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Obediência

Radical
Obediência Radical
JUNIA HAYASHI -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Se buscarmos na memória o dia em que confessamos a Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas,
nos lembraremos de que, naquele momento, escolhemos viver debaixo da bondade do Pai. É por esse motivo
que fomos atraídos a manter uma vida de profundo relacionamento com Ele, gerando em nós uma obediência
espontânea. Deste modo, as transformações que desejamos viver desde que nascemos de novo não foram
motivadas pela força ou violência, mas porque O amamos, e isso aconteceu porque Ele nos amou primeiro.

Portanto, compreendemos que a obediência é um ato de submissão a alguém com autoridade, pela qual
se mantém a responsabilidade de realizar suas vontades. Diante disso, a Palavra nos mostra quão desafiador
é obedecermos ao Senhor, tendo em vista que requer tudo de nós. Mas é por meio dessa submissão que
descobrimos o real motivo pelo qual fomos criados e que, de outra forma, jamais poderemos preencher a
necessidade existencial do nosso coração. Essa é a afirmação feita pelas Escrituras quando diz que fomos criados
em Jesus para as boas obras, antes mesmo que o mundo existisse (Efésios 2.10).

Em Gênesis 12 encontramos um homem que sabia como era importante obedecer às direções de Deus e,
porque tinha esse entendimento, se tornou um grande exemplo de submissão na Bíblia:

Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de
teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te
abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te
abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas
as famílias da terra. Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o Senhor, e Ló foi
com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã. (Gênesis 12.1-4)

Logo que Abraão recebeu uma instrução para que saísse de sua casa, prontamente se colocou a obedecer
e partiu. Não houve murmuração, incredulidade ou medo por parte dele, pois observamos que seu coração
confiava na direção do Senhor. Mesmo sem garantia visível aos olhos naturais, porque não foi dito para onde
deveria ir, ele estava certo de que suas necessidades seriam providas durante o caminho, porque discernia bem
a voz de Deus.

Da mesma maneira, o Senhor quer desenvolver essa fé em nosso coração, como uma convicção de que vamos
obedecê-lO a qualquer custo, mesmo sem termos alguma segurança natural. Assim como Pedro, que não viu algo
sólido debaixo dos seus pés, mas, confiando na ordem de Jesus, deu o passo de sair do barco (Mateus 14.29). Isso
nos ensina a dependermos da Palavra de Deus para cumprirmos Sua vontade. Diante disso, basta crermos que,
por intermédio da fé no sobrenatural, experimentaremos o Seu poder e o que Ele quer fazer em nossas vidas.

Outra situação de obediência aconteceu na saída dos israelitas para a terra que o Senhor prometeu. Como
líder do povo, Moisés compreendia que sua segurança não estava na força do seu exército ou nos números dos
seus soldados. Isso, porque ele não sabia como lidar com o domínio de faraó, tampouco em como conquistaria
as fortalezas que estavam por vir, mas reconheceu que nada disso seria possível se não fosse pela presença de
Deus, que o direcionava a cada tomada de decisão:

Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo,


não nos faças subir deste lugar. (Êxodo 33.15)

2 OBEDIÊNCIA RADICAL
Com exemplos desses contidos na Palavra observamos a origem da obediência humana no amor de Deus.
Quando Ele diz para nos submetermos, está nos livrando de caminhos maus e colocando planos tão excelentes
que sequer podemos imaginar:

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que


me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu
também o amarei e me manifestarei a ele. (João 14.21)

Como consequência por sermos amados, os mandamentos de Deus se tornam para nós instruções que
norteiam cada ato que temos. Qualquer pessoa, ao dizer que ama ao Senhor, mas não obedece a Suas ordens,
está vivendo sob engano. Porém aquele que compreendeu o motivo pelo qual deve ser submisso e em prol disso se
esforça, não somente será amado pelo Pai, mas Este também se manifestará a ele. Logo, o amor e a autoridade
divina andam juntos, uma vez que se por Ele somos amados e cuidados, também O amamos e obedecemos. Caso
contrário, o amor sem obediência abre espaço para uma vida de pecado, sem aprovação em Jesus.

Além disso, a obediência sempre irá nos tirar da zona de conforto. Prova disso é Abraão, que saiu de sua
casa, onde tudo estava sob controle, e foi para um lugar que não conhecia. Ele não criou condicionais para o
Senhor, pedindo para que Ele mostrasse sinais sobrenaturais, nem estabeleceu um período de jejum e oração
a fim de comprovar que aquela instrução vinha mesmo d’Ele. Ao invés disso, sua reação imediata de partir foi
consequência de uma vida de intimidade com Deus, que lhe permitia ouvir Sua voz claramente. Portanto,
se não aprendermos a discernir as direções que recebemos, estaremos submetidos à desobediência ou a uma
obediência tardia, que também foge dos planos de Deus para nós.

Quando deixamos a dúvida ou o medo entrar em nossos corações, perdemos a chance de obedecer
imediatamente e, dessa maneira, entramos no plano B da vontade de Deus. Algumas ordens são transmitidas
para um determinado momento e, se forem cumpridas depois, não causarão o mesmo efeito. Viver no plano B
até pode ser bom, porque temos um Pai bom e que não dá más coisas aos seus filhos. Entretanto, a obediência
radical nos coloca no plano A, que não é apenas bom, mas excelente. Como as Escrituras dizem, precisamos
ser inconformados com os padrões deste mundo, renovando nossa mente para alcançarmos a boa, agradável e
perfeita vontade do Senhor:

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela


renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12.2)

Ainda que a insegurança tente nos afastar da vontade de Deus, podemos nos assegurar de que o Seu amor
verdadeiro afastará de nós todo medo (1 João 4.18). Essa é uma garantia que recebemos por meio da Sua
paternidade, visto que o órfão não sabe em quem confiar, mas o filho descansa nos cuidados do Pai. Portanto,
se recebemos uma instrução, fiel é o Senhor quem suprirá todas as nossas necessidades:

Fiel é o que vos chama, o qual também o fará. (1 Tessalonicenses 5.24)

A fim de caminharmos segundo Seu chamado para nós, precisamos observar cinco passos práticos, que são:

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1. Deixe o que lhe traz segurança

Assim como Abraão deixou a terra que lhe dava conforto, precisamos deixar os lugares que nos trazem
segurança para que Deus tome o lugar de toda a confiança em nosso coração.

2. Afaste-se de pessoas que não queimam como você

No instante que ouvimos uma direção de Deus, precisamos nos afastar de pessoas que não tiveram seu
coração incendiado pela mesma palavra e nos aproximar daqueles que já estão queimando. Isso não quer dizer
que abandonaremos nossos próximos, mas que estaremos nos fortalecendo o bastante para que, posteriormente,
possamos influenciar pessoas sem o risco de perdermos o foco.

3. Deixe o que impede você de se aproximar de Deus

Algumas coisas em nossa vida, como entretenimentos, vontades ou costumes, nos fazem perder tempo,
enquanto poderíamos conhecer mais sobre o Senhor. Pode ser que nem tenham em si uma natureza pecaminosa,
mas se vão contra uma direção que Ele está nos dando, então devemos deixá-los para trás e mantermos o foco
em Cristo, como fez Paulo:

Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa
faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para
as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Filipenses 3.13-14)

4. Saia da sua zona de conforto, ainda que seja assustador

Quando ouvimos uma direção por parte de Deus que irá nos tirar da segurança que tínhamos, é comum que
fiquemos apreensivos com o que está por vir. Mas sair da zona de conforto também pode, às vezes, comprometer
nossa própria família e amigos, então, a obediência pode ser assustadora. Entretanto, Abraão não hesitou e
prontamente reuniu aqueles a quem amava para partir até o lugar que o Senhor havia prometido.

Essa atitude radical de fé nos revela que mais seguro do que nossa zona de conforto, é estarmos debaixo
da vontade perfeita do Pai. Assim, só encontraremos um lugar onde podemos depositar totalmente nossa
confiança quando assumirmos uma posição de obediência absoluta.

5. Muitas vezes a obediência não fará sentido

Por fim, é necessário entendermos que a aplicação desses passos práticos, muitas vezes, fugirá da nossa
compreensão. No entanto, esse é um elemento fundamental para experimentarmos o estilo de vida de Cristo. Não
podemos obedecer apenas quando as ordens divinas fizerem sentido, porque a natureza de Deus é planejar o que
nossa mentalidade humana não pode conceber. Deste modo, quando somos instruídos a cumprir uma direção que
irá ao encontro as nossas limitações, podemos saber que Ele está nos ensinando a confiar radicalmente.

Além de aplicarmos os cinco passos práticos, a obediência a uma direção sobrenatural sempre estará
acompanhada de uma ação natural. Ou seja, quando uma pessoa recebe a instrução de ser missionária, por
exemplo, sua reação deve ser fazer aquilo que está ao seu alcance, que é tirar um passaporte, caso ainda não
possua. Já no caso de um chamado acadêmico, uma obediência radical faria com que esta pessoa procurasse

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fazer uma faculdade. Da mesma forma agiu Abraão, quando, ao ter recebido a promessa que teria uma terra
prometida, imediatamente se dispôs a partir. Portanto, independentemente do que seja, precisamos colocar
algo que temos disponível diante do altar, para que então Deus, com Seu fogo, nos mostre o sobrenatural.

Concluímos então que a obediência radical de Abrão não gerou apenas uma recompensa individual, pelo
contrário, a Palavra diz que nele seriam benditas todas as famílias da terra. Na verdade, a passagem de Gênesis
12.3 estava apontando para Cristo, pelo qual hoje nos tornamos filhos benditos diante do Pai. Ou seja, o que
começou em Abraão foi consumado em Jesus e transferido para nós por meio da Grande Comissão. Logo, a
obediência, quando assume seu caráter radical, tem o poder de deixar um legado para as próximas gerações,
a fim de que o Reino dos Céus seja edificado até a volta de Cristo.

Agora, separe um momento para meditar sobre o que vimos em aula, revise suas anotações e, em seguida,
responda:

1. Como podemos ouvir as direções de Deus?

2. Por que precisamos obedecer?

3. Qual é a motivação de uma obediência saudável?

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4. Quais áreas de sua vida impedem você de crescer em obediência?

5. Como a obediência radical em sua vida pode afetar outras pessoas?

6. Por que precisamos obedecer ao Senhor, ainda que algumas vezes pareça não fazer sentido?

7. Qual versículo da Palavra mais fala com você sobre obediência?

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DESAFIO PESSOAL: Liste as direções que Deus já lhe confiou e organize-se intencionalmente para colocar em
prática cada uma delas. Comece pelos passos mais simples. Assim, à medida que pratica a obediência, ela se torna
mais fácil. Não se esqueça de anotar os avanços que tiver.

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