Você está na página 1de 3

3ª AULA DE DIREITOS REAIS

.
DELIMITAÇÃO DO CONCEITO DE “COISA”
.
Coisa é todo o bem susceptível de ser objecto de um domínio permanente (aspecto
temporal) e completo (na medida em que versa sobre todas as utilidades que o bem
possa possuir).
O primeiro elemento da noção de coisa é que é incompatível com o conceito ético-
moderno de “pessoa”. Aliás, pode a coisa ser objecto de apropriação exclusiva (os
direitos reais regulam um poder directo e exclusivo), que também é incompatível com
a noção de pessoa.
Portanto, só é “coisa” aquilo que não é pessoa (ou que, pelo menos, não esteja
directamente relacionado com a mesma) e que seja susceptível de constituir um
objecto de apropriação exclusiva:
.
NÃO CABEM NA NOÇÃO DE “COISA”:
.
▪ As pessoas e bens incidíveis da pessoa;
Por certo, não se ignora que as pessoas constituem bens (bens in persona), que,
sendo irredutíveis a um equivalente pecuniário e, portanto, não patrimoniais, são fonte
de interesse patrimonial, quer para elas, quer para os outros (a lesão ou a morte de
uma
pessoa pode ser causa de danos patrimoniais indirectos). Simplesmente, apesar de a
pessoa poder ser assim objectivada (na medida em que é objecto de direitos e objecto
de protecção), não pode ser coisificada ou reificada ao nível da consciência ético-
jurídica moderna (tal como acontecia nos direitos primitivos com a instituição da
escravidão,
por exemplo).
▪ OS DIREITOS SOBRE AS PESSOAS:
o Direitos de personalidade: há uma atribuição de um poder directo e imediato sobre a
própria pessoa;
o Direitos sobre a pessoa de outrem: estes atribuem ao titular um poder direito e
imediato sobre a pessoa de outrem. Aqui, tanto o titular como o objecto do direito são
pessoas, mas pessoas distintas. Tais direitos visam tutelar a pessoa
objecto do direito em causa enquanto ser em desenvolvimento. São os chamados
“poderes-deveres”, os quais possuem um carácter excepcional, pois não satisfazem o
titular do direito, mas a pessoa objecto desse direito. Não há
uma coisificação da pessoa, porque a pessoa é objecto, mas não titular do direito.
▪ As prestações: são o objecto necessário dos direitos relativos, como os direitos de
crédito. As prestações não são coisas porque são actos indissociáveis da própria
pessoa.
É a pessoa que se obriga a entregar uma coisa e vendê-la. As situações
economicamente não autónomas: são situações que não têm existência
jurídica própria, logo, não podem ser objecto de um domínio, apesar de terem
natureza patrimonial. Por exemplo: a clientela de um estabelecimento comercial.
.
A Comunidade Jurídica.

COMO GANHAR EFICIÊNCIA AO MANUSEAR O MEU CÓDIGO CIVIL?


Minha antiga professora sa cadeira de Teoria Geral do Direito Civil reprovava e
reprova os estudantes nas provas orais somente por não saberem manusear o
CÓDIGO CIVIL.
MAS PORQUE É TÃO IMPORTANTE ASSIM?
A cadeira de Teoria Geral do Direito Civil, trata de expor de forma geral as
normas do Código Civil, por esta razão é que, na mesma cadeira tratamos das
matérias de OBRIGAÇÕES, REIAS e SUCESSÕES, porque são as materias
que as suas normas estão reguladas no Código Civil .
O Estudante deve conhecer a base, a divisão dos livros Código, os conceitos
gerais e as configurações da Parte Geral. Porque quando as matérias de
OBRIGAÇÕES, REIAS e SUCESSÕES serem lecionadas em âmbito
específico, serão relevantes todas as questões abordadas na cadeira de Teoria
Geral.
Assim sendo, todo estudante deve não somete ter noção teória da divisão dos
livros do Código Civil, mas também a sua prática:
DIVISÃO DOS LIVROS DO CÓDIGO CIVIL
LIVRO I – Parte Geral (Art. 1 ao art. 396)
LIVRO II – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (Art. 397 ao art. 1250)
LIVRO III – DIREITO DAS COISAS ( Art. 1251º ao Art. 1575)
LIVRO IV – (DIREITO DA FAMÍLIA) Regulado agora em Código próprio. (Lei
1/88, de 20 de Fevereiro)
LIVRO IV – DIREITO DAS SUCESSÕES (Art. 2024º ao Art. 2334º)
Como todo estudante sabe, cada livro representa uma determinada cadeira no
curso de Direito. É importante conhecer a divisão dos livros do Código Civil
porque assim, não tem dificuldades em localizar os livros e fazer as remissões.
Muitos estudantes por não saberem a divisão do Código Civil, têm tido
problemas em localizar ou identificar os institutos nos casos práticos, logo eis
mais uma razão de começar a treinar para melhor manusear o seu Código
Civil.
CURIOSIDADE:
O segredo do Curso de Direito está nas nas LEIS, o que significa que, se você
começar a ler o seu Código Civil constantemente, você não só terá domínio
das normas como também das matérias que regula.
NOSSAS DICAS:
–Para facilitar, use alguns marcadores para lhe mostrarem o início e fim dos
livros do Código Civil.
–Treine constantemente até saber a divisão dos livros;
–Leia o seu código sempre, tenha-o como um amigo de cabeceira.
–Faça uma gravação da divisão do Código Civil, e ouça como se fosse uma
música. Seu aprendizado será rápido e eficaz.
Data de início do curso de RESOLUÇÃO DE CASOS PRÁTICOS: Dia 14 de
Dezembro.
A Comunidade Jurídica.
HJCS
🎯⚖️
–“Fazemos ciência com a consciência”.

Você também pode gostar