
Estado tem ainda o Direito de enviar e receber agentes diplomáticos (direito de legação) de
celebrar Tratados Internacionais (ius troctuum) etc. mas também tem a obrigação de não
interferir nos assuntos internos do outro Estado; estabelecer restrições a actividade que
impliquem a utilização imoderada do seu Território e deve também abster-se de interferir
nos assuntos internos de outro Estado, estabelecer restrições a actividades que impliquem a
utilização imoderada do seu Território, etc.

INDIVIDUO

4. O indivíduo nem sempre foi considerado sujeito de Direito Internacional Publico

5. Os principais sinais de consideração do individuo como sujeito de Direito Internacional


Publico surgem como resultado dos efeitos da primeira guerra Mundial aqui muitas pessoas
sofreram com os efeitos das guerras entre os Estados que resultaram em danos materiais e
imateriais para os indivíduos. Com o efeito levantou-se a questão de saber se estes
indivíduos podiam intentar acções contra os Estados intervenientes na guerra para obter
uma indemnização

6. Foram criados vários Tribunais que reconheceram a personalidade internacional dos


indivíduos permitindo que ele pudesse demandar e ser demandado,

7. Esta personalidade jurídica foi confirmada pela Organização das Nações Unidas por uma
Resolução da Assembleia Geral em que os Estados assumiram a sua aderência aos Tratado
que criaram os Tribunais de Nurberg e de Tóquio.
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8. Surgiram alguns instrumentos internacionais com o próprio de reconhecer qualidade do


indivíduo como sujeito de Direito Internacional Publico, como por exemplo:
 Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada em 1948;
 Convenção Europeia dos Direitos do Homem aprovada em 1950;
 Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos aprovada em 1981;

9. Para que o individuo seja considerado sujeito de Direito Internacional é necessário que um
Tratado que disponha no sentido de atribuir ao individuo personalidade a nível
internacional.

AS ORGANIZACOES INTERNACIONAIS
1. A Organização Internacional é também um sujeito de Direito Internacional

2. A Organização Internacional pode-se definir como uma associação voluntaria de sujeitos


do Direito Internacional, constituída mediante tratado Internacional e regulada nas relações
entre as partes por normas de Direito Internacional e que se concretiza numa entidade de
carácter estável dotada de um ordenamento jurídico interno próprio, e de órgãos próprios
através dos quais prossegue fins comuns aos membros da Organização, mediante a
realização de certas funções e o exercício dos poderes necessários que lhe tenham sido
conferidos.

3. As Organizações Internacionais podem classificar-se em:


a) Organizações Intergovernamentais e as Organizações Supranacionais
b) Organizações dirigidas `a prossecução de fins gerais e Organizações dirigidas `a realização
de objectivos particulares ou especiais.
c) Organizações para universais e as Organizações regionais

4. As Organizações Internacionais são normalmente compostas por Estados Contudo


Organizações existem que são compostas por outros sujeitos de Direito Internacional publico
que não sejam Estados. Por exemplo o PNUD.

5. A personalidade de uma Organização Internacional conta do seu acto de constituição onde


se encontram os direitos e obrigações próprias da Organização susceptível de produzir
manifestações de vontade que lhe sejam juridicamente imputável e não aos Estados
membros.

INSTITUTO DO RECONHECIMENTO DOS ESTADOS


1. O Instituto de Reconhecimento os Estados e Governos é um conjunto de normas jurídicas
internacionais que regulam as relações ligadas ao aparecimento na arena internacional de
novos sujeitos de Direito Internacional ou ao Reconhecimento de novos Governos que dele
necessitem.

2. O Reconhecimento faculta ao Estado reconhecido a sua entrada no convívio Internacional


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Sendo assim, considera-se um meio pelo qual os seus nativos podem se servir para defender
os seus direitos a nível internacional.

3. O Reconhecimento pode ser:

a) Reconhecimento Declarativo;
b) Reconhecimento Constitutivo;
c) Reconhecimento Expresso;
d) Reconhecimento Tácito;
e) Reconhecimento de iure
f) Reconhecimento de facto

4. O Reconhecimento de um Governo dá-se quando num determinado Estado um novo


Governo chega ao poder por via não constitucional. Por exemplo quando um Governo
desrespeitando os resultados das eleições democráticas pratica o golpe do Estado tomando
o poder `a força .

III Und
1. Os princípios Gerais de Direito constituem uma das fontes do Direito
Internacional Publico.

2. Princípios => são orientações que traduzem um sentido do direito um


vector que informa o conteúdo das normas orientando o legislador e o
intérprete, mas pode em determinadas condições ser directamente aplicado a
casos concretos. Princípios não podem ser confundidos com normas
jurídicas.

3. Elegeram-se os princípios gerais de Direito como fonte de Direito para


evitar a denegação da justiça pelo juiz internacional que pode acontecer
devido ao carácter fragmentário e a menor elaboração do Direito
Internacional Publico.

4. Os princípios Básicos do Direito Internacional podem ser definidos como


as suas normas universalmente reconhecidas que tem maior importância na
resolução dos problemas oriundos das relações Internacionais.

5. Os princípios básicos do Direito Internacional estão fixados fundamentalmente


na carta das Nações Unidas não somente obstante alguns deles encontram-se
também na CRM.

6. Alguns Princípios do Direito Internacional são:


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a) Princípio da Coexistência Pacifica dos Estado com regimes sociais


diferentes;
b) Principio de não emprego da força ou da ameaça da força;
c) Princípio da Integração Territorial dos Estados;
d) Princípio da inviolabilidade das fronteiras; (traz o respeito pelas
fronteiras de cada Estado. não devendo atravessar essas fronteiras sem
consentimento dos titulares)
e) Princípio da solução dos litígios internacionais por meios Pacíficos;
( artigo 2º n.3 Carta da ONU)

7. A CRM também consagra alguns princípios do Direito Internacional


tais como:

a) O princípio de respeito mútuo pela soberania e integridade territorial;


b) Princípio da igualdade entre os Estados.
c) Principio da não interferência nos assuntos internos e reciprocidade de
benefícios;

8. Classificação dos princípios Internacionais Publico:

a) Princípios fundamentais do Direito Internacional Publico (principio da


coexistência Pacifica entre Estados);
b) Princípios gerais de cooperação internacional;
c) Princípios directamente ligados a manutenção da paz e segurança
internacional;
d) Princípios comuns ao Direito Interno;
e) Princípios próprios do Direito Internacional Publico

SIGNIFICADO DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO


INTERNACIONAL PUBLICO
a) Principio da Inviolabilidade de fronteiras =>estabelece o respeito pelas
fronteiras de cada Estado, não se devendo atravessar tais fronteiras sem
consentimento ;
b) Princípio da solução Pacifica dos Litígios Internacionais => significa que
todos os Estados devem resolver os seus litígios internacionais com meios que
não ameaçam a paz internacional a segurança e a justiça. Artigo 2º n.3 CONU
c) Princípio do Desarmamento => tem como escopo principal garantir a
manutenção da paz e da segurança internacional.
d) Princípio da Igualdade soberana dos Estados, compreende o respeito da
soberania dos Estados e a sua igualdade de Direitos nas relações internacionais.
e) Principio da não Ingerência => consubstancia-se na proibição de um Estado
intrometer-se nos assuntos que de facto são da competência interna de outro
Estado;
f) Princípio da Igualdade em direitos e da autodeterminação das nações e
povos significa que todos os povos têm direitos de escolher por si, livremente a
sua forma política, todos os Estados tem o direito de procurar o seu
desenvolvimento económico, social e cultural, todos os Estados devem promover
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a aplicação do princípio da autodeterminação dos povos etc;


g) Princípio da cooperação entre os Estados => significa que os Estados
devem cooperar entre si para garantir o desenvolvimento e segurança
internacional bem como a paz;
h) Principio de respeito pelos direitos humanos => significa que: os Estados
devem respeitar os direitos e liberdades fundamentais dos indivíduos, impedir a
discriminação seja por que razão for e promover o respeito universal pelos
direitos humanos ou seja devem os Estados cooperar na defesa dos direitos
humanos.
i) Princípio de cumprimento de boa fé dos compromissos internacionais
significa que todos os Estados devem cumprir com todos os compromissos
contraídos por eles derivados dos acordos internacionais celebrados e
decorrentes das normas e princípios de Direito internacionais.

SOBERANIA TERRITORIAL

1. APARECIMENTO DO ESTADO => O Estado aparece de várias formas:


a) Separação de um Território colonial de um Estado colonizador, a chamada
descolonização
b) Sucessão ou criação concertada de um novo Estado: por exemplo a
separação das Republicas que compunham a antiga Federação Jugoslava.
c) Fusão dos Estados => o que aconteceu quando a Tanganica e o Zanzibar se
funde em 1964 e deram lugar o aparecimento de Tanzânia.

Soberania é um dos elementos do Estado: (é a faculdade exercida por um


povo de por autoridade própria não recebida de outro poder, instituir órgãos que
exercem o senhorio de um território e nele criem e imponham normas jurídicas
dispondo dos necessários meios de coação)

Fontes do Poder soberano (surgiram muitas teorias, para tentar explicar de


onde emana o poder politico, umas das teorias são:)
a) Teoria da soberania absoluta do Rei (nos termos desta teoria a pessoa do Rei
é o Estado e a lei, entendia-se que o rei tinha o poder absoluto que não admitia
limitações no rei podia tudo e tudo conseguia) – esta teoria surgiu no sec XVI na
França e o seu defensor foi Jean Bodin

b) Teoria da Soberania Divina (esta teoria entende que o poder politico ou a


soberania provem de Deus e esta resulta de uma decisão previdencial de
omnipotência divina. Este poder conferido por Deus emana da vontade popular
– defensores Marcilio de Pádua e Francisco de Vitoria)

c) Teoria Negativista da soberania (como o seu próprio nome diz esta teoria
nega a existência da soberania. O defensor desta o Leon Duguit a soberania não
existe concretamente sendo apenas uma ideia abstracta. Ainda Duguit vai longe
e define a soberania como uma mera noção de serviço Publico.

d) Teoria da soberania do Estado (para os seus defensores a soberania é uma


qualidade do Estado. Todo o Estado perfeito detêm o poder soberano. É uma
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teoria que esta ligada ao principio da Administração do Estado, isto é, um Estado


Soberano é um Estado com capacidade de autodeterminação. Esta teoria foi
defendida por Jellinek

e) Teoria Alemã e Austríaca segundo os defensores, a soberania é de natureza


jurídica, isto é, soberania é um Direito.

f) Teoria da Soberania Nacional ( os defensores, defendem que o poder vem do


Povo) é por esta via do consentimento do povo que órgão governamental ganha
legitimidade

CARACTERISTICAS DA SOBERANIA
 Um poder uno - isto é, exercido por um único Estado, Território;
 Um poder integral – exercido sem restrições de outros poderes;
 Universal – porque impõe a toda população que encontrem no seu
território; porque a soberania parcial não é soberania
 Indivisível - porque é exercido por único Estado e não repartida com
outros Estados;
 Própria – pertence por direito não sendo delegado por um outro Estado
 Irrevogável – porque a partir do momento que o povo atribui a soberania
ao Estado não o revoga (este é o principio da estabilidade do poder
politica)
 Independente na ordem internacional = pois o Estado que detêm este
poder que nós temos vindo a referir o exerce independentemente da
vontade de qualquer outro Estado devendo, devendo apenas respeitar as
normas do Direito Interno e Internacional.
 Absoluto = visto que não está sujeito não a condição ou exigência
impostas pelos outros agindo de modo próprio sem obediência a regra ou
restrições advindas de um outro poder.

SOBERANIA DO ESTADO => Deve ser exercida com respeito a normas do


Direito interno e do direito internacional.

SOBERANIA TERRITORIAL => Em palavras mais simples, significa que cada


Estado ocupa determinada parcela de território dentro da qual em principio
exerce jurisdição sobre as pessoas e bens.

1. A SOBERANIA EM MOÇAMBIQUE, reside no povo é pois sendo através


deste que os órgãos estaduais ganham legitimidade para agir em seu
nome.
2. A SOBERANIA EM MOÇAMBIQUE é exercida pelos órgãos de soberania
e pelos órgãos locais.
3. Órgãos de soberania do Estado Moçambicano são:
a) O Presidente da Republica;
b) Assembleia da Republica;
c) O Governo
d) Os Tribunais
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e) O Conselho Constitucional
4. São órgãos locais do Estado:
a) Governador
b) Administrador Distrital
5. A soberania pode-se manifestar nível interno e externo

A Nível interno ela manifesta-se através da criação ou revogação de um


conjunto de normas jurídicas que servindo para regular a vida dos indivíduos
num determinado Estado criação de organismos órgãos Administrativos,
tomada de decisões importante para a vida dos cidadãos, etc
A nível externo a soberania pode se manifestar na celebração de tratados
ou acordos Internacionais na integração em uma organização internacional no
direito de enviar e receber agentes diplomáticos ao direito a reclamação
internacional por exemplo com recurso a jurisdição internacional.

IV UNId
1. A matéria da sucessão dos Estados é tratada nas convenções de Viena
sobre a sucessão dos Estados, de 23 de Agosto de 1978 e na Convenção de
Viena sobre a sucessão dos Estados em matéria da propriedade, arquivos e
Dividas dos Estados de 8 de Abril de 1983.

2. Por sucessão de Estados entende-se a substituição de um Estado pelo


outro na responsabilidade pelas relações internacionais de um território.

3. A sucessão dos Estados levanta o problema de saber se uma vez extinto


um Estado ou uma vez transferida parte do seu território para outro, este
adquire sem mais os direitos e obrigações do anterior. Ou seja ate que ponto
os direitos e deveres do Estado predecessor estão extintos; ou então ate que
ponto o Estado sucessor assume tais direitos e deveres.

4. Surgiram várias teorias para tentar dar uma solução aos problemas que se
levantam pela sucessão dos Estados.

a) Teoria de Tábua rasa ou Tábua rasa ou cleans state;


b) Teoria da assunção Total
c) Teoria da assunção parcial
Alguns autores também pronunciaram-se sobre o assunto tais como:
Grocio, Martenz, Despagnet, Helfter River, Gabba,etc.

5. A solução desta questão, da sucessão dos Estados é resolvida na base de um


acordo ou no caso da inexistência ou ineficácia deste, tendo em conta a
matéria em questão, isto é, consoante se trate de sucessão nas:
- Relações Internacionais
- Dividas
- Propriedade Publica e;
- Relações entre o Estado Sucessor e os particulares do Estado predecessor
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1. A sucessão dos Estados é uma figura que também se manifesta no âmbito


das relações internacionais.
2. A sucessão dos Estados em matéria das relações Internacionais não é
regulada de modo unitário, isto é, ela deve ser analisada consoante se
trate de:

a) Tratados ou Convenções Internacionais (que por sua vez deve ter em conta
os casos em que o Estado Sucessor resulta de uma incorporação de um outro
Estado da luta de libertação nacional e da separação e ou unificação de um
território;
b) Participação em Organizações Internacionais, onde o Estado Sucessor em
regra, não passa a fazer parte das Organizações Internacionais de que era parte
o Estado Predecessor. Contudo, se for da sua vontade poderá o Estado Sucessor
requerer a sua admissão na respectiva Organização Internacional sujeitando-se
aos requisitos previstos no tratado constitutivo; e
c) Responsabilidade Internacional – onde a responsabilidade internacional pela
pratica de actos ilícitos imputáveis ao Estado Predecessor não se transfere ao
Estado Sucessor.

SUCESSAO EM MATERIA DE PROPRIEDADE PUBLICA


1. A Sucessão dos Estados também ocorre em matérias de propriedade Publica,
dívidas e sistemas jurídicos.
2. Na Sucessão dos Estados em matéria da Propriedade publica os bens
móveis e imóveis que pertenciam ao Estado antecessor passam a pertencer ao
Estado sucessor como estabelece a convenção de Viena de 1983 nos seus artigos
8º,11º e 13º.
3. Na sucessão dos Estados em matéria de dívidas prevêem os artigos 33º,
37º 40º e 41º da Convenção de Viena de 1983 que relativamente aos Estados
criados no âmbito dos Estados já existentes são transmitidas ao Estado sucessor
as dívidas do Estado predecessor mas numa proporção equitativa aos bens
direitos e interesses que o novo Estado recebe. E quanto aos Estados nascidos
em resultado da descolonização prevê o artigo 38º que nenhuma divida se
transmite ao Estado independente.
4. A sucessão dos Estados no que respeita a sucessão no sistema jurídico do
Estado predecessor depende da vontade do Estado Sucessor.

NAS RELAÇÕES ENTRE ESTADOS


1. A sucessão dos Estados não pode ser só analisada no âmbito das relações entre
o Estado Sucessor e o Estado predecessor pois ela também se manifesta no
âmbito das relações entre o Estado sucessor e os particulares.

2. Na sucessão dos Estados na matéria de direitos adquiridos pelos particulares na


vigência do Estado predecessor, o Estado sucessor em regra, fica obrigado pelos
compromissos assumidos pelo Estado antecessor mas se ele não quiser assumir
tais compromissos devera pagar uma indemnização pelos prejuízos causados aos
cidadãos estrangeiros. Esta posição tem sido defendida pela doutrina por esta
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entender que só assim haverá certeza e segurança jurídica. E se os Estados


predecessor e antecessor estabelecerem por tratado que o Estado sucessor terá
esta obrigação de assumir tais compromissos a violação dos mesmos acarretara
responsabilidades por incumprimento do contrato.

3. Na sucessão dos Estados relativamente a nacionalidade dos súbitos do Estado


predecessor entende-se que o Estado sucessor não sucede nas regras sobre a
nacionalidade assumidas pelo Estado predecessor, visto tratarem-se de regras de
soberania ligadas a cada Estado.

A IMUNIDADE E PRIVILEGIOS DE JURISDIÇÃO DO ESTADO


1. Cada Estado exerce jurídica sobre todos os sujeitos que se encontram no seu
território.
2. A jurisdição do Estado deve ser exercida de acordo com o princípio da
Equiparação do cidadão estrangeiro ao nacional. O que equivale dizer que o
Estado na jurisdição deve agir de boa fé, garantir a protecção civil e criminal, não
discriminar e respeitar os cidadãos estrangeiros, etc.

3. A jurisdição do Estado encontra limites quando se trate de exerce-la sobre os


outros Estados seus bens, agentes e forcas armadas.

4. O Estado Estrangeiro goza de imunidade total de jurisdição; Estas


imunidades dizem respeito ao próprio Estado estrangeiro e não aos seus
agentes. Portanto, o Estado pode renunciar a imunidade em relação ao um dos
seus representantes mesmo sem o seu consentimento. Este Estado beneficiário
dos privilégios e imunidades deve ser um Estado soberano ou um Governo com
direitos de imunidade.

5. A imunidade dos Estados se estende aos bens que fazem parte do domínio de um
Estado estrangeiro. Portanto não se deve intentar uma acção que tenha por
objecto esses bens pois isto obriga o próprio Estado a intervir nesse processo sob
pena de os perder.

6. Os navios de guerra e outros navios do Estado gozam de imunidade de jurisdição


e também são invioláveis (ninguém pode penetrar neles sem autorização do
respectivo comandante)

7. As aeronaves militares também gozam de imunidade de jurisdição

8. As forcas terrestres (que constituem unidades organizadas em transito num


território de outro Estado) também goza de imunidades de jurisdição, isto é,
concedida a imunidade relativamente a matéria que digam respeito ao
desempenho da missão oficial dessas forças.

9. Os acampamentos militares, por sua vez não tem a situação do gozo de


imunidades bem definidas, mas se os comparamos com os navios, facilmente
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percebemos que as autoridades locais não tem direito penetrar nos


acampamentos para prender alguém ou efectuar investigação sem autorização
do respectivo Comandante.

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