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25 de Março de 2020

A posse, detenção e composse à luz do ordenamento


jurídico pátrio

O art. 1.196 do Código Civil de 2002 embora não chegue a conceituar


diretamente a posse, define o possuidor: “Considera-se possuidor todo
aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de alguns direitos
inerentes à propriedade.”

Para Maria Helena Diniz, “posse é o exercício, pleno ou não, de fato


dos poderes constitutivos de domínio ou somente de alguns deles,
como no caso de direitos reais sobre coisas alheias, hipótese em que
recebe a denominação de “quase posse”, logo, tradicionalmente, a
posse propriamente dita só se refere à propriedade, sendo a “quase
posse” o exercício de outros direitos reais, desmembramentos de
domínio, que dests se destacam e param em outras mãos, como as
servidões, o usufruto, etc.”

(DINIZ, Manual de Direito Civil, 2011, pág. 319.)

O art. 1.198, assim como o 1.196/CC não define diretamente a


detenção, conceituando detentor: “Considera-se detentor aquele que,
achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a
posse em nome deste e em cumprimento de ordens e instruções suas.”

A partir disto, o conceito que aí se traduz, segundo Diniz, “é o do


fâmulo da posse, que é aquele que, em virtude de sua situação de
dependência econômica ou de um vínculo de subordinação em relação

/
a uma outra pessoa (possuidor direto ou indireto), exerce sobre o bem,
não uma posse própria, mas a posse desta última e em nome desta, em
obediência a uma ordem ou instrução”. (DINIZ, pág. 320)

O parágrafo único do art. 1.1198 dispõe: “Aquele que começou a


comportar-se de modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e
à outra pessoa, presume-se detentor até que prove o contrário.”

Quanto à composse, esta está prevista no art. 1.199: “Se duas ou mais
pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela
atos possessórias, contanto que não excluam os dos outros
possuidores.”

Em suma, há uma simultaneidade no exercício da posse.

Bibliografia:

DINIZ, Maria Helena Diniz. Manual de Direito Civil. Saraiva, São


Paulo, 2011.

Disponível em: https://anakirer.jusbrasil.com.br/artigos/493756569/a-posse-detencao-e-


composse-a-luz-do-ordenamento-juridico-patrio

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