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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao

Paulo, protocolado em 20/02/2020 às 19:43 , sob o número 10156619520208260100.


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JETER CANTUÁRIA CARNEIRO FILHO – ADVOGADO


RUA VIEIRA DE MORAIS, 74, CJ. 62-A, CAMPO BELO, SÃO PAULO/SP – CEP 04603-002
ENDEREÇO ELETRÔNICO: jf.carneiro.adv@gmail.com

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL
DO FÓRUM CENTRAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO-SP.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A6113F.
HUGO CÉSAR PHILIPP, brasileiro, solteiro, analista de
sistemas, portador da cédula de identidade RG nº 1017697614, inscrito no CPF/MF sob
o nº 495817160-68, residente e domiciliado à Rua Tomé de Souza 231,NS DAS GRACAS,
92110-060, CANOAS -RS;
JACQUELINE MARTINS ROCHA, brasileira, solteira,
psicóloga, portadora da cédula de identidade RG nº 6041181089, inscrita no CPF/MF sob
o nº 479023530-00, residente e domiciliada à Rua Tomé de Souza 231,NS DAS GRACAS,
92110-060, CANOAS -RS;
ISADORA ROCHA PHILIPP, brasileira, menor
impúbere, portadora da cédula de identidade RG nº 2111831984, inscrita no CPF/MF sob
o nº 050403890-78, representada por seu pai acima citado HUGO CÉSAR PHILIPP
residente e domiciliada à Rua Tomé de Souza 231,NS DAS GRACAS, 92110-060, CANOAS
-RS;, vem por intermédio dos seus procuradores com escritório profissional localizado na
Rua Vieira de Morais, nº 74, Conjunto 62-A, Campo Belo, São Paulo/SP – CEP: 04617-000,
cujo endereço eletrônico para recebimento de intimações segue:
acordo.alds@gmail.com, propor:

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS

contra DEUTSCHE LUFTHANSA AG., pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF
sob o nº 33.461.740/0001-84, com endereço à R GOMES DE CARVALHO, nº1108, 6º
andar, VILA OLIMPIA, CEP: 04.547-004, São Paulo - SP, pelos fatos e fundamentos a
seguir:
I. DAS PRELIMINARES

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I.1. DA COMPETÊNCIA DO DOMICÍLIO DO RÉU PARA PROPOSITURA DA AÇÃO

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Considerando que a relação desta demanda é de
consumo e com fulcro na Súmula nº 77 do TJSP c/c art. 101 CDC e art. 21 NCPC, a parte
autora faz jus de sua faculdade de escolha para propor a ação no domicílio do fornecedor.

Além disso, o artigo 33 da Convenção de Montreal


dispõe sobre a escolha do autor quanto à propositura da ação.

Em seu domicílio, a parte ré terá facilitada a geração


de provas e a consequente defesa dos seus direitos, visto que possui todo o histórico dos
fatos sobre o contrato de transporte e da operação contratada.

Nesse diapasão, a jurisprudência tem possibilitado a


escolha do consumidor:

37ª CÂMARA CÍVEL


Agravo de Instrumento nº 2104246-
86.2018.8.26.0000 - Agravante: José Fazionato
Pereira Agravado: Banco Bradesco S/A - Comarca:
Osasco - Voto nº 35.046
Agravo de instrumento – Ação ordinária declaratória
de inexigibilidade de débito - Competência –
Declinação, de ofício, pelo juízo – Inadmissibilidade –
Competência territorial e relativa - Ajuizamento da
demanda no local em que a ré possui filial –
Cabimento - Aplicação da Súmula 77 desta Corte –
Decisão reformada – Recurso provido.

STJ. “AGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO DE


COMPETÊNCIA. CONTRATO BANCÁRIO.
FINANCIAMENTO COM GARANTIA DE ALIENAÇÃO
FIDUCIÁRIA. AÇÃO REVISIONAL. AÇÃO PROPOSTA
PELO CONSUMIDOR NO FORO ONDE O RÉU POSSUI
FILIAL. POSSIBILIDADE. 1. Nos casos em que o
consumidor, autor da ação, elege, dentro das
limitações impostas pela lei, a comarca que melhor
atende seus interesses, a competência é relativa,
somente podendo ser alterada caso o réu apresente
exceção de incompetência (CPC, art. 112), não sendo
possível sua declinação de ofício nos moldes da

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Súmula 33/STJ. 2. Agravo regimental a que se nega


provimento.” (STJ AgRg no CC 124.351/DF, Rel.
Ministro RAUL ARAÚJO, 2.ª seção, julgado em

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08/05/13, DJe 17/05/13).

II. DOS FATOS

A parte autora adquiriu junto à empresa ré passagens


aéreas referentes ao trecho FRANKFUT(FRA) PARA PORTO ALEGRE (POA), para o dia
31/07/2019, com conexão em RIO DE JANEIRO(GIG).

Ocorre que na data supra, ao chegar ao aeroporto de


FRANKFUT(FRA), a parte autora foi informada que o voo para RIO DE JANEIRO(GIG) estava
atrasado por motivos operacionais e em decorrência desta falha, consequentemente,
teve a sua chegada postergada ao destino final contratado.

Além do atraso, a parte ré não ofereceu nenhuma


alternativa à parte autora, bem como não cumpriu devidamente com os dispositivos da
Resolução nº 400/2016 da Agência Nacional de Aviação Civil (artigo 12 c/c art. 27 e 28,
inciso I).

Com o atraso, a parte autora teve sua chegada à


PORTO ALEGRE (POA) postergada em 23 HORAS E 50 MINUTOS (anexo 07), vejamos:

CHEGADA CHEGADA REAL AO


SAÍDA PREVISTA SAÍDA REAL
PREVISTA DESTINO FINAL
Dia 30/07/2019 às Dia 31/07/2019 às Dia 31/07/2019 às Dia 01/08/2019 às
22:15horas 11:45horas 10:49horas 10:49horas

Consequentemente, a falha da companhia aérea ré


em não prover alternativas de escolha ao passageiro e o atraso ultrapassaram a seara do
mero aborrecimento.

III. DOS DIREITOS

III.1. DO DIREITO REGULATÓRIO

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A Convenção de Montreal foi recepcionada ao


ordenamento jurídico pelo Decreto nº 5910/2006 que uniformizou as regras do
transporte aéreo internacional e o Supremo Tribunal Federal no julgamento do recurso

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repetitivo nº 210 e do RE nº 351.750 determinou que o valor das compensações por
danos morais ou materiais seguissem o disposto na Convenção de Montreal.

Supletivamente a Convenção de Montreal, o marco


regulatório do transporte aéreo no tocante à proteção ao consumidor é composto pelo
Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565/86), normas da Agência Brasileira de
Aviação Civil (Res. 400 de 2016), Código Civil e Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Quanto a Convenção de Montreal, o artigo 19 dispõe


que o transportador é responsável por qualquer dano ocasionado por atrasos no
transporte aéreo de passageiros, bagagem ou carga:

“Artigo 19 – Atraso
O transportador é responsável pelo dano ocasionado
por atrasos no transporte aéreo de passageiros,
bagagem ou carga. Não obstante, o transportador
não será responsável pelo dano ocasionado por
atraso se prova que ele e seus prepostos adotaram
todas as medidas que eram razoavelmente
necessárias para evitar o dano ou que lhes foi
impossível, a um e a outros, adotar tais medidas.”

Assim sendo, a redação do art. 19 da Convenção de


Montreal é clara quanto a responsabilidade objetiva do transportador aéreo e a inversão
do ônus da prova, pois o transportador necessita provar que tomou todas as medidas
para evitar o dano.

Por fim, a Organização de Aviação Civil Internacional


(OACI) – anexo 5 - estabelece uma série de princípios de proteção ao consumidor que
tiveram direitos violados durante à execução do contrato, tais como: informação regular,
devida atenção e o dever de reparar. E estes princípios não foram seguidos por completo
pela parte ré (anexo 3). Ademais, a IATA (associação que autorregula as companhias
aéreas a nível mundial) também informa em seu manual de acomodação involuntária que
o passageiro deverá chegar ao seu destino com a maior brevidade (anexo 4).

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Cabe ressaltar que estes princípios também são


enquadrados pelo art. 178 da Constituição Federal por força do inciso d do art. 44 do
Decreto nº 21.713/46 que promulgou a Convenção de Aviação Civil Internacional:

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“ARTIGO 44
Objetivos
Os fins e objetivos da Organização serão desenvolver
os princípios e a técnica da navegação aérea
internacional e de favorecer o estabelecimento e
estimulante o desenvolvimento de transportes aéreos
internacionais a fim de poder:
a. Assegurar o desenvolvimento seguro o ordeiro da
aviação civil internacional no mundo;
b. Incentivar a técnica de desenhar aeronaves e sua
operação para fins pacíficos;
c. Estimular o desenvolvimento de aerovias,
aeroportos e facilidades à navegação aérea na
aviação civil internacional;
d. Satisfazer às necessidades dos povos do mundo no
tocante e transporte aéreo seguro, regular, eficiente
e econômico;
e. Evitar o desperdício de recursos econômicos
causados por competição desrazoável;
f. Assegurar que os direitos dos Estados contratantes
sejam plenamente respeitados, e que todo o Estado
contratante tenha uma oportunidade equitativa de
operar emprêsas aéreas internacionais;
g. Evitar a discriminação entre os Estados
contratantes;
h. Contribuir para a segurança dos vôos na navegação
aérea internacional;
i. Fomentar, de modo geral, o desenvolvimento de
todos os aspectos de todos os aspectos da
aeronáutica civil internacional.”

Assim, o inciso d do art. 44 da Convenção de Chicago


e o art. 19 Convenção de Montreal combinado com os princípios mencionados no Anexo
3 da exordial tratam da proteção ao consumidor.

Ultrapassada a questão da proteção do direito do


consumidor em nível mundial devido aos princípios da Organização Internacional de
Aviação e as normas da IATA, a legislação específica nacional sobre o transporte aéreo
(Código Brasileiro de Aeronáutica) e o Código Civil prevêem a responsabilidade objetiva

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do transportador aéreo nos prejuízos causados aos consumidores conforme dispõe,


respectivamente, os artigos 256 e 734.

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III.2. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NA CONVENÇÃO DE MONTREAL, CÓDIGO
BRASILEIRO DE AERONÁUTICA, DO CÓDIGO CIVIL E DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR

O artigo 19 da Convenção de Montreal e artigos 6º,


VIII e 14 do CDC remetem ao transportador o ônus da prova para evitar o dano.

Desta forma, cabe a parte ré deverá comprovar as


razões da ausência de acomodação em voos próprios ou de outras companhias aéreas
(artigo 28, inciso I, da Resolução ANAC nº 400/2016) durante a fase de instrução
conforme dispõe a combinação dos artigos 373, I e 357, III do NCPC.

Assim, como a Ré detém todos os dados de suas


falhas em relação à parte autora, é o caso de se invocar a facilitação da defesa da mesma,
aplicando-se a Inversão do Ônus da Prova, com base no artigo 6°, inciso VIII da lei
8.078/90 (Código de Proteção e Defesa do Consumidor).

Ressalte-se que a Inversão do Ônus da Prova serve


como meio de possibilitar a aplicação do princípio da vulnerabilidade do consumidor,
buscando-se com isso, atingir a igualdade entre as partes. Isto porque o consumidor pode
ser considerado como a parte mais vulnerável na relação de consumo. Contudo, os
fornecedores dispõem do material e do conhecimento técnico sobre o produto ou o
serviço prestado.

Nesse sentido, a jurisprudência orienta a inversão do


ônus da prova para viabilizar o acesso à justiça:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DISTRIBUIÇÃO


DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA. PARTE COM MAIOR
CONDIÇÃO DE PRODUÇÃO. (..) DECISÃO
FUNDAMENTADA. POSSIBILIDADE. O § 1º do art. 373
do CPC consagrou a teoria da distribuição dinâmica
do ônus da prova ao permitir que o juiz altere a
distribuição do encargo se verificar, diante da
peculiaridade do caso ou acaso previsto em lei, a
impossibilidade ou excessiva dificuldade de produção

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pela parte, desde que o faça por decisão


fundamentada, concedendo à parte contrária a
oportunidade do seu cumprimento. II Negou-se

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provimento ao recurso.
(TJ-DF 07000112620178070000 0700011-
26.2017.8.07.0000, Relator: JOSÉ DIVINO DE
OLIVEIRA, Publicado no PJe : 02/05/2017 )

Assim, diante da inequívoca e presumida


hipossuficiência, uma vez que a parte autora disputa a lide com uma empresa de grande
porte, clara está a incidência e a necessidade de concessão do direito à inversão do ônus
da prova, o qual desde já se requer.

III.3. DOS DANOS MORAIS

O Recurso Especial nº 1584465 / MG, publicado em


19 de dezembro de 2018 estabeleceu parâmetros para a configuração dos danos morais.

Ao todo, o referido Recurso estabeleceu cinco


parâmetros que balizam a configuração a configuração de danos morais:

“i) a averiguação acerca do tempo que se levou para


a solução do problema, isto é, a real duração do
atraso; ii) se a companhia aérea ofertou alternativas
para melhor atender aos passageiros; iii) se foram
prestadas a tempo e modo informações claras e
precisas por parte da companhia aérea a fim de
amenizar os desconfortos inerentes à ocasião; iv) se
foi oferecido suporte material (alimentação,
hospedagem, etc.) quando o atraso for considerável;
v) se o passageiro, devido ao atraso da aeronave,
acabou por perder compromisso inadiável no destino,
dentre outros.”

Logo, os referidos parâmetros apontam uma analogia


ao Direito Penal ao estabelecer agravantes e atenuantes para configurar ou não os danos
morais.

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Na tabela a seguir, as razões da reforma estarão


balizadas nestes parâmetros para comprovar que o dano moral foi configurado:

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TABELA DO DANO

PARÂMETROS DANO CAUSADO

I) A averiguação acerca do tempo que se


A real duração do atraso foi de 23 HORAS E 50
levou para a solução do problema, isto é, a
MINUTOS.
real duração do atraso.

II) se a companhia aérea ofertou alternativas A companhia aérea não ofereceu nenhuma alternativa
para melhor atender aos passageiros. para melhor atender o passageiro.

A companhia aérea não prestou a tempo as informações


III) se foram prestadas a tempo e modo e somente informou o horário do novo voo no aeroporto.
informações claras e precisas por parte da Logo, a parte ré teve tempo o suficiente para informar a
companhia aérea a fim de amenizar os parte autora, bem como oferecer novas alternativas de
desconfortos inerentes à ocasião voo conforme dispõe o art. 28, I da Resolução nº 400/2016
da ANAC.

IV) se foi oferecido suporte material


A companhia aérea não prestou a assistência adequada
(alimentação, hospedagem, etc.) quando
conforme a Resolução nº 400/2016 da ANAC.
o atraso for considerável.

Corroborando com o entendimento acima, o próprio


Supremo Tribunal Federal já decidiu que o atraso em voo internacional, bem como o
extravio momentâneo de bagagem geram o dever de indenizar ao passageiro:

“INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - EXTRAVIO DE MALA


EM VIAGEM AÉREA- CONVENÇÃO DE VARSÓVIA-
OBSERVAÇÃO MITIGADA- CONSTITUIÇÃO FEDERAL -
SUPREMACIA. O fato de a Convenção de Varsóvia
revelar, como regra, a indenização tarifada por danos
materiais não exclui a relativa aos danos morais.
Configurados esses pelo sentimento de desconforto,
de constrangimento, aborrecimento e humilhação
decorrentes do extravio de mala, cumpre observar a
Carta Política da República - incisos V e X do artigo 5º,
no que se sobrepõe a tratados e convenções
ratificados pelo Brasil”. (RE 172720/ RJ).
[...]
O atraso no vôo internacional, bem como o extravio
momentâneo de bagagem, impõe à companhia

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transportadora o dever de indenizar o passageiro


pelos danos morais e materiais experimentados, em
observância ao preceito constitucional inserido no art.

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5º., V e X, pouco importando que a Convenção de
Varsórvia limite a verba indenizatória somente ao
dano material, pois a Carta Política da República se
sobrepõe a tratados e convenções ratificadas pelo
Brasil” (RT 755/177).”

Além dos transtornos causados acima, a parte autora


teve a perda de um bem tão importante quanto à saúde nos dias de hoje: o tempo.

Pela análise do caso em questão, conforme disposto


nos fatos iniciais, a parte autora teve um grande desgaste para solucionar os imprevistos
surgidos com o grande atraso sofrido em seu voo. É o que podemos denominar de dano
pela perda do tempo útil. Afinal, a parte autora teve que desperdiçar seu tempo para
solucionar problemas que foram causados por terceiros, devendo ser indenizada.

A jurisprudência vem se posicionando neste sentido,


ancorando o posicionamento de que o desvio produtivo ocasionado pela desídia de uma
empresa deve ser indenizado:

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AGRAVO


RETIDO. O erro na informação do sistema
informatizado não pode prejudicar a parte.
Acolhimento da contestação como tempestiva.
PACOTE TURÍSTICO. CVC. ATRASO NO VOO.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CABIMENTO.
Trabalhando a demandada em parceria com a
companhia aérea e funcionando como
intermediadora da venda dos serviços de prestação
de transporte aéreo aos consumidores, tem-se que é
também responsável pela eventual falha no serviço,
conforme estabelece o art. 14 do CDC. Reconhece-se
o dano moral na espécie, uma vez que os
demandantes tiveram frustrado seu direito de
transporte nos moldes e horários eleitos, com atraso
que gerou perda de tempo útil, que ultrapassou o
mero incômodo. Demonstração, de forma suficiente,
de ocorrência de um ilícito - e não mero dissabor - pela
demandada, capaz de tornar evidente o prejuízo
causado à parte autora, sendo necessária a

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reparação do dano, nos termos do art. 927 do Código


Civil. (...) (Apelação Cível Nº 70059514406, Quinta
Câmara Cível - Serviço de Apoio Jurisdição, Tribunal de

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Justiça do RS, Relator: Maria Claudia Cachapuz,
Julgado em 08/04/2015)

Trata-se de notório desvio produtivo caracterizado


pela perda do tempo que lhe seria útil ao descanso, lazer ou de forma produtiva, acaba
sendo destinado na solução de problemas de causas alheias à sua responsabilidade e
vontade.

Por fim, vale dizer que a perda de tempo de vida útil


do consumidor, em razão da falha da prestação do serviço não constitui mero
aborrecimento do cotidiano, mas verdadeiro impacto negativo em sua vida.

Ainda sobre o tema, o Tribunal de Justiça Europeu


reescreveu o Regulamento (CE) nº 261/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho nos
julgamentos dos casos C-402/07 and C-432/07. Desde então, os danos morais estão
configurados a partir da terceira hora do atraso. Ressalte ainda que os aeroportos
europeus são infinitamente melhores do que os aeroportos brasileiros em termos de
conforto e tecnologia1:

“Pelos fundamentos expostos, o Tribunal de Justiça


(Quarta Secção) declara:
1. Os artigos 2.°, alínea l), 5.° e 6.° do Regulamento
(CE) n.° 261/2004 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 11 de Fevereiro de 2004, que estabelece
regras comuns para a indemnização e a assistência
aos passageiros dos transportes aéreos em caso de
recusa de embarque e de cancelamento ou atraso
considerável dos voos e que revoga o Regulamento
(CEE) n.° 295/91, devem ser interpretados no sentido
de que não se pode considerar que um voo atrasado,
independentemente da duração do atraso, e mesmo
que esta seja considerável, foi cancelado, quando se
realiza em conformidade com a programação
inicialmente prevista pela transportadora aérea.
2. Os artigos 5.°, 6.° e 7.° do Regulamento n.°
261/2004 devem ser interpretados no sentido de que
os passageiros de voos atrasados podem ser

1
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/pt/TXT/HTML/?uri=CELEX:62007CJ0402&from=EN

10
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 20/02/2020 às 19:43 , sob o número 10156619520208260100.
fls. 11

JETER CANTUÁRIA CARNEIRO FILHO – ADVOGADO


RUA VIEIRA DE MORAIS, 74, CJ. 62-A, CAMPO BELO, SÃO PAULO/SP – CEP 04603-002
ENDEREÇO ELETRÔNICO: jf.carneiro.adv@gmail.com

equiparados aos passageiros de voos cancelados,


para efeitos da aplicação do direito a indemnização,
e de que esses passageiros podem, assim, invocar o

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A6113F.
direito a indemnização previsto no artigo 7.° desse
regulamento, quando o tempo que perderam por
causa de um voo atrasado seja igual ou superior a três
horas, isto é, quando cheguem ao seu destino final
três horas ou mais após a hora de chegada
inicialmente prevista pela transportadora aérea.
Todavia, tal atraso não confere aos passageiros o
direito a uma indemnização, se a transportadora
aérea puder provar que o atraso considerável se ficou
a dever a circunstâncias extraordinárias que não
poderiam ter sido evitadas mesmo que tivessem sido
tomadas todas as medidas razoáveis, mais
precisamente circunstâncias que escapam ao
controlo efectivo da transportadora.
3. O artigo 5.°, n.° 3, do Regulamento n.° 261/2004
deve ser interpretado no sentido de que um problema
técnico numa aeronave, que implica o cancelamento
ou o atraso de um voo, não se enquadra no conceito
de «circunstâncias extraordinárias», na acepção
desta disposição, salvo se esse problema decorrer de
eventos que, pela sua natureza ou a sua origem, não
sejam inerentes ao exercício normal da actividade da
transportadora aérea em causa e escapem ao seu
controlo efectivo.”

No dia 24 de maio de 2019, a Agência de Transporte


Canadense também publicou as normas de direitos e deveres dos passageiros. Nestas
regras, o dano moral também está configurado a partir da terceira hora2.

Ao estipular o direito de uma indenização a partir 3


horas de atraso tanto a Corte Europeia quanto a Agência de Transporte Canadense
equilibraram a relação entre passageiros e companhias aéreas. Logo, ao estipular
parâmetros de indenizações tanto o Poder Judiciário (Corte Europeia) quanto o regulador
(Canadá) tentam coibir os abusos dos atrasos por motivos operacionais.

Nesse diapasão, o TJSP vem reconhecendo o dano


moral nos casos de cancelamento de voos e de fortuito interno:

2
https://otc-cta.gc.ca/eng/air-passenger-protection-regulations

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL – Transporte aéreo – Ação


de indenização por dano material e moral –
Interposição de recurso adesivo que não implica risco

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A6113F.
de reformatio in pejus ao primeiro recorrente –
Cancelamento e atraso de voo – Dano material
caracterizado – Não comprovada a prestação de
assistência material à passageira – Dano moral
caracterizado – Sentença que condenou a companhia
aérea no pagamento de indenização por dano moral
no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) – Valor fixado
de forma adequada em vista das circunstâncias do
caso concreto – Sentença de procedência parcial –
Sentença mantida – Recursos não providos. (TJ-SP
1112021-63.2018.8.26.0100 - Relator(a): Daniela
Menegatti Milano -Comarca: São Paulo - 19ª Câmara
de Direito Privado - Data do julgamento: 28/04/2014)

Ementa: Apelação – Transporte aéreo Internacional –


Ação indenizatória – Sentença de acolhimento dos
pedidos – Cancelamento de voo, overbooking,
extravio temporário de bagagem e avaria em
bagagem – Autora que experimentou inúmeros
dissabores e não recebeu adequada assistência da
empresa aérea ré – Dano moral caracterizado e bem
reconhecido em primeiro grau – Convenção de
Montreal, com efeito, não excluindo a indenização
por dano moral, nem a tarifando – Precedentes –
Indenização bem arbitrada em primeiro grau, na
quantia de R$ 15.000,00, não comportando redução
– Sentença confirmada. Dispositivo: Negaram
provimento à apelação. (TJ-SP 1016797-
98.2018.8.26.0100 - Relator(a): Ricardo Pessoa de
Mello Belli - Comarca: São Paulo - 19ª Câmara de
Direito Privado - Data do julgamento: 07/06/2019)

Além das violações aos direitos do consumidor pela


parte ré, o desvio produtivo do consumidor conforme a inteligência dos artigos 186 e 927
do Código Civil.

Face à toda situação narrada e comprovada, a


compensação por danos morais é perfeitamente cabível.

IV. DOS PEDIDOS

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Diante do exposto, requer-se:

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A6113F.
a) A citação da Ré, na pessoa de seu representante legal para, querendo, responder
nos termos da presente, sob pena de revelia e confissão;

b) A dispensa da designação de audiência de conciliação prevista no artigo 334 do


NCPC, visto que tal audiência só irá postergar o processo, sendo contrária ao
princípio constitucional da duração razoável do processo (artigo 5º, inciso LXXVIII
da CRFB), contudo, não se opõe à designação desta, caso V. Exa. entenda por bem
designá-la;

c) A inversão do ônus da prova conforme determina o CDC e a Convenção de


Montreal;

d) A procedência da ação, com a condenação da ré ao pagamento de R$20.000,00


(vinte mil reais) a título de danos morais;

e) A condenação da requerida ao pagamento de custas e honorários sucumbenciais


em 20% do valor da causa, observando o disposto no §2º do artigo 85 do NCPC,
ou fixar o valor dos honorários por apreciação equitativa, conforme dispõe o §8º
do supracitado artigo;

f) Que as publicações sejam realizadas em nome dos Advogados: Dr. ANDRÉ LUÍS
DIAS SOUTELINO – OAB/SP 323.971, sob pena de nulidade.

Protesta por todos os meios de documentais e


supervenientes e dá-se a causa o valor de R$13.000,00 (treza mil reais).

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

São Paulo, 19 de fevereiro de 2020.

JETER CANTUÁRIA CARNEIRO FILHO ANDRÉ LUÍS DIAS SOUTELINO


OAB/SP 296.293 OAB/SP 323.971

ANEXOS:
1 – DOCUMENTOS PESSOAIS, PAGAMENTO DE CUSTAS E PROCURAÇÕES;

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ENDEREÇO ELETRÔNICO: jf.carneiro.adv@gmail.com

2 – LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA;
3 – PRINCÍPIOS DOS USUÁRIOS DE TRANSPORTE AÉREO DA ORGANIZAÇÃO DE AVIAÇÃO
CIVIL;

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4 – GUIA DE ACOMODAÇÃO INVOLUNTÁRIA DA IATA
5 – NOTA TÉCNICA ANAC SOBRE OS DIREITOS DOS CONSUMIDORES;
6 - CONTRATO DE TRANSPORTE;
7 – DEMAIS PROVAS

14
L
DOCUMENTAÇÃO PESSOAL
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COMPANHIA RIOGRANDENSE DE SANEAMENTO
COMPETÊNCIA: 12/2019
92.802.784/0001-90 http://www.corsan.com.br
U.S. 045 - CANOAS

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DATA EMISSÃO: 30/12/2019
CORSAN - CALL CENTER: 0800-6466444
Agência Reguladora: AGESAN - 51 98960 67 37 Nº FATURA: 100003047679201912
Fatura de Serviços - Água e/ou Esgoto

USUÁRIO: HUGO CESAR PHILIPP (49581716068)


ENDEREÇO: RUA TOME DE SOUZA 231 cad padrao

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CÓD. IMÓVEL: 0304767-9 CATEGORIA: RB
LOCALIZAÇÃO: 045.038.884.3580 ECON. ÁGUA: 1
CÓD.DÉB.CONTA: 00003047679 /CONVÊNIO CORSAN ECON. ESG.: 1

HIDRÔMETRO: Y13S365721 ÚLTIMAS LEITURAS / CONSUMOS


COMPETÊNCIA LEITURA CONSUMO
LEITURA ATUAL: 001095 30/12/2019
11/2019 1082 14
LEITURA ANTERIOR: 001082 02/12/2019
10/2019 1068 15
CONSUMO ÁGUA (m3):
09/2019 1053 15
13 MEDIO
08/2019 1038 17
VOLUME ESGOTO (m3): 13 07/2019 1021 0
MÉDIA DE CONSUMO (m3): 13 06/2019 1023 19

COMPOSIÇÃO DE SERVIÇOS
CATEGORIA ECO. ECO. CONSUMO VOLUME SERV. BÁSICO SERV. BÁSICO ÁGUA ESGOTO
ÁGUA ESGOTO ÁGUA ESGOTO ÁGUA ESGOTO
RB 1 1 13 13 26,81 0,00 73,45 51,42

SUBTOTAL DE SERVIÇOS PRESTADOS 151,68


DESCRIÇÃO DOS ITENS FATURADOS
SERVIÇOS VALOR
SUBTOTAL DE SERVIÇOS PRESTADOS 151,68

Valor dos Impostos: PASEP R$ 2.50 (1,65%) - COFINS R$ 11.53 (7,60%). Base de Cálculo: R$ 151.68
REVISÃO SOBRE O APRESENTADO NESTA FATURA VENCIMENTO TOTAL A PAGAR
SOMENTE ATÉ A DATA DE VENCIMENTO 13/01/2020 151,68

AUTENTICAÇÃO MECÂNICA COMPROVANTE USUÁRIO

U.S. 045 - CANOAS COMPETÊNCIA

12/2019

CÓD. IMÓVEL CÓDIGO ARRECADAÇÃO VENCIMENTO TOTAL A PAGAR

0304767-9 100003047679201912 13/01/2020 151,68

DEBITO EM CONTA
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fls. 22

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fls. 23

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JACQUELINE MARTINS ROCHA
Nota Fiscal / RE - Ato Declaratório nº 2019/040
R TOME DE SOUZA 231
Conta de Energia Elétrica
NS DAS GRACAS Nº. 055620978 série U Pág. 1 de 1
92110-060 CANOAS RS Data de Emissão 17/12/2019
Data de Apresentação 20/12/2019
Conta Contrato No 110013547678

Lote Roteiro de leitura Medidor Cliente Reservado ao fisco

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61140.
10 CNOBU080-00000350 1357331 0802491286 53FF.381F.F0FF.FEED.A68F.83CC.E74C.C9F6
PREZADO (A) CLIENTE
ATENÇÃO: Esta conta está classificada como RESIDENCIAL. Isso significa que suas tarifas e impostos serão aplicados de acordo com essa classe. Se o imóvel não é residencial, atualize seu cadastro em
nossos canais de atendimento.

DADOS DA UNIDADE CONSUMIDORA


JACQUELINE MARTINS ROCHA
R TOME DE SOUZA, 231 CPF:479.023.530-00
NS DAS GRACAS CANOAS - RS Classificação: Convencional B1 Residencial - Trifásico 220 / 127 V

ATENDIMENTO PN SEU CÓDIGO CONTA/MÊS VENCIMENTO TOTAL A PAGAR (R$)


0800 970 0900 0802491286 3090909697 DEZ/2019 30/12/2019 136,91
www.rge-rs.com.br
DISCRIMINAÇÃO DA OPERAÇÃO - RESERVADO AO FISCO
Cod. Descrição da Operação Mês Quant. Unid. Tarifa com Valor Total da Base Cálculo Aliq. ICMS Base Cálculo PIS COFINS Bandeiras
115 N° 909451755632 Ref. Faturada Med. Tributos Operação ICMS ICMS PIS/COFINS 0,69% 3,22% Tarifárias
0605 Consumo Uso Sistema [KWh]-TUSD DEZ/19 148,000 kWh 0,43912163 64,99 64,99 30,00 19,50 64,99 0,45 2,09 Vermelha P1
12 Dias
0601 Consumo - TE DEZ/19 148,000 kWh 0,40858109 60,47 60,47 30,00 18,14 60,47 0,42 1,95
Amarela
0601 Adicional de Bandeira Amarela DEZ/19 1,76 1,76 30,00 0,53 1,76 0,01 0,06
17 Dias
0601 Adicional de Bandeira Vermelha DEZ/19 3,86 3,86 30,00 1,16 3,86 0,03 0,12
Total Distribuidora 131,08
DÉBITOS DE OUTROS SERVIÇOS
0807 Contrib. Custeio IP-CIP Municipal DEZ/19 5,83

TOTAL CONSOLIDADO 136,91 131,08 39,33 131,08 0,91 4,22

HISTÓRICO DE CONSUMO kWh Dias TARIFA ANEEL EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO / DATAS DE LEITURA
2019 DEZ llllllllllllllllllllllllllllll
Consumo TUSD TE Leitura Leitura Fator Consumo Taxa de Perda Leitura
148 29
Consumo kWh 0,29026000 0,27001000 Nº Energia 17/12/2019 18/11/2019 Multipl. [kWh] [%] Próximo Mês
NOV llllllllllllllllllllll 110 33 1357331 ATIVA 11684 11536 1,00 148 17/01/2020
lllllllllllllllllllllllllllllll
OUT 153 33
SET lllllllllllllllllllllllllllllllll 167 29
AGO lllllllllllllllllllllll 114 30
lllllllllllllllllllllllllllll
JUL 143 32
llllllllllllllllllllllllllllllllll
JUN 170 29
MAI lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll 217 31
llllllllllllllllllllllllllllllllllllll
ABR 188 28
MAR llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll 269 32
FEV lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll 376 29 INDICADORES DE CONTINUIDADE DE FORNECIMENTO DE ENERGIA
llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll Para consulta dos indicadores acesse nosso site www.rge-rs.com.br
JAN 282 30
2018 DEZ lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll 227 31
INFORMAÇÕES SOBRE A FATURA

Excepcionalmente este mês estamos postergando sua data de vcto.,


de modo a atender os prazos da Resolução 414/ANEEL/2010.
Considerar quitada se efetuado débito em conta corrente.
Caso não ocorra o débito utilize esta conta para pagamento.

AVISO IMPORTANTE

A partir de 01.01.2020 todos os clientes têm direito a optar pela tarifa


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------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Nota Fiscal DÉBITO AUTOMÁTICO CódDébAut-Banco Total a Pagar (R$) Data de Vencimento
Conta de Energia Elétrica Banco 041 Agência 0100 110013547678 136,91 30/12/2019
055620978 Série U
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PORTO AUTO PECAS AV GETULIO VARGAS, 2241 - LOJA 08 - HARMONIA
MAURI PAGLIARINI R SANTA CRUZ, 935 - NITEROI
MINIMERCADO DA BROI LTDA - ME R ERNESTO DA SILVA ROCHA, 814 - ESTANCIA VELHA

836500000010 369100863199 433732081016 100135476784 Autenticação Mecânica


O
PROCURAÇÃO
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1
162
Jeter C ar-rtuâna C arne iro Filho" OAB/SP 296.293.
SUBSTABELECIMENTO

São Paulo,30 de
janeiro de2020.
conferidos para autuar no presente processo, com exceção dos poderes
específicos de receber, dar quitação, substabelecer e transigir, ao advogado
SUBSTABELEÇO, COM RESERVAS, os poderes que me foram
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o
o
o
o
Convenção de Montreal
Resolução nº 400/2016 ANAC
Código Brasileiro de Aeronáutica
Código de defesa do consumidor
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
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ANEXO 2 – LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA SOBRE ATRASO E DANOS

Da Convenção de Montreal (1999) – Decreto nº 5.910, de 27 de setembro de 2006

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
Artigo 19 – Atraso

O transportador é responsável pelo dano ocasionado por atrasos no transporte aéreo de


passageiros, bagagem ou carga. Não obstante, o transportador não será responsável pelo dano
ocasionado por atraso se prova que ele e seus prepostos adotaram todas as medidas que eram
razoavelmente necessárias para evitar o dano ou que lhes foi impossível, a um e a outros, adotar
tais medidas.

Artigo 20 – Exoneração

Se o transportador prova que a pessoa que pede indenização, ou a pessoa da qual se


origina seu direito, causou o dano ou contribuiu para ele por negligência, erro ou omissão, ficará
isento, total ou parcialmente, de sua responsabilidade com respeito ao reclamante, na medida
em que tal negligência, ou outra ação ou omissão indevida haja causado o dano ou contribuído
para ele. Quando uma pessoa que não seja o passageiro, pedir indenização em razão da morte
ou lesão deste último, o transportador ficará igualmente exonerado de sua responsabilidade, total
ou parcialmente, na medida em que prove que a negligência ou outra ação ou omissão indevida
do passageiro causou o dano ou contribuiu para ele. Este Artigo se aplica a todas as disposições
sobre responsabilidade da presente Convenção, inclusive ao número 1 do Artigo 21.

Artigo 21 – Indenização em Caso de Morte ou Lesões dos Passageiros

1. O transportador não poderá excluir nem limitar sua responsabilidade, com relação aos
danos previstos no número 1 do Artigo 17, que não exceda de 100.000 Direitos Especiais de
Saque por passageiro.

2. O transportador não será responsável pelos danos previstos no número 1 do Artigo17,


na medida em que exceda de 100.000 Direitos Especiais de Saque por passageiro, se prova
que:

a) o dano não se deveu a negligência ou a outra ação ou omissão do transportador ou de


seus prepostos; ou

b) o dano se deveu unicamente a negligência ou a outra ação ou omissão indevida de um


terceiro.

Artigo 22 – Limites de Responsabilidade Relativos ao Atraso da Bagagem e da Carga

1. Em caso de dano causado por atraso no transporte de pessoas, como se especifica no


Artigo 19, a responsabilidade do transportador se limita a 4.150 Direitos Especiais de Saque por
passageiro.

2. No transporte de bagagem, a responsabilidade do transportador em caso de destruição,


perda, avaria ou atraso se limita a 1.000 Direitos Especiais de Saque por passageiro, a menos
que o passageiro haja feito ao transportador, ao entregar-lhe a bagagem registrada, uma
declaração especial de valor da entrega desta no lugar de destino, e tenha pago uma quantia
suplementar, se for cabível. Neste caso, o transportador estará obrigado a pagar uma soma que
não excederá o valor declarado, a menos que prove que este valor é superior ao valor real da
entrega no lugar de destino.
fls. 28

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
3. No transporte de carga, a responsabilidade do transportador em caso de destruição,
perda, avaria ou atraso se limita a uma quantia de 17 Direitos Especiais de Saque por
quilograma, a menos que o expedidor haja feito ao transportador, ao entregar-lhe o volume, uma
declaração especial de valor de sua entrega no lugar de destino, e tenha pago uma quantia
suplementar, se for cabível. Neste caso, o transportador estará obrigado a pagar uma quantia
que não excederá o valor declarado, a menos que prove que este valor é superior ao valor real

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
da entrega no lugar de destino.

4. Em caso de destruição, perda, avaria ou atraso de uma parte da carga ou de qualquer


objeto que ela contenha, para determinar a quantia que constitui o limite de responsabilidade do
transportador, somente se levará em conta o peso total do volume ou volumes afetados. Não
obstante, quando a destruição, perda, avaria ou atraso de uma parte da carga ou de um objeto
que ela contenha afete o valor de outros volumes compreendidos no mesmo conhecimento
aéreo, ou no mesmo recibo ou, se não houver sido expedido nenhum desses documentos, nos
registros conservados por outros meios, mencionados no número 2 do Artigo 4, para determinar
o limite de responsabilidade também se levará em conta o peso total de tais volumes.

5. As disposições dos números 1 e 2 deste Artigo não se aplicarão se for provado que o
dano é resultado de uma ação ou omissão do transportador ou de seus prepostos, com intenção
de causar dano, ou de forma temerária e sabendo que provavelmente causaria dano, sempre
que, no caso de uma ação ou omissão de um preposto, se prove também que este atuava no
exercício de suas funções.

6. Os limites prescritos no Artigo 21 e neste Artigo não constituem obstáculo para que o
tribunal conceda, de acordo com sua lei nacional, uma quantia que corresponda a todo ou parte
dos custos e outros gastos que o processo haja acarretado ao autor, inclusive juros. A disposição
anterior não vigorará, quando o valor da indenização acordada, excluídos os custos e outros
gastos do processo, não exceder a quantia que o transportador haja oferecido por escrito ao
autor, dentro de um período de seis meses contados a partir do fato que causou o dano, ou antes
de iniciar a ação, se a segunda data é posterior.

Do Código Brasileiro de Aeronáutica

Art. 230. Em caso de atraso da partida por mais de 4 (quatro) horas, o


transportador providenciará o embarque do passageiro, em vôo que ofereça
serviço equivalente para o mesmo destino, se houver, ou restituirá, de imediato,
se o passageiro o preferir, o valor do bilhete de passagem.

Art. 231. Quando o transporte sofrer interrupção ou atraso em aeroporto de


escala por período superior a 4 (quatro) horas, qualquer que seja o motivo, o
passageiro poderá optar pelo endosso do bilhete de passagem ou pela imediata
devolução do preço.

Parágrafo único. Todas as despesas decorrentes da interrupção ou atraso


da viagem, inclusive transporte de qualquer espécie, alimentação e
fls. 29

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hospedagem, correrão por conta do transportador contratual, sem prejuízo da
responsabilidade civil.

Art. 232. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas legais


constantes do bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de ato que

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cause incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifique a aeronave, impeça ou
dificulte a execução normal do serviço.

Art. 233. A execução do contrato de transporte aéreo de passageiro


compreende as operações de embarque e desembarque, além das efetuadas a
bordo da aeronave.

SEÇÃO III
Da Responsabilidade por Dano a Passageiro

Art. 256. O transportador responde pelo dano decorrente:

I - de morte ou lesão de passageiro, causada por acidente ocorrido durante


a execução do contrato de transporte aéreo, a bordo de aeronave ou no curso
das operações de embarque e desembarque;

II - de atraso do transporte aéreo contratado.


fls. 30

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RESOLUÇÃO Nº 400, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2016.

Dispõe sobre as Condições Gerais de Transporte

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Aéreo.
(Texto compilado)
A DIRETORIA DA AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL - ANAC, no exercício da
competência que lhe foi outorgada pelo art. 11, inciso V, da Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005,
tendo em vista o disposto nos arts. 8º, incisos I e X, da mencionada Lei, 222 a 260 e 302 da Lei nº 7.565,
de 19 de dezembro de 1986, nas Leis nºs 10.406, de 10 de janeiro de 2002, 8.078, de 11 de setembro de
1990, e nos Decretos nºs 5.910, de 27 de setembro de 2006, e 6.780, de 18 de fevereiro de 2009, e
considerando o que consta do processo nº 00058.054992/2014-33, deliberado e aprovado na 26ª Reunião
Deliberativa da Diretoria, realizada em 13 de dezembro de 2016,

RESOLVE:

Art. 1º Estabelecer as condições gerais aplicáveis ao transporte aéreo regular de passageiros,


doméstico e internacional.

Parágrafo único. As condições gerais de transporte aéreo também se aplicam aos voos não
regulares em que houver assentos comercializados individualmente e oferecidos ao público.

CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES PRÉVIAS À EXECUÇÃO DO CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO

Seção I
Da Oferta do Serviço

Art. 2º Na oferta dos serviços de transporte aéreo, o transportador poderá determinar o preço a ser
pago por seus serviços, bem como suas regras aplicáveis, nos termos da regulamentação expedida pela
ANAC.

Parágrafo único. O transportador deverá disponibilizar nos locais de vendas de passagens aéreas,
sejam eles físicos ou eletrônicos, informações claras sobre todos os seus serviços oferecidos e as
respectivas regras aplicáveis, de forma a permitir imediata e fácil compreensão.

Art. 3º O transportador deverá oferecer ao passageiro, pelo menos, uma opção de passagem aérea
em que a multa pelo reembolso ou remarcação não ultrapasse 5% (cinco por cento) do valor total dos
serviços de transporte aéreo, observado o disposto nos arts. 11 e 29, parágrafo único, desta Resolução.

Art. 4º A oferta de serviços de transporte aéreo de passageiros, em quaisquer canais de


comercialização, conjugado ou não com serviços de turismo, deverá apresentar o valor total da passagem
aérea a ser pago pelo consumidor.

§ 1º O valor total da passagem aérea será composto pelos seguintes itens:

I - valor dos serviços de transporte aéreo;

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 31

II - tarifas aeroportuárias; e

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III - valores devidos a entes governamentais a serem pagos pelo adquirente da passagem aérea e
arrecadados por intermédio do transportador.

§ 2º O valor final a ser pago será acrescido de eventuais serviços opcionais contratados ativamente
(regra opt-in) pelo consumidor no processo de comercialização da passagem aérea.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
Art. 5º No processo de comercialização da passagem aérea, a partir da escolha da origem, do
destino, da data da viagem e antes de ser efetuado o pagamento pelos seus serviços, o transportador
deverá prestar as seguintes informações ao usuário:

I - valor total da passagem aérea a ser pago em moeda nacional, com discriminação de todos os
itens previstos no art. 4º, § 1º, desta Resolução;

II - regras de não apresentação para o embarque (no-show), remarcação e reembolso, com suas
eventuais multas;

III - tempo de conexão e eventual troca de aeroportos; e

IV - regras e valores do transporte de bagagem.

§ 1º Para os fins desta Resolução, considera-se processo de comercialização aquele realizado no


território nacional ou por meio eletrônico direcionado ao mercado brasileiro.

§ 2º É vedada qualquer cobrança por serviço ou produto opcional que não tenha sido solicitado
ativamente pelo usuário (regra opt-in).

§ 3º As informações dos produtos e serviços relativos ao transporte aéreo e comercializados pelo


transportador deverão ser disponibilizadas em língua portuguesa, de maneira clara e objetiva.

Seção II
Do Comprovante de Passagem Aérea

Art. 6º O transportador deverá apresentar ao passageiro, em meio físico ou eletrônico, o


comprovante da passagem aérea adquirida contendo, além das informações constantes do art. 5º desta
Resolução, os seguintes itens:

I - nome e sobrenome do passageiro;

II - horário e data do voo, se houver;

III - procedimento e horário de embarque;

IV -produtos e serviços adquiridos; e

V - prazo de validade da passagem aérea.

Art. 7º Nos casos em que o transportador emitir comprovante de passagem aérea sem data pré-
definida para utilização, o prazo de validade será de 1 (um) ano, contado a partir da emissão.

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 32

Art. 8º O erro no preenchimento do nome, sobrenome ou agnome do passageiro deverá ser

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corrigido pelo transportador sem ônus ao passageiro.

§ 1º Caberá ao passageiro solicitar a correção até o momento do check-in.

§ 2º No caso de voo internacional que envolva operadores diferentes (interline), os custos da


correção podem ser repassados ao passageiro.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
§ 3º Não se aplica o disposto no §2º deste artigo nos casos em que o erro decorrer de fato imputado
ao transportador.

§ 4º A correção do nome não altera o caráter pessoal e intransferível da passagem aérea.

Seção III
Da Alteração e Resilição do Contrato de Transporte Aéreo por Parte do Passageiro

Art. 9º As multas contratuais não poderão ultrapassar o valor dos serviços de transporte aéreo.

Parágrafo único. As tarifas aeroportuárias pagas pelo passageiro e os valores devidos a entes
governamentais não poderão integrar a base de cálculo de eventuais multas.

Art. 10. Em caso de remarcação da passagem aérea, o passageiro deverá pagar ou receber:

I - a variação da tarifa aeroportuária referente ao aeroporto em que ocorrerá o novo embarque, com
base no valor que constar na tabela vigente na data em que a passagem aérea for remarcada; e

II - a diferença entre o valor dos serviços de transporte aéreo originalmente pago pelo passageiro
e o valor ofertado no ato da remarcação.

Art. 11. O usuário poderá desistir da passagem aérea adquirida, sem qualquer ônus, desde que o
faça no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, a contar do recebimento do seu comprovante.

Parágrafo único. A regra descrita no caput deste artigo somente se aplica às compras feitas com
antecedência igual ou superior a 7 (sete) dias em relação à data de embarque.

Seção IV
Da Alteração do Contrato de Transporte Aéreo por Parte do Transportador

Art. 12. As alterações realizadas de forma programada pelo transportador, em especial quanto ao
horário e itinerário originalmente contratados, deverão ser informadas aos passageiros com antecedência
mínima de 72 (setenta e duas) horas.

§ 1º O transportador deverá oferecer as alternativas de reacomodação e reembolso integral,


devendo a escolha ser do passageiro, nos casos de:

I - informação da alteração ser prestada em prazo inferior ao do caput deste artigo; e

II - alteração do horário de partida ou de chegada ser superior a 30 (trinta) minutos nos voos
domésticos e a 1 (uma) hora nos voos internacionais em relação ao horário originalmente contratado, se
o passageiro não concordar com o horário após a alteração.

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 33

§ 2º Caso o passageiro compareça ao aeroporto em decorrência de falha na prestação da

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informação, o transportador deverá oferecer assistência material, bem como as seguintes alternativas à
escolha do passageiro:

I - reacomodação;

II - reembolso integral; e

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
III - execução do serviço por outra modalidade de transporte.

Seção V
Das Informações sobre Bagagens

Art. 13. O transporte de bagagem despachada configurará contrato acessório oferecido pelo
transportador.

§ 1º A bagagem despachada poderá sofrer restrições, nos termos desta Resolução e de outras
normas atinentes à segurança da aviação civil.

§ 2º As regras referentes ao transporte de bagagem despachada, ainda que realizado por mais de
um transportador, deverão ser uniformes para cada trecho contratado.

Art. 14. O transportador deverá permitir uma franquia mínima de 10 (dez) quilos de bagagem de
mão por passageiro de acordo com as dimensões e a quantidade de peças definidas no contrato de
transporte.

§ 1º Considera-se bagagem de mão aquela transportada na cabine, sob a responsabilidade do


passageiro.

§ 2º O transportador poderá restringir o peso e o conteúdo da bagagem de mão por motivo de


segurança ou de capacidade da aeronave.

Art. 15. O transportador deverá informar aos usuários quais bagagens serão submetidas a
procedimentos especiais de despacho, em razão de suas condições de manuseio ou de suas dimensões.

§ 1º As bagagens que não se enquadrarem nas regras estabelecidas pelo transportador, conforme
o caput deste artigo, poderão ser recusadas ou submetidas a contrato de transporte de carga.

§ 2º O transporte de carga e de animais deverá observar regime de contratação e procedimento de


despacho próprios.

CAPÍTULO II
DO DESPACHO DO PASSAGEIRO E EXECUÇÃO DO CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO

Seção I
Do Check-in e Apresentação para Embarque

Art. 16. O passageiro deverá apresentar para embarque em voo doméstico e internacional
documento de identificação civil, com fé pública e validade em todo o território brasileiro, observado o
disposto no Decreto nº 5.978, de 4 de dezembro de 2006.

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 34

§ 1º Uma vez que assegure a identificação do passageiro e em se tratando de voo doméstico, deverá

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ser aceita a via original ou cópia autenticada do documento de identificação civil referido no caput deste
artigo.

§ 2º O passageiro estrangeiro deverá apresentar para embarque passaporte estrangeiro válido ou


outro documento de viagem, nos termos do Decreto nº 5.978, de 2006.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
§ 3º O passageiro menor de 12 (doze) anos poderá ser admitido para o embarque em voo doméstico
mediante a apresentação de sua certidão de nascimento, observados os requisitos constantes da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990.

§ 4º Nos casos de furto, roubo ou extravio de documento de identificação do passageiro, deverá


ser aceito o Boletim de Ocorrência em voo doméstico, emitido por autoridade de segurança pública
competente.

Art. 17. No despacho da bagagem, caso o passageiro pretenda transportar bens cujo valor
ultrapasse o limite de indenização de 1.131 (mil e cento e trinta e um) Direitos Especiais de Saque -
DES, poderá fazer declaração especial de valor junto ao transportador.

§ 1º A declaração especial de valor deverá ser feita mediante o preenchimento de formulário


fornecido pelo transportador, garantida uma via ao passageiro.

§ 2º A declaração especial de valor terá como finalidades declarar o valor da bagagem despachada
e possibilitar o aumento do montante da indenização no caso de extravio ou violação.

§ 3º Outros limites de indenização deverão ser observados no transporte internacional, conforme


o tratado internacional aplicável, e deverão ser devidamente informados ao passageiro.

Art. 18. Para a execução do contrato de transporte, o passageiro deverá atender aos seguintes
requisitos:

I - apresentar-se para embarque munido de documento de identificação civil e em horário


estabelecido pelo transportador;

II - atender a todas as exigências relativas à execução do transporte, tais como a obtenção do visto
correto de entrada, permanência, trânsito e certificados de vacinação exigidos pela legislação dos países
de destino, escala e conexão;

III - obedecer aos avisos transmitidos pelo transportador.

Parágrafo único. O descumprimento de quaisquer dos requisitos deste artigo autorizará o


transportador a negar embarque ao passageiro e aplicar eventuais multas.

Art. 19. Caso o passageiro não utilize o trecho inicial nas passagens do tipo ida e volta, o
transportador poderá cancelar o trecho de volta.

Parágrafo único. Não se aplica a regra do caput deste artigo caso o passageiro informe, até o
horário originalmente contratado para o trecho de ida do voo doméstico, que deseja utilizar o trecho de
volta, sendo vedada a cobrança de multa contratual para essa finalidade.

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 35

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Seção II
Do Atraso, Cancelamento, Interrupção do Serviço e Preterição

Art. 20. O transportador deverá informar imediatamente ao passageiro pelos meios de


comunicação disponíveis:

I - que o voo irá atrasar em relação ao horário originalmente contratado, indicando a nova previsão

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do horário de partida; e

II - sobre o cancelamento do voo ou interrupção do serviço.

§ 1º O transportador deverá manter o passageiro informado, no máximo, a cada 30 (trinta) minutos


quanto à previsão do novo horário de partida do voo nos casos de atraso.

§ 2º A informação sobre o motivo do atraso, do cancelamento, da interrupção do serviço e da


preterição deverá ser prestada por escrito pelo transportador, sempre que solicitada pelo passageiro.

Art. 21. O transportador deverá oferecer as alternativas de reacomodação, reembolso e execução


do serviço por outra modalidade de transporte, devendo a escolha ser do passageiro, nos seguintes casos:

I - atraso de voo por mais de quatro horas em relação ao horário originalmente contratado;

II - cancelamento de voo ou interrupção do serviço;

III - preterição de passageiro; e

IV - perda de voo subsequente pelo passageiro, nos voos com conexão, inclusive nos casos de
troca de aeroportos, quando a causa da perda for do transportador.

Parágrafo único. As alternativas previstas no caput deste artigo deverão ser imediatamente
oferecidas aos passageiros quando o transportador dispuser antecipadamente da informação de que o
voo atrasará mais de 4 (quatro) horas em relação ao horário originalmente contratado.

Art. 22. A preterição será configurada quando o transportador deixar de transportar passageiro que
se apresentou para embarque no voo originalmente contratado, ressalvados os casos previstos na
Resolução nº 280, de 11 de julho de 2013.

Art. 23. Sempre que o número de passageiros para o voo exceder a disponibilidade de assentos na
aeronave, o transportador deverá procurar por voluntários para serem reacomodados em outro voo
mediante compensação negociada entre o passageiro voluntário e o transportador.

§ 1º A reacomodação dos passageiros voluntários em outro voo mediante a aceitação de


compensação não configurará preterição.

§ 2º O transportador poderá condicionar o pagamento das compensações à assinatura de termo de


aceitação específico.

Art. 24. No caso de preterição, o transportador deverá, sem prejuízo do previsto no art. 21 desta
Resolução, efetuar, imediatamente, o pagamento de compensação financeira ao passageiro, podendo ser
por transferência bancária, voucher ou em espécie, no valor de:

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 36

I - 250 (duzentos e cinquenta) DES, no caso de voo doméstico; e

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II - 500 (quinhentos) DES, no caso de voo internacional.

Art. 25. Os casos de atraso, cancelamento de voo e interrupção do serviço previstos nesta Seção
não se confundem com a alteração contratual programada realizada pelo transportador e representam
situações contingenciais que ocorrem na data do voo originalmente contratado.

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Seção III
Da Assistência Material

Art. 26. A assistência material ao passageiro deve ser oferecida nos seguintes casos:

I - atraso do voo;

II - cancelamento do voo;

III - interrupção de serviço; ou

IV - preterição de passageiro.

Art. 27. A assistência material consiste em satisfazer as necessidades do passageiro e deverá ser
oferecida gratuitamente pelo transportador, conforme o tempo de espera, ainda que os passageiros
estejam a bordo da aeronave com portas abertas, nos seguintes termos:

I - superior a 1 (uma) hora: facilidades de comunicação;

II - superior a 2 (duas) horas: alimentação, de acordo com o horário, por meio do fornecimento de
refeição ou de voucher individual; e

III - superior a 4 (quatro) horas: serviço de hospedagem, em caso de pernoite, e traslado de ida e
volta.

§ 1º O transportador poderá deixar de oferecer serviço de hospedagem para o passageiro que residir
na localidade do aeroporto de origem, garantido o traslado de ida e volta.

§ 2º No caso de Passageiro com Necessidade de Assistência Especial - PNAE e de seus


acompanhantes, nos termos da Resolução nº 280, de 2013, a assistência prevista no inciso III do caput
deste artigo deverá ser fornecida independentemente da exigência de pernoite, salvo se puder ser
substituída por acomodação em local que atenda suas necessidades e com concordância do passageiro
ou acompanhante.

§ 3º O transportador poderá deixar de oferecer assistência material quando o passageiro optar pela
reacomodação em voo próprio do transportador a ser realizado em data e horário de conveniência do
passageiro ou pelo reembolso integral da passagem aérea.

Seção IV
Da Reacomodação

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 37

Art. 28. A reacomodação será gratuita, não se sobreporá aos contratos de transporte já firmados e

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terá precedência em relação à celebração de novos contratos de transporte, devendo ser feita, à escolha
do passageiro, nos seguintes termos:

I - em voo próprio ou de terceiro para o mesmo destino, na primeira oportunidade; ou

II - em voo próprio do transportador a ser realizado em data e horário de conveniência do

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
passageiro.

Parágrafo único. Os PNAEs, nos termos da Resolução nº 280, de 2013, terão prioridade na
reacomodação.

Seção V
Do Reembolso

Art. 29. O prazo para o reembolso será de 7 (sete) dias, a contar da data da solicitação feita pelo
passageiro, devendo ser observados os meios de pagamento utilizados na compra da passagem aérea.

Parágrafo único. Nos casos de reembolso, os valores previstos no art. 4º, § 1º, incisos II e III, desta
Resolução, deverão ser integralmente restituídos.

Art. 30. Nos casos de atraso de voo, cancelamento de voo, interrupção de serviço ou preterição de
passageiro, o reembolso deverá ser restituído nos seguintes termos:

I - integral, se solicitado no aeroporto de origem, de escala ou conexão, assegurado, nestes 2 (dois)


últimos casos, o retorno ao aeroporto de origem;

II - proporcional ao trecho não utilizado, se o deslocamento já realizado aproveitar ao passageiro.

Art. 31. O reembolso poderá ser feito em créditos para a aquisição de passagem aérea, mediante
concordância do passageiro.

§ 1º O crédito da passagem aérea e a sua validade deverão ser informados ao passageiro por escrito,
em meio físico ou eletrônico.

§ 2º Na hipótese do caput deste artigo, deverá ser assegurada a livre utilização do crédito, inclusive
para a aquisição de passagem aérea para terceiros.

CAPÍTULO III
DAS OBRIGAÇÕES POSTERIORES À EXECUÇÃO DO CONTRATO DE TRANSPORTE
AÉREO

Art. 32. O recebimento da bagagem despachada, sem protesto por parte do passageiro, constituirá
presunção de que foi entregue em bom estado.

§ 1º Constatado o extravio da bagagem, o passageiro deverá, de imediato, realizar o protesto junto


ao transportador.

§ 2º O transportador deverá restituir a bagagem extraviada, no local indicado pelo passageiro,


observando os seguintes prazos:

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 38

I - em até 7 (sete) dias, no caso de voo doméstico; ou

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
II - em até 21 (vinte e um) dias, no caso do voo internacional.

§ 3º Caso a bagagem não seja localizada nos prazos dispostos no § 2º deste artigo, o transportador
deverá indenizar o passageiro em até 7 (sete) dias.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
§ 4º Nos casos em que o passageiro constate a violação do conteúdo da bagagem ou sua avaria,
deverá realizar o protesto junto ao transportador em até 7 (sete) dias do seu recebimento.

§ 5º O transportador deverá, no prazo de 7 (sete) dias contados da data do protesto, adotar uma das
seguintes providências, conforme o caso:

I - reparar a avaria, quando possível;

II - substituir a bagagem avariada por outra equivalente;

III - indenizar o passageiro no caso de violação

Art. 33. No caso de extravio de bagagem, será devido o ressarcimento de eventuais despesas ao
passageiro que se encontrar fora do seu domicílio.

§ 1º O ressarcimento de despesas deverá ser realizado em até 7 (sete) dias contados da apresentação
dos comprovantes das despesas.

§ 2º As regras contratuais deverão estabelecer a forma e os limites diários do ressarcimento.

§ 3º Caso a bagagem não seja encontrada:

I - o ressarcimento de despesas poderá ser deduzido dos valores pagos a título de indenização final,
observados os limites previstos no art. 17 desta Resolução.

II - o transportador deverá restituir ao passageiro os valores adicionais eventualmente pagos pelo


transporte da bagagem.

§ 4º O transportador poderá oferecer créditos para aquisição de passagens e serviços a título de


ressarcimento, a critério do passageiro.

Art. 34. Eventuais danos causados a item frágil despachado poderão deixar de ser indenizados pelo
transportador, nos termos estipulados no contrato de transporte.

CAPÍTULO IV
DO ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS DO TRANSPORTE AÉREO

Art. 35. O transportador deverá disponibilizar ao usuário pelo menos um canal de atendimento
eletrônico para o recebimento de reclamações, solicitação de informações, alteração contratual, resilição
e reembolso.

Art. 36. O transportador que registrar menos de 1.000.000 (um milhão) de passageiros
transportados no ano anterior poderá manter o funcionamento do Serviço de Atendimento ao
Consumidor - SAC para atendimento telefônico nos dias em que estiver operando voos no território
__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 39

brasileiro e em horário comercial, nos termos da ressalva prevista no art. 5º do Decreto nº 6.523, de 31

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
de julho de 2008.

Parágrafo único. Será permitido que os transportadores utilizem SAC para atendimento telefônico
de maneira compartilhada.

Art. 37. O transportador deverá prestar atendimento presencial no aeroporto para tratar de pedidos

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
de informação, dúvida e reclamação do usuário, bem como dos seus deveres decorrentes de atraso de
voo, cancelamento de voo, interrupção de serviço e preterição de passageiro.

§ 1º O atendimento poderá ser realizado em local apartado e devidamente identificado ou no


próprio balcão de check-in, a critério do transportador.

§ 2º O atendimento referido no caput deste artigo deverá funcionar por no mínimo 2 (duas) horas
antes de cada decolagem e 2 (duas) horas após cada pouso e permanecer enquanto houver operação e
necessidade nos casos de atraso de voo, cancelamento de voo, interrupção de serviço e preterição de
passageiro.

Art. 38. As informações solicitadas pelo usuário deverão ser prestadas imediatamente e suas
reclamações resolvidas no prazo máximo de 10 (dez) dias a contar do registro, ressalvados os prazos
específicos contidos nesta Resolução.

Art. 39. O transportador deverá responder, no prazo de 10 (dez) dias, as manifestações de usuários
encaminhadas pelo sistema eletrônico de atendimento adotado pela ANAC.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 40. O transportador deverá assegurar o cumprimento desta norma por seus prepostos.

Art. 41. Nos processos administrativos para apuração de infrações aos requisitos estabelecidos
nesta Resolução, aplicar-se-á o procedimento geral previsto na Resolução nº 25, de 25 de abril de 2008,
e na Instrução Normativa nº 8, de 6 de junho de 2008. (Redação dada pela Resolução nº 434, de
27.06.2017)

Art. 42. A Superintendência de Acompanhamento de Serviços Aéreos - SAS deverá submeter à


Diretoria, após 5 (cinco) anos de vigência da presente Resolução, relatório sobre sua aplicação, eficácia
e resultados, com a indicação de possíveis pontos para revisão.

Parágrafo único. A Diretoria deliberará pela aprovação do relatório e revisão da regulação.

Art. 43. O descumprimento dos requisitos estabelecidos nesta Resolução caracterizará infração
capitulada no art. 302, inciso III, alínea “u”, da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, sujeitando os
infratores aos valores de multas fixados na tabela de que trata o Anexo desta Resolução. (Redação dada
pela Resolução nº 434, de 27.06.2017)

Art. 44. Esta Resolução entra em vigor 90 (noventa) dias após a sua publicação.

Art. 45. Ficam revogados:

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 40

I - a Instrução de Aviação Civil 2203-0399 (IAC 2203-0399), intitulada “Informações aos Usuários

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
do Transporte Aéreo”;

II - a Portaria DAC nº 155/DGAC, de 22 de março de 1999, publicada no Diário Oficial da União


de 24 de março de 1999, Seção 1, página 48, que aprovou a mencionada IAC;

III - a Resolução nº 130, de 8 de dezembro de 2009, publicada no DOU de 9 de dezembro de 2009,

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
Seção 1, página 13;

IV - a Resolução nº 138, de 9 de março de 2010, publicada no DOU de 12 de março de 2010,


Seção 1, páginas 13 e 14;

V - os arts. 4º, 5º, 9º e 10 da Resolução nº 140, de 9 de março de 2010, publicada no DOU de 12


de março de 2010, Seção 1, página 14;

VI - a Resolução nº 141, de 9 de março de 2010, publicada no DOU de 15 de março de 2010,


Seção 1, páginas 7 e 8;

VII - a Resolução nº 196, de 24 de agosto de 2011, publicada no DOU de 29 de agosto de 2011,


Seção 1, páginas 8 e 9;

VIII - os §§2º e 3º do art. 10 da Resolução nº 350, de 19 de dezembro de 2014; e

IX - as Normas de Serviços Aéreos Internacionais - NOSAI CT – 011, CT – 012, TP – 005, TP –


024.

JOSÉ RICARDO PATARO BOTELHO DE QUEIROZ


Diretor-Presidente

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
fls. 41

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
ANEXO À RESOLUÇÃO Nº 400, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2016.
(Incluído pela Resolução nº 434, de 27.06.2017)
VALORES DE MULTAS DECORRENTES DE INFRAÇÃO À RESOLUÇÃO

Valor (expresso em real)

Mínimo Intermediário Máximo

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61142.
20.000 35.000 50.000

__________________________________________________________________________________
Publicado no Diário Oficial da União de 14 de dezembro de 2016, Seção 1, página 104.
Retificada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2016, Seção 1, página 111.
Organização de Aviação Civil Internacional
Princípios básicos de proteção ao consumidor da
fls. 42

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61143.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
fls. 43

ECONOMIC DEVELOPMENT

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61143.
ICAO CORE PRINCIPLES ON CONSUMER PROTECTION

Recognizing that passengers can benefit from a competitive air transport sector, which
offers more choice in fare-service trade-offs and which may encourage carriers to
improve their offerings, passengers, including those with disabilities, can also benefit
from consumer protection regimes.

Industry Consumer
Competitiveness Protection

Government authorities should have the flexibility to develop consumer protection


regimes which strike an appropriate balance between protection of consumers
and industry competitiveness and which take into account States’ different social,
political, and economic characteristics, without prejudice to the safety and security
of aviation.

National and regional customer protection regimes should:


• Reflect the principle of proportionality;
• Allow for the consideration of the impact of massive disruptions;
• Be consistent with the international treaty regimes on air carrier liability
(Warsaw Convention 1929; Montréal Convention 1999).

Raising awareness on air passengers rights


Efforts should be made to increase awareness of passengers to help them make
informed choices. Air passengers should benefit from:

• Accessible information on their rights;


• Clear guidance on legal or other protection applicable in their specific situation,
including assistance expected, for example, in case of service disruption;
• Consumer education about passengers consumer rights and the available
avenues for recourse in cases of disputes.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
fls. 44

BEFORE TRAVEL

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61143.
Passengers should have access to clear and transparent information on the air transport
product sought, including:

1. Total price, including the applicable air fare, taxes, charges, surcharges and fees;
2. General conditions applying to the fare; and
3. Identity of the airline actually operating the flight and advice on any change
occurring after the purchase as soon as possible.

DURING TRAVEL

• Passengers should be kept regularly informed throughout their journey on any


special circumstances affecting their flight, particularly in the event of service disruption.
• Passengers should receive due attention in cases of service disruption including
rerouting, refund, care and/or other compensation (where provided).
• Persons with disabilities should, without derogating from aviation safety, have access
to air transport in a non-discriminatory manner and to appropriate assistance.
• Mechanisms should be planned in advance by all concerned stakeholders to ensure
that passengers receive adequate attention and assistance in cases of massive
disruptions.
• Massive disruptions include situations resulting from circumstances:
Outside the operator’s control;
Of a magnitude such that they result in multiple cancellations and/or delays;
Leading to a considerable number of passengers stranded at the airport.

Examples of such circumstances, which result in large numbers of passengers being


stranded away from their home, include: (i) meteorological or natural phenomena of a
large scale (hurricanes, volcanic eruptions, earthquakes, floods), (ii) political instability, (iii)
similar events.

AFTER TRAVEL

• Efficient complaint handling procedures should be available.


• Passengers should be clearly informed about such procedures.

For the full text of the ICAO core principles on consumer protection please visit:
http://www.icao.int/sustainability/Documents/ConsumerProtection/CorePrinciples.pdf

Or contact us via:
ecd@icao.int
Guia de acomodação involuntária da IATA
IATA GUIDELINES TO INVOLUNTARY REROUTING
fls. 45

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61144.
CD-ROM Enclosed
fls. 46

I n t e r n a t i o n a l A i r Tr a n s p o r t A s s o c i a t i o n
Airline Guide to

1st Edition
Effective 1 September 2002
Involuntary Rerouting
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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61144.
Montreal – Geneva
International Air Transport Association
Airline Guide to

Effective 1 September 2002


Involuntary Rerouting

1st Edition
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SECTION 4 — KEY INVOLUNTARY REROUTE CONCEPT

Essential to a smooth handling of involuntary reroute situations is to understand the key concept:

To get the passengers to their destinations as quickly as possible with due regard for the passengers
needs in what are very difficult and stressful circumstances.

The biggest question that needs to be answered when determining how you are going to do this is:

Can I use the original flight coupons?

Can I do a reissue?

or

Will I need to issue a Flight Interruption Manifest (FIM)?

Note: The issuance of the FIM should be the last thing to consider. Only if you cannot use the original flight
coupons, if they are not available, or if a reissue is not possible should a FIM be considered.

7
1

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ANEXO 5

PASSAGEIROS DO TRANSPORTE AÉREO


NOTAS TÉCNICAS E PARECER DA ANAC SOBRE OS DIREITOS DOS
fls. 49

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2

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1. NOTA TÉCNICA ANAC Nº 14

3. NOTA TÉCNICA ANAC 31/2018/GCON


2. PARECER ANAC Nº 7/2018/GCON/SAS
fls. 50

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3

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fls. 51

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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
fls. 52

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ANAC AGÊNCIA NACIONAL
DE AVIAÇÃO CIVI L

Protocolo -ANAC
00058.073790/2014-91

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Nota Técnica nº 14/2014/GNOP/SRE

Brasília, 19 de agosto de 2014

1. Do Objeto

Trata-se de Nota Técnica sobre a proposta de revisão e consolidação das


Condições Gerais de Transporte atualmente reguladas .pela Portaria nº 676/GC-5, de 13 de
novembro de 2000, da Instrução de A viação Civil nº 2203, de 16 de março de 1999 e das
Resoluções nº 138, 140 (parte relativa ao direito à informação) e 141, todas de 9 de março
de 201 Oe a Resolução nº 218, de 28 de fevereiro de 2012.
Busca-se com o presente trabalho sugerir· a codificação de toda legislação
relativa às Condições Gerais de Transporte e direitos dos passageiros, de modo que seja de
fácil acesso e manuseio as regras relativas à prestação dos serviços de transporte destinadas
aos passageiros, tal como era a Portaria nº 676/2000 antes de ser submetida à revisão.
Além disso, também está se propondo fazer um aprimoramento da
legislação vigente, seja ela anterior à criação da ANAC ou editada pela própria Agência, de
modo a sanar algumas falhas já identificadas e permitir nova participação social para que
sejam propostas melhorias na regulação setorial, em especial no que se refere aos direitos
I
dos usuários.

2. Da Justificativa

Considerando o disposto no art. 4 7, I, da Lei nº 11.182, de 27 de setembro


de 2005, em que os regulamentos, normas e demais regras editadas pelo extinto
Departamento de A viação Civil do Comando da Aeronáutica - DAC deverão ser
gradualmente substituídos;
Considerando o disposto na Portaria nº 2852, de 30 de outubro de 2013, que
institui a Agenda Regulatória desta Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC para o
ano de 2014, que prevê a revisão e consolidação das condições gerais de transporte;
Considerando a competência regimental conferida à Superintendência de
Regulação Econômica e Acompanhamento de Mercado - SRE para submeter à Diretoria
"projetos de atos normativos relativos à outorga, à exploração e à fiscalização de serviços
aéreos públicos de transporte de passageiros, carga e mala postal, regular e não-regular,
doméstico e internacional ( ... )" 1, delegada à Gerência de Normas e Projetos - GNOP para
"propor normas para a outorga e a exploração de serviços aéreos", "controlar, editar e
preparar para publicação os atos normativos da Superintendência de Regulação Econômica .

1 Art. 39, I, "a" da Resolução nº 110, de 15 de setembro de 2009.


/

4 a
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ANAC AGÊNC IA NAC IONAL
DE AV IAÇÃO CIV I L

e Acompanhamento de Mercado" e "propor edição de normas ou procedimentos que


tenham repercussão nas relações de consumo de serviços aéreos" 2 . ·

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Elabora-se a presente nota técnica com vistas a subsidiar a necessidad~ de
revogação dos artigos ainda em vigor da Portaria 676, de 13 de novembro de 2000, e
consequente elaboração de novo normativo que também consolidará as demais normas
pertinentes a relação contratual entre passageiros e empresas de transporte aéreo.

3. Da Análise

3.1. Do Regime Jurídico Aplicado ao Setor de Transporte Aéreo Regular

Muito embora o artigo l 80 da Lei 7.565, de 19 de dezembro ·de 1986,


preconize que o serviço de transporte aéreo regular dependerá sempre de prévia concessão,
veremos que a "concessão dos serviços aéreos" não apresenta nenhum dos elementos
definidores da típica concess,ão de serviçp público regrada pelas Leis 8.666, de 21 de junho
de l 993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 e 9.074 de 07 de julho de 1995.
Até a promulgação da Constituição Federal de 1988, não havia qualquer
obrigação de licitação para a concessão de serviço público, porém a nova Carta Maior, em
seu artigo 175, trouxe tal obrigatoriedade, in verbis:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos. (grifo nosso)
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
1 - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
permissão;
li - os direitos dos usuários;
Ili - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Como visto, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é
taxativa ao determinar que a prestação de serviço público, sob concessão ou permissão,
será sempre através de licitação. ·
Buscando regulamentar o disposto no sobredito artigo constitucional, a Lei
8.666, de 21 de junho de 1993, qu~, dentre seus artigos, destacamos: ·
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento
licitatório específico, a ser estabel~cido no Código Brasileiro de
Aeronáutica.
Assim, pode se admitir que no sobredito artigo vislumbrou-se que fosse
incluído no CBA procedimento específico para a outorga de serviço de transporte aéreo de
passageiro, o que não ocorreu.

2 Art. 2º, I, li e IV da Portaria nº 576 da SRE, de 15 de abril de 2010.

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fls. 54

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AGÊNCIA NACIONAL
DE AV IAÇÃO CIVIL

Ademais, em 14 de fevereiro de 1995 entrou em vigor a Lei 8.987, que


dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
previstos no art. 175 da Constituição Federal; como também, em 07 de junho do mesmo
ano foi promulgada a Lei 9.074, que estabelece normas para outorga e prorrogações das
concessões e permissões de serviços públicos; sendo que tais dispositivos não fizeram
.
qualquer menção quantó ao serviço de transporte aéreo de passageiros .
Como bem se expõe no acórdão nº 346/2008, do Tribunal de Contas da
União - TCU, "o instituto da concessão foi idealizado para a prestação de serviços
públicos em situações de monopólio natural, em que não há condições de competição e
portanto aplica-se forte regulação econômica", o que não se vê na atual conjuntura do
tré:µtsporte aéreo de passageiros no Brasil. Nesse aspecto, dada a dinâmica operacional do
mercado de transporte aéreo de passageiros e na busca pelo menor preço pela of~rta do
serviço, não é desejável a outorga da exploração de determinada linha aérea a um único
operador posto que os operadores aéreos encontram-se _imersos em um mercado
competitivo.
O Brasil segue hoje o modelo dos mercados mais desenvolvidos, em que
não há barreiras à entrada de novos operadores nacionais (desde que observadas a
capacidade operacional, normas regulamentares de prestação de serviço adequado e a
regulação técnica de segurança), bem como vigora o regime de liberdade tarifária,
instituído pela Lei 11.182/05, que acirrou o 'nível de competição entre as empresas aéreas e
se mostrou benéfica ao propiciar o acesso de um número muitó maior da população ao
transporte aéreo de passageiros.

3.2. A Lei de Criação da ANAC e o Regime de Liberdad_e Tarifária

Como visto, não há na concessão do serviço de transporte aéreo um contrato


1

público propriamente dito e, portanto, nenhuma previsão de contraprestação entre a


prestadora do serviço e o Poder Público, não há garantia do equilíbrio econômico-
financeiro, não há exclusividade na prestação do serviço ou barreiras para a entrada de
novos prestadores; assim, totalmente a mercê do mercado econômico concorrencial, as
empresas de tr~sporte aéreo devem gerir suas receitas para lucrar e manterem-se
competitivas e assim o fazem através do chamado «gerenciamento de receitas,,, propiciado
pela Lei de Criação da ANAC, Lei '11.182, de 27 de setembro de 2005, especificamente
seu artigo 49, a saber:
Art. 49. Na prestação de serviços aéreos regulares, prevalecerá o regime
de liberdade tarifária.
§ 1o No regime de liberdade tarifária, as concessionárias ou
permissionárias poderão determinar suas próprias tarifas, devendo
comunicá-las à ANAC, em prazo por esta definido.
O regime de liberdade tarifária é uma ·das premissas da regulação econômica
de
para as empresas transporte aéreo e implica na ampla liberdade para que o transportador
disponha sobre as restrições contratuais que formam o preço de determinada classe
tarifária.
Através da liberdade tarifária. e do mercado concorrencial, as empresas
aéreas em todo o mundo, a fim de manterem-se competitivas, passaram a gerir os riscos
dos contratos através da prática do gerenciamento de receitas.

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DE AVIAÇÃO CIVIL

No gerenciamento de receitas, os preços das passagens aéreas são


determinados em função de vários fatores relacionados à operação das empresas e também

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à dinâmica própria de um mercado competitivo, entre os quais: demanda (determinada,
entre outros, pelas características do serviço, pela renda, pelo próprio preço do serviço, .
pela sazonalidade e pela disponibilidade de outros meios de transporte); grau de
concorrência na rota; grau de maturação do serviço e da empresa no mercado; capacidade
das aeronaves;, taxa de ocupação das aeronaves (densidade da rota); estrutura de custos da
empresa; distância da ligação; organização da malha aérea da empresa; horário e dia da
semana do voo; ações de marketing; antecedência de aquisição do bilhete de passagem; e
acordos operacionais normalmente firmados entre as empresas aéreas cujos serviços são
complementares, ou seja, entr~ aquelas que operam rotas internacionais, nacionais ou
regionais.
Assim, as empresas aéreas normalmente estabelecem preços diferenciados
para assentos em um mesmo voo, buscando atender às diversas características do maior
número possível de usuários, inclusive o valor que estão dispostos a pagar por um assento '
_e, assim, alcançar maiores níveis de ocupação de suas aeronaves, obtendo rentabilidade,
que é o fator que sustenta a oferta do serviço.
Entende-se que essa é mais uma ferramenta de competição entre as
companhias aéreas e de acesso da população aos serviços de transporte aéreo. Por
exemplo, uma empre~a pode oferecer vantagens diferenciadas de acordo com a classe da
tarifa adquirida. Para tarifas de maior valor, é comum não haver cobrança de multa de
reembolso ou remarcação (permite-se maior flexibilidade). Para tarifas promocionais, é
comum haver essa cobrança, cujo valor pode ser variável entre as empresas. Portanto, o
passageiro deve estar ciente de que as passagens mais baratas têm maiores restrições e o
passageiro assume os riscos de eventuais circunstâncias extraordinárias que o
impossibilitem de comparecer ao embarque. Por outro lado, quando o passageiro adquire
uma tarifa flexível ele transfere os riscos 'do não comparecimento ao transportador aéreo,
podendo remarcar ·a passagem ou solicitar o reembolso até mesmo livre do pagamento de
multas.
Assim, conclui-se que eventual regulação que imponha regras rígidas ou
limite a forma como as empresas aéreas ofereçam o serviço de transporte aéreo teria o
potencial de aumentar o valor das tarifas aéreas (inclusive as mais flexíveis), o que
ocasionaria uma diminuição das tarifas promocionais e do acesso da população aos
serviços de transporte aéreo.

3.3. Transporte Aéreo de Passageiros: arcabouço normativo

3.3.1. A Constituição Federal de 1988

Preceitua a CRFB, artigo 5º, inciso XX.XII, que o Estado, na forma da Lei,
promoverá a defesa do consumidor. Ainda, os artigos 170 e 174 consagram que:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
( ... )
fV - livre concorrçncia;

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DE AV IAÇÃO C I V I L

( ... )
V - defesa do consumidor;

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( ... )
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade
econômica, o E:stado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o
setor público e indicativo para o setor privado (grifos nosso).
Consoante se depreende dos dispositivos acima, dispôs o legislador
constituinte especificamente sobre a tutela constitucional tanto da defesa do consumidor
quanto a livre iniciativa çconômica e seu incentivo, ambos igualmente importantes para o
desenvolvimento do comércio no Brasil.
Do artigo 170, ordenador da ordem econômica, pode-se abstrair no sentido
de vislumbrar a inconstitucionalidade de mandamentos que não reflitam a mesma
valoração, estabelecida no texto fundamental, entre a livre iniciativa e a defesa do
consumidor3 • Mais, tais preceitos têm por objetivo fazer com que exista a compatibiliza.ção
entre a livre iniciativa e a defesa do consumidor de forma justa e para o bem estar da
sociedade.
Ainda, ressalta-se que a liberdade de iniciativa, disposto no art. 1º, IV da
Magna Carta, envolve não só a liberdade de empresa, mas também a liberdade de contrato;
é princípio básico do liberalismo econômico e tem por finalidade assegurar a todos
existência digna, conforme ditames da justiça social. 4
Já o artigo 174, fomenta o Estado como promotor da economia, recaindo os
deveres de proteger, estimular, promover, apoiar, favorecer e auxiliar, sem emprego de
meios coativos, as atividades particulares que satisfaçam necessidades e conveniências de
interesse geral. 5 -

3.3.2. O Código do Consumidor


Demonstrada a tutela constitucional tanto da defesa do consumidor quanto
da livre iniciativa, trazemos ao estudo o que se deve conceber como consumidor e
fornecedor de serviço, através dos dispositivos do Código do Consumidor, Lei Federal nº
8.078/90, a saber:
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto-ou serviço como destinatário final.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolve,m atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestação de serviços.
( ... )
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.

3 Fábio Ulhoa Coelho, Curso de Direito Comercial, Vol. l, 10ª Ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2006, p. 188
4 Marcelo Novelino, Direito Constitucional, 5" Ed., São Paulo, Editora Método, 20 l 1. p. 374-375
5 José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, 34ª Ed .• São Paulo, Editora Malheiros, p.

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Dos artigos expostos, depreende-se o entendimento de que incide relação de


consumo _entre a empresa prestadora do serviço de transporte aéreo e o usuário deste

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serviço.
Definido que se trata de relação d~ consumo, passamos a debater os direitos
e deveres de cada agente da relação, expondo inicialmente o artigo 6º que diz:
Art. 6° São direitos básicos do con~umidor:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os
riscos que apresentem; (grifos nosso)
A exposição do artigo acima é fundamental para o debate em tela pois ele se
co·necta diretamente ao artigo 14 do código consumerista, que assim se expressa:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos."
§ 1° O serviço é defeituoso ' quando não fornece a segurança que o
consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
li - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
O menéionado artigo 6° traz não apenas um direito do usuário de serviço,
mas ainda um dever do prestador que é o de informar ao usuário, de maneira clara e
adequada, todas as características e riscos sobre o seu produto ~/ou serviço; dever este
firmado de forma mais contundente no artigo 14 no qual, da ausência ou deficiência do
cumprimento do dever de informar, responderá de forma objetiva o fornecedor do serviço
de transporte aéreo pelo prejuízo que causar, ou seja, bastará a vítima comprovar o dano e
o riexo de causalidade entre este e o serviço defeituoso.
Então, podemos abstrair até aqui que, segundo o Código ·de Defesa do
Consumidor, a falta ou insuficiência do dever de informação acarretará o chamado defeito
de comercialização 6, em que o fornecedor do serviço responderá pelo dano que este defeito
causar independente de culpa.
Aind~, nesta esteira normativa acerca do dever de informaçãÓ trazida pelo
código consumerista, reza o artigo 31 que:
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar
informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço,
garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como
sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Como vi~to, no mercado de consumo o dever de informar é pré-contratual,
ou melhor, é ele oferecido em dois momentos distintos: um pré-contratual, que é o do
momento da oferta do produto, conforme artigo 31 já exposto, e outro o momento que
perdurará da aderência ao contrato até a sua conclusão, conforme artigo 46, a saber:

6Antônio Herman V. Benjamin, Manual de direito do Consumidor, 2ª Ed., São Paulo, Revista dos Tribunais,
2009,p. 128

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Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão


os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar

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conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos
forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e
alcance.
Também, na interpretação do artigo 46, deve se abstrair além de sua
literalidade, pois não bastará a mera leitura do conteúdo do contrato para a sua completa
eficácia, e sim o efetivo entendimento ' do contrato, e, especialmente, das cláusulas
limitativas de direito, não deixando qualquer margem a dúvida quanto ao seu conteúdo e
do que dele irá emergir.
Continuando a análise previa do Código do Consumidor, assim dita o artigo
39: ' -
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas:
( ... )
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
Ao contrário do que se pode inferir da primeira leitura do artigo 39, inciso
V, não trata ele de uma prestação prevista em contrato, mas sim de uma prática de mer~ado
em que uma parte, o fornecedor ou prestador, obtém vantagem exagerada em detrimento a
outra, o consumidor, o que não se verifica no sistema de gerenciamento de receitas e
conseqüente oferta: de tarifas não flexíveis, onde o que se exige é apenas uma
contraprestação a um beneficio concedido.
Prosseguindo o debate acerca do código consumerista e seus reflexos no
serviço de transporte aéreo de passageiros, trazemos o mais controverso artigo, qual seja, o
artigo 49, in verbis:
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a
contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço,
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer
fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a
domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o d ireito de arrependimento
previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título,
durante. o prazo de reflexão, serão ' devolvido·s, de imediato,
monetariamente atualizados.
Conforme lição do Professor Fábio Ulhoa Coelho 7, tal artigo tem por escopo
coibir o chamado marketing agressivo, que consiste na oferta de produto ou serviço
utilizando-se de técnicas de venda que inibem a análise do consumidor acerca da real
conveniência e oportunidade de consumo. São artificias que buscam a precipitação da
decisão de consumo através da redução ou até supressão do tempo necessário a exata
reflexão do consumidor sobre a real necessidade daquele produto ou serviço. Outra
justificativa é o fato do consumidor não possuir o devido contato com o produto (só há
descrições, fotos e catálogos que podem deturpar a idéia que se faz dele) e desta forma
melhor dimensionar se aquele produto irá ou não atender suas necessidades de consumo.

7Fábio Ulhoa Coelho, Curso de Direito Comercial, Vol.3, 8ª Ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2008, pp. 47 e

ss.

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Continua o renomado professor, abordando o ponto controverso do artigo 49


do CDC, qual seja, a identificação das técnicas utilizadas para a identificação do chamado

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marketing agressivo, onde ele coloca que "a identificação jurídica dessas técnicas, até a
difusão do comércio eletrônico, era feita pela noção de ato de consumo realizado fora do
estabeleçimento (porta a porta, telemarketing, marketing direto, etc.)". Assim, a venda
realizada fora do estabelecimento do fornecedor é feita sob condição resolutiva, ou seja,
recebido o produto ou adquirido determinado serviço, tem o consumidor direito a decidir,
de modo refletido e com o devido contato no caso de produto, se aquel_e ato de consumo é
de seu interesse e, caso não seja, pode rescindir o contrato. .
Contudo, essa relação foi estabelecida antes do desenvolvimento do
comercio eletrônico e do chamado estabelecimento virtua!8, ocasionando situações não
compreendidas expressamente pela lei e que demandam maior análise.
A condição resolutiva para produtos adquiridos em estabelecimentos
virtuais até faz sentido, pois pode o consumidor ter deturpada a realidade acerca do
produto a adquirir, seja por imagem em perspectiva que iluda a real dimensão do produto,
seja por descrições tendenciosas a mascarar uma determinada característica perceptível
apenas ao contato físico com o produto. O mesmo não se pode dizer dos serviços em que o
consumidor procura o estabelecimento virtual do fornecedor, pois estes, os serviços, são
intangíveis, ou seja, não são palpáveis, não se pode dimensioná-los até a sua execução e,
desta forma, não há qualquer diferença entre a idéia que irá conceber o consumidor acerca
do serviço a ser prestado, seja a oferta e contratação ef~tivada no estabelecimento físico ou
virtual.
, Esta problemática foi exposta de forma precisa em julgado do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro, nos autos de Ação Civil Pública9, ao observar que: .
De fato, não há que se aplicar a toda e qualquer compra e venda realizada
fora do estabelecimento comercial o prazo de reflexão ou de
arrependimento previsto no artigo 49 do Código de Defesa do
Consumidor.
A intenção do legislador, ao criar tal dispositivo, foi proteger o
consumidor contra técnicas agressivas de marketing publicitário,
aquisição irrefletida, ou ainda, desconhecimento quanto ao produto ou
serviço a ser adquirido.
Na hipótese de venda de passagem aérea por meio de telefone ou internet,
entretanto, o consumidor tem acesso a toda·s as infonnações relativas ao
serviço a ser contratado, como valor da passagem, horário do vôo, data,
serviço de bordo, conexão, etc., da mesma forma que teria se o mesmo se
dirigisse pessoalmente ao estabelecimento comercial.
Assim, não há que se falar em situação de vulnerabilidade do consumidor
ou desequilíbrio na relação de consumo, a justificar a incidência do artigo
49 da Lei nº 8.078/90, já que em nada difere a aquisição da passagem
aérea no próprio estabelecimento comercial da aquisição fora dele.
Também, em Decisão da Justiça Federal em Goiás, em autos de Ação Civil
Pública 10 , foi exposto que:

8 FábioUlhoa Coelho, Curso de Direito Comercial, Vol.3, s~ Ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2008, pp. 33 e

ss.
9 Ação Civil Pública, Apelação Cível 2008.001.33979. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

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ANAC AGÊNC I A NACIONAL
DE AVIAÇÃO CIVIL ~=-L="""--- ~·
Rubrica -
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No que pertine à aplicação do art. 49 do CDC às compras de passagens


aéreas pela internet entendo não s_er o caso. Não se pode olvidar que não

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faz qualquer diferença comprar uma passagem aérea na loja da empresa,
pela internet ou por telefone. É que não há surpresa a ser coibida, uma
passagem em det~rminada data e horário entre um ponto de partida
determinado e um destino fixo não revela discussão ou surpresa. Se fosse
a intenção do legislador que toda a compra fosse feita sob condição de
poder desistir em sete dias teria estendido a benesse sem limite. Entender
pela literalidade do artigo não é proteger a relação de consumo, é
conceder vantagem extremamente desproporcional a uma das partes
contratantes, é que, neste caso, a empresa não pode escolher em sete dias
se vai transportar o passageiro ou não. Os direitos fundamentais
encontram limites em outros direitos fundamentais, e a propriedade
também é direito fundamental, bem como a livre iniciativa. Não se pode
· conferir abuso à proteção dos direitos do consumidor.
Ainda, recente acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, reformou
sentença de 1° grau, em ação ordinária, proferindo que:
Desses argumentos, afere-se, então, que a g;lrantia estratifi,cada no artigo
49 da Lei de Consumo, considerando-se sua finalidade, não deve ser
aplicada às compras de passagens aéreas pela internet. Isso porque, neste
· caso, as condições acerca do serviço contratado já estão todas
descriminadas na página eletrônica da companhia aérea, da mesma forma
ou, até mesmo, com informações mais completas do que se a compra for
efetivada no próprio estabelecimento comercial da empresa fornecedora
de forma presen'cial. Ademais, se trata de ser'Viço padronizado e
impassível de irradiar qualquer dúvida no momento da sua aquisição.
Ora, ou o consumidor necessita e está disposto a viajar por via aérea, ou
não, sendo-lhe facu•tada a aquisição do bilhete de passagem oferecidas
pelas companhias que atuam no mercado, observado, quando o caso,
simplesmente as opções de conforto oferecidas - classe econômica,
executiva, primeira classe etc.
Assim, entendemos que o ato de aquisição da passagem aérea o consúmidor '
tem acesso a todas as informações pertinentes ao serviço a ser contratado, tais como o
preço do bilhete, a data, local de embarque e horário do seu voo, as possíveis conexões, o
tempo de voo, de forma que não há distinção entre o consumidor que realiza a compra no
estabelecimento virtual, desfrutando dç conforto e comodidade de sua residência, e aquele
que adquire no estabelecimento fisico da empresa aérea.
No entanto, muito embora o art. 49 do CDC não abarque os bilhetes de
passagem aérea adquiridos pela internet, seria salutar a elaboração de normativo específico
ao setor que contemplasse a situação ou providencia similar, visando amenizar ou até
dirimir os problemas ocasion'a dos pelo -preenchimento incorreto do bilhe!e.
Outro artigo que pode implicar nas condições gerais de transporte,
precisamente quanto a aplicação e interpretação das normas sobre cancelamento e
remarcação de passagem aérea é o artigo 51, que assim diz:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

10 Ação Civil Pública, Processo0007653-81.2007.4.0l.3900, Justiça Federal do Pará, s• Vara Federal

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A N AC AGÊNCIA !')ACIONAL
, DE AV I AÇAO C IVIL

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga,


nos casos previstos neste código;

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Como visto, o artigo 51 aniquila do contrato qualquer cláusula que subtraia
do consumidor a opção de reembolso de . quantia já paga, porém somente nos casos
previstos no CDC. Desta feita, o questionamento que poderá surgir irá recair exatamente
no já controverso artigo 49 e as passagens menos flexíveis que, em alguns casos, não
prevêem nos casos de cancelamento por parte do consumidor. Porém a aplicação do artigo
49 nas compras realizadas no estabelecimento virtual da empresa aérea já foi considerada,
conforme explanação nos parágrafos anteriores.
A exposição do artigo 51 neste estudo deve-se mais a necessidade de
embate entre "cláusula abusiva" e "cláusula limitativa de direito" preconizadas no Código
do Consumidor. Enquanto a primeira objetiva excluir ou restringir o dever de indenizar
decorrente do descumprimento de uma obrigação regularmente firmada pelo fornecedor, a
segunda tem por finalidade restringir a própria obrigação a ser assumida pelo fornecedor 11 ,
a exemplo do artigo 54, §4°, que desta maneira expressa:
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente
pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor
deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil
compreensão.
Segundo os ensinamentos o Professor Sergio Cavalieri Filho, nas cláusulas
abusivas (artigo 51 ), também chamadas de cláusulas de não indenizar, o fornecedor assume
a obrigação (dever originário) e, quando a descumpre (inadimplemento), não quer
responder pelas conseqüências (responsabilidade), o que, segundo ele, é abuso. Já nas
cláusulas limitativas de direito, o fornecedor não assume .a obrigação, o que se permite até .
pelo milenar princípio de que ninguém pode ser compelido a assumir maior encargo do que
possa ou quer 12 • ·

Como visto, no artigo 54, §4º materializou-se no Código do Consumidor a


liberdade de contratar, o livre arbítrio de decidir, de expressar a vontade, interesses e
conveniências, assumindo as partes as r • ·p nsabilidades que entendam possíveis. É o que
ocorre, por exemplo, nos contratos de seguro, onde o segurador pode não quer~r assumir
determinado risco e assim expressa ao limitar a sua obrigação, e o segurado, dentro do
limite imposto pelo segurador, tem, por exemplo, a possibilidade de adquirir diferentes
produtos, quais sejam, diferentes tipos de apólices, cada qual com sua taxa de franquia,
nível de cobertura etc.
Deste modo, são permitidas em lei as cláusulas que impliquem limitação do • 1

direito do consumidor, desde que expressamente previstas e destacadas no contrato.

3.3.2.1. Análise dos dados enviados pelas empresas aéreas referentes à


antecedência de comercialização de bilhetes e eventuais alterações ·
contratuais por iniciativa exclusiva do passageiro

11 Sergio Cavalieri Filho, Programa de Direito do Consumidor, 2° Ed.,São Paulo, editora Atlas, 2010, p. 166
12IDEM

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ANAC AGÊNCIA NACIONA L ,
DE AVIAÇÃO C IVIL

No mês de setembro/2013, a ANAC solicitou às maiores empresas aéreas


brasileiras alguns dados relacionados à antecedência de compra por parte do consumidor,

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bem como eventuais alterações contratuais ocorridas por iniciativa do passageiro. Tal se
deu para subsidiar este estudo sobre o impacto que uma eventual regulamentação sobre o
direito de desistência poderia ter no gerenciamento tarifário das empresas aéreas, sem se
ater aos motivos que acarretaram as alterações contratuais. Considerando que as empresas
aéreas solicitaram confidencialidade em relação aos dados enviados, pois os mesmos
subsidiam o modelo de negócio de cada uma delas, utilizaremos as designações "A", "B",
"C", e '. 'D" para identificá-las, citando somente números percentuais. Os dados referem-se
ao ano de 2012. ·

3.3.2.1.1. Antecedência de compra

- O primeiro dado solicitado refere-se à antecedência em relação ao voo em


que 0 passageiro adquire um bilhete aéreo. Dividiu-se os dados em 3 intervalos temporais:
compra em até 7 dias de antecedência, de 8 a 30 dias e mais de 30 dias. Os resultados
foram os seguintes:

Tabelai: Antecedência de compra do bilhete aéreo em relação à data de voo no ano de 2012

Empresa Até 07 dias 8 a 30 dias Mais de 30 dias

A 46,3% 37,0% 16,7%

B 41,0% 37,2% 21,8%

e 31,0% 32,7% 36,3%

D 28,3% 23,0% 48,7%

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

Gráfico 1: Antecedência de compra do bilhete aéreo em relação à data de voo, no ano de 2012

- A

30.0<H, - B
- e
- o

Até07 dias 8 a 30 dias :Mais de 30 dias

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
ANAC AGÊNCIA NACIONAL
DE AVIAÇÃO C IVI L

De acordo com os dados apresentados, é possível verificar-se uma grande

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
diferença entre os dados entregues por cada uma das empresas. Tais discrepâncias podem .
ser explicadas pelos modelos de negócios de cada uma. Por exemplo: se uma empresa
aérea adota como política privilegiar o transporte de passageiros que estejam viajando a
turismo, existe a tendência de um maior número de vendas ocorrer com bastante
antecedência em relação à viagem. Já se a empresa aérea possui foco no transporte de
viajantes a negócios, é possível presumir que aquela comercializará um volume grande de
bilhetes com pouca antecedência. Há que se fazer uma ressalva quanto ao exemplo
anterior, pois devido à liberdade tarifária e consequente flutuação de preços, uma empresa
que comercialize bilhetes com foco em viajantes a negócios pode em determinado
momento oferecer passagens com preços mais atrativos a passageiros com outro perfil,
como por exemplo, turistas.
Apesar da variação entre cada uma das empresas, a quantidade de bilhetes1
vendidos com uma semana ou menos de antecedência em relação ao voo é muito alta.
Dessa forma, uma. aplicação literal do Direito de Arrependimento causaria um impacto
significativo no planejamento das empresas aéreas. Com a possibilidade de o consumidor
desistir do contrato de transporte em um momento muito próximo do voo, tendo como
consequência pouco tempo para comercializar um assento anteriormente ocupado e
liberado em decorrência do cancelamento, as empresas aéreas seriam obrigadas a diminuir
o risco de prejuízo. É dificil imaginar uma compensação décorrente deste risco que não
implique em aumento de tarifa para os demais passageiros e consequente redução na
quantidade de promoções realizadas pelas empresas.

3.3.2.1.2. Forma de aquisição

Um dado de elevada importância está relacionado à forma de aquisição dos


bilhetes, isto é, se foram comercializados diretamente em estabelecimento comercial da
empresa ou se a compra ocorreu fora do estabelecimento comercial, seja por telefone ou
internet. O conhecimento de tais informações é fundamental, . visto que o direito de
arrependimento poderia ser aplicável somente à segunda situação. Os resultados foram os
seguintes:

Gráfico 2: Distribuição percentual da forma de aquisição dos bilhetes aéreos na empresa A, no ano de 2012

Empresa A: Passagens
comercializa das diretamente
11a1cio/Loja
s"

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

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DE AVIAÇÃO C IVIL

Gráfico 3: Distribuição percentual da forma de aquisição dos bilhetes aéreos na empresa 8, no ano de 2012

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Empresa B: Passagens
Telefone ~OmercializadaS diretamente
7" ----- Baldo/Loja
--- _11%

--~
Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

Gráfico 4: Distribuição percentual da forma de aquisição dos bilhetes aéreos na empresa C, no ano de 2012

Empresa C: Passagens
comercializadas diretamente
Telefone - - - - - . Balc2o/Loja
9" . ---...:__ B"

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

Gráfico 5: Distribuição percentual da forma de aquisição dos bilhetes aéreos na empresa D, no ano de 2012

Empresa D: Passagens
comercializadas diretamente

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

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ANA.e AGÊNC I A NACIONAL
DE AVIAÇÃO C IVIL

Apesar de ex1st1rem algumas diferenças consideráveis na forma de

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comercialização das tarifas - o que reflete a concorrência entre as empresas e suas
diferentes estratégias comerciais -, um ponto comum a todas é a pequena quantidade de
bilhetes adquiridos nas lojas de cada uma delas. Isto significa que a compra fora do
estabelecimento comercial é a regra do mercado de aviação civil no Brasil e não a exceção,
ao contrário da sistemática adotada pelo próprio setor aéreo no cenário econômico do
início do anos Noventa, quando o CDC foi publicado. Consequentemente, uma aplicação
literal do direito de arrependimento poderia acarretar um efeito considerável nos balanços
das empresas.
Ainda quanto à forma de aquisição, é importante destacar a grande
quantidade de bilhetes adquiridos por intenn_édio de prepostos das empresas aéreas, como
agências de .turismo. A questão da compra fora do estabelecimento comercial nesses casos
também é significativa, visto que muitas agências comercializam bilhetes, que podem ser
vinculados a pacotes turísticos ou não, exclusjvamente de forma online. Considerando que
a ANAC não regula as agências de turismo, e a partir do entendimento de que as empresas
aéreas credenciam seus prepostos de forma voluntária para comercializar bilhetes em seu
nome, qualquer conflito resultante da comercialização de serviços de transporte aéreo por
agentes de viagem terá como consequência a ação da ANAC sobre o efetivo prestador de
serviço, ou seja, a própria empresa aérea.

3.3.2.1.3. Categorias tarifárias

Como já exposto anteriormente, a liberdade tarifária teve como uma de suas


consequências o estabelecimento de divisão dos bilhetes em classes tarifárias por parte das
empresas aéreas. Para um melhor entendimento da escolha do consumidor, separaram-se as
classes tarifárias em duas categorias: flexíveis e restritas. A primeira inclui somente os
bilhetes comercializados vinculados à tarifa mais flexível praticada por cada uma das
empresas, que possui penalidades menores em caso de alteração contratual. Já na segunda
categoria,' somaram-se todos os demais bilhetes vinculados a tarifas mais restritas,
incluídas as promocionais. Os resultados, em percentuais, foram os seguintes:

Tabela2 : Distribuição percentual de venda no ano de 2012 segundo as bases tarifárias

Empresa Flexível Restrita

A 5,4% 94,6%

B 1,2% 98,8%

e 0,8% 99,2%

D 2,9% 97,1%

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

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AGÊNCI A NACIONAL
DE AV IAÇÃO C IVIL

Considerando os dados enviados pelas empresas aéreas, é de fácil


constatação que o principal critério utilizado pelo consumidor .ao adquirir um bilhete é o

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preço, pois os bilhetes restritos, em regra, são associados a tarifas mais baixas. A aplicação
total e irrestrita do direito de arrependimento poderia inibir as empresas aéreas a ofertarem
bilhetes com condições mais restritas, e o consumidor seria obrigado a migrar para a tarifa
flexível, mais cata. Em um cenário mais negativo, potenciais passageiros com menor
condição financeira teriam menor acesso ao transporte aéreo. ·
Há de se repisar que o ordenamento jurídico brasileiro admite a existência
de direitos disponíveis nos contratos consumeristas, desde que a limitação de direito esteja
redigida no contrato de adesão de forma clara e destacada, nos termos do art. 54, §4° do
,, CDC, abaixo transcrito:
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente
pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
( ...)
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor
deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil
compreensão.
Com isso, admite-se que o legislador buscou preservar a lógica econômica
nas relações de consumo ao permitir que alguns direito_s sej{lill disponíveis, podendo o
consumidor se valer de uma vantagem econômica em troca de uma limitação de direito, tal .
como já exposto, ocorre na contratação de coberturas em apólices de seguro. Assim, caso
um passageiro opte por uma tarifa mais barata, lhe é assegurado ter as limitações de
direitos impostas pelo contrato grafadas de forma destacadas, para que, a seu critério, possa
avaliar o beneficio da adesão ao contrato.
3.3.2.t'.4. '
Quantidade e antecedência das alterações em relação ao
voo
Outra questão de jnteresse para o estudo é a quantidade de alterações
solicitadas pelos passageiros e o momento em que esses pedidos ocorrem. O segundo
ponto é especialmente crítico, pois alguns bilhetes cuja comercialização é vantajosa para _a
empresa, ainda .que não cobrindo o custo por assento na aeronave, deixariam de ser
lucrativos caso os mesmos pudessem ser alterados em uma data muito próxima ao voo sem
incidência de ônus. O estudo considerou somente as tarifas mais restritas, que como visto
no item anterior, respondem pela grande maioria dos contratos de tr~sporte aéreo.
As alterações foram divididas em 3 categorias: reembolsos, remarcações e
créditos. A diferenciação é importante, pois no caso do reemeolso, o passageiro
efetivamente deixa de viajar pela empresa, enquanto nos outros casos viaja em data
diferente da originalmente marcada. Os dados fornecidos pelas empresas aéreas geraram as
seguintes representações gráficas:
,,

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ANAC AGÊNC I A NACIONA L
DE AVIAÇÃO C I V I L

· G~áfico 6: Distribuição percentual de alterações contratuais por iniciativa do passageiro na empresa A, ano de
2012

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Tarifas mais restritas
5,29'6

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

Gráfico 7: Distribuição percentual das alterações por iniciativa do passageiro na empresa A conforme a
' antecedência em relação ao voo, no ano de 2012

Antecedência das alterações contratuais


em relação ao voo (%)

0a3dlas 417dlas 8115 ctas 16 a 30 dias Mais de 30 dias

- Reerrboho 22'6 - Remarcadas~ - cr~dlto 16'6

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

Gráfico 8: Distribuição percentual de alterações contratuais por iniciativa do passageiro na empresa B,

ano de 2012

Tarifas mais restritas

• sem
Alt-'6-•
• Com
Altan "5e•
NoSh-

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

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AN,A C AGÊNC IA NACIONAL
DE AV I AÇÃO CIV IL

Gráfico 9: Distribuição percentual das alterações por iniciativa do passageiro na empresa B conforme a

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antecedência em relação ao voo, no ano de 2012

Antecedência das alterações contratuais


em relação ao voo (")
-1
30,6

2596
2096
159'
1006
5'6 - - - - -~=~:::::,::,,,-- ----==--
°" Oa 3dlas 4a 7 dias Ba 15 dias 16 a 30 dias Mais de 30 dias
- Reembolso34'6 - Remarcadas 6396 Cridlto 49'

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

Gráfico I O: Distribuição percentual de alterações contratuais por iniciativa do passageiro na empresa C, ano
de 2012

Tarifas mais restritas

• Sam
A1t. . ç11e.
• Com
A1t. .ç11e.
NoSh-

- Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

Gráfico 11: Distribuição percentual das alterações por iniciativa do passageiro na empresa C conforme a
antecedência ~m relação ao voo, no ano de 2012

Antecedência das alterações contratuais


em relação ao voo (%)

Oa 3dias 4117dl11s 81115 dias 16 1130 dias Mais de 30 dias

- -Reembolso 63'6 - Remarcadas 37'6 - Crédlto0'16

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DE AVIAÇÃO CIV I L

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

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Gráfico 12: Distribuição percentual de alterações contratuais por iniciativa do passageiro na empresa D, ano
de 2012

/ . Tarifas mais restritas

as.n
Altwache
• Com
Alt-~
No Show

'-

Fonte: Elaboração própria a_partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

Gráfico 13 : Distribuição percentual das alterações por iniciativa do passageiro na empresa D conforme a
antecedência em relação ào voo, no ano de 2012

Antecedência das alterações contratuais


em relação ao voo (%)
~

25'6

~
20'6
15'6
1096 _::.::==- -
5" ..
°" 0a3dlas 4 a 7 dias 8 a 15 dias 16 a 30 dias Mais de 30 dias

- Reembolso 17" - Remarcadas 28'6 - Cridlto 55'6

Fonte: Elaboração própria a partir de dados encaminhados pelas empresas aéreas

De forma geral, os dados apresentados pelas empresas possuem dois pontos


de convergência. O primeiro diz respeito à quantidade de alterações solicitadas em relação
ao volume total de bilhetes comercializados, que em números percentuais aptesenta-se de
maneira bastante reduzida em relação aos bilhetes não alterados; o segundo é a tendência
dos passageiros solicitarem as alterações em datas próximas ao voo.
Ainda que em números absolutos a quantidade de solicitações de alterações
contratuais possa ser considerada pequena, um eventual cenário que obrigasse as empresas
aéreas a reembolsarem passageiros de forma gratuita em qualquer cancelamento (dentro
dos critérios de aplicação do Direito do Arrependimento do CDC) poderia ter como
consequência um impacto significativo nas .empresas, pois o transporte aéreo, devido aos

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D E AVIAÇÃO C IVIL

altos custos opera(?ionais e grande concorrência, trabalha com margens de lucro


relativamente pequenas 13 .

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De forma adicional, é provável que a aplicação literal do Direito do
Arrependimento poderia levar a uma mudança comportamental do çonsumidor, que
poderia passar a cancelar contratos de transporte aéreo com grande frequência, o que .
' virtude das restrições tarifárias.
atualmente ocorre de forma moderada em
Finalmente, constatou-se que grande parte das solicitações de alteração
contratual ocorre em datas muito próximas dos voos. Um mecanismo que restringisse as
empresas aéreas quanto ao estabelecimento de regras tarifárias poderia resultar em um
cenário pior para o consumidor, não refletindo em melhorias para a sociedade como um
todo. -

3.3.3. O Código Civil de 2002

Segundo o Código Civil Brasileiro (CCB), artigo 730, contrato de transporte


é aquele ' segundo o qual "alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um
lugar para outro, pessoas ou coisas".
Seguindo os preceitos do código civilista, nos deparamos com o artigo 731,
que assim diz:
Art. 731. O transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou
concessão, rege-se pelas normas regulamentares e pelo que for
estabelecido naqueles atos, sem prejuízo do disposto neste Código.
No Código Civil de 2002, em seu artigo 731, deixou-se claro que o contrato
de transporte será regido por 'normas regulamentares próprias, inerentes a cada concessão,
· permissão ou aútorização, contando que não haja conflito entre a norma regulamentar e o
nele disposto. Aduz ainda, em seu artigo 732, que "aos contratos de transporte, em geral,
são aplicáveis, quando couber, desde que não contrariem as disposições deste Código, os
preceitos constantes da legislação especial e de tratados e convenções internacionais".
Nota-se que no novo Código Civil, lei ordinária geral, nos ditos "sem
prejuízo do disposto neste Código" e "desde que não contrariem as disposições deste
Código", em desatenta análise, pode sinalizar pela aplicação da legislação especial pré-
existente, bem como regular a elaboração de novos textos normativos. Contudo não vemos .
estes ditos de forma imperativa, mas sim como um balizador ou norteador hermenêutico,
dado que o Código Civil surge como um ordenamento mais estável e menos sujeito a
transformações bruscas o que lhe proporciona, do ponto de vista histórico-cultural e não
hierárquico, o status de "Constituição Fundamental" frente à incessante mutabilidade dos
Direitos Constitucional e Administrativo 14 .
Mais, na interpretação conjunta dos artigos 731 e 732, vemos que o Código
Civil não procura a total regulação do serviço de transporte, e sim foi intenção do
legislador dar aos operadores do direito a função de aplicar harmoniosamente todo o
arcabouço jurídico concernente, se norteando pela lei basilar geral que fornece a segurança
mínima necessária as relações 'civis.

11 http://www.iata.org/pressroom/pr/Pages/2013 -03-20-0 l .aspx


14 Miguel Reale, Lições Preliminares. de Direito, 27ª Ed, São Paulo, Editora Saraiva, 2004, p. 358

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AGÊNC IA NAC IONA L
DE AVIAÇÃO C IVIL

Ainda, ·da análise do código civilista, um ponto de enorme discussão recaí


sobre o caput do art. 740, que deste modo expõe:

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Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte
antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da
passagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de
ser renegociada.
Tal regra, apesar de dotada de. escopo louvável, é de dificil aplicabilidade,
porque o legislador não estabeleceu qual é o tempo razoável a renegociação,
impossibilitando ao passageiro a prova de que deu ao transportador tempo suficiente para
que ele renegociasse a passagem. Contudo essa lacuna reforça os ditos nos parágrafos
anteriores, de que o Código Civil mais do que impor regras de conduta, ele sim dita
parâmetros na elaboração e regulação de normas, permitindo tanto uma evolução
hermenêutica quanto elabórativa.
Além de conceder ao passageiro o direito de rescindir o contrato de
transporte antes de iniciada a viagem, o código civilista admite também a hipótese de
desistência do contrato durante ou após sua execução, conforme §§ 1° e 2º do artigo 740, I
que assim profere:
§ 1º. Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de
iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente
ao trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido
transportada em seu lugar.
§ 2° Não terá direito. ao reembolso do valor da passagem o usuário que
deixar çie embarcar, salvo se provado que outra pessoa foi transportada
em seu lugar, caso em que lhe será restituído o valor do bilhete não
utilizado.
Lido os parágrafos, facilmente se pode depreender que são eles também de
difícil concreção, pois primeiro, no caso de transporte terrestre, típico caso de concessão,
não há a prática do chamado overbooking (situação em que o transportador vende mais
passagens do que o suportado pelo meio de transporte, esperando justamente que alguns
dos passageiros não compareçam para o embarque, essa denominada no-show), assim o
assento que se tornou vazio pela desistência não manifestada acaba por continuar vazio. Já
no que diz respeito às empresas aéreas, mesmo com a prática do overbookihg, muitos
assentos acabam não preenchidos, e, dado o fato que não há um assento predeterminado no
momento de aquisição do bilhete de passagem aérea, fica praticamente impossível
. determinar qual passageiro teve seu lugar ocupado dentre os desistentes, a menos claro que
o voo saia com todos os lugares ocupados.
Ademais, vê-se que ao afrontar o Código Civil com já a Portaria 676/00,
acaba por ser o código civilista até menos protetivo, pois determina ele que a comunicação
de desistência seja feita dentro de um lapso temporal, conquanto a portaria não exige lapso
de tempo para esta comunicação.
Por fim, em todas ás hipóteses de rescisão praticada pelo passageiro, poderá
o transportador reter 5% do valor da passagem, a tít.ulo de multa compensatória, conforme
§3° do artigo 740, in verbis:
§ 3° Nas hipóteses previstas neste artigo, o transportador terá direito de
reter até cinco por cento da importância a ser restituída ao passageiro, a
título de multa compensátória.

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C,
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2 :1: Rubrica -
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3.3.4. Da legisiação da ANAC inerente ao direito dos usuários

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Da legislação da ANAC que trata do direito dos usuários de transporte aéreo
de passageiros, a Portaria 676/GC-5, de 13 de novembro de 2000, era a que de forma mais
ampla e diversa tratava sobre o assunto.
Com o advento da Lei 11.182/05, além de criar a Agência Nacional de
Aviação Civi~, dispôs em seu artigo 47, inciso I, a substituição gradual· dos regulamentos,
normas e demais regras em vigor até aquele momento. Desta forma, dada a diversidade de
assuntos de que tratava a Portaria 676/GC-5, sua substituição demandou estudos mais
amplos e profundos, culminando com uma atualização segmentada, o que resultou nas
Resoluções nºs 138, 140, 141, todas de 09 de março de 2010, como também a Resolução nº
218, de 28 de fevereiro de 2012.
A Resolução nº 138 disciplinou as condições gerais de transporte atinentes à
comercialização e às características do bilhete de passagem, para garantir, entre outras
prerrogativas, a certeza do preço de compra do serviço ao u~uário, conforme anunciado.
Este não estaria mais sujeito à cobrança de adicionais não mencionados inicialmente no
processo de compra, tais como taxa extra de combustível.
Quanto à Resolução nº 140, esta passou a exigir uma maior transparência na
relação transportador aéreo e usuário, vez que regulamenta o registro e publicidade das
tarifas referentes ao servjço de transporte aéreo regular de passageiros.
Por sua vez, a Resolução nº 141 tratou dos atrasos e cancelamentos de voos,
à preterição de passageiros e assistência material. Tal dispositivo, ao estabelecer a
prestação de assistência material, harmonizou a relação entre transportador e passageiro, na
medida em que minimizou o impacto prejudicial das circunstâncias que provocam atrasos e
cancelamentos. Assim, a Resolução nº 141 /10 foi concebida de modo a dispor acerca das
principais necessidades do passageiro diante dessas circunstâncias, tais como: acesso à
informação, alternativas ao serviço originalmente contratado e assistência material devida
em cada momento.
D.e seu lado, na Resolução nº 218 se perquiriu a transparência quanto. aos
percentuais de atrasos e cancelamentos de voos, para caracterizar o serviço ofertado e dotar
de mais informações a relação de consumo. A despeito desta configuração, a norma
exposta não se destina a normalizar procedimentos de transporte ou defesa de interesses de
usuários, mas exclusivamente garantir o acesso à informação específica. Insta salientar que
há que se fazer uma ponderação profunda sobre os motivos que levaram essa norma a ser
inserida no processo de revisão e consolidação das condições gerais de transporte aéreo,
avaliando a pertinência de sua manutenção nesse contexto.

3.4. Do Direito Comparado: análise de normativos da Argentina, Colômbia, Chile,


União Européia, Estados Unidos e orientações da Organização de Aviação
Civil Internacional (OACI)

3.4.1. Argentina: Análise da Resolução nº 1.532/98 da AdQiinistratición


I
Nacional de Aviación Civil - ANAC, sobre Condições Gerais do Contrato
de Transporte Aéreo ·

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ANAC AGÊNCIA NACIONA L
DE AV I AÇÃO CIV I L
I

A Resolução nº 1.532/98 da Administratición Nacional de Aviación Civil da


Argentina (ANAC Argentina) rege a exploração dos serviços de transporte aéreo regular

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nacional e internacional, tanto de passageiros quanto de carga. Mencionada resolução
prevê aplic ção subsidiaria ao transporte aéreo não regular de empresas autorizadas e não
autorizadas, sendo que em caso de transporte gratuito e tarifa reduzida, estes seguiriam as
normas do transportador.
Ademais, ficou consignado na norma argentina que as Condições Gerais não
se aplicarão nas disposições que forem contrárias - no que couber - à Convenção 15 , leis,
decretos, regulamentos governamentais, disposições ou exigências de cumprimento
mandatório.

3.4.1.1. Transferência de titularidade do bilhete

Na norma argentina fica estabelecido, em seu artigo 3°, alínea "d", que o
contrato pode ser pessoal e intransferível ou ao portador, de acordo com os regulamentos
da transportadora. Ou seja, na norma erri análise se faculta tal condição, diferentemente da
norma bm ileira, já que o art. 11 da Resolução nº l 38/20 l O da ANAC determina que no
Brasil o bilhete de passagem é pessoal e intransferível.

3.4.1.2. Validade do bilhete

Em semelhança ao disposto na norma brasileira, o prazo de validade do


bilhete de passagem é de 1 (um) ano a contar da data de sua emissão, observadas as
condições de aplicação da tarifa empregada.
Sobre esse p~azo, aduz a norma Argentina que quando um passageiro, antes
do início da viagem, justifica através de atestado médico doença ou deficiência tisica para
usufruir do serviço durante o período de validade do bilhete, tal prazo pode ser prorrogado
pelo transportador por um período mínimo de 30 (trinta) dias. Também, como previsão de
extensão do prazo de validade do bilhete, se dá quando o passageiro apresenta problemas
de saúde no ·decorr<::r do percurso. Por fim, quanto ao tema, .háverá previsão de extensão do
prazo de validade do bilhete para os passageiros que acompanham outro que falece.

3.4.1.3. Regras sobre as bases tarifárias

Quanto as regras sobre as bases tarifárias, se determinou no texto argentino


que haja informação adequada ao passageiro, devendo ser esclarecidas: as distintas tarifas
disponíveis e suas condições, se o voo é com escalas ou se há paradas intermediárias, e se

15 CONVENÇÃO: significa qualquer dos seguintes instrumentos que sejam aplicáveis ao contrato de
transporte aéreo internacional :
- Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional firmado em
VARSÓVIA (POLONIA) em 12 de outubro de 1929;
- Convenção de VARSÓVIA emendada em HA YA (HOLANDA) em 28 de setembro de 1955; .
- Convenção de VARSÓVIA emendada pelo Protocolo Adicional Nº 1 de MONTREAL (CANADÁ) de
1975;
- Convenção de VARSÓVIA emendada em HA YA em 1955 e pelo Protocolo Adicidnal Nº 2 de
MONTREAL de 1975;
- Convenção de VARSÓVIA emendada em HA YA em 1955 e pelo Protocolo Adicional Nº 3 de
MONTREAL de 1975.

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
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DE AVIAÇÃO CIV I L Rubrica
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houver mudança de aeronave na rota ou compartilhamento do transporte (codeshare) entre


transportadoras. Há também a determinação para que em voos com duração superior a uma

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
hora e trinta minutos, seja informado ao passageiro, no momento da compra do bilhete, se
haverá serviço de alimentação à bordo.

3.4.1.4. Identificação do passageiro

Sobre a identificação do passageiro, a Resolução nº 1.532/98 da ANAC


Argentina consignou em seu artigo 7°, alínea "a", que o transportador tem a faculdade de
verificar a identidade do passageiro no momento de embarque, diferentemente da norma
brasileira, que determina que o operador aéreo, durante os procedimentos de embarque,
deve realizar a identificação do passageiro de forma a assegurar que ao embarcar na
aeronave, o mesmo seja o det~ntor do bilhete aéreo e esteja de posse de documento válido
de identificação com foto, nos termos estabelecidos em normatização específica sobre a
matéria (RBAC 108 subparte B c/c Resolução nº 130/2009, ait. 4°).

3.4.1.5. Transporte de menor desacompanhado

Pela' norma em análise, a operadora reserva-se o direito de recusar o


transporte de pessoas com menos de 6 (seis) anos, por razões de cuidados a bordo, se não
forem acompanhadas por um passageiro de . no mínimo 12 (doze) anos de idade. Se o
passageiro não for o pai ou responsável_., deve haver a permissão necessária para viajar. Já a
norma brasileira, em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente, restringe
os procedimentos de viagens nacionais para crianças com até 12 anos de idade
incompletos, sendo que para adolescentes, pessoas entre 12 e 18 anos, há restrições
somente para viagens internacionais.
1

3.4.1.6. Bagagem

No que se refere à franquia de bagagem, a norma argentina estabelece que


quando dois ou mais passageiros viajam juntos é possível a compensação do peso ou do
número de peças de suas respectivas bagagens até o limite autorizado.
Ademais, versa a norma que equipamentos e bagagens devem ser
transportados na mesma aeronave, salvo quando razões técnicas, operativas ou
meteorológicas não permitam tal procedimento.

3.4.1.7. Não comparecimento ao embarque e cancelamento por iniciativa


do passageiro

Em casos de no-show, o transpo!iador pode cobrar um ericargo do


passageiro.
Além disso, pode ser cobrado um encargo se o passageiro solicita o
cancelamento do contrato no período menor do que vinte e quatro (24) horas antes da
partida do voo. Tal encargo não será cobrado em alguns casos, como por motivo de razões
médicas ou se o atraso for superior a 4 horas.
Em relação ao cancelamento do contrato de transporte pelo passageiro, a
companhia aérea fará o reembolso podendo cobrar taxas de até \0% da tarifa paga se o
cancelamento for feito com antece9ência de mais de 24 horas antes da partida do voo; ou

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AGÉNC I A NACIONA L
DE AV I AÇÃO C IVIL

até 20% da tarifa paga se o cancelamento for solicitado com antecedência menor do .que 24
horas antes da partida ·programada, mesmo que o bilhete tenha sido comprado em tal

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período.
O prazo para o reembolso é estipulado em 30 dias após a expiração da
validade do contrato, sendo que a empresa poderá negar o reembolso caso o passageiro não
o solicite dentro deste prazo.

3.4.1.8. Responsabilidade e assistência material

O transportador, salvo motivo de força maior, deve cumprir os horários e


rotas publicados e indicados no contrato de transporte.
O artigo 12 da norma argentina é o que trata da responsabilidade do
transportador em casos de atraso, cancelamento e preterição de embarque. Tem
similaridade com o estabelecido na Resolução brasileira ANAC nº 141 /20 l O.
Tal artigo estabelece que, devido à circunstâncias operacionais, técnicas ou
com~rciais, caso a transportadora cancele, atrase ,um voo por mais de 4 (quatro) horas,
recuse o embarque em caso de overbooking, ou dê causa a perda de um voo de conexão em
que tenha uma reserva confirmada, o passageiro terá direito a: · ·
- A sua inclusão obrigatória no voo imediatamente posterior do mesmo
1
transportado para o seu destino;
- O endosso de se~ contrato de transporte, incluindo conexões, quando
aceito pelo passageiro;
- Ser redirecionado através de outra rota para o destino indicado no contrato,
pela mesma ou outra companhia aerea, ou por· outros meios de transporte, nos últimos
casos sujeitos a disponibilidade de espaço.
Ainda, o operador aéreo deverá oferecer ao passageiro, sem custos, os
seguintes serviços incidentais:
- Ligação telefônica para o destino e meios de comunicação local;
- As refeições, de acorpo como tempo de espera, até o embarque em outro
. voo;
- Alojamento em hotel, no aeroporto ou na cidade, em atrasos de voo
superiores a quatro(4) horas;
- Transporte terrestre de e para o aeroporto.
Um diferencial em relação à regulação brasileira foi inserido na Resolução
nº 1.532/98, através da Resolução nº 203/13, emitida pela Autoridade Aeronáutica
Argentina, que trata das excludentes de responsabilidade em caso de atrasos de voos ou
entrega de bagagem, cancelamento ou quando não for possível realizar a escala ou alcançar
o destino definido no bilhete, em consequência de circunstâncias meteorológicas.
No entanto, nos casos de exclusão de responsabilidade acima determinados,
a transportadora deve usar todos os meios ao seu alcance para assegurar que os passageiros
recebam informações adequadas e precisas sobre os atrasos causados por tais
circunstâncias extraordinárias.

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A N AC ,AGÊ_NC I A !:'JACIONA L
DE AVIAÇAO C IVIL

O regime qefinido no artigo 12 não ampara o transporte gratuito ou o de


valor inf7rior a 50% da tarifa aplicada e disponível para o público, salvo em casos d,e

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específica regulamentação governamental ou do que for previsto nos regulamentos da
transportadora. ·
O artigo 19 trata das responsabilidades por danos, sendo que para o
transporte no terrftório nacional, no que se refere ao transporte de pessoas, a
responsl!bilidade do transportador em relação a cada passageiro se limita a 1000 àrgentinos
oro 16 • No que tange ao transporte de bagagens, a· responsabilidade do transportador se
limita a 2 argentinos oro por quilograma de peso bruto, salvo declaração especial do
passageiro no momento da entrega e mediante o pagamento de uma taxa relativa ao valor
declarado. Em tal caso o transportador se obriga a ressàrcir o valor declarado, a menos que
prove que o valor da mercadoria é menor.
Em relação aos objetos de guarda pessoal do passageiro, a responsabilidade
do transportador se limita a soma de 40 argentinos oro.
Todo o passageiro cuja bagagem causar danos às bagagens de outros
passageiros ou aos bens do transportador, terá responsabilidade de indenizar os prejuizos
causados.
Já no transporte internacional, exceto nos casos abrangidos pela Convenção
de Varsóvia ou suas emendas, o transportador será responsável pelos danos causados por
sua negligência.
Se a conduta do passageiro a bordo da aeronave colocar em perigo pessoas
ou bens, causar perturbação à tripulação no desempenho de suas obrigações ou for contra
as instruções da tripulação, o transportador pode tomar as medidas que considere
necessárias, incluindo medidas coercitivas contra o passageiro que comprometa a ordem na
aeronave, podendo o comandante exigir o seu desemparque na próxima escala, sem
queisso acarrete qualquer responsabilidade para o transportador.
O transporte exercido por várias transportadoras aéreas serão caracterizados
/
como único quando este for considerado pelas partes através de um único contrato ou de
uma série deles.
Em caso de demora não imputável ao transportador por razões técnicas ou
meteorológicas, este não terá responsabilidade alguma, exceto em caso de· comprovada
negligência, sendo que em tal caso a responsabilidade se limÍtará aos valores estabelecidos
na Convenção.
A responsabilidade do transportador não deve exceder o montante dos danos
comprovados. O transportador não é, portanto, responsável por danos indiretos ou
conseq ilentes.
Qualquer passageiro cujos pertences causarem prejuízo a outrem ou dano à
pessoa ou propriedade do transportador, deverá indenizar esta última por todas as perdas
ou despesas incorridas que a este se imputar.

16Argentino Oro: moeda utilizada para o cálculo dos limites de indenização no Código Aeronáutico argentino
(Lei n ° 17.285). Seu equivalente em curso legal e atual será detenninado de acordo com o·valor fixado pela
autoridade monetária Argentina.

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AGÊNCIA NACIONAL
DE AV I AÇÃO C I VIL

Nos casos em que o passageiro cuja idade, condição fisica ou mental possa
trazer algum risco si, a transportadora não será responsável por qualquer doença, lesão ou

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
deficiência, incluindo a morte, atribuível a esse estado, ou pelo agravamento da situação do
passageiro em função de suas condições pessoais. Em tais casos, a transportadora poderá
exigir a correspondente-autorização médica para que se realize a viagem.
Qualquer exclusão ou limitação de responsabilidade do transportador é
aplicável e deve se estender a seus agentes, empregados e representantes.
EÍn caso de danos à bagagem em transporte nacional, o destinatário deve
requerer indenização à transportadora dentro de 3 (três) dias a contar da data de entrega
No transporte internacional, o destinatário deve enviar o seu pedido de ressarcimento para
a transportadora dentro do prazo de 7 (sete) dias a contar da data de entrega. Em caso de
perda, destruição ou atraso, a reclamação deve ser feita no prazo de 10 (dez) ou 21 (vinte e
um) dias após a data programada para a entrega da bagagem, respectivamente para o
transporte nacional e internacional. ·
A não reclamação nos prazos previstos torna inadmissível qualquer ação
contra o transportador, salvo em caso de fraude.
A norma Argentina define que qualquer direito a indenização se extinguirá
se não iniciada a ação, no prazo de 1 (um) ano pata o transporte nacional ou dois (2) anos
para o transporte internacional, considerados a partir da data de chegada ao destino, da data
em que a aeronave deveria ter chegado, ou a partir da data da interrupção do serviço de
transporte.

3.4.1.9. Conclusão acerca da Norma Argentina

A análise da norma argentina demonstra alguma similaridade com o sistema


brasileiro, principalmente no que se refere à responsabilidade das companhias aéreas em
relação aos chamados serviços incidentais, ou seja, os serviços que devem ser 1
proporcionados pelo transportador em razão de contingências imprevistas, que são
estabelecidos no Brasil pela Resolução ANAC nº 141/2010.
Porém, relevantes alterações na responsabilidade das empresas aéreas em
função de atrasos de voos ou entrega de bagagem, cancelamentos ou quando não for
possível realjzar a escala ou alcançar o destino definido no bilhete foram inseridas na
Resolução nº 1.539/98, através da Resolução nº 203/13, emitida pela Autoridade
Aeronáutica Argentina. Tais alterações inovam com a previsão de excludentes de
responsabilidade das empresas aéreas em caso de contingências em consequência de
circunstâncias meteorológicas.
A modificação normativa tem por objeto liberar as companhias aéreas da
obrigação de prestar os "serviços incidentais" para os passagêiros de voos atrasados ou
cancelados devido às condições climáticas, o que se encaixa no conceito de caso fortuito.
Outro artigo relevante na norma Argentina, o Art. 19, B, III, 3. 7, da
responsabilidade da empresa aérea em casos de eventuais problemas de saúde de algum
passageiro. A resolução argentina dispõe que nos casos em que o passageiro cuja idade,
condição física ou mental é tal que pode criar qualquer risco para si mesmo, a
transportadora não será responsável por qualquer doença, lesão ou deficiência, incluindo a
morte, atribuível a esse estado ou pelo _agravamento da situação do passageiro em função

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AGÊNCIA NACIONAL
D E AVIAÇÃO CIVI L

de suas condições pessoais. Em tais casos a transportadora poderá exigir a correspondente


autorização médica para que se realize a viagem.

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Relevante notar também que a norma árgentina não obriga que o bilhete de .
passagem seja pessoal e intransferível, como ocorre no Brasil, mas permite que o contrato
possa ser pessoal e intransferível ou ao portador, de acordo com os regulamentos da
transportadora. Tal norma reforça o entendimento de que a possibilidade de tranferência de
um bilhete é algo mais ligado à estratégia comercial da empresa aérea do que a questões
afetas à segurança (security).
Por fim, observa-se que na norma analisada há a previsão de limites
máximos para cobrança de taxas (multas) de reembolso, já que em seu art. 13, "c",
explicita que a empresa aérea pode cobrar, em tais circunstâncias, taxas de até 10% da
tarifa paga se o cancelamento for feito com antecedência de mais de 24 horas antes da
partida do voo; ou a'té 20% da tarifa paga se o cancelamento for solicitado com
antecedência menor do que 24 horas antes da partida programada, mesmo que o bilhete
tenh~ sido comprado em tal período. O prazo para o reembolso é estipulado em 30 dias
após a expiração da validade do contrato, sendo que a ·empresa pode se eximir de tal
obrigação s~ o passageiro não a solicitar dentro deste período.

3.4.2. Colômbia: Resolução nº 2.591 de 06 de junho de 2013

A norma colombiana parte da premissa de que é um dever do Estado intervir


na regulação, controle e vigilância da qualidade de bens e serviços oferecidos e prestados à
comunidade e que as reclamações decorrentes do serviço de transporte aéreo deverão ser
reso~vidas pela autoridade aeronáutica, a única entidade competente do setor.
No que se refere aos direitos dos passageiros e deveres do transportador, o
texto da resolução é sucinto, trazendo a obrigação de que devem ser prestadas as seguintes
informações aos passageiros: o tipo ou a capacidade da aeronave prevista; e que as
alterações no voo deverão ser informadas aos passageiros com o mínimo de 24 horas de
antecedência.

3.4.2.1. Bilhete aéreo

Na aquisição de bilhete a cor da tinta , do texto impresso no bilhete de


passagem deve ser num tom que contraste com a cor do papel. Tal comando guarda
paridade com o que consta no §3° do art. 54 do CDC: "os contratos de adesão escritos
serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da
fonte não será inferior ao corpo doze, de modo à facilitar sua compreensã~ pelo
consumidor".

3.4.2.2. Reembolso

A regra de reembolso da norma colombiana estabelece que o passageiro


poderá desistir da passagem comprada com até 24 horas de antecedência do horário
previsto para o voo, devendo comunicar o transportador, podendo este ou a agência de
viagens, conforme o caso, reter até 10% do valor pago pela tarifa; exceto no caso de tarifas
promocionais, que possuem normas excepcionais, as quais só podem ser comercializadas
se forem registradas no Escritório de Transporte Aéreo (UAEAC). Nesse ponto, a norma é

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AGÊNCIA NAC IONA L
DE AV IAÇÃO C I V I L

semelhante à Portaria nº 676/2000 (editada pelo DAC), que assegura ampla liberdade para
as regras de reembolso das tarifas promocionais e limita em 10% a multa para as tarifas

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
cheias.
O passageiro poderá exigir reembolso nas seguintes situações:
a) Desistência da viagem, recebendo o passageiro o valor pago
pela 'passagem com os descontos devidos pela empresa aérea, sempre
que a empresa aérea não der causa à desistência;
b) Perda do bilhete de passagem, recebendo o passageiro o
valor pago pela pâssagem, devendo apresentar a respectiva denúncia,
caso não queira receber um novo bilhete;
c) Por alguma violação por parte do passageiro, caso este não
cumpra alguma obrigação, tenha alguma conduta indevida ou atos de
perturbação, verificando o transportador a necessidade de não
transportá-lo ou interromper o voo. Neste caso, poderá a empresa aérea
reter os valores respectivos (10% da tarifa), além dos gastos com os
atrasos relativos a estas condutas.
Os reembolsos de pagamentos feitos em dinheiro deverão ser realizados em
até 06 horas após a solicitação, e os realizados por meio de cartão de crédito deverão ser
feitos em até 05 dias após a solicitação.

3.4.2.3. Transporte de crianças entre 2 e 12 anos

No que concerne à regulação tarifária, no transporte de menores entre 2 e 12


anos pagam o valor máximo referente a 2/3 do valor da tarifa paga pelo adulto que os
.. acompanham em voos domésticos, com direito a ocuparem um assento, exceto em tarifas
promocionais. A empresa aérea poderá cobrar, contudo, · ·valores adicionais pela
acomodação de acompanhante de menores desacompanhados dos pais ou do representante·
legal, o qual ficará responsável pela sua custódia, devendo os pais ou responsável informar
os dados da pessoa que irá receber o menor no local de destino.

3.4.2.4. Erro material

Se houver algum erro no bilhete de passagem por culpa da · empresa ou


agência de viagem, o passageiro poderá solicitar a correção do erro, devendo o responsável
corrigi-lo sem qualquer cobrança ou ônus ao passageiro.

3.4.2.5. No não comparecimento ao embarque

Em uma situação de no-show, caso o passageiro compre uma passagem com


ida e volta ou com conexão, e ele não queira fazer o trecho de ida ou o anterior à conexão,
deverá informar a empresa aérea que realizaria o trecho subsequente, caso contrário a '
empresa poderá comercializar o trecho de volta ou subsequente à conexão. ,
Também prevê a norma que a empresa aérea ou agência de viagem poderá
exigir, no momento da reserva, um valor adicional de antecipação pela venda do bilhete de
passagem, em dinheiro ou por meio de cartão de crédito, o qual será abatido no momento
da efetivação da compra, a fim de evitar hipóteses de no-show e garantir as reservas.

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AGÊNCIA NAC I ONAL
DE AVIAÇÃO CIVIL

3.4.2.6. Restrições ao transporte

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Um ponto interessante diz que as mulheres grávidas com mais de 30 (trinta)
semanas de gestação não deverão viajar, exceto se a viagem for estritamente necessária,
devendo portar atestado médico que descreva as suas condições de saúde.

3.4.2.7. Compensações (assistência material e indenização ao passageiro)

A norma colombiana prevê alguns deveres acessórios aos passageiros nos


casos de atrasos, cancelamentos, overbooking e antecipação de voos (exceto se o
passageiro aceitar expressamente outra forma de compensação). Para o atraso de 1 a 3
horas deverá ser fornecido ao passageiro um refresco e a possibilidade de comunicação,
através de ligação telefônica, que não pode exceder a 3 minutos, ou outro meio mais rápido
com alguém no local de destino.
Se o atraso tiver duração de 3 a 5 horas deverá ser fornecida, além do
anterior, alimentaçãô ao passageiro, de acordo com o horário (café, almoço ou jantar).
No caso de atraso superior a 5 horas do voo, deverá ser fornecida, além dos
anteriores, uma indenização de no mínimo 30% do valor pago pela tarifa, exceto se o
passageiro aceitar outra forma de indenização. Ainda, caso o atraso passe das 22h, deverá
ser fornecida também hospedagem ao passageiro, caso este não se encontre no local de
residência, bem como despesas com translado do aeroporto ao hotel e vice-versa, exceto se
ele aceitar esperar outro voo a ser realizado dentro de um prazo razoável.

3.4.2.8. Cancelamento do voo

Nos casos de cancelamento por parte da empresa aérea de reserva


confirmada pelo passageiro, se não houver reembolso, a empresa deverá arcar com os
gastos com hospedagem e translado do passageiro, se este não estiver em seu local de
residência.
Caso haja atraso no aviso de cancelamento, o passageiro deverá receber as
compensações de acordo com o tempo de atraso (a partir de 1 hora de atraso).
Nos casos em que o cancelamento não seja causado por força maior ou
fenômeno meteorológico que afete a segurança, além do reembolso do trecho cancelado, o
passageiro deverá receber uma indenização de no mínimo 30% do valor pago pela tarifa,
exceto se o passageiro aceitar outra forma de indenização.
Se, devido ao cancelamento, o passageiro for transferido para outro voo da
mesma ou de outra empresa aérea, deverá ele ser compensado de acordo com o tempo de
espera até o horário do voo (a partir de 1 hora). Se o mesmo sair em até 06 (seis) horas de
espera, o passageiro não fará jus à indenização pecuniária (mínimq de 30% do valor pago
pela tarifa).

3.4.2.9. Overbooking/Preterição de passageiro

Havendo preterição de passageiro por overbooking, a empresa aérea deverá


alocar o passageiro preterido no próximo voo disponível e previsto para o mesmo destino
pretendido, da mesma empresa e na mesma data. Caso não haja outro voo da empresa, esta

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fls. 81

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ANAC AGÊNC IA NAC I ONAL
DE AVIA.CÃO C IVIL

deverá arcar com os gastos necessários e alocar o passageiro o mais breve possível em voo
de outra empresa aérea, para o mesmo destino.

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3.4.2.10. Antecipação do voo

Caso a empresa aérea antecipe o voo em mais de l hora e não avise o


passageiro, ou, mesmo avisando, o passageiro não possa viajar no horário alterado,. a
empresa aérea deverá alocar o passageiro no próximo voo existente e conveniente. Caso
não haja I.JLr voo da empresa, esta deverá arcar com os .gastos necessários e alocar o
passageiro o mais breve possível em voo de outra empresa aérea, para o mesmo destino.
Caso o passageiro não aceite nenhuma destas alternativas, a empresa deverá realizar o
reembolso do trecho ou trechos.

3.4.2.11. Conclusão acerca da Norma Colombiana

A norma colombiana encontra grande similaridade com a Portaria 676/2000,


vez que nela se assegura ampla liberdade para as regras das tarifas promocionais e limita
em l 0% a multa para as tarifas cheias.
Entretanto vislumbraram-se algumas inovações frente ao normativo
brasileiro vigente. A primeira inovação diz respeito às regras de no-show, em que, caso o
passageiro que não compareceu ao embarque no trecho de ida deseje utilizar o trecho
subseqüente em uma compra conjugada, deverá elé comunicar o seu intento ao operador,
caso contrário a empresa aérea poderá comercializar o trecho de retomo ou do trecho
subseqüente à conexão. ·
Uma segunda inovação visualizada na norma é a que garante o oferecimento
de indenização ao passageiro de no mínimo 30% sobre o valor pago pela tarifa nos casos
de atraso, cancelamento, overbooking e antecipação dr voo, salvo se o passageiro aceite
expressamente outra forma de compensação.

3.4.3. · Chile: resumo da legislação chilena sobre direitos dos passageiros

As condições gerais de transporte aéreo ho Chile são regidas pelo Código


Aeronáutico Chileno para voos domésticos, pela Convenção de Montreal para voos
internacionais e, suplementarmente, pela Lei de Proteção dos Direitos dos Consumidores.
São exemplos desses direitos: direito à informação verdadeira e oportuna e que em caso de
danos o pass~geiro pode recorrer ao tribunal de policia local 17 (estrutura judicial
semelhante aos Juizados Especiais Brasileiros), para voos em territórios nacionais.

3.4.3.1. Bilhete aéreo

17Los Juzgados de Policia Local son Tribunales que pertenecen a(· Poder Judicial, están directamente sujetos
bajo la supervigilancia directiva, correccional y económica .de las Cortes de Apelaciones correspondientes a
su jurisdicción. A pesar de el\o EI funcionamiento de estos juzgados esta a cargo de las municipalidades de
cada comuna em la que se haya establecido um Juzgado de Policia Local, lãs cuales deberán proporcionar
todos los útiles, elementos de trabajo y medios de movilización para que Sean llevadas a cabo todas lãs
diligencias y actuacionesjudíciales que te sean requeridas. PREGUNTAS FRECUENTES DE JUZGADO
DE POLICIA LOCAL. Disponível em:
http://www.lascabrasmu nicipa lidad.cl/administrac ion/archivoTransparencia/ l 504 111302880032 Manual%2
0de%20Procedimientos%20JPL.pdf · /

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
AGÊNCIA NACIONAL
Ç)E AVIAÇÃO CIV I L:

No Chile as tarifas poderp sofrer restrições quanto ao tempo mínimo ou


max1mo de pennanência no destino. As alterações são passíveis de cobrança de taxa

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
(multa) de alteração. Existe também a possibilidade de o passageiro adquirir tarifas não
reembolsáveis, todavia o passageiro tem o direito de receber a infonnação de forma clara e
oportuna acerca das características relevantes do serviço prestado. As alterações por
qualquer motivo devem ser solicitadas à empresa aérea que poderá cobrar algum encargo
para alteração. ·

3.4.3.2. Docume_ntação

O passageiro é responsável por possuir a documentação correta para saída


do país e ingresso no país de deslino, incluindo as escalas intermediárias que porventura à
viagem tenha. As empresas aéreas podem consultar a documentação ou até mesmo negar o
embarque do passageiro q~e não possua a documentação correta.

3.4.3.3. Apresentação para embarque

O passageiro deve se apresentar para embarque no tempo detenninado pela


empresa a~rea ou, caso a empresa aérea não tenha estipulado1, com 2 horas de antecedência
para o embarque.

3.4.3.4. Atraso, cancelamento e preterição de embarque

No Chile as empresas aéreas podem atrasar ou cancelar o voo por questões


de força maior, segurança, ou por fenômenos meteorológicos desde que devidamente.
comprovadas, sendo que nesses casos existe a excludente de responsabilidade da empresa
(a norma não diz se a excludente de responsabilidade é apenas para fins de penalização da
empresa ou também para fins de assistência ao passageiro).
Quando o voo sofrer atraso ou cancelamento o passageiro tem direito ao
reembolso do valor pago ou a mudar a data de seu voo.
Nos casos de voos com conexão quando for parte de um mesmo contrato a
empresa aérea é responsável por realocar o pa~sageiro, caso contrário não cabe
responsabilidade à empresa aérea por perda de conexões.
Quando o cancelamento ou atraso for de responsabilidade da empresa aérea,
o passageiro pode entrar com uma ação contra a mesma, com base no Código Aeronáutico
Chileno, no caso de voos domésticos, e no caso de voos internacionais, com base na
Convenção de Montreal, sem prejuízo de eventuais indenizações com base na norma de
Direito do Consumidor.
Em caso de preterição de embarque, o passageiro tem direito ao reembolso
do valor pago, ou deve ser embarcado no primeiro voo disponível. Caso seja essa a opção
do passageiro a empresa deverá ,ainda: ·
a) Oferecer facilidades de comunicação,
b) · Oferecer alimentação e bebidas enquanto o passageiro aguarda pelo
novo embarque,
e) t\.comodação quando o tempo para embarque em. novo voo requeira,
d) Transporte desde e para o aeroporto,

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AGÊNC IA NACIONAL
DE AVIAÇÃO CIVIL

e) A assistência adequada quando o passageiro estiver em voo com


conexão.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
A preterição de embarque por motivo de venda de passagens acima da
capacidade da aeronave é admissível no Chile. Porém, caso isso ocorra, a empresa aérea
deverá procurar por voluntários que estejam dispostos a não embarcar mediante
compensações oferecidas pela empresa. Caso não haja passageiros interessados em desistir
mediante compensação a empresa deve oferecer ao passageiro:
a) Oferecer facilidades de COfll:Unicação,
b) Oferecer alimentação e bebidas enquanto o passageiro aguarda pelo
novo embarque,
c) Acomodação quando o tempo para embarque em novo voo requeira,
d) Transporte desde e para o aeroporto,
e) A assistência adequada quando o passageiro estiver em voo com
conexão.
Caso uma viagem já iniciada venha a ser interrompida a empresa aérea
deverá proporcionar hospedagem aos passageiros além das seguintes opções:
a) Reembolso proporcionaJ ao trecho realizado,
b) Continuação da viagem com a previsão para conclusão,
c) Endosso para outra empresa aérea nas mesmas condições,
d) Retorno ao ponto de partida com reembolso do valor pago.
A empresa aérea pode ainda negar o embarque do passageiro no voo de
volta que não tenha embarcado no voo de ida, todavia para que tal negativa seja feita a
empresa deve informar tal regra antes da celebração do contrato.

3.4.3.5. Bagagem

Cada empresa pode ter sua própria política para transporte 'de bagagens. O
passageiro tem direito a levar bagagem de mão e bagagem despachada. A bagagem de mão
fica por responsabilidade do passageiro.
,_
Extravies ou danos na bagagem devem ser comunicados dentro de 7 dias da
qata do desembarque à empresa aérea.
· É facultado ao passageiro, fazer uma declaração especial de valor, sendo
que nesse caso a empresa poderá cobrar um valor adicional ou até mesmo decidir não
transportar.
As indenizações ao passageiro observam a Convenção de Montreal no caso
de transporte internacional e para voos domésticos o máximo de 40 UF, sem prejuízo do
passageiro buscar reparáção na justiça comum. ·

3.4.3.6. Responsabilidade civil - da empres~ aérea para com o


passageiro

A empresa é responsável pelo passageiro durante todo o procedimento de


embarque e desembarque para os casos de lesões ou morte.

3.4.3.7. Reclamações contra empresas aéreas

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ANAC AGÊNCIA NACIONAL
DE AVIAÇÃO CIV IL

No Chile, caso o passageiro venha a ter algum problema com a empresa


aérea, este deve primeiramente procurá-la para registrar sua reclamação. Caso não surta

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
efeito, o passageiro deve procurar · o Serviço Nacional do Consumidor que procurará
mediar o conflito entre passageiro e empresa aérea, em alguns casos o Serviço Nacional do
Consumidor recorre a JAC (órgão regulador da avíação civil no Chile) para solicitar
assessona.

3.4.3.8. Conclusão acerca da Norma Chilena

A norma chilena, assim como as demais, também guarda alguma


similaridade com a norma brasileira, precipuamente com a Resolução nº 141/1 O, ao dispor
sobre·a oferta de assistência material nos casos de atrasos e cancelamentos.
Porém, urna inovação trazida pela norma chilena é quando prescreve ela
medidas a serem adotadas nos casos de sobrevenda de passagens, momento em que a
empresas aéreas deverão procurar por voluntários q1.:1e estejam dispostos a não embarcar-
mediante compensações.

3.4.4. Atualização do Regulamento CE nº 261/2004 da União Europeia 18

A União Europeia tem logrado êxito na defesa e proteção dos direitos dos-
passageiros desde a edição do Regulamento (CE) n.º 261/2004 relativo aos direitos dos
passageiros de transportes aéreos da EU, em :vigor desde fevereiro de 2005. Esta norma
estabeleceu níveis mínimos para a indenização e assistência material aos p~ssageiros em
caso de recusa de embarque e de cancelamento ou atraso considerável dos voos.
Essas regras promoveram uma mudança significativa no comportamento do
setor dos transportes aéreos, em especial no que se refere à redução da prática de recusa de
embarque e aos cancelamentos de voos comerciais, além de garantir um tratamento mais
equitativo aos passageiros.
A Resólução ANAC nº 141/2010 é assemelhada ao Regulamento europeu
com algumas exceções, como a regulamentação de indenizações para os casos de
cancelamento e recusa de embarque (tratado no Brasil como preterição de embarque), além
.
de estabelecer urna regra clara de aplicação extraterritorial da norma .
Em suma, as regras vigentes na União Europeia são as seguintes:
/

Âmbito de aplicação
As regras para os casos de atraso, cancelamento ou overbooking
alcançam o passageiro que viaja a partir de qualquer aeroporto da l!ÍE ou
com destino a um aeroporto da UE com uma companhia aérea de um país
da JJE ou da Islândia, da Noruega ou da Suíça.
Reembolso e transporte alternativo
Se o seu voo tiver sido cancelado ou lhe for recusado o embarque,
nomeadamente por motivos de overbooking, tem direito:
• a transporte para o seu destino final utilizando meios alternativos
comparáveis, ou
• . ao reembolso do seu bilhete e, quando aplicável, a t~ansporte
gratuito para o seu ponto de partida inicial

18 Disponlvel em: http://europa.eu/rapid/press-release MEMO-13-203 pt.htm#footnote-1

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AGÊNCIA NACIONA L
DE AV I AÇÃO C I VI L

Atrasos longos - Se o seu voo tiver um atraso de 5 ou mais horas, tem


igualmente direito a ser reembolsado, mas caso aceite o reembolso, a

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
companhia aérea deixa de ser responsável pelo seu transporte nem tem
que lhe disponibilizar mais assistência.
A companhia aérea deve infqrmá-lo sobre os seus direitos e o motivo
subjacente à recusa de embarque, bem como sobre quaisquer
cancelamentos ou atrasos longos (superiores a 2 horas ou a 4 horas no
. caso de voos com mais de 3500 km).
Alimentação e alojamento
Consoante o atraso do voo, os passageiros têm também direito a bebidas,
refeições e serviços de comunicação (chamadas telefónicas gratuitas, por
exemplo), bem como, se necessário, a alojamento.
Indenização
Além disso, -em caso de recusa de embarque, cancelamento ou de chegada
ao destino final especificado no seu bilhete com mais de 3 horas de
atraso, os passageiros po~em receber uma indenização, que varia entre
250 e 600 euros consoante a distância do voo.
Entre aeroportos no interior da UE
• até 1500 km: 250 euros
• mais de 1500 km: 400 euros
Entre um aerop<>rto no interior da UE e um aeroporto no exterior da
UE
• até 1500 km: 250 euros
• entre 1500 e 3500 km: 400 euros
• mais de 3500 km: 600 euros
Se a companhia aérea lhe propuser um voo alternativo equivalente, a
indenização pode ser reduzida em 50 %.
Em caso de cancelamento do voo, não tem direito a qualquer indenização
se:
• o cancelamento se dever a circunstâncias extraordinárias, por
exemplo ao mau tempo, ou
• tiver sido informado do mesmo, pelo menos, 2 semanas antes da
data prevista do voo, ou
• lhe for proposto um voo alternativo coru o mesmo trajeto num ' '-
horário semelhante ao do voo inicial
Em caso de cancelamento devido a circunstâncias extraordinárias, poderá
1 não ter direito a indenização, mas, mesmo assim, a transportadora aérea
poderá oferecer-se para:
• lhe reembolsar o bilhete (na totalidade ou só a parte correspondente
ao trajeto não efetuado)
• assegurar o transporte alternativo para o seu destino final o mais
brevemente possível ·
• fazer uma npva marcação numa data da sua escolha (em função
dos lugares disponíveis)
Mesmo em caso de circunstâncias excepcionais, sempre que necessário, a
companhia aérea tem a obrigação de prestar. assistência aos passageiros
enquanto esperam por um transporte alternativo..
A aplicação das regras relativas aos direitos dos passageiros da UE tem
melhorado continuamente desde a sua entrada em vigor há oito anos. Porém, os Estados
Membros perceberam que existem lacunas que se impõe a revisão da própria legislação, de
modo a garantir a aplicação adequada dos direitos dos passageiros.

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AGÊNC IA NAC IONAL
DE AVIAÇÃO CIV IL

Por essa razão, a Comissão Europeia elaborou o Memorando de


Entendimentos nº 13/203, de 13 de março de 2013, para poder readequar alguns pontos

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
cinzentos do Regulamento nº 261/2004 e incluir .novas nonnas, tais como: limitação do
dever de assistência material em casos de força m·aior, providências cabíveis em atrasos
ocorridos com os passageiros já embarcados, reescalonamento da assistência material,
correção de erros _no bilhete de passagem, direitos nos casos de reprogramação de voos
entre outros.

3.4.4.1. Direito de Informação

Na revisão do regulamento será proposto que a transportadora deve


infonnar os passageiros sobre a situação no mais breve prazo e, de qualquer modo, o mais
tardar 30 minutos após a hora de partida programada.

3.4.4.2. Circuns(âncias Extraordinárias

A proposta clarifica o princípio fundamental que permite determinar o tipo


de circunstâncias que podem ser classificadas de extraordináriâs. Em confonnidade com a
proposta da Comissão, entende-se por "circunstâncias extraordinárias" aquelas que não são
inerentes ao exercício nonnal da atividade da trànsportadora aérea em causa, eximindo-se
ao seu .controle efetivo. Assim, as catástrofes naturais ou as greves dos cóntroladores do
tráfego aéreo devem ser consideradas circunstâncias extraordinárias, o mesmo não
acontecendo com os problemas técnicos detectados no decurso de operações de
manutenção de rotina da aeronave. Esta clarificação conferirá maior segurança às
·companhias aéreas e aos passageiros.

3.4.4.3. Atrasos ~m pista

As regras atuais relativas à assistência são também aplicáveis, de forma


implícita, a atrasos na pista, ou seja, nos casos em que os passageiros aguardam a bordo da
aeronave. O direito a bebidas/refeições e o direito a renúncia ao voo após 5 horas
encontram-se igualmente previstos. A proposta toma estes direitos explícitos e prevê
também o direito, caso o atraso na pista exceda 1 hora, a beneficiar de ar condicionado, a
utilizar os sanitários, a receber assistência médica e a ter acesso à água potável. Além
disso, a fim de tomar efetivo o direito à renúncia à viagem, o passageiro pode solicitar o
· desembarque após um atraso de 5 horas. -

3..4.4.4. Erros ortográficos no nome do passageiro

J)e acordo com a proposta, o passageiro pode requerer - a título gratuito - a


correção de erros ortográficos no seu nome até 48 horas antes da partida.

3.4.4.5. Não-comparecimento (no-show) e utilização parcial do


bilhet~/voos de volta

Na seqúência das reclamações apresentadas pelos passageiros, a proposta


estabelece que não pode ser recusado ao passageiro o embarque no voo de volta previsto
no seu bilhete de ida e volta devido a não-utilização do segmento de ida.

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DE AVIAÇÃO C I V I L

3.4.4.6. Limites para o fornecimento de assistência material

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Em confonnidade com as regras vigentes, as transportadoras· aéreas devem
oferecer bebidas, refeições e alojamento por um lapso de tempo indetenninado, o que pode
ameaçar a sua sobrevivência financeira (por exemplo, crise das cinzas vulcânicas). Não
existem limites para a assistência, mesmo em caso de perturbação grave fora do controle
da transportadora. De acordo com a proposta, a oferta de alojamento ficará limitada a três
'noites em circunstâncias excepcionais. Esta Hmitação não se aplica a passageiros com
mobilidade reduzida, acompanhantes destes, crianças não acompanhadas, grávidas e
pessoas que necessitam de cuidados médicos específicos.
~

3.4.4.7. Reprogramação de voo por parte do transportador aéreo

Atualmente, não é claro se o passageiro cujo voo foi reprogramado goza de


direitos semelhantes ao do passageiro de voos com atraso ou cancelamento. A proposta
define claramente a igualdade de tratamento, caso o voo tenha sido reprogramado menos
de 2 semanas antes da sua hora de partida original.

3.4.4.8. Conclusão

,Vários problemas observados na Europa são comuns aos percebidos no


Brasil, razão pela qual. a GNOP vem acompanhando o processo de revisão da nonna
europeia. Os argumentos acimas colocados devem ser avaliados neste processo de revisão
das Condições Gerais de Transporte e, no que for cabível, incorporados à legislação
brasileira de modo a propiciar urna melhor tutela dos direitos dos usuários e 'diminuição
dos custos para os operadores aéreos.

3.4.5. Regras de Proteção ao Consumidor nos Estados Unidos

Os Estados Unidos da América tem uma longa tradição de conceder ampla


liberdade ao mercado de aviação civil, tendo sido o país pioneiro no processo de
desregulação econômica no final da década de 70. Mesmo assim, o Departamento de
Transportes dos Estados Unidos (USDOT, sigla em inglês) percebeu a necessidade de
estabelecer padrões mínimos de proteção aos consumidores de transporte aéreo e editou no ·
ano de 2011 regras para tutelar os direitos dos passageiros nos seguintes termos 19:
• Desembarque de passageitos após 3 horas de atraso ocorrido em
pista;
• Estabelecimento de plano de contingência para casos de atrasos e
cancelamentos; ·
• Possibilidade de cancelamento de compra em 24 horas, desde que
haja mais de 7 dias para a execução do voo;
• Dever de informação sobre o valor total da tarifa;
• Proibição de pré-seleção de serviços opcionais (opt-in x opt-out);
• Readequação dos valores de compensação em casos de preterição de
embarque (oversales) . para valores mãximos de $650 ou $1300

19 Capítulo· 14 do Código de Regulações Federais dos Estados Unidos, Partes 244,250, 253, 259 e 399.

.,
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fls. 88
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§ Fls. n°.90 V'i-~
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ANAC AGÊNC I A NACIONAL


DE AVIAÇÃO CIVIL
OI
&... _ ~ - - ~
Rubrica
GNQP
--

dólares americanos, conforme for o atraso em consequência da


preterição.

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3.4.5.1. Conclusão

Tendo em vista· que · os EUA são o maior mercadp de aviação civil do


mundo e decidiu regular a proteção ao consumidor de forma assemelhada ao que a União
Europeia e o Brasil já faziam (ainda que ·de forma menos interventiva) e considerando a
ampla concorrência que existe no mercado americano, percebe-se que a autorregulação da
proteção ao consumidor pode não ser eficiente, sendo necessária a tutela estatal de forma a
assegurar direitos básicos nas relações de consumo no tr<\Ilsporte aéreo. .

3.4.6. OACI - Air Transpor/ Regulation Panei (ATRP) Conference 6 -


Princípios Fundamentais de Proteção ao Consumidor

A discussão sobre a proteção dos direitos dos passageiros é um tema que


ganhou projeção na última década e diversos países editaram regras para tutelar os direitos-
dos passageiros, tais como Argentina, Brasil, Chile; Colômbia, União Européia e até os
Estados Unidos, que foi vanguarda da desregulação no transporte aéreo e se mantinha
distante da intervenção no mercado de aviação civil.
,. Por esse motivo, a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI)
concordou, na 6ª Conferência do Painel de Regulação do Transporte Aéreo, em estabelecer
princípios fundamentais para nortear a proteção dos direitos dos passageiros, de modo a
reduzir assimetrias nas regulações a cargo de cada Estado-membro. O resultado dessa
conferência se encontra transcrito abaixo:
2.5.1 INTRODUÇÃ020
2.5.1. l O painel considerou este item com base em WP/8, apresentado
pela Secretaria, que descreveu as atividades da JCAO, em resposta à atual
fragmentação das respostas regulatórias tomadas no domínio da defesa do
consumidor. Confonne recomendado pela Sexta Conferência de
Transporte Aéreo (ATConf/ 6) e aprovado pelo 38ª Sessão da Assembleia
da JCAO (A3 8), a Secretaria apresentou uma proposta de um conjuntp de
alto nível, não vinculativo, princípios fundamentais não-prescritívas em
defesa do consumidor, para utilização como orientação política.
2.5.1.2 Em WP/11, o observador da União Europeia (UE), apoiada pelos
membros e observadores dos Estados-Membros da UE e outros Estados-
Membros da Conferência Europeia da Aviação Civil (CEAC), apresentou ,
recomendações para o desenvolvimento de princípios fundamentais,
levando em consideração o resultado do ATConf/6 e sua aprovação pela
A38. .
2.5 . l.3 Em WP/15, o membro do painel da Austrália apresentou
infonnações sobre o seu quadro de defesa do consumidor com base nas
regras específicas da aviação geral, e convidou o painel para levar em
conta a sua experiência em considerar o desenvolvimento dos princípios
fu,ndamentais.
2.5.1.4 Em WP/16, o observador de Cingapura apresentou um conjunto
alternativo de princípios fundamentais em matéria de proteção do

io Tradução livre

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DE AV I AÇÃO C IVIL

consumidor com base em sua experiência, que convidou o painel a


considerar.

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2.5 .1.5 WP/13, apresentado pelo observador da lntemational · Air
Transport Association (IATA), fizeram sugestões para consideração pelo
painel no desenvolvimento dos princípios fundamentais, com base no
trabalho da indústria e várias propostas feitas pela ICAO Estados-
Membros durante o 38ª Sessão da Assembleia da ICAO.
2.5.2 DISCUSSÃO
2.5.2.1 No que diz respeito ao mandato e os Tennos de Referência do
painel, há um amplo apoio para os projectos de princípios fundamentais
apresentadÓs pela Secretaria em WP/8.
2.5 .2.2 Diversas contribuições foram feitas por membros do painel e
observadores para o desenvolvimento dos princípios fundamentais.
Houve um forte apoio para a ideia de que a educação do· consumidor é
benéfica, em particular, para ajudar os consumidores a fazerem escolhas
infonnadas entre uma grande variedade de produtos. De infonnação de
passageiros foi considerado importante, particularmente em casos de
intenupções de serviço, como era de informações precisas de preço. O
painel apoiou a visão de que o planejamento avançado de mecanismos
das partes interessadas, para uso em situações de perturbações maciças,
seria benéfico; foi reconhecida a dificuldade que seria o desenvolvimento
de uma definição global para interrupções maciças. Houve um apoio para
a aplicação do princípio da proporcionalidade no que diz respeito aos
direitos dos passageiros.
2.5.2.3 O painel apoiou o princípio de facilitar o acesso aos serviços ,de
transporte aéreo de passageiros com deficiência observando a
necessidade de garantir que eles recebam assistência adequada, tendo em
mente o valor da pré-notificação. A importância da existência de
mecanismos eficientes para resposta a reclamações foi destacada por
vários membros. O painel apoiou a inclusão dos princípios fu_ndamentais
em matéria de proteção do consumidor no material de orientação da
OACI sobre a regulamentação do transporte aéreo internacional. Vários
membros enfatizaram a necessidade de flexibilidade · para os Estados-
Membros na aplicação de medidas de proteção do consumidor.
2.5.2.4 Por sugestão do presidente, um pequeno grupo representativo
dentre os participantes foi convidado a desenvolver uma versão
melhorada dos princípios, com base na proposta da Secretaria, levando
em conta as sugestões apresentadas. Como resultado, uma versão
revisada dos princípios foi produzida e aceita pelo painel como os
princípios fundamentais a serem recomendados.
2.5.3 RECOMENDAÇÕES
2.5.3.1 Com base na discussão,. o painel adotou a seguinte recomendação:
RECOMENDAÇÃO ATRP/12-2
O Painel recomenda que:
O texto abaixo será apresentado à consideração dos órgãos sociais da
ICAO e os Estados-Membros como a orientação política da ICAO sobre
os princípios fundamentais em matéria de proteção do consumidor.
OACl - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE PROTEÇÃO DOS
CONSUMIDORES
1. Preâmbulo
1.1 Reconhecendo que os passage iros podem se beneficiar de um setor de
transporte aéreo · corppetitivo, que ofere.ce mais opções de tarifa e que

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AGÊNCIA NAC IONAL
DE AVIAÇÃO C IVIL

podem incentivar as operaêforas a melhorar suas ofertas, os passageiros,


incluindo as pessoas com deficiência, também podem se beneficiar de

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regimes de proteção do consumidor.
1.2 As autoridades governamentais devem ter flexibilidade para
desenvolver regimes de proteção ao consumidor e encontrar o equilíbrio
ad~quado entre a proteção dos consumidores e a competitividade da
indústria, levando em conta diferentes características sociais, políticas e
econômicas dos Estados-Membros, sem prejuízo da segurança da
aviação. Legi.slações nacionais e ·regionais de defesa do consumidor
devem: i) refletir o princípio da proporcionalidade; ii) permitir a
consideração do impacto de perturbações maciças; iii) ser coerente com
os tratados internacionais sobre a responsabilidade das transportadoras
aéreas estabelecidas pela Convenção para a Unificação de Certas Regras
relativas ao Transporte aéreo Internacional (Varsóvia, .l 929) e os seus
· instrumentos de alteração, e da Convenção para a Unificação de Certas
Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional (Montréal, 1999).
2. Antes da viagem
2.1 Reconhecendo a variedade de produtos de transporte aéreo no
mercado, os passageiros devem ter acesso à informação sobre seus
direitos e uma orientação clara sobre o que as proteções legais são
aplicáveis em sua situação específica, incluindo a assistência material,
por exemplo, em caso de interrupção do serviço. Para ajudar os
passageiros a fazerem escolhas entre passagens com diferentes preços e
serviços, deve-se envidar esforços para a educação do consumidor, de
modo a aumentar sua conscientização acerca dos produtos disponíveis no
mercado, podendo surgir disputas políticas envolvendo as companhias
aéreas que oferecem diferentes direitos contratuais aos passageiros, e os
caminhos disponíveis para recorrer. Esforços também devem ser feitos
para aumentar a consciência dos passageiros sobre seus direitos como
consumidor.
2 .2 Os passageiros devem ter acesso claro e transparente a todas as
informações pertinentes sobre as características do produto de transporte
aéreo que está sendo adquirido, inclusive:
a) preço total, incluindo a tarifa aérea aplicável, impostos, taxas, sobre
taxas e taxas, antes da compra de um bilhete;
b) as condições gerais aplicáveis à tarifa; e
c) a identificação da companhia aérea que efetuará o voo, tão, logo essa
informação esteja disponível, além de todas as alterações ocorridas no
, contrato de transporte com a possível brevidade. ·
,, 3. Durante a viagem
3.1 Os passageiros devem ser periodicamente informados durante toda a
viagem sobre quaisquer circunstâncias extraordinárias que afetam o seu
voo, em especial em caso de uma interrupção do serviço.
3.2 Os passageiros devem receber a devida atenção, em caso de uma
interrupção do serviço, se esta resultar em não embarque do passageiro
no voo ou em atraso significativo em relação ao horário previsto:- Isto
poderia incluir reacomodação em outro voo, reembolso, assistência e/ou
compensação, nos casos previstos pelos _regulamentos aplicáveis, caso
existentes.
3.3 Considerando que os passageiros podem se encontrarem uma situação
vulnerável em circunstâncias que geram interrupções maciças, os
mecanismos devem ser planejados com antecedência pelas companhias

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AG ê NC IA NACIONAL
DE AV IAÇÃO C IVIL

aéreas, operadores aeroportuários e todas as demais partes, interessadas,


incluindo as autoridades governamentais, de modo a assegurar que os
passageiros recebam atenção e assistência adequada. Interrupções

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
maciças são situações resultantes de circunstâncias fora do controle do
operador que são de uma magnitude tal que podem resultar em múltiplos
cancelamentos e/ou atrasos de voos, acarretando em um número
considerável de passageiros retidos no aerqporto. Tais circunstâncias
podem incluir, por exemplo, eventos como fenômenos meteorológicos ou
naturais de grande escala, furacões, erupções vulcânicas, terremotos,
inundações, instabilidade política ou eventos similares, resultando em um
grande número de passageiros retidos longe de sua casa.
3.4 As pessoas com deficiência devem, sem prejuízo da segurança da
aviação, ter acesso ao transporte aéreo de uma forma não discriminatória
e com a assistência adequada. Para este fim, eles devem ser encorajados a
fornecer informações prévias sobre suas necessidades especiais.
4. Depois da viagem
4.1 Os passageiros devem ter acesso a procedimentos eficientes de
tratamento de reclamações que devem ser claramente comunicados a eles.

3.5. Da atualização e consolidação do normativo da ANAC: principais pontos

3.5.1. A necessidade de uniformização de termos e conceitos

Com vistas a facilitar aos usuários do transporte aéreo de passageiros o·


entendimento acerca das diversas expressões e termos utilizados na aviação civil pelas
companhias aéreas e também no intento de possibilitar contrapesar de forma mais célere e
transparente as ofertas de serviço de transporte aéreo de passageiros e trazer maior
segurança jurídica ao ato de consumo, em nqssa percepção faz-se necessário não somente a
unificação dos termos, como também a unificação de conceitos, conseqüências e forma de
apresentação 'dessas informações no momento da oferta do serviço de transporte aéreo,
dando-se destaque a todas as cláusulas limitativas.
Tal abordagem estará em melhor sincronia tanto com a legislação específica
do setor de transporte aéreo de passageiros e suas características intrínsecas, quanto com o
código consumerista, além de trazer maior eficácia a consolidação de normas que se
-
proporá.
Como exemplo, tomemos o termo no-show em que ~ empresa A tenha como
padrão o cancelamento automático do bilhete de retomo e· a empresa B não; o que ocorrerá
quando o passageiro contumaz usuário de B der no-show em A? Ademais, quando do
cancelamento do bilhete de retomo em A, qual a conseqüência desse cancelamento? Multa
pelo cancelamento? Esta poderá cumular com o custo de remarcação? Pode converte-se em
"crédito"? A conversão em "crédito" isenta da multa de "cancelamento"?
Aqui esclarecemos que defende-se a padronização total de conceitos no
setor, contudo caso a empresa A trate o no-show de uma forma (por ex.: cancele a
passagem de retomo em compra conjugada) e a empresa B trate de forma diversa
(mantenha ativo o retomo em compra conjugada), que a informação acerca dessa
consequência seja exposta de forma clara, em um padrão de informações a serem
disponibilizadas pelas diversas empresas em seu sítio eletrônico e demais pontos de venda,
tomando de fácil mensuração ao usuário a consequência de adquirir aquele serviço, seja
pela empresa A ou pela B.

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AGÊNC I A NACIONA L
DE AV I AÇÃO CIV I L

Desta feita, reforça o dever de informação, que deverá ser clara, objetiva e,
principalmente em relação às clausulas limitativas de direito, ostensiva.

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3.5.2. O direito de desistência

Conforme exposto, o direito de arrependimento não encontra amparo


jurisprudencial e doutrinário para sua aplicaçijo irrestrita, o que, conforme dados expostos,
poderia trazer enorme impacto sobre a tarifa do bilhete aéreo.
Assim, visando gerar alguma segurança tanto p~a o adquirente do bilhete
quanto para a empresa que irá ofertar o serviço de transporte aéreo de passageiros, faz-se
salutar a adoção de normativo específico ao setor que oportunize prazo de reflexão a esse
ato.de consumo.
Tal normativo, além de propiciar prazo de reflexão ao consumidor, deverá
também resguardar às empresas quanto à possibilidade de impacto significativo em seu
gerenciamento, vide análise elaborada no item 3.3 .2.1.
Assim, conforme os dados recebidos pelas empresas aéreas e análise do
Direito Comparado, racionalizamos como prazo para o direito de desistência o prazo 24
(vinte e quatro) horas, a contar do momento de aquisição do bilhete, para as compras
realizadas com no mínimo 07 (sete) dias de antecedência à data em que se realizará o
serviço de transporte.

3.5.3. A correção de nomes

· Considerando a grande quantidade de questionamentos recebidos pela


ANAC versando sobre a existência ou inexistência da possibilidade de correção de nome
do passageiro no bilhete de passagem devido a erro de digitação no momento da compra, e
que as empresas aéreas alegam que corrigir o nome do passageiro pode se caracterizar
como transferência do bilhete, afrontando assim o artigo 11 da Resolução ANAC nº
138/2010, a Procuradoria Federal junto à ANAC se pronunciou através do Parecer nº 33,
de 31 de janeiro de 2014, aduzindo em síntese que:
1º. A empresa aérea não pode furtar-se a retificar os dados do bilhete,
quando solicitado, pois a exatidão das informações contidas no
bilhete é uma decorrência lógica do contrato de transporte;
2°. Uma eventual cobrança de valores , para alterar/corrigir dados
incorretos inseridos no bilhete aéreo somente se justifica se a
companhia comprovar que houve custos adicionais e
extraordinários, e não meramente uma alteração de irregularidades
que podem ser fácil e rapidamente sanadas.
Cabe ressaltar que, por força do art. 4° da Resolução nº 130, de 08 de
dezembro de 2009, e por medida de segurança e ordem pública, é obrigação do
transportador aéreo efetuar a identificação do passageiro durante o procedimento de
embarque, conciliando os dados constant~s na reserva com o seu documento de
identificação. Por sua vez, o artigo 226 do CBA dispõe' que o contrato de transporte pode
ser comprovado por outros meios quando ausente ou irregular o bilhete.

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AGÊNCIA NACIONAL
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· Desta forma, na atualização e consolidação dos normativos da ANAC que


versam sobre o direito dos usuários do transporte aéreo de passageiros, visando o

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sopesamento da problemática em tela, é imprescindível a elaboração de dispositivos que
reforcem o dever das empresas aéreas em retificar o eventual erro material contido no
bilhete de transporte aéreo, sem que isso acarrete na necessidade de cancelamento do
· bilhete, bem como criar mecanismos que facilitem a identificação e não configuração de
transferência de titularidade, tais como tornar obrigatório número de documento de
identificação, nome da mãe, data de nascimento, entre outros.

3.5.4. Do cancelamento por iniciativa do passageiro

Conforme exposição dos artigos dq Código Civil atinentes ao transporte


aéreo de passageiros, a regra para desistência como lá exposto é de difícil concreção.
Também, com o advento do regime de liberdade tarifária, grande parte dos
bilhetes comercializados passaram a ser de bilhetes "promocionais", os quais possuem
maiores restrições para remarcação e cancelamento, onde as multas acabam por ultrapassar
os valores dispostos no Código Civilista.
-
A racionalidad€ por trás da cobrança de multas - por vezes elevadas e
suficientes a ultrapassar o patamar de 5% - pela desistência do voo se encontra na
necessidade do transportador aéreo çissegurar a ocupação do assento ofertado, pois o
assento vazio significa uma perda de receita irrecuperável.
Disciplinar em norma a sujeição de todas as bases tarifárias a uma multa
máxima de 5% como disposto no Código Civil irá implicar em custo menos expressivo
para a alteração de reservas de assentos promocionais, o que.elevará significativamente o
nível de cancelamentos e remarcações para essas bases tarifárias e diminuirá a
previsibilidade de número de passageiros em um voo, um claro desestimulo a
comercialização dessas tarifas.
Assim, dada as peculiaridades que eivam a concessão do serviço de
transporte aéreo, o regime de liberdade tarifária e a autonomia de vontade -
consubstanciada no direito contratual pela liberdade de contratar -, sugere-se a
normatização da obrigatoriedade de, entre outras, o oferecimento de uma base tarifária que
atenda os preceitos do Código Civil, deixando a cargo do passageiro a escolha da tarifa e
condições que melhor lhe atenderá.
Contudo, dado que as condições de contratação e fruição do serviço de
transporte aéreo nas bases tarifárias promocionais podem ser consideradas como cláusulas
limitativas de direito (ver análise do CDC, item 3.3.2) frente ao que dispõe o Código Civil,
é salutar a publicidade dessas condições de forma ostensiva, nos momentos pré e pós
contratual. ,

3.5.5. O cancelamento automático do trecho de retorno

Quando do não comparecimento do passageiro para embarque em trecho


inicial (ida) de uma compra conjugada, denominado como no-show, as empresas aéreas
normalmente efetuam o cancelamento automático do segundo trecho (retorno);
procedimento esse que tem sido objeto de questionamentos à ANAC.

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DE AVIAÇÃO C IVIL
Rubrica
GNOP

,Ocorre que, do prisma das empresas, quando o passageiro não utiliza o


primeiro trecho do contrato, presume-se que ele não utilizará também o trecho de retorno, e

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para viabilizar a maior taxa de ocupação possível - visto o grande potencial deste assento
também- ficar vazio - e até evitar-se o overbooking, as empresas aéreas acabam executando
o cancelamento automático do trecho subsequente. Outra informação, é que em alguns
casos há o incentivo à compra conjugada, através .de oferta de descontos.
Porém, tal restrição pode não ser intuitiva para alguns passageiros, o que
aduz a necessidade de maior atenção por parte dos passageiros no momento da aquisição
do bilhete, visto que as regras da fruição do serviço segundo a base tarifária devem estar de
forma expressa no contrato do serviço de transporte aéreo de passageiro.

3.5.6. Os atrasos com passageiro embarcad? na aeronave (tarmac)

Da análise do Direito Comparado, foi constatada uma lacuna no normativo


da ANAC à tratar dos direitos e assistência aos passageiros em caso de atrasos quando o
passageiro já se encontra dentro da aeronave.
Desta feita, posto que a assistência material visa m1rumizar impactos
prejudiciais, faz-se necessário a extensão adequada da assistência material, bem como o
direito à informação, para os casos de cancelamentp e atrasos quando os passageiros já
encontram-se ou foram embarcados na aeronave.

3.5.7. Alteração de malha aérear

Além da necessidade de readequação da legislação infralegal, foram


identificadas lacunas na legislação que devem ser -objeto de estudo, e um caso que já foi
alvo de questionamento por parte do Ministério Público diz respeito às, providências nos
casos de alteração .no horário do voo que não são decorrentes de atrasos e cancelamentos
de voo.
Durante algum tempo houve uma dúvida por parte da ANAC se tal
procedimento, que é corriqueiro na dinâmica do transporte aéreo, geraria ao passageiro
eventualmente prejudicado os direitos previstos para os casos de cancelamento de voo.
Todavia, percebeu-se que tal analogia poderia acarretar prejuízos aos regulados vez que
tais alterações não são uma falha na prestação do serviço e, em grande parte, _tão somente
um reajuste da malha em função de questões de sazonalidade e disponibilidade de slots em
aeroportos. Por essa razão, deve-se buscar estabelecer direitos específicos para tais
· situações, de modo gue a informação de eventuais alterações seja conhecida pelo
passageiro com uma razoável antecedência.
,
3.5.8. Das condições extraordinárias. Excludentes de responsabilidade:
caso fortuito e força maior ·

Assunto recorrente é a existência' de caso fortuito e força maior como


excludentes de responsabilidade do dever de prestação de assistência I)'laterial previstos na
Resolução nº 141/201O. Sabe-se ·que eventos meteorológicos são fatores não gerenciáveis
por parte dos transportadores aéreos e que podem acarretar prejuízos tanto às empresas
quanto aos passageiros.

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AGÊNCIA NACIONA L
DE AVIAÇÃO C I V IL

Ainda que se entenda que o transporte aéreo é uma atividade econômica que
envolve um risco e que este deve estar previsto nos custos da empresa aérea, existem

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situações de tamanha gravidade que extrapolam o limiar do risco da atividade econômica e
acabam por inviabilizàr a própria execução do transporte com segurança, sendo tais
eventos oponíveis a todos os transportadores aéreos indistintamente. A própria OACI
reconheceu a existência de tais circunstâncias na 6ª Conferência do Painel de Regulação do
Transporte Aéreo, classificando-as como interrupções maciças, como fenômenos
meteorológicos ou naturais de grande escala, furacões, erupções vulcânicas, terremotos,
inundações, insLabilidade política ou eventos similares.
Por essa razão, a revisão das condições gerais de transporte desenvolverá
um mecanismo que permita que a responsabilidade pelo fornecimento da assistência
materi~ possa ser mitigada em determinadas situações de severa gravidade que englobem
as seguintes características:
l) não imputável ao transportador aéreo;
2) oponível a todos os transportadores que operam determinada rot_a; e
3) perdurar por um período razoável de tempo.
Nesses casos haveria um compartilhamento de riscos entre passageiros e
empresas aéreas após determinado período, de modo que situações de gravidade el_evada -
que são residuais no transporte aéreo - não gerem um ônus excessivo ao transportador
aéreo, visto que não é razoável em nosso ordenamento jurídico que apenas uma das partes
contratantes assuma o risco integral da atividade econômica.
Além das situações que impactam diretamente- o transportador aéreo,
também é relevante verificar que existem situações que não são gerenciáveis pelo
passageiro e· que impedem o seu comparecimento para embarque, tais como motivos de
enfermidade. Rememorando o regime de liberdade tarifária, percebe-se que boa parte das
empresas aéreas no Brasil e na maior parte do mundo passou a oferecer classes de tarifas
que permitem maior flexibilidade para alterações contratuais por iniciativa do passageiro.
De forma análoga ao que ocorre no mercado de seguros privados, as
empresas aéreas oferecem tarifas que propiciam maior "cobertura" ao passageiro que
eventualmente tenha de alterar a data e horário de seu voo. Todavia, as empresas aéreas
não são obrigadas a trabalhar com esse tipo de segmentação tarifária, fazendo com que
passageiros que queiram adquirir uma tarifa com maior flexibilidade não possam fazê-lo.

4. Conclusão

Tendo em vista:
- o mandamento do art. 47, I, da Lei nº 11.182/05, para gradual substituição
dos regulamentos, normas e demais regras editadas pelo extinto DAC;
- o disposto na Portaria nº 2852, de 30 de outubro de 2013, que institui a
Agenda Regulatória desta Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC para o ano de
2014;
- as reuniões realizadas em 27 de agosto de 2013. 5 de fevereiro de 2014,
12 de fevereiro de 2014 e 25 de fevereiro de 2014 (anexos I, II, 111, IV e V);

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ANAC AGÊNCIA NACIONAL


DE AVIAÇÃO CIVIL
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- a exposição da legislação aplicável, pertinente aos direitos do usuário do


transporte aéreo de passageiros;

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
- a análise do direito comparado;
- as lacunas identificadas na legislação, bem como as necessidades de ajuste
identificadas.
Vislumbramos oportuna a realização da revisão e consolidação das
condições gerais de transporte aéreo, eivado das devidas precauções que devem ser
tomadas para a elaboração normativa. Para tanto, sugere-se, considerada a expertise
exposta sobre a matéria, a realização de reunião participativa, no intuito de aproximar e
conhecer as expectativas dos regulados e demais envolvidos com os direitos dos usuários
do transporte aéreo de passageiros quanto a atualização e consolidação das normas da
ANAC.

É a Nota Técnica: Submetemos à apreciação do Senhor Gerente de Normas


e Projetos.

Vinicius a Silva Manoel


Analista dministrativo Técnico em Regulação de Especiali ~ em Regulação
Aviação Civil de Aviação Civil

De acordo, encaminhe-se à Superintendência de Regulação Econômica e


1

Acompanhamento de Mercado.

·Brasília, 19 de agosto de 2014


(~~'
Fernando Barbelli Feitosa
Gerente de Normas e Projetos

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PARECER ANAC Nº 7/2018/GCON/SAS
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PARECER ANAC Nº 7/2018/GCON/SAS
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SEI/ANAC - 2463305 - Parecer

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PARECER Nº 7/2018/GCON/SAS
PROCESSO Nº 00766.000561/2018-94
INTERESSADO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - MPF, AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL - ANAC
ASSUNTO: Ação Civil Pública n.º 0010700-19.2014.4.01.3900 (5.ª Vara Federal da Seção Judiciária do Pará)

Tratam-se de subsídios para a defesa da ANAC, ré nos autos da ação civil pública em epígrafe, ajuizada
pelo MPF/PA, na qual pleiteia a condenação da agência a, no prazo de 90 dias, promulgar norma
administrativa disciplinando procedimentos e medidas a serem tomadas pelas companhias áreas em
situações de excepcional aumento de demanda de passageiros, bem como que realize a fiscalização do
seu cumprimento de modo que possa garantir a prestação de um serviço adequado aos usuários.

Senhor Superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos

I. RELATÓRIO
1. Os presentes autos foram encaminhados à SAS por meio do Memorando nº 786/2018/PROT/PFEANAC/PGF/AGU (2448401), no qual solicitou à Superintendência expediente em que se abordem certos
pontos e quesitos para a defesa da ANAC.
2. Recebido o processo, a Superintendência o redistribuiu à GCON e GOPE a fim de obter subsídios técnicos para a resposta ao órgão judicial da Agência, em que, dos questionamentos levantados pela D.
Procuradoria à SAS, coube à GCON subsidiar tecnicamente resposta ao item "a", a seguir:
a) informações sobre o impacto da alteração normativa, com a resolução 400/2017, na pretensão do MPF.

3. Sendo este o breve relatório, passa-se à análise do questionamento.

II. COMPETÊNCIA PARA ANÁLISE


4. A presente análise está inserida nas competências da GCON, delegadas pela SAS por meio da Portaria nº 2155, de 24/8/2016, em especial, os art. 1º, 2º e 5º.

III. ANÁLISE
DA COMPETÊNCIA DA AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL
5. Primeiramente, deve-se atentar para a competência legalmente atribuída à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para tratar de temas que versam sobre normas regulatórias para o setor de
transporte aéreo. Assim, é exatamente em virtude da complexidade que as matérias correlatas ao modal aéreo demandam que o legislador entendeu ser pertinente atribuir à uma Agência Reguladora especializada os
assuntos que requeiram uma atuação que seja caracterizada por autonomia política, administrativa, financeira e, sobretudo, normativa.
6. Nessa direção, insta salientar a competência atribuída à ANAC, prevista no artigo 2.° da sua Lei de criação, a Lei n.° 11.182/2005, segundo o qual “compete à União, por intermédio da ANAC e nos
termos das políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo, regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária”. Assim, resta inexorável que a autonomia e
independência concedidas às agências reguladoras são fundamentais para que a mesma possa exercer adequadamente suas funções, uma vez que o maior bem jurídico tutelado é o interesse da coletividade.
7. Cabe asseverar a relevância das prerrogativas que são atribuídas à ANAC como autoridade de aviação civil e a proteção legal que se lhe garante por essa primordial razão. Destaque-se nesse sentido o
que dispõe o artigo 5º da sua Lei de criação:
Art. 5º A ANAC atuará como autoridade de aviação civil, assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei, as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de sua competência.
8. Ademais, nos termos da referida Lei Federal, a ANAC pauta-se em atender ao interesse público por meio de sua atuação coletiva e sistêmica no sentido de atuar na regulação e fiscalização das atividades
de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. A Lei de criação da Agência destaca, em seu artigo 8°, um dispositivo de fundamental importância, aduzindo que “cabe à ANAC adotar as medidas
necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento e fomento da aviação civil, da infraestrutura aeronáutica e aeroportuária do País, atuando com independência, legalidade,
impessoalidade e publicidade”.
9. Como se pode verificar, nos termos da sua Lei instituidora, compete à ANAC regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. Dessa forma, segundo os
51 princípios norteadores da Administração Pública, notadamente quanto à legalidade, à razoabilidade e à proporcionalidade de seus atos, o limite do poder regulamentar conferido a Autarquia se dá dentro da legislação

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SEI/ANAC - 2463305 - Parecer
específica da aviação civil, em especial o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), a Lei n.º 11.182/2005 (Lei da ANAC), o Decreto n.º 6.780/2009 que aprovou a Política Nacional de Aviação Civil (PNAC) eo
fls. 100
Decreto n.º 7.168/2010, que dispõe sobre o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita (PNAVSEC).
10. Cabe, portanto, à Agência, enquanto figura de Direito Público, criada para servir de instrumento ao Estado no cumprimento de suas prerrogativas constitucionais, nortear a sua atuação (regular e
fiscalizar as atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, nos termos do art. 2.º da Lei 11.182/2005) pelos princípios, regras e valores constitucionalmente insculpidos, de forma que as
relações inseridas em seu contexto regulatório alcancem a maior eficiência possível.

DA RESOLUÇÃO ANAC N.º 400/2016 E SEUS ELEMENTOS JUSTIFICADORES


11. A publicação da Resolução nº. 400/2016 (Condições Gerais de Transporte Aéreo) resultou de um longo processo de produção normativa, cuja gênese remonta oficialmente ao ano de 2013.
Historicamente, o referido trabalho representa uma revisão e consolidação das regras que dispõem sobre os direitos e deveres dos passageiros do transporte aéreo brasileiro, inclusive quanto à necessidade de
harmonização da legislação existente sobre o setor aéreo, a fim de reunir em único documento legal todos os demais assuntos que eram tratados por meio de outras normas de aviação civil.
12. Ressalte-se que, com o objetivo de dar transparência ao processo de revisão e consolidação da referida norma, e ainda contar com as contribuições de órgãos de defesa do consumidor, de empresas do
setor aéreo e demais entes interessados, todo o processo que resultou na edição e publicação da Resolução foi precedido de Audiência Pública, visto que a contribuição do público externo em processos de alta
complexidade e relevância para a sociedade consiste em coleta de subsídios importantes em processos decisórios dessa natureza, além de ter contribuído significativamente para que o documento alcançasse seu
objetivo de harmonizar as relações de consumo no âmbito do transporte aéreo.
13. Deve-se atentar para o fato de que a ANAC realizou duas Audiências Públicas para coletar subsídios da sociedade em relação às Condições Gerais de Transporte Aéreo, tendo disponibilizado a Análise
de Impacto Regulatório e Notas Técnicas que explicam a fundamentação da norma. Realizou reuniões com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, com a 3.ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF,
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), além de ter elaborado minuta comentada artigo por artigo da
nova proposta de Resolução, proporcionando ampla transparência no processo regulatório e municiando de informações os consumidores interessados no processo. A ANAC seguiu o rito competente para a
publicação da Resolução ANAC nº. 400/2016, que se deu em 13/12/2016, com entrada em vigor em 14/03/2017, contemplando plenamente o processo regulatório e assegurando a lisura e transparência dos
seus atos.

DA ASSISTÊNCIA MATERIAL E DA REACOMODAÇÃO DE PASSAGEIRO NA RESOLUÇÃO ANAC Nº 400/2016 QUE REVOGOU A RESOLUÇÃO ANAC Nº 141/2010
14. A Resolução ANAC nº 141/2010, ora revogada, tratava dos casos de atrasos, cancelamentos e interrupção de voos, preterição de passageiros e assistência material. Tal regulamento, ao estabelecer a
prestação de assistência material, harmonizou a relação entre transportador e consumidor, na medida em que minimizou o impacto prejudicial das circunstâncias que provocam falhas na execução do serviço. Assim, a
Resolução ANAC nº 141/2010 foi concebida de modo a dispor acerca das principais necessidades dos passageiros diante dessas circunstâncias, tais como acesso à informação, alternativas ao serviço originalmente
contratado e assistência material devida conforme cada caso e de acordo com o tempo de espera no aeroporto.
15. Neste sentido, vale registrar o conteúdo do artigo 14, inciso III, da Resolução:
Art. 14. Nos casos de atraso, cancelamento ou interrupção de voo, bem como de preterição de passageiro, o transportador deverá assegurar ao passageiro que comparecer para embarque o direito a receber assistência material.
§ 1º A assistência material consiste em satisfazer as necessidades imediatas do passageiro, gratuitamente e de modo compatível com a estimativa do tempo de espera, contados a partir do horário de partida originalmente previsto, nos
seguintes termos:
I - superior a 1 (uma) hora: facilidades de comunicação, tais como ligação telefônica, acesso a internet ou outros;
II - superior a 2 (duas) horas: alimentação adequada;
III - superior a 4 (quatro) horas: acomodação em local adequado, traslado e, quando necessário, serviço de hospedagem.
§ 2º O transportador poderá deixar de oferecer serviço de hospedagem para o passageiro que residir na localidade do aeroporto de origem.

16. Na mesma linha, a Resolução ANAC nº 400/2016 estabelece, em seu artigo 27, a prestação de assistência material. Segue teor do dispositivo:
Art. 27. A assistência material consiste em satisfazer as necessidades do passageiro e deverá ser oferecida gratuitamente pelo transportador, conforme o tempo de espera, ainda que os passageiros estejam a bordo da aeronave com portas
abertas, nos seguintes termos:
I - superior a 1 (uma) hora: facilidades de comunicação;
II - superior a 2 (duas) horas: alimentação, de acordo com o horário, por meio de fornecimento de refeição ou de voucher individual; e
III - superior a 4 (quatro) horas: serviço de hospedagem, em caso de pernoite, e traslado de ida e volta.
§ 1º O transportador poderá deixar de oferecer serviço de hospedagem para o passageiro que residir na localidade do aeroporto de origem, garantido o traslado de ida e volta.

17. Observe-se que no processo de revisão e consolidação das normas relativas às Condições Gerais de Transporte, foram feitas pequenas modificações em relação à Resolução ANAC nº 141/2010, de modo
a substituir termos imprecisos, tais como “alimentação adequada” e “quando necessário”. Desta forma, em relação a primeira a expressão, foi ela substituída por alimentação, de acordo com o horário, por meio do
fornecimento de refeição ou de voucher individual, isso para dar mais clareza ao comando e permitir que os passageiros sejam melhor assistidos, evitando, por exemplo, a oferta de pequeno lanche, quando o horário
requer almoço ou lanche. Em relação a segunda, ao referir-se ao serviço de hospedagem, a expressão "quando necessário" substituída por serviço de hospedagem em caso de pernoite, de modo a não deixar dúvidas e
quando será necessária a hospedagem. A Resolução nº 141/2010 não ditava quais seriam estas situações que exigiriam a prestação desta assistência. Assim, o processo de revisão e consolidação das Condições Gerais
de Transporte não se limitou a replicar ipsis litteris a redação da norma anterior, mas sim afastar eventuais equívocos na concretização do termo, de maneira a prescrever de modo mais preciso sobre a necessidade das
assistências de alimentação e hospedagem.
52 18. Um avanço que deve ser destacado em relação aos direitos dos passageiros foi a previsão de hospedagem, para o Passageiro com Necessidade de Assistência Especial (PNAE), em qualquer caso,

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
SEI/ANAC - 2463305 - Parecer
independentemente da exigência de pernoite no local, salvo se puder ser substituída por acomodação em local adequado no aeroporto (por exemplo: sala vip). Desta forma, pessoa com deficiência, pessoa com
fls.idade
101
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, gestante, lactante, pessoa acompanhada por criança de colo, pessoa com mobilidade reduzida ou qualquer pessoa que por alguma condição específica tenha limitação na sua
autonomia como passageiro tem garantia de uma acomodação específica à sua necessidade.
19. Outro ponto que deve ser ressaltado, e o mais importante deles, é que o oferecimento de assistência ao passageiro pela empresa aérea não representa o objetivo maior de contraprestação do
transportador via contrato de transporte aéreo. Neste sentido, a Resolução ANAC nº 400 visa garantir a execução do serviço de transporte aéreo através de diversos dispositivos. Assim, seu artigo 28 traz a
exigência de reacomodação do passageiro em outro voo nos casos de alteração do contrato por parte da empresa aérea (artigo 12) e também nos casos de falha na execução do voo (artigo 21). Esta
reacomodação pode ser em outro voo da própria empresa ou em voo de empresa congênere. Isto porque o intuito maior é garantir ao passageiro seu direito de ser transportado o quanto antes, de modo
que sua espera para o início da prestação do serviço em hotel deve ser a última das hipóteses.
20. Na norma anterior, a obrigação das empresas aéreas quanto à reacomodação se dava apenas em voo próprio. A reacomodação em voos de terceiros aparecia como uma opção ao transportador, o que na
prática representava discricionariedade raramente cumprida. A Resolução nº 400/2016, assim, amplia as obrigações da empresa aérea, colocando como cogente a reacomodação em voos de terceiros.
21. Com isto, amplia-se sobremaneira as chances de que o passageiro possa realizar sua viagem no horário mais próximo possível ao contratado. Neste ínterim, importante destacar que o intuito do regulador
foi prover mais meios para que a empresa possa reacomodar os passageiros, viabilizando sua viagem da forma mais breve. Aliando este intuito, observou-se que a exigência de assistência é pontual.
22. Vale apontar que as regras sobre assistência material propagadas no Brasil desde 2010 encontram-se alinhadas às melhores práticas regulatórias mundiais. Neste quesito, o Brasil é um dos poucos países
que exigem o fornecimento de assistência material ao passageiro em casos de falha na execução do serviço, independentemente do motivo que ensejar o evento (atraso, cancelamento, interrupção ou preterição), como
fenômenos na natureza e outros casos que ensejariam exclusão da responsabilidade do transportador. Em determinadas situações, por exemplo, sobretudo ligadas a causas naturais imprevisíveis, as empresas aéreas
podem se ver sendo obrigadas a prestar assistência por tempo indefinido, o que pode causar impacto financeiro considerável.

DAS RECLAMAÇÕES SOBRE A ASSISTÊNCIA MATERIAL


23. Inicialmente, importante observar que qualquer iniciativa de regulamentação por parte da ANAC terá impacto em todo o território nacional, e não somente sobre as operações a partir do aeroporto de
Belém/PA, local dos fatos que ensejaram o MPF/PA a mover ação judicial contra a Agência.
24. Em relação a reclamações referentes a problemas de atrasos e cancelamentos no primeiro semestre de 2018, somaram, no âmbito da plataforma alternativa de resolução de conflitos Consumidor.gov.br,
916 registros analisados pela ANAC, o que significa 6,5 % do total de reclamações do semestre citado e 1,6 reclamações a cada 100.000 passageiros pagos transportados. Destes registros sobre a atrasos e
cancelamentos, 13 casos fazem menção ao aeroporto internacional da cidade de Belém/PA, sendo que apenas 3 casos fazem referência a manifestações relacionadas com assistência material, o que corresponde a 0.02
% do número total de registros daquele semestre. As reclamações relacionadas com o tema assistência material podem abranger diversos assuntos, além da prestação de hospedagem, como prestação de translado,
comunicação e alimentação, de maneira que não é possível definir exatamente os casos que se referem a cada tipo de assistência.
25. Desta forma, comparando o número de passageiros pagos transportados no primeiro semestre de 2018, que foi de 56.673.005¹, com o número de reclamações registradas sobre o tema em pauta (916 ao
todo), é possível se concluir que não se trata de um problema de grande amplitude a ensejar uma nova intervenção Estatal de alcance nacional a se somar a já consolidada Resolução ANAC nº 400/2016 que, diga-se, já
cuida das possíveis contingências na prestação do serviço de transporte aéreo. Nesse ponto, é essencial considerar as inúmeras peculiaridades do setor, para que não se perpetuem injustiças. Determinadas causas de
atrasos e cancelamentos devem ser consideradas no exercício da atividade de transporte, quais sejam, nevoeiros e chuvas que acarretam no fechamento de aeroportos, sendo que o fechamento de um aeroporto no sul do
país pode acarretar em atrasos e cancelamentos em aeroportos das regiões norte e nordeste, por exemplo. Além do mais, importante ressaltar que o art. 42 da Resolução ANAC nº 400/2016 foi concebido sob a forma
de uma review clause, em que a Agência firmou o compromisso público de elaborar relatório sobre a aplicação, a eficácia e os resultados da novel regulamentação, com a indicação de possíveis pontos para revisão,
após 5 anos do início de sua vigência.

DO PERCENTUAL DE ATRASOS E CANCELAMENTOS DE VOOS


26. O que se verifica nos dados desta Agência, que podem ser consultados em seu site (https://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/mercado-do-transporte-aereo), é um importante declínio no
número de atrasos e cancelamentos de voos no decorrer do período 2007 a 2017.
27. Em 2007, o percentual de voos cancelados encontrava-se no patamar de 16,4% dos voos. Porém, em 2017 esse percentual foi de 2,6%, o menor nível do período analisado. Em relação aos percentuais
de atrasos (cujo maior percentual se deu no intervalo de 30 min a 1 hora) em 2007 encontrava-se em 11,4%, chegando ao menor índice em 2016 com 3,1% de ocorrência e registrando, em 2017, o percentual de 3,5%.
28. Na última faixa de tempo considerada para análise dos atrasos, período superior a 4 horas, os percentuais sempre se mantiveram abaixo de 1%, sendo os maiores índices verificados em 2007 e 2008
(0,8% e 0,4%). Nos demais anos, o percentual oscilou entre 0,2 e 0,3%, tendo sido registrado, em 2017, o patamar de 0,2%.
29. De forma que, somando todos os atrasos e cancelamentos de voos acima de 4 horas, chega-se ao equivalente a 2,8% da malha aérea brasileira em 2017.

CONCLUSÃO
30. Estes são os subsídios que esta Gerência oferece à Procuradoria Federal Especializada junto à ANAC para atuação na ação civil pública em questão.
É o Parecer. Submeto à apreciação do Gerente de Regulação das Relações de Consumo.
Tony Roberto de Carvalho
53 Técnico em Regulação

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
SEI/ANAC - 2463305 - Parecer
De acordo. Sendo esses os subsídios que se tem a oferecer no momento, submeto o presente parecer à apreciação do senhor Superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos fls. 102
Cristian Vieira dos Reis
Gerente de Regulação das Relações de Consumo

[1] Em: https://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/mercado-do-transporte-aereo.

Documento assinado eletronicamente por Tony Roberto de Carvalho, Técnico(a) em Regulação de Aviação Civil, em 30/11/2018, às 15:55, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Cristian Vieira dos Reis, Gerente, em 30/11/2018, às 15:58, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de
2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site http://sistemas.anac.gov.br/sei/autenticidade, informando o código verificador 2463305 e o código CRC 19ED2464.

Referência: Processo nº 00766.000561/2018-94 SEI nº 2463305

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NOTA TÉCNICA ANAC 31/2018/GCON
fls. 103

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
SEI/ANAC - 2198748 - Nota Técnica
fls. 104

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
NOTA TÉCNICA Nº 31/2018/GCON/SAS

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1. ASSUNTO
1.1. A presente Nota Técnica tem por escopo, fundamentalmente, apresentar os elementos técnicos-
jurídicos para subsidiar defesa da ANAC por meio da Procuradoria Federal Especializada junto à Agência, nos
autos da Ação Civil Pública em trâmite na Justiça Federal - Seção Judiciária da Paraíba. Ademais, pretende-se
apresentar os esclarecimentos necessários à apresentação de prévia manifestação em face da referida ação judicial
movida contra a ANAC.
2. REFERÊNCIAS
2.1. 1. Memorando n.º 00618/2018/PROT/PFE.ANAC/PGF/AGU (2197265);
2.2. 2. Ação Civil Pública n.º 0807610-18.2018.4.05.8200 (2196287).
3. SUMÁRIO EXECUTIVO
3.1. Trata-se da Ação Civil Pública referenciada, ajuizada pelo Ministério Público Federal da Paraíba
em face da ANAC, objetivando, liminarmente, a suspensão da eficácia do inteiro teor do artigo 27, inciso III, da
Resolução ANAC n.º 400/2016; e, no mérito, a declaração da nulidade da expressão "em caso de pernoite",
contida no referido inciso, determinando à ANAC a correção de sua redação.
4. JUSTIFICATIVA
4.1. Esta Nota Técnica justifica-se em razão da competência da Gerência de Regulação das Relações de
Consumo (GCON) para promover a proteção e defesa coletiva dos direitos dos usuários dos serviços de transporte
aéreo público, observadas as atribuições da Superintendência de Acompanhamento de Serviços Aéreos (SAS),
delegada pelo inciso II do artigo 5.º da Portaria SAS nº 2.155, de 24 de agosto de 2016.
5. ANÁLISE

DA COMPETÊNCIA DA AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL


5.1. Primeiramente, deve-se atentar para a competência legalmente atribuída à Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC) para tratar de temas que versam sobre normas regulatórias para o setor de transporte aéreo.
Assim, é exatamente em virtude da complexidade que as matérias correlatas ao modal aéreo demandam que o
legislador entendeu ser pertinente atribuir à uma Agência Reguladora especializada os assuntos que requeiram
uma atuação que seja caracterizada por autonomia política, administrativa, financeira e, sobretudo, normativa.
5.2. Nessa direção, insta salientar a competência atribuída à ANAC, prevista no artigo 2.° da sua Lei de
criação, a Lei n.° 11.182/2005, segundo o qual “compete à União, por intermédio da ANAC e nos termos das
políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo, regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e
de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária”. Assim, resta inexorável que a autonomia e independência
concedidas às agências reguladoras são fundamentais para que a mesma possa exercer adequadamente suas
funções, uma vez que o maior bem jurídico tutelado é o interesse da coletividade.
5.3. Cabe asseverar a relevância das prerrogativas que são atribuídas à ANAC como autoridade de
aviação civil e a proteção legal que se lhe garante por essa primordial razão. Destaque-se nesse sentido o que
dispõe o artigo 5º da sua Lei de criação:
Art. 5º A ANAC atuará como autoridade de aviação civil, assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei, as
prerrogativas necessárias ao exercício adequado de sua competência.
5.4. Ademais, nos termos da referida Lei Federal, a ANAC pauta-se em atender ao interesse público por
meio de sua atuação coletiva e sistêmica no sentido de atuar na regulação e fiscalização das atividades de aviação
civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. A Lei de criação da Agência destaca, em seu artigo 8°, um
dispositivo de fundamental importância, aduzindo que “cabe à ANAC adotar as medidas necessárias para o
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SEI/ANAC - 2198748 - Nota Técnica
fls. 105
atendimento do interesse público e para o desenvolvimento e fomento da aviação civil, da infraestrutura
aeronáutica e aeroportuária do País, atuando com independência, legalidade, impessoalidade e publicidade”.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
5.5. Como se pode verificar, nos termos da sua Lei instituidora, compete à ANAC regular e fiscalizar as
atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. Dessa forma, segundo os princípios
norteadores da Administração Pública, notadamente quanto à legalidade, à razoabilidade e à proporcionalidade de
seus atos, o limite do poder regulamentar conferido a Autarquia se dá dentro da legislação específica da aviação
civil, em especial o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), a Lei n.º 11.182/2005 (Lei da ANAC), o Decreto n.º
6.780/2009 que aprovou a Política Nacional de Aviação Civil (PNAC) e o Decreto n.º 7.168/2010, que dispõe

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
sobre o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita (PNAVSEC).
5.6. Cabe, portanto, à Agência, enquanto figura de Direito Público, criada para servir de instrumento ao
Estado no cumprimento de suas prerrogativas constitucionais, nortear a sua atuação (regular e fiscalizar as
atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, nos termos do art. 2.º da Lei
11.182/2005) pelos princípios, regras e valores constitucionalmente insculpidos, de forma que as relações
inseridas em seu contexto regulatório alcancem a maior eficiência possível.

DA RESOLUÇÃO N.º 400/2016 E SEUS ELEMENTOS JUSTIFICADORES


5.7. A publicação da Resolução nº. 400/2016 (Condições Gerais de Transporte Aéreo) resultou de um
longo processo de produção normativa, cuja gênese remonta oficialmente ao ano de 2013. Historicamente,
o referido trabalho representa uma revisão e consolidação das regras que dispõem sobre os direitos e deveres dos
passageiros do transporte aéreo brasileiro, inclusive quanto à necessidade de harmonização da legislação existente
sobre o setor aéreo, a fim de reunir em único documento legal todos os demais assuntos que eram tratados por
meio de outras normas de aviação civil.
5.8. Ressalte-se que, com o objetivo de dar transparência ao processo de revisão e consolidação da
referida norma, e ainda contar com as contribuições de órgãos de defesa do consumidor, de empresas do setor
aéreo e demais entes interessados, todo o processo que resultou na edição e publicação da Resolução foi precedido
de Audiência Pública, visto que a contribuição do público externo em processos de alta complexidade e relevância
para a sociedade exige a coleta de subsídios importantes em processos decisórios dessa natureza, além de ter
contribuído significativamente para que o documento alcançasse seu objetivo de harmonizar as relações de
consumo no âmbito do transporte aéreo.
5.9. Deve-se atentar para o fato de que a ANAC realizou duas Audiências Públicas para coletar
subsídios da sociedade em relação ao transporte de bagagens, tendo disponibilizado a Análise de Impacto
Regulatório e Notas Técnicas que explicam a fundamentação da norma. Realizou reuniões com o Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro, com a 3.ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Associação Brasileira de
Defesa do Consumidor (Proteste), além de ter elaborado minuta comentada artigo por artigo da nova proposta de
Resolução, proporcionando ampla transparência no processo regulatório e municiando de informações os
consumidores interessados no processo. A ANAC seguiu o rito competente para a publicação da Resolução nº.
400/2016, que se deu em 13/12/2016, com entrada em vigor em 14/03/2017, contemplando plenamente
o processo regulatório e assegurando a lisura e transparência dos seus atos.

DA ASSISTÊNCIA MATERIAL DE HOSPEDAGEM, DA REACOMODAÇÃO DE PASSAGEIRO E DO


DIREITO COMPARADO
5.10. A Resolução ANAC nº 141/2010, ora revogada, tratava dos casos de atrasos, cancelamentos e
interrupção de voos, preterição de passageiros e assistência material. Tal regulamento, ao estabelecer a prestação
de assistência material, harmonizou a relação entre transportador e consumidor, na medida em que minimizou o
impacto prejudicial das circunstâncias que provocam falhas na execução do serviço. Assim, a Resolução ANAC
nº 141/2010 foi concebida de modo a dispor acerca das principais necessidades dos passageiros diante dessas
circunstâncias, tais como acesso à informação, alternativas ao serviço originalmente contratado e assistência
material devida conforme cada caso e de acordo com o tempo de espera no aeroporto.
5.11. Neste sentido, vale registrar o conteúdo do artigo 14, inciso III, da Resolução:
Art. 14. Nos casos de atraso, cancelamento ou interrupção de voo, bem como de preterição de passageiro, o

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SEI/ANAC - 2198748 - Nota Técnica
fls. 106
transportador deverá assegurar ao passageiro que comparecer para embarque o direito a receber assistência
material.
§ 1º A assistência material consiste em satisfazer as necessidades imediatas do passageiro, gratuitamente e de

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
modo compatível com a estimativa do tempo de espera, contados a partir do horário de partida originalmente
previsto, nos seguintes termos:
(...)
III - superior a 4 (quatro) horas: acomodação em local adequado, traslado e, quando necessário, serviço de
hospedagem.
§ 2º O transportador poderá deixar de oferecer serviço de hospedagem para o passageiro que residir na localidade

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
do aeroporto de origem.

5.12. Na mesma linha, a Resolução ANAC nº 400/2016 estabelece, em seu artigo 27, a prestação
de assistência material. Segue teor do dispositivo:
Art. 27. A assistência material consiste em satisfazer as necessidades do passageiro e deverá ser oferecida
gratuitamente pelo transportador, conforme o tempo de espera, ainda que os passageiros estejam a bordo da
aeronave com portas abertas, nos seguintes termos:
(...)
III - superior a 4 (quatro) horas: serviço de hospedagem, em caso de pernoite, e traslado de ida e volta.
§ 1º O transportador poderá deixar de oferecer serviço de hospedagem para o passageiro que residir na localidade
do aeroporto de origem, garantido o traslado de ida e volta.

5.13. Observe-se que no processo de revisão e consolidação das normas relativas às Condições Gerais de
Transporte, foram feitas pequenas modificações em relação à Resolução ANAC nº 141/2010, de modo a substituir
termos imprecisos, tais como “alimentação adequada” e “quando necessário”. Desta forma, esta última expressão,
ao referir-se ao serviço de hospedagem, foi substituída por serviço de hospedagem em caso de pernoite, de modo
a não deixar dúvidas e quando será necessária a hospedagem. A Resolução nº 141/2010 não ditava quais seriam
estas situações que exigiriam a prestação desta assistência. Assim, o processo de revisão e consolidação das
Condições Gerais de Transporte não se limitou a replicar ipsis litteris a redação da norma anterior, mas sim afastar
eventuais equívocos na concretização do termo, de maneira a prescrever quando a hospedagem seria de fato
necessária. Desse modo, na redação atual, optou-se por deixar clara a necessidade de hospedagem nas hipóteses
em que o passageiro tiver que passar a noite na localidade.
5.14. Um avanço que deve ser destacado em relação aos direitos dos passageiros foi a previsão de
hospedagem, para o Passageiro com Necessidade de Assistência Especial (PNAE), em qualquer caso,
independentemente da exigência de pernoite no local, salvo se puder ser substituída por acomodação em local
adequado no aeroporto (por exemplo: sala vip). Desta forma, pessoa com deficiência, pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos, gestante, lactante, pessoa acompanhada por criança de colo, pessoa com mobilidade
reduzida ou qualquer pessoa que por alguma condição específica tenha limitação na sua autonomia como
passageiro tem garantia de uma acomodação específica à sua necessidade.
5.15. Outro ponto que deve ser ressaltado, e o mais importante deles, é que o oferecimento
de hospedagem ao passageiro pela empresa aérea não representa o objetivo maior de contraprestação do
transportador via contrato de transporte aéreo. Neste sentido, a Resolução ANAC nº 400 visa garantir a
execução do serviço de transporte aéreo através de diversos dispositivos. Assim, seu artigo 28 traz a
exigência de reacomodação do passageiro em outro voo nos casos de alteração do contrato por parte da
empresa aérea (artigo 12) e também nos casos de falha na execução do voo (artigo 21). Esta reacomodação
pode ser em outro voo da própria empresa ou em voo de empresa congênere. Isto porque o intuito maior é
garantir ao passageiro seu direito de ser transportado o quanto antes, de modo que sua espera para o início
da prestação do serviço em hotel deve ser a última das hipóteses.
5.16. Na norma anterior, a obrigação das empresas aéreas quanto à reacomodação se dava apenas em voo
próprio. A reacomodação em voos de terceiros aparecia como uma opção ao transportador, o que na prática
representava discricionariedade raramente cumprida. A Resolução nº 400/2016, assim, amplia as obrigações da
empresa aérea, colocando como cogente a reacomodação em voos de terceiros.
5.17. Com isto, amplia-se sobremaneira as chances de que o passageiro possa realizar sua viagem no
horário mais próximo possível ao contratado. Neste ínterim, importante destacar que o intuito do regulador foi
prover mais meios para que a empresa possa reacomodar os passageiros, viabilizando sua viagem da forma mais
breve. Aliando este intuito, observou-se que a exigência de hospedagem é pontual.
5.18. Vale apontar que as regras sobre assistência material propagadas no Brasil desde 2010 encontram-
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se alinhadas às melhores práticas regulatórias mundiais. Neste quesito, o Brasil é um dos poucos países que
exigem o fornecimento de assistência material ao passageiro em casos de falha na execução do serviço,
independentemente do motivo que ensejar o evento (atraso, cancelamento, interrupção ou preterição), como

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fenômenos na natureza e outros casos que ensejariam exclusão da responsabilidade do transportador. Em
determinadas situações, por exemplo, sobretudo ligadas a causas naturais imprevisíveis, as empresas aéreas
podem se ver sendo obrigadas a prestar assistência por tempo indefinido, o que pode causar impacto financeiro
considerável.
5.19. Nessa linha, a discussão tem escore jurídico nas próprias isenções concedidas pela legislação geral

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ordinária. No caso da força maior, como elemento que desobriga o prestador do serviço de transporte, foi o
Código Civil Brasileiro (CCB) categórico:
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo
de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.
5.20. Não obstante, esta exceção encontra limites quando a interrupção do serviço se der depois de
iniciada a prestação do serviço. Veja-se:
Art. 741. Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do transportador, ainda que em
consequência de evento imprevisível, fica ele obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da
mesma categoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade diferente, à sua custa, correndo também por
sua conta as despesas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte.
5.21. Logo, o CCB autoriza que o transportador seja exonerado de responsabilidade, em caso de força
maior, salvo se o transporte já houver sido iniciado (caso de interrupção do serviço). Se há uma exoneração da
responsabilidade civil, há de ser verificar, por analogia direta, que à assistência material seria aplicada o mesmo
conceito. Contudo, a Resolução ANAC nº 400 manteve a redação anterior para garantir ao passageiro a assistência
material em qualquer caso.

DO CÓDIGO BRASILEIRO DE AERONÁUTICA


5.22. Incumbe salientar que os preceitos contidos tanto na Resolução ANAC nº 141/2010 quanto
na Resolução ANAC nº 400/2016 em nada afrontam o CBA. Pelo contrário, os direitos assegurados pela
regulamentação da ANAC, além de não se limitarem à Lei nº 7.565/1986, ainda ampliaram suas hipóteses de
aplicação e os deveres de assistência material aos passageiros, buscando regulamentar os dispositivos do CBA
previstos nos artigos 229, 230 e 231. Vejamos a análise a seguir de cada um desses dispositivos citados frente ao
normativo da ANAC.
5.23. O primeiro deles, o artigo 229 do CBA, dispõe que “o passageiro tem direito ao reembolso do
valor já pago do bilhete se o transportador vier a cancelar a viagem”. No âmbito da Resolução ANAC nº
400/2016, nos casos de cancelamento, o direito dos passageiros não se restringe ao reembolso da passagem, mas
amplia-se, a depender do caso, para o direito a reacomodação, inclusive em empresas congêneres, e para o direito
de assistência material.
5.24. Por sua vez, os artigos 230 e 231 do CBA dispõem que:
Art. 230. Em caso de atraso da partida por mais de 4 (quatro) horas, o transportador providenciará o
embarque do passageiro, em vôo que ofereça serviço equivalente para o mesmo destino, se houver, ou restituirá,
de imediato, se o passageiro o preferir, o valor do bilhete de passagem.
Art. 231. Quando o transporte sofrer interrupção ou atraso em aeroporto de escala por período superior a 4
(quatro) horas, qualquer que seja o motivo, o passageiro poderá optar pelo endosso do bilhete de passagem ou
pela imediata devolução do preço. (gn)
Parágrafo único. Todas as despesas decorrentes da interrupção ou atraso da viagem, inclusive transporte de
qualquer espécie, alimentação e hospedagem, correrão por conta do transportador contratual, sem prejuízo da
responsabilidade civil.
5.25. De seus termos, aduz-se que o direito à assistência material de hospedagem se restringe aos casos
de interrupção ou atraso em aeroporto de escala. Ainda, o direito ao endosso de passagem em empresa
congênere também se dará somente nos mesmos casos, de interrupção ou atraso em aeroporto de escala.
5.26. Por sua vez, a Resolução ANAC nº 400/2016 é mais ampla e protetiva ao indicar o dever de
reembolso integral, reacomodação em voo do operador aéreo ou de empresa congênere e assistência material de
comunicação, alimentação e hospedagem a todos os casos de atrasos de voos, cancelamentos de voos, interrupção
do serviço e preterição de passageiros, seja no aeroporto de origem, de escala ou de conexão.
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DAS RECLAMAÇÕES SOBRE A ASSISTÊNCIA MATERIAL

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5.27. Em relação a reclamações referentes a problemas de atrasos e cancelamentos nos aeroportos em
2017, somaram, no âmbito da plataforma alternativa de resolução de conflitos Consumidor.gov.br, 1.194 registros
analisados pela ANAC, o que significa 13,1 % do total de reclamações do ano citado. Destes registros, 323
casos fazem referência a manifestações relacionadas com assistência material, o que corresponde a 3,8 % do
número total de registros daquele ano. Em 2018, este total caiu para 2,8% no primeiro semestre. As reclamações
relacionadas com o tema assistência material podem abranger diversos assuntos, além da prestação de

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hospedagem, como prestação de translado, comunicação e alimentação, de maneira que não é possível definir
exatamente os casos que se referem a cada tipo de assistência, embora possa-se afirmar que a maioria dos casos
sejam referentes à assistência de alimentação.
5.28. Desta forma, comparando o número de passageiros pagos transportados em 2017, que foi de
112.386.316, com o número de reclamações registradas sobre o tema em pauta (323 ao todo), é possível se
concluir que não se trata de um problema de grande amplitude.

DO PERCENTUAL DE ATRASOS E CANCELAMENTOS DE VOOS


5.29. Importante contestar a despeito da informação pontuada no procedimento preparatório nº
1.24.000.001930.2017-40, que assim afirmou:
A esse propósito, foi divulgada matéria pelo jornal eletrônico O GLOBO2 analisando o banco de dados da
própria ANAC quanto aos percentuais de atrasos e cancelamentos, revelando que 20% de 2,8 milhões de
voos realizados no Brasil entre 2011 e o início de 2015 partiram com algum atraso. Por óbvio, devem-se
desconsiderar os atrasos mínimos; mas não é possível olvidar as inúmeras situações que se apresentam ao Poder
Judiciário todos os anos através de ações individuais de reparação civil em razão da inobservância das regras de
assistência material, manejadas em face das empresas aéreas. Nesses casos, somos surpreendidos com a
realidade de pessoas que enfrentam até 12 horas de atraso em seus voos sem qualquer amparo das empresas.
5.30. O que se verifica nos dados desta Agência, que podem ser consultados em seu site
(https://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/mercado-do-transporte-aereo), é um importante declínio
no número de atrasos e cancelamentos de voos no decorrer do período 2007 a 2017.
5.31. Em 2007, o percentual de voos cancelados encontrava-se no patamar de 16,4% dos voos. Porém,
em 2017 esse percentual foi de 2,6%, o menor nível do período analisado. Em relação aos percentuais de atrasos
(cujo maior percentual se deu no intervalo de 30 min a 1 hora) em 2007 encontrava-se em 11,4%, chegando ao
menor índice em 2016 com 3,1% de ocorrência e registrando, em 2017, o percentual de 3,5%.
5.32. Na última faixa de tempo considerada para análise dos atrasos, período superior a 4 horas, os
percentuais sempre se mantiveram abaixo de 1%, sendo os maiores índices verificados em 2007 e 2008 (0,8% e
0,4%). Nos demais anos, o percentual oscilou entre 0,2 e 0,3%, tendo sido registrado, em 2017, o patamar de
0,2%.
5.33. De forma que, somando todos os atrasos e cancelamentos de voos acima de 4 horas, chega-se ao
equivalente a 2,8% da malha aérea brasileira em 2017. Assim, a informação apresentada no procedimento
preparatório não procede.
5.34. Na oportunidade, importante registrar que estudo da consultoria britânica OAG, especializada em
aviação civil, por meio do Official Airline Guide 2018, apresentou 10 aeroportos brasileiros (Guarulhos, Galeão,
Brasília, Confins, Congonhas, Santos Dumont, Viracopos, Confins, Recife e Porto Alegre, que juntos representam
68% dos passageiros pagos transportados no Brasil) e 4 companhias aéreas do país (Gol, Latam, Avianca e Azul)
na lista dos mais pontuais do mundo. O resultado do levantamento feito em 2017 teve como base 57 milhões de
voos de companhias aéreas e aeroportos em todo o planeta. O critério de pontualidade, tanto para aeroportos como
para empresas aéreas, foi o pouso e a decolagem das aeronaves com até 15 minutos de atraso em relação ao
horário previsto.

DO PEDIDO LIMINAR DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA


5.35. Com o esclarecimento dos fatos e fundamentos jurídicos aportados na presente manifestação,
vislumbra-se, com clareza, que a pretensão autoral foi baseada em uma leitura e entendimento rasos sobre os
avanços que a regulamentação da ANAC efetivou em relação ao dever de assistência material nos casos de atraso,
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cancelamento, interrupção do serviço e preterição de passageiro. Conforme acima demonstrado, o CBA se mostra
muito restrito quanto ao alcance do direito à assistência material.

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5.36. Nessa esteira, a Resolução ANAC nº 400/2016 imputa o dever de reacomodar o passageiro, à sua
escolha, na primeira oportunidade (em voo próprio ou de terceiro) e para o mesmo destino, de forma a causar o
menor impacto possível no planejamento de sua viagem. De tal modo, o desígnio primeiro da norma é que o
transporte se realize e, em último caso e somente quando necessário, tenha o passageiro a assistência material
compatível com o tempo e momento de espera para a realização do serviço que contratou.
5.37. Demonstrado o avanço da norma quanto ao direito de assistência material, dissipa-se a suposta e

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alegada fumaça do bom direito necessária à concessão de medida liminar em relação ao CDC e ao CBA, pois,
conforme o avanço demonstrado, a Resolução em vigor traz a “compatibilização da proteção do consumidor com
a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda
a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações
entre consumidores e fornecedores” (art. 4º, inciso III, do CDC), bem como, em relação aos dispositivos do CBA,
personifica o “estudo constante das modificações do mercado de consumo” (art. 4º, inciso VIII, do CDC).
5.38. Ademais, em relação à eventual violação clara e frontal dos preceitos constitucionais, a fumaça do
bom direito novamente se dissipa pela demonstração da natureza jurídica do serviço de transporte aéreo, que em
nada se assemelha ao estabelecido no artigo 175 da Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei n.º
8.987/1995, normativos que o autor se utiliza no intuito de tentar evidenciar o direito para a concessão da tutela de
urgência.
5.39. Contudo, nos termos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do RE
636.331/RJ, em voto da Ministra Rosa Weber, “o transporte aéreo regular de passageiros constitui, na quadra
atual, atividade sujeita a verdadeira outorga de autorização da administração pública, não configurando serviço
público prestado sob o regime de concessão”.
5.40. Ademais, não se vislumbra perigo na demora para a concessão de medida liminar, isso devido ao
lapso temporal entre a edição da Resolução ANAC nº 400, que ocorreu em 13 de dezembro de 2016, e a
distribuição da presente ação, que se deu em 23 de agosto de 2018. Vale ressaltar não somente este mas, ainda
mais especificamente, o lapso temporal entre a autuação da representação formulada pelo Ministério Público do
Trabalho (ou pelo Sr. Paulo Germano Costa de Arruda, Procurador do Trabalho), em 28 de setembro de 2017, e a
distribuição da presente Ação, repisa-se, que se deu em 23 de agosto de 2018. Isso, sobretudo, porque não houve
contraditório à ANAC durante o trâmite do Procedimento Preparatório.
5.41. Outrossim, o perigo de dano ou o risco de resultado útil do processo podem ser afastados a partir da
verificação dos dados estatísticos apresentados acima, em que se demostra o baixo índice de reclamações sobre o
assunto.
6. CONCLUSÃO
6.1. Essencialmente, em decorrência de todo o arrazoado acima exposto, entende-se, quanto ao objeto
da Ação Civil Pública nº 0807610-18.2018.4.05.8200, que o direito de hospedagem previsto no inciso III do
artigo 27 da Resolução n.º 400/2016 não restringiu o teor da mesma assistência prevista na Resolução ANAC nº
141/2010, como também ampliou as hipóteses de aplicação em comparação com o CBA, em nada se opondo à
Lei.
6.2. Serviço de hospedagem deve ocorrer em último caso, por isso a norma reforça as opção de
reacomodação do passageiro em outro voo, mais breve possível, passando a exigir inclusive a utilização de voos
de terceiros. Assim, repise-se que mesmo aeroportos e empresas brasileiras estando entre os mais pontuais do
mundo, a regulação desta Agência exige o fornecimento de assistência material ao passageiro em casos de falha
na execução do serviço, independentemente do motivo que ensejar o evento, sendo portanto, estas regras uma
forma importante de proteção aos consumidores.
6.3. Reitere-se que a Agência mantém-se ainda atenta a um relevante aspecto que é inerente ao processo
regulatório de um modo geral, qual seja, o monitoramento quanto à efetiva implementação por parte dos regulados
das disposições da norma atinente às Condições Gerais de Transporte. Assim, pode-se afirmar que a Agência atua
em precisa harmonia com o que dispõe o Plano Nacional de Aviação Civil quando o mesmo assevera que no
âmbito de proteção do consumidor deve ser assegurada a adequada regulamentação dos direitos e obrigações dos
usuários e dos prestadores de serviços aéreos de forma a prover o equilíbrio no relacionamento entre as partes no
sentido de minimizar o contencioso administrativo e judicial.

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6.4. Não obstante, conforme exposto, é necessário tempo após a plena vigência da norma para
pacificação (ou estabilização) dos novos comportamentos dos agentes a serem observados na relação consumo e
oferta, e, a partir deste momento, com dados mais consistentes, identificar o ganho social esperado com a nova

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regulamentação. É por meio de observações e avaliação mais precisa dos resultados, que se pode evitar juízos
prematuros dos efeitos da Resolução.
6.5. Por esta razão, conforme já citado, o prazo formal para a review clause da norma é de 5 (cinco)
anos após a sua vigência. Nesse interregno, para conhecimento das novas condutas dos agentes, sua compreensão
e, sobretudo, seu balizamento ante as disposições da Resolução ANAC nº 400/2016 e os resultados esperados, a

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Agência continuará coletando dados do setor para alcançar a devida compreensão dos reais impactos.
6.6. Finalmente, em nome do princípio da separação dos poderes e da segurança jurídica que se espera
em um setor regulado por Agência criada para esse fim e que goza de independência, não pode uma mera
discordância impedir o regular curso de um processo regulatório realizado com ampla transparência e estudos
consistentes. Um dos propósitos de se delegar para uma Agência a regulação de determinado setor da economia é
justamente a celeridade de intervenção em relação ao processo legislativo primário.
6.7. É a Nota Técnica. Submeto à apreciação da Senhora Gerente de Regulação das Relações de
Consumo Substituta.

Fernanda Simões Barros Tony Roberto de Carvalho


Especialista em Regulação Técnico em Regulação

De acordo, encaminhe-se à Superintendência de Acompanhamento de Serviços Aéreos.

Hildevana Meire da Silva Almeida


Gerente de Regulação das Relações de Consumo Substituta

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ARAGÃO, Alexandre Santos. Direito dos serviços públicos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013, pp. 183 e ss.

[2] NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Método, 2011, p. 374-375

[3] SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34 ed. São Paulo: Malheiros, p. 810.

[4] COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, Vol.1. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 188.

[5] GRAU, Eros Roberto. In: Canotillho, J. J. Gomes; Mendes, Gilmar F.; Sarlet, Ingo W.; Streck, Lenio L.
(Coords.). Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013, pp. 1.050 e ss.

[6] SUNDFELD, Carlos Ari e VIEIRA, Oscar Vilhena (coords.). Direito Global. São Paulo: Max Limonad, 1999,
pp. 161-162, apud SUNDFELD, Carlos Ari (coord.). Direito Administrativo Econômico. 1. ed., 3ª tiragem. São
Paulo: Malheiros, 2006, p. 45.

[7] Madeira, José Maria Pinheiro. Administração pública, tomo II. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, p. 39.

[8] Marques Neto, Floriano de Azevedo. A Nova Regulação dos Serviços Públicos, revista de Direito
Administrativo – RDA, vol 228, pp. 28-29, 2002 apud ARAGÃO, Alexandre dos Santos. Direito dos serviços
públicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013, pp. 496-497.

Documento assinado eletronicamente por Hildevana Meire da Silva Almeida, Gerente, Substituto (a),
em 10/09/2018, às 10:53, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto
nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
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Documento assinado eletronicamente por Fernanda Simões Barros, Especialista em Regulação de


Aviação Civil, em 10/09/2018, às 12:40, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, §

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1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Tony Roberto de Carvalho, Técnico(a) em Regulação de


Aviação Civil, em 10/09/2018, às 12:49, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, §
1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61145.
A autenticidade deste documento pode ser conferida no site http://sistemas.anac.gov.br/sei/autenticidade,
informando o código verificador 2198748 e o código CRC EFEC4109.

Referência: Processo nº 00766.000411/2018-81 SEI nº 2198748

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CONTRATO DE TRANSPORTE
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De: RC TOUR [mailto:RCTOUR@RCTOUR.COM.BR]
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Para: Siomara Silva
Assunto: Recibo do bilhete eletrônico, 08 Julho, para MR HUGO CESAR PHILIPP

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bilhete: 2203586067062 Número IATA: 57562816
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emissora: LUFTHANSA
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Passageiro: PHILIPP/HUGO CESAR
MR

GOL LINHAS AEREAS G3 1235 Segunda-feira, 08 Julho


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Não É Válido Antes De: 08 jul
Não É válido após: 08 jul

Partida: PORTO ALEGRE, BRAZIL Classe: Econômica


13:05 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: TAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: SAO PAULO GUARULH, BRAZIL
14:45
TERMINAL 2

LUFTHANSA LH 507 Segunda-feira, 08 Julho -


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Terça-feira, 09 Julho
fls. 114

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Não É Válido Antes De: 08 jul
Não É válido após: 08 jul

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61147.
Partida: SAO PAULO GUARULH, BRAZIL Classe: Econômica
18:15 Status: Confirmado
TERMINAL 3 Base tarifária: TAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: FRANKFURT, GERMANY
10:45
TERMINAL 1

LUFTHANSA LH 1368 Terça-feira, 09 Julho


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Não É Válido Antes De: 09 jul
Não É válido após: 09 jul

Partida: FRANKFURT, GERMANY Classe: Econômica


16:30 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: TAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: KRAKOW, POLAND
18:00

LUFTHANSA LH 500 Terça-feira, 30 Julho -


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Quarta-feira, 31 Julho
Não É Válido Antes De: 14 jul
Não É válido após: 08 jul

Partida: FRANKFURT, GERMANY Classe: Econômica


22:15 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: UAXRFBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: RIO JANEIRO GIG, BRAZIL
04:50
TERMINAL 2

GOL LINHAS AEREAS G3 2112 Quarta-feira, 31 Julho


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Não É Válido Antes De: 14 jul
Não É válido após: 08 jul

Partida: RIO JANEIRO GIG, BRAZIL Classe: Econômica


09:35 Status: Confirmado
TERMINAL 2 Base tarifária: UAXRFBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: PORTO ALEGRE, BRAZIL
11:45
TERMINAL 1

Forma de pagamento: Cartão de crédito - Mastercard : XXXXXXXXXXXX 5115 - BRL


1306,41
Forma de pagamento: Miscellaneous form of Payment - BRL 4896,84
Endosso / restrições: FARE RESTRICTION MAY APPLY
Linha do cálculo de tarifas: POA G3 X/SAO LH X/FRA LH KRK513.69/-FRA LH X/RIO
G3 POA868.59NUC1382.28END ROE1.00
fls. 115

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Tarifa: USD 1382,00
Quantia Equivalente Paga: BRL 5440,93

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61147.
Taxas/impostos/cobranças BRL 181,99 BR Tarifa de embarque
Taxas/impostos/cobranças BRL 68,89 YR Taxas de combustível/seguro
Taxas/impostos/cobranças BRL 511,44 XT Tarifas combinadas
TOTAL: BRL 6203,25

Identificação exigida ao fazer o check-in no aeroporto


Aviso: OS PASSAGEIROS CUJA VIAGEM COMPREENDE UM PONTO DE DESTINO FINAL OU
DE ESCALA NUM PAÍS QUE NÃO O DA PARTIDA SÃO INFORMADOS DE QUE TRATADOS
INTERNACIONAIS CONHECIDOS COMO CONVENÇÃO DE MONTREAL, OU A SUA
PREDECESSORA, A CONVENÇÃO DE VARSÓVIA, INCLUINDO AS SUAS EMENDAS
(SISTEMA DA CONVENÇÃO DE VARSÓVIA) PODEM SER APLICÁVEIS À TOTALIDADE DA
VIAGEM, OU A UMA PARTE DA MESMA REALIZADA DENTRO DE UM PAÍS. A ESTES
PASSAGEIROS, O TRATADO APLICÁVEL, INCLUINDO CONTRATOS ESPECIAIS DE
TRANSPORTE INCORPORADOS EM QUAISQUER TARIFAS APLICÁVEIS, REGULA E PODE
LIMITAR A RESPONSABILIDADE DOS TRANSPORTADORES.

CONFIDENCIALIDADE:
AVISO SOBRE PROTEÇÃO DE DADOS: SEUS DADOS PESSOAIS SERÃO PROCESSADOS
DE ACORDO COM A POLÍTICA DE PRIVACIDADE APLICÁVEL DA COMPANHIA AÉREA E,
CASO SUA RESERVA SEJA FEITA COM UM PROVEDOR DE SISTEMA DE RESERVAS (UM
“GDS”), DE ACORDO COM A POLÍTICA DE PRIVACIDADE DO GDS. ESTAS POLÍTICAS
ESTÃO DISPONÍVEIS EM http://www.iatatravelcenter.com/privacy OU DIRETAMENTE COM A
COMPANHIA AÉREA OU GDS. É RECOMENDÁVEL A LEITURA DESTA DOCUMENTAÇÃO,
POIS ELA DIZ RESPEITO À SUA RESERVA E ESPECIFICA, POR EXEMPLO, COMO SEUS
DADOS PESSOAIS SÃO COLETADOS, ARMAZENADOS, UTILIZADOS, DIVULGADOS E
TRANSFERIDOS.

Avisos legais importantes

If you no longer wish to receive these emails please contact: RCTOUR@RCTOUR.COM.BR.


fls. 116

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
De: RC TOUR [mailto:RCTOUR@RCTOUR.COM.BR]
Enviada em: terça-feira, 23 de abril de 2019 09:49
Para: Siomara Silva
Assunto: Recibo do bilhete eletrônico, 05 Julho, para MRS ISADORA ROCHA PHILIPP

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61147.
RC TOUR
+55 51-3331-6764 eTicket
RCTOUR@RCTOUR.COM.BR

Calendário

Documentos

Código de Agente emissor: RC TOUR/ANM


reserva: PRMQHM Local do agente PORTO ALEGRE
Número do emissor: BR
bilhete: 2203586067060 Número IATA: 57562816
Cia. aérea Tour code: COBR2018
emissora: LUFTHANSA
Data de emissão: 22 abr 2019
Passageiro: ROCHA PHILIPP/ISADORA
MRS

GOL LINHAS AEREAS G3 2119 Sexta-feira, 05 Julho


Confirmação da empresa aérea: N4MEYW Não É Válido Antes De: 05 jul
Não É válido após: 05 jul

Partida: PORTO ALEGRE, BRAZIL Classe: Econômica


15:25 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: SAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: RIO JANEIRO GIG, BRAZIL
17:20
TERMINAL 2

LUFTHANSA LH 501 Sexta-feira, 05 Julho -


Confirmação da empresa aérea: N4MEYW Sábado, 06 Julho
fls. 117

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Não É Válido Antes De: 05 jul
Não É válido após: 05 jul

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61147.
Partida: RIO JANEIRO GIG, BRAZIL Classe: Econômica
22:10 Status: Confirmado
TERMINAL 2 Base tarifária: SAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: FRANKFURT, GERMANY
14:30
TERMINAL 1

LUFTHANSA LH 148 Sábado, 06 Julho


Confirmação da empresa aérea: N4MEYW Não É Válido Antes De: 06 jul
Não É válido após: 06 jul

Partida: FRANKFURT, GERMANY Classe: Econômica


17:15 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: SAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: NUREMBERG, GERMANY
17:55

LUFTHANSA LH 500 Terça-feira, 30 Julho -


Confirmação da empresa aérea: N4MEYW Quarta-feira, 31 Julho
Não É Válido Antes De: 11 jul
Não É válido após: 05 jul

Partida: FRANKFURT, GERMANY Classe: Econômica


22:15 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: UAXRFBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: RIO JANEIRO GIG, BRAZIL
04:50
TERMINAL 2

GOL LINHAS AEREAS G3 2112 Quarta-feira, 31 Julho


Confirmação da empresa aérea: N4MEYW Não É Válido Antes De: 11 jul
Não É válido após: 05 jul

Partida: RIO JANEIRO GIG, BRAZIL Classe: Econômica


09:35 Status: Confirmado
TERMINAL 2 Base tarifária: UAXRFBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: PORTO ALEGRE, BRAZIL
11:45
TERMINAL 1

Forma de pagamento: Cartão de crédito - Mastercard : XXXXXXXXXXXX 5115


Endosso / restrições: FARE RESTRICTION MAY APPLY
Linha do cálculo de tarifas: POA G3 X/RIO LH X/FRA LH NUE422.69/-FRA LH X/RIO
G3 POA868.59NUC1291.28END ROE1.00

Bilhete Reemitido: 2203125070798 / 99


Tarifa: USD 1291,00
fls. 118

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Quantia Equivalente Paga: BRL 0,00
Taxas/impostos/cobranças BRL 669,39 PD PD

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61147.
Taxas/impostos/cobranças BRL 8,33 BR Tarifa de embarque
Taxas/impostos/cobranças BRL 83,58 XT Tarifas combinadas
TOTAL: BRL 269,07

Identificação exigida ao fazer o check-in no aeroporto


Aviso: OS PASSAGEIROS CUJA VIAGEM COMPREENDE UM PONTO DE DESTINO FINAL
OU DE ESCALA NUM PAÍS QUE NÃO O DA PARTIDA SÃO INFORMADOS DE QUE
TRATADOS INTERNACIONAIS CONHECIDOS COMO CONVENÇÃO DE MONTREAL, OU A
SUA PREDECESSORA, A CONVENÇÃO DE VARSÓVIA, INCLUINDO AS SUAS EMENDAS
(SISTEMA DA CONVENÇÃO DE VARSÓVIA) PODEM SER APLICÁVEIS À TOTALIDADE DA
VIAGEM, OU A UMA PARTE DA MESMA REALIZADA DENTRO DE UM PAÍS. A ESTES
PASSAGEIROS, O TRATADO APLICÁVEL, INCLUINDO CONTRATOS ESPECIAIS DE
TRANSPORTE INCORPORADOS EM QUAISQUER TARIFAS APLICÁVEIS, REGULA E PODE
LIMITAR A RESPONSABILIDADE DOS TRANSPORTADORES.

CONFIDENCIALIDADE:
AVISO SOBRE PROTEÇÃO DE DADOS: SEUS DADOS PESSOAIS SERÃO PROCESSADOS
DE ACORDO COM A POLÍTICA DE PRIVACIDADE APLICÁVEL DA COMPANHIA AÉREA E,
CASO SUA RESERVA SEJA FEITA COM UM PROVEDOR DE SISTEMA DE RESERVAS (UM
“GDS”), DE ACORDO COM A POLÍTICA DE PRIVACIDADE DO GDS. ESTAS POLÍTICAS
ESTÃO DISPONÍVEIS EM http://www.iatatravelcenter.com/privacy OU DIRETAMENTE COM A
COMPANHIA AÉREA OU GDS. É RECOMENDÁVEL A LEITURA DESTA DOCUMENTAÇÃO,
POIS ELA DIZ RESPEITO À SUA RESERVA E ESPECIFICA, POR EXEMPLO, COMO SEUS
DADOS PESSOAIS SÃO COLETADOS, ARMAZENADOS, UTILIZADOS, DIVULGADOS E
TRANSFERIDOS.

Avisos legais importantes

If you no longer wish to receive these emails please contact: RCTOUR@RCTOUR.COM.BR.


fls. 119

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
De: RC TOUR [mailto:RCTOUR@RCTOUR.COM.BR]
Enviada em: terça-feira, 23 de abril de 2019 10:06
Para: Siomara Silva
Assunto: Recibo do bilhete eletrônico, 08 Julho, para JACQUELINEMRS MARTINS ROCHA

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61147.
RC TOUR
+55 51-3331-6764 eTicket
RCTOUR@RCTOUR.COM.BR

Calendário

Documentos

Código de Agente emissor: RC TOUR/ANM


reserva: HWNDJA Local do agente PORTO
Número do emissor: ALEGRE BR
bilhete: 2203586067064 Número IATA: 57562816
Cia. aérea Tour code: COBR2018
emissora: LUFTHANSA
Data de
emissão: 22 abr 2019
Passageiro: MARTINS
ROCHA/JACQUELINEMRS

GOL LINHAS AEREAS G3 1235 Segunda-feira, 08 Julho


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Não É Válido Antes De: 08 jul
Não É válido após: 08 jul

Partida: PORTO ALEGRE, BRAZIL Classe: Econômica


13:05 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: TAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: SAO PAULO GUARULH, BRAZIL
14:45
TERMINAL 2

LUFTHANSA LH 507 Segunda-feira, 08 Julho -


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Terça-feira, 09 Julho
fls. 120

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Não É Válido Antes De: 08 jul
Não É válido após: 08 jul

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61147.
Partida: SAO PAULO GUARULH, BRAZIL Classe: Econômica
18:15 Status: Confirmado
TERMINAL 3 Base tarifária: TAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: FRANKFURT, GERMANY
10:45
TERMINAL 1

LUFTHANSA LH 1368 Terça-feira, 09 Julho


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Não É Válido Antes De: 09 jul
Não É válido após: 09 jul

Partida: FRANKFURT, GERMANY Classe: Econômica


16:30 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: TAXRCBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: KRAKOW, POLAND
18:00

LUFTHANSA LH 500 Terça-feira, 30 Julho -


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Quarta-feira, 31 Julho
Não É Válido Antes De: 14 jul
Não É válido após: 08 jul

Partida: FRANKFURT, GERMANY Classe: Econômica


22:15 Status: Confirmado
TERMINAL 1 Base tarifária: UAXRFBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: RIO JANEIRO GIG, BRAZIL
04:50
TERMINAL 2

GOL LINHAS AEREAS G3 2112 Quarta-feira, 31 Julho


Confirmação da empresa aérea: PS5ZYP Não É Válido Antes De: 14 jul
Não É válido após: 08 jul

Partida: RIO JANEIRO GIG, BRAZIL Classe: Econômica


09:35 Status: Confirmado
TERMINAL 2 Base tarifária: UAXRFBR/AR4B
Assento: Check-in necessário
Malas: 2PC
Chegada: PORTO ALEGRE, BRAZIL
11:45
TERMINAL 1

Forma de pagamento: Cartão de crédito - Mastercard : XXXXXXXXXXXX 5115 - BRL


1306,41
Forma de pagamento: Miscellaneous form of Payment - BRL 4896,84
Endosso / restrições: FARE RESTRICTION MAY APPLY
Linha do cálculo de tarifas: POA G3 X/SAO LH X/FRA LH KRK513.69/-FRA LH X/RIO
G3 POA868.59NUC1382.28END ROE1.00
fls. 121

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Tarifa: USD 1382,00
Quantia Equivalente Paga: BRL 5440,93

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61147.
Taxas/impostos/cobranças BRL 181,99 BR Tarifa de embarque
Taxas/impostos/cobranças BRL 68,89 YR Taxas de combustível/seguro
Taxas/impostos/cobranças BRL 511,44 XT Tarifas combinadas
TOTAL: BRL 6203,25

Identificação exigida ao fazer o check-in no aeroporto


Aviso: OS PASSAGEIROS CUJA VIAGEM COMPREENDE UM PONTO DE DESTINO FINAL
OU DE ESCALA NUM PAÍS QUE NÃO O DA PARTIDA SÃO INFORMADOS DE QUE
TRATADOS INTERNACIONAIS CONHECIDOS COMO CONVENÇÃO DE MONTREAL, OU A
SUA PREDECESSORA, A CONVENÇÃO DE VARSÓVIA, INCLUINDO AS SUAS EMENDAS
(SISTEMA DA CONVENÇÃO DE VARSÓVIA) PODEM SER APLICÁVEIS À TOTALIDADE DA
VIAGEM, OU A UMA PARTE DA MESMA REALIZADA DENTRO DE UM PAÍS. A ESTES
PASSAGEIROS, O TRATADO APLICÁVEL, INCLUINDO CONTRATOS ESPECIAIS DE
TRANSPORTE INCORPORADOS EM QUAISQUER TARIFAS APLICÁVEIS, REGULA E PODE
LIMITAR A RESPONSABILIDADE DOS TRANSPORTADORES.

CONFIDENCIALIDADE:
AVISO SOBRE PROTEÇÃO DE DADOS: SEUS DADOS PESSOAIS SERÃO PROCESSADOS
DE ACORDO COM A POLÍTICA DE PRIVACIDADE APLICÁVEL DA COMPANHIA AÉREA E,
CASO SUA RESERVA SEJA FEITA COM UM PROVEDOR DE SISTEMA DE RESERVAS (UM
“GDS”), DE ACORDO COM A POLÍTICA DE PRIVACIDADE DO GDS. ESTAS POLÍTICAS
ESTÃO DISPONÍVEIS EM http://www.iatatravelcenter.com/privacy OU DIRETAMENTE COM A
COMPANHIA AÉREA OU GDS. É RECOMENDÁVEL A LEITURA DESTA DOCUMENTAÇÃO,
POIS ELA DIZ RESPEITO À SUA RESERVA E ESPECIFICA, POR EXEMPLO, COMO SEUS
DADOS PESSOAIS SÃO COLETADOS, ARMAZENADOS, UTILIZADOS, DIVULGADOS E
TRANSFERIDOS.

Avisos legais importantes

If you no longer wish to receive these emails please contact: RCTOUR@RCTOUR.COM.BR.


DEMAIS PROVAS
ANEXO 7
fls. 122

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
fls. 123

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
fls. 124

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
fls. 125

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 126

(FRA) Partidas do aeroporto de Frankfurt

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
30 de julho de 2019
« ← 95 96 97 → »

Voar Saída Destino Status

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
NH 6047 22:00 DRS Atrasado
ANA / Operado pela Lufthansa 216 Dresden

SQ 2070 22:00 DRS Atrasado


Singapore Airlines / Operado pela Lufthansa 216 Dresden

NZ 3325 22:00 PECADO Na hora


Air New Zealand / Operado por Singapore Airlines 325 Cingapura

OU 5810 22:00 PECADO Na hora


Croatia Airlines / Operado por Singapore Airlines 325 Cingapura

TP 7828 22:00 DRS Atrasado


TAP Air Portugal / Operado por Lufthansa 216 Dresden

LH 772 22:00 BKK Na hora


Lufthansa Bangkok

TP 8417 22:00 PECADO Na hora


TAP Air Portugal / Operado por Singapore Airlines 325 Cingapura

LH 1362 22:00 KTW Na hora


Lufthansa / Operado por Lufthansa CityLine Katowice

NH 6039 22:05 NUE Na hora


ANA / Operado pela Lufthansa CityLine Nuremberg

LH 958 22:05 BHX Na hora


Lufthansa Birmingham

CA 6230 22:05 PVG Na hora


Air China LTD / Operado por Lufthansa 732 Xangai

LH 732 22:05 PVG Na hora


Lufthansa Xangai

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 1/2
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 127
ET 707 22:05 ADICIONAR Atrasado
Linhas aéreas etíopes Adis Abeba

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
LH 572 22:05 JNB Na hora
Lufthansa Joanesburgo

NH 5422 22:05 JNB Na hora

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
ANA / Operado pela Lufthansa 572 Joanesburgo

OS 7315 22:05 JNB Na hora


Austrian / Operado por Lufthansa 572 Joanesburgo

SA 7572 22:05 JNB Na hora


South African Airways / Operado por Lufthansa 572 Joanesburgo

SN 7206 22:05 JNB Na hora


Brussels Airlines / Operado por Lufthansa 572 Joanesburgo

UA 9138 22:05 JNB Na hora


United Airlines / Operado por Lufthansa 572 Joanesburgo

LH 9694 22:05 ADICIONAR Atrasado


Lufthansa / Operado pela Ethiopian Airlines 707 Adis Abeba

LH 398 22:05 LUXO Na hora


Lufthansa / Operado por Lufthansa CityLine Luxemburgo

LG 1908 22:05 LUXO Na hora


Luxair / Operado por Lufthansa CityLine Luxemburgo

NH 7876 22:05 LUXO Na hora


ANA / Operado pela Lufthansa CityLine Luxemburgo

NH 5351 22:05 ADICIONAR Atrasado


ANA / Operado pela Ethiopian Airlines 707 Adis Abeba

TP 8989 22:05 ADICIONAR Atrasado


TAP Air Portugal / Operado pela Ethiopian Airlines 707 Adis Abeba

« ← 95 96 97 → »

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 2/2
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 128

(FRA) Partidas do aeroporto de Frankfurt

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
30 de julho de 2019
« ← 96 97 98 → »

Voar Saída Destino Status

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
SQ 2144 22:05 BHX Na hora
Singapore Airlines / Operado por Lufthansa 958 Birmingham

LH 506 22:05 GRU Na hora


Lufthansa São Paulo

UA 7214 22:05 ADICIONAR Atrasado


United Airlines / Operado pela Ethiopian Airlines 707 Adis Abeba

TP 7790 22:05 NUE Na hora


TAP Air Portugal / Operado por Lufthansa CityLine Nuremberg

TG 7962 22:05 NUE Na hora


Thai Airways International / Operado por Lufthansa Nuremberg
CityLine

SK 8556 22:05 NUE Na hora


SAS / Operado por Lufthansa CityLine Nuremberg

NH 5867 22:05 BHX Na hora


ANA / Operado pela Lufthansa 958 Birmingham

SQ 2196 22:05 GRU Na hora


Singapore Airlines / Operado pela Lufthansa 506 São Paulo

NH 5896 22:05 GRU Na hora


ANA / Operado pela Lufthansa 506 São Paulo

CA 6251 22:05 GRU Na hora


Air China LTD / Operado por Lufthansa 506 São Paulo

LA 8683 22:05 NUE Na hora


LATAM Airlines / Operado pela Lufthansa CityLine Nuremberg

CA 6075 22:05 NUE Na hora


Air China LTD / Operado por Lufthansa CityLine Nuremberg

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 1/2
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 129
LH 150 22:05 NUE Na hora
Lufthansa / Operado por Lufthansa CityLine Nuremberg

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
LH 1318 22:10 ALG Na hora
Lufthansa Argel

AC 9358 22:10 ALG Na hora

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
Air Canada / Operado por Lufthansa 1318 Argel

LH 796 22:10 HKG Na hora


Lufthansa Hong Kong

CX 6798 22:10 HKG Na hora


Cathay Pacific / Operado por Lufthansa 796 Hong Kong

NZ 4212 22:10 HKG Na hora


Air New Zealand / Operado por Lufthansa 796 Hong Kong

NH 5898 22:15 GIG Atrasado


ANA / Operado pela Lufthansa 500 Rio de Janeiro

LH 500 22:15 GIG Atrasado


Lufthansa Rio de Janeiro

LH 1402 22:15 PRG Na hora


Lufthansa Praga

SA 7590 22:15 CPT Na hora


South African Airways / Operado por Lufthansa 576 cidade do Cabo

AC 9523 22:15 CAI Na hora


Air Canada / Operado por Lufthansa 584 Cairo

LG 1487 22:15 PRG Na hora


Luxair / Operado por Lufthansa 1402 Praga

JP 9786 22:15 STR Na hora


Adria Airways / Operado pela Lufthansa 136 Stuttgart

« ← 96 97 98 → »

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 2/2
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 130

(FRA) Partidas do aeroporto de Frankfurt

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
30 de julho de 2019
« ← 97 98 99 → »

Voar Saída Destino Status

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
NH 6199 22:15 PRG Na hora
ANA / Operado pela Lufthansa 1402 Praga

SQ 2084 22:15 PRG Na hora


Singapore Airlines / Operado pela Lufthansa 1402 Praga

CA 6065 22:15 STR Na hora


Air China LTD / Operado pela Lufthansa 136 Stuttgart

AI 8829 22:15 STR Na hora


Air India / Operado pela Lufthansa 136 Stuttgart

TP 7658 22:15 STR Na hora


TAP Air Portugal / Operado pela Lufthansa 136 Stuttgart

LH 1330 22:15 CMN Atrasado


Lufthansa Casablanca

MS 9002 22:15 CAI Na hora


EgyptAir / Operado por Lufthansa 584 Cairo

SK 3585 22:15 CAI Na hora


SAS / Operado pela Lufthansa 584 Cairo

UA 8910 22:15 CAI Na hora


United Airlines / Operado por Lufthansa 584 Cairo

TG 7966 22:15 STR Na hora


Thai Airways International / Operado por Lufthansa 136 Stuttgart

SQ 2194 22:15 GIG Atrasado


Singapore Airlines / Operado pela Lufthansa 500 Rio de Janeiro

OS 7375 22:15 HOMEM Na hora


Austrian / Operado por Lufthansa 948 Manchester

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 1/2
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 131
NH 5865 22:15 HOMEM Na hora
ANA / Operado pela Lufthansa 948 Manchester

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
LH 948 22:15 HOMEM Na hora
Lufthansa Manchester

AC 9431 22:15 CMN Atrasado

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
Air Canada / Operado por Lufthansa 1330 Casablanca

TP 7844 22:15 LEJ Na hora


TAP Air Portugal / Operado por Lufthansa 164 Leipzig / Halle

SQ 2066 22:15 LEJ Na hora


Singapore Airlines / Operado pela Lufthansa 164 Leipzig / Halle

NH 6075 22:15 LEJ Na hora


ANA / Operado pela Lufthansa 164 Leipzig / Halle

CA 6087 22:15 LEJ Na hora


Air China LTD / Operado por Lufthansa 164 Leipzig / Halle

LH 584 22:15 CAI Na hora


Lufthansa Cairo

LX 4044 22:15 GIG Atrasado


SUÍÇO / Operado pela Lufthansa 500 Rio de Janeiro

EY 4160 22:15 GIG Atrasado


Etihad Airways / Operado pela Lufthansa 500 Rio de Janeiro

LH 164 22:15 LEJ Na hora


Lufthansa Leipzig / Halle

LH 1326 22:15 TUN Atrasado


Lufthansa Tunis

TP 7934 22:15 PRG Na hora


TAP Air Portugal / Operado por Lufthansa 1402 Praga

« ← 97 98 99 → »

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 2/2
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 132

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
(FRA) Partidas do aeroporto de Frankfurt

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
30 de julho de 2019
« ← 97 98 99 → »

Voar Saída Destino Status

UA 9574 22:15 CPT Na hora


United Airlines / Operado por Lufthansa 576 cidade do Cabo

LH 576 22:15 CPT Na hora


Lufthansa cidade do Cabo

LH 136 22:15 STR Na hora


Lufthansa Stuttgart

SQ 2054 22:15 STR Na hora


Singapore Airlines / Operado pela Lufthansa 136 Stuttgart

QF 8048 22:20 DXB Na hora


Qantas / Operado pela Emirates 48 Dubai

MH 4518 22:20 DXB Na hora


Malaysia Airlines / Operado pela Emirates 48 Dubai

EK 48 22:20 DXB Na hora


Emirates Dubai

SU 2305 22:25 SVO Na hora


Aeroflot Moscou

TK 1612 22:25 ISL Na hora


companhias aéreas turcas Istambul

LH 8386 22:30 NRT Na hora


Lufthansa Tóquio

« ← 97 98 99 → »

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 1/1
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 133

(FRA) Partidas do aeroporto de Frankfurt

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
30 de julho de 2019
« ← 94 95 96 → »

Voar Saída Destino Status

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
SK 3729 21:50 VIE Na hora
SAS / Operated by Lufthansa 1246 Viena

LH 510 21:55 EZE Na hora


Lufthansa Buenos Aires

LH 778 21:55 PECADO Na hora


Lufthansa Cingapura

LH 1308 21:55 BEY Na hora


Lufthansa Beirute

SN 7270 21:55 PECADO Na hora


Brussels Airlines / Operated by Lufthansa 778 Cingapura

SQ 2007 21:55 PECADO Na hora


Singapore Airlines / Operated by Lufthansa 778 Cingapura

LO 5364 22:00 KTW Na hora


LOT - Polish Airlines / Operated by Lufthansa CityLine Katowice

LH 1370 22:00 KRK Na hora


Lufthansa Cracóvia

VA 5678 22:00 PECADO Na hora


Virgin Australia / Operated by Singapore Airlines 325 Cingapura

SQ 325 22:00 PECADO Na hora


Singapore Airlines Cingapura

A3 1204 22:00 PECADO Na hora


Aegean Airlines / Operated by Singapore Airlines 325 Cingapura

FJ 5906 22:00 PECADO Na hora


Fiji Airways / Operated by Singapore Airlines 325 Cingapura

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 1/2
21/01/2020 Historical (FRA) Frankfurt Airport Departures
fls. 134
LO 5506 22:00 KRK Na hora
LOT - Polish Airlines / Operated by Lufthansa 1370 Cracóvia

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
NH 5891 22:00 KRK Na hora
ANA / Operated by Lufthansa 1370 Cracóvia

LH 560 22:00 RAPAZ Atrasado

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
Lufthansa Luanda

A3 1444 22:00 DRS Atrasado


Aegean Airlines / Operated by Lufthansa 216 Dresden

LX 4022 22:00 RAPAZ Atrasado


SWISS / Operated by Lufthansa 560 Luanda

SN 7121 22:00 KRK On Time


Brussels Airlines / Operated by Lufthansa 1370 Krakow

JP 9452 22:00 SIN On Time


Adria Airways / Operated by Singapore Airlines 325 Singapore

LO 4037 22:00 SIN On Time


LOT - Polish Airlines / Operated by Singapore Airlines Singapore
325

LH 216 22:00 DRS Delayed


Lufthansa Dresden

LH 9764 22:00 SIN On Time


Lufthansa / Operated by Singapore Airlines 325 Singapore

CA 6043 22:00 DRS Delayed


Air China LTD / Operated by Lufthansa 216 Dresden

KM 2870 22:00 DRS Delayed


Air Malta / Operated by Lufthansa 216 Dresden

SN 7216 22:00 LAD Delayed


Brussels Airlines / Operated by Lufthansa 560 Luanda

« ← 94 95 96 → »

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/departing/FRA/2019/07/30 2/2
21/01/2020 (LH) Lufthansa 500 Historical Flight Status
fls. 135

(LH) Status do voo histórico da Lufthansa 500

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Adiado 12h 19m | Chegou

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
Saída

FRA
Aeroporto de Frankfurt, DE

Horário do portão de vôo


30 de julho de 2019
Programado Real

22:15  CEST 10:49  CEST


Atraso total da partida: 12 h 34 mins

Tempos da pista de vôo


30 de julho de 2019
Programado Real

- 11:04  CEST
Atraso na pista: -

terminal Portão

1 B28
Tipo de Artesanato

744
Hora do voo
Programado

11h 35m

Chegada
https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/LH/500/2019/7/30/1008824536 1/4
21/01/2020 (LH) Lufthansa 500 Historical Flight Status
fls. 136

GIG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
Aeroporto Internacional Galeão Antonio Carlos Jobim, RJ, BR

Horário do portão de vôo


31-Jul-2019

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
Programado Real

04:50  UTC-03: 00 17:09  UTC-03: 00


Atraso total da chegada: 12 h 19 mins

Tempos da pista de vôo


31-Jul-2019
Programado Real

- 17:03  UTC-03: 00
Atraso na pista: -

terminal Portão Reivindicação de bagagem

2 C55 02
Número da cauda

D-ABTK
Hora do voo
Real

11h 20m

Notas de voo
Também comercializado como (EY) Etihad Airways 4160, (LX) SWISS 4044, (NH) ANA 5898, (SQ)
Singapore Airlines 2194

Linha do tempo do evento


Tempo
Encontro UTC Evento Dados atualizados

1 de agosto 08:38 Ajuste de A chegada real da pista foi alterada de 31-jul-


tempo 2019 17:02 para 31-jul-2019 17:03
A chegada estimada da pista foi alterada de 31-
jul-2019 17:02 para 31-jul-2019 17:03
https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/LH/500/2019/7/30/1008824536 2/4
21/01/2020 (LH) Lufthansa 500 Historical Flight Status
fls. 137

31 jul 20:10 Ajuste de A chegada real do portão foi alterada de 31 de


tempo julho de 2019 às 17:03 para 31 de julho de 2019

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
às 17:09
Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019
17:03 to 31-Jul-2019 17:09

31 Jul 20:09 Ajuste de Actual Runway Arrival changed to 31-Jul-2019


tempo 17:02

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
31 Jul 20:08 Status de Actual Gate Arrival changed to 31-Jul-2019 17:03
destino
Status changed from Active to Landed

31 Jul 20:02 Ajuste de Estimated Runway Arrival changed from 31-Jul-


tempo 2019 17:00 to 31-Jul-2019 17:02

31 Jul 19:37 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 17:08 to 31-Jul-2019 17:03

31 Jul 19:13 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 17:06 to 31-Jul-2019 17:08

31 Jul 18:47 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 16:59 to 31-Jul-2019 17:06
Estimated Runway Arrival changed to 31-Jul-2019
17:00

31 Jul 10:25 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 16:54 to 31-Jul-2019 16:59

31 Jul 09:15 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 16:49 to 31-Jul-2019 16:54

31 Jul 09:14 Ajuste de Actual Runway Departure changed from 31-Jul-


tempo 2019 11:05 to 31-Jul-2019 11:04
Estimated Runway Departure changed from 31-
Jul-2019 11:05 to 31-Jul-2019 11:04

31 Jul 09:10 Ajuste de Actual Runway Departure changed to 31-Jul-2019


tempo 11:05
Estimated Runway Departure changed to 31-Jul-
2019 11:05

31 Jul 09:08 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 16:43 to 31-Jul-2019 16:49

31 Jul 09:04 Status Ativo Actual Gate Departure changed to 31-Jul-2019


10:49
Estimated Gate Departure changed from 31-Jul-
2019 10:40 to 31-Jul-2019 10:49
Status changed from Scheduled to Active

31 Jul 08:29 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo
https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/LH/500/2019/7/30/1008824536 3/4
21/01/2020 (LH) Lufthansa 500 Historical Flight Status
fls. 138
17:00 to 31-Jul-2019 16:43
Estimated Gate Departure changed from 31-Jul-

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JETER CANTUARIA CARNEIRO FILHO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 20/02/2020 às 20:04 .
2019 10:30 to 31-Jul-2019 10:40

31 Jul 07:51 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 17:05 to 31-Jul-2019 17:00

31 Jul 07:34 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A61148.
tempo 17:00 to 31-Jul-2019 17:05

31 Jul 04:14 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 17:05 to 31-Jul-2019 17:00

31 Jul 03:11 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed from 31-Jul-2019


tempo 17:00 to 31-Jul-2019 17:05
Arrival Gate changed to C55
Baggage changed to 02

30 Jul 21:36 Gate Adjust Departure Gate changed from C14 to B28

30 Jul 17:51 Gate Adjust Departure Gate changed from B28 to C14

30 Jul 16:28 Gate Adjust Departure Gate changed from C14 to B28

30 Jul 16:13 Equipar Ajustar Tail Number changed from D-ABVW to D-ABTK

30 Jul 15:54 Ajuste de Estimated Gate Arrival changed to 31-Jul-2019


tempo 17:00
Estimated Gate Departure changed to 31-Jul-
2019 10:30

30 Jul 14:02 Equipar Ajustar Tail Number changed to D-ABVW

29 Jul 20:23 Equipar Ajustar Actual Equipment changed to 744


Departure Gate changed to C14

27 Jul 20:34 Ajuste de Chegada programada do portão alterada para


tempo 31-jul-2019 04:50
Partida agendada do portão alterada para 30-jul-
2019 22:15
Equipamento agendado alterado para 744
Terminal de partida alterado para 1
Terminal de chegada alterado para 2

27 jul 20:34 Registro criado

https://www.flightstats.com/v2/historical-flight/LH/500/2019/7/30/1008824536 4/4
fls. 139

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
Praça João Mendes s/nº, 11º andar - salas nº 1119/1121, Centro - CEP
01501-900, Fone: 21716223, São Paulo-SP - E-mail:
upj31a35cv@tjsp.jus.b
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8A76598.
DECISÃO

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Isadora Rocha Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 22/02/2020 às 16:03 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.

I - Providencie o autor o recolhimento das custas iniciais, as de mandato e de


citação, no prazo de 15 (dias) sob pena de indeferimento da inicial e extinção do feito.

II – Emende a inicial justificando o valor da causa.

Int.

São Paulo, 21 de fevereiro de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
fls. 140

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 27/02/2020 12:25


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8AC090E.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0092/2020, foi disponibilizado na página
688/703 do Diário da Justiça Eletrônico em 27/02/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Jeter Cantuária Carneiro Filho (OAB 296293/SP)

Teor do ato: "Vistos. I - Providencie o autor o recolhimento das custas iniciais, as de mandato e de
citação, no prazo de 15 (dias) sob pena de indeferimento da inicial e extinção do feito. II - Emende a inicial
justificando o valor da causa. Int."

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 27/02/2020 às 12:25 .
SÃO PAULO, 27 de fevereiro de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 141

ID: 5523992

EXCELENTÍSSIMO  (A)  SENHOR  (A)  DOUTOR  (A)  JUIZ  DE  DIREITO  DA  ____  VARA  CÍVEL  DO 
FÓRUM Central

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC32C.
Processo: 1015661-95.2020.8.26.0100

HUGO CESAR PHILIPP, já qualificado (a) nos autos do processo em


epígrafe, vem tempestivamente apresentar o pagamento das custas e os seus
respectivos comprovantes.

Face ao exposto requer a Vossa Excelência a citação da parte ré.

Nestes termos.

Pede-se deferimento.

São Paulo, 7 de maio de 2020

André Soutelino
OAB/SP 323.971

A.L.D.S. Sociedade Individual de Advocacia


Avenida Pedro Severino Rocha, 366 sala 46 - Vila Guarani – São Paulo CEP: 04310-060
TEL: (11) 98762 0313 E-mail: contato@aldsadvogados.com.br
fls. 142

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 143

85810000001-3 38050185112-4 00590023991-4 03120200524-0

Governo do Estado de São Paulo DARE-SP


Secretaria da Fazenda e Planejamento
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Andre Luis Dias Soutelino Sociedade Individual De 24/05/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 Sao Paulo SP
R$ 138,05
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.977.252 (11)98762-0313 1
06 - Observações 200590023991031
Comarca/Foro: SÃO PAULO, Cód. Foro: 100, Natureza da Ação: Procedimento Comum, Autor: HUGO CESAR
PHILIPP, Réu: LUFTHANSA

Emissão: 24/04/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Banco

01 - Código de Receita – Descrição 02 - Código do Serviço – 19 - Qtde


DARE-SP Descrição Serviços:
Governo do Estado de São Paulo 1
Secretaria da Fazenda e Custas - judiciárias pertencentes ao Estado, TJ - 1123001 - PETIÇÃO INICIAL
200590023991031-0001

Planejamento Documento
Detalhe 230-6 referentes a atos judiciais

15 - Nome do Contribuinte 03 - Data de Vencimento 06 - 09 - Valor da Receita 12 - Acréscimo


24/05/2020 Financeiro

Andre Luis Dias Soutelino Sociedade 04 - Cnpj ou Cpf


Individual De R$ 138,05 R$ 0,00
33.977.252/0001-24
16 - Endereço 05 - 07 - Referência 10 - Juros de Mora 13 - Honorários
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 Sao Paulo SP Advocatícios

R$ 0,00 R$ 0,00
18 - Nº do Documento 17 - Observações 08 - 11 - Multa de Mora ou 14 - Valor Total
Detalhe Comarca/Foro: SÃO PAULO, Cód. Foro: 100, Natureza da Ação: Procedimento Multa Por Infração
Comum, Autor: HUGO CESAR PHILIPP, Réu: LUFTHANSA
200590023991031-0001
Emissão: 24/04/2020 R$ 0,00 R$ 138,05

85810000001-3 38050185112-4 00590023991-4 03120200524-0

Governo do Estado de São Paulo


Secretaria da Fazenda e Planejamento
DARE-SP
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal
01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Andre Luis Dias Soutelino Sociedade Individual De 24/05/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 Sao Paulo SP
R$ 138,05
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.977.252 (11)98762-0313 1
06 - Observações 200590023991031
Comarca/Foro: SÃO PAULO, Cód. Foro: 100, Natureza da Ação: Procedimento Comum, Autor: HUGO CESAR
PHILIPP, Réu: LUFTHANSA

Emissão: 24/04/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Contribuinte
.
26/04/2020 https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 144

G337260747073961030
Outros convênios 26/04/2020 11:37:03

SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL


/0 / 0 0 - AUTO-ATENDIMENTO - . .0
0

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ANDRE S I ADVOCACIA


AGENCIA: - CONTA: . 0 -0
EFETUADO POR: ANDRE LUIS DIAS SOUTELI
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG
Codigo de Barras 000000 - 0 0 -
00 00 - 0 0 00 -0
Banco 00
Data do pagamento /0 / 0 0
Nr de controle- Dare-SP 00 00 0
Valor Total ,0
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT DE /0 / 0 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF - 0 / 00 .
================================================
DOCUMENTO: 0 0
AUTENTICACAO SISBB:
E. A .EFD. .F .CC
================================================
a via
================================================

https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3 1/2
.
26/04/2020 https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 145
SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL
/0 / 0 0 - AUTO-ATENDIMENTO - . .0
0

COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ANDRE S I ADVOCACIA


AGENCIA: - CONTA: . 0 -0
EFETUADO POR: ANDRE LUIS DIAS SOUTELI
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
Codigo de Barras 000000 - 0 0 -
00 00 - 0 0 00 -0
Banco 00
Data do pagamento /0 / 0 0
Nr de controle- Dare-SP 00 00 0
Valor Total ,0
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT DE /0 / 0 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF - 0 / 00 .
================================================
DOCUMENTO: 0 0
AUTENTICACAO SISBB:
E. A .EFD. .F .CC
================================================
Via do Contribuinte
================================================

Transação efetuada com sucesso por: JD203587 ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO.

https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3 2/2
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 146

85890000000-0 23660185112-2 00590023991-4 04420200524-2

Governo do Estado de São Paulo DARE-SP


Secretaria da Fazenda e Planejamento
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Andre Luis Dias Soutelino Sociedade Individual De 24/05/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 Sao Paulo SP
R$ 23,66
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.977.252 (11)98762-0313 1
06 - Observações 200590023991044
Comarca/Foro: SÃO PAULO, Cód. Foro: 100, Natureza da Ação: Procedimento Comum, Autor: HUGO CESAR
PHILIPP, Réu: LUFTHANSA

Emissão: 24/04/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Banco

01 - Código de Receita – Descrição 02 - Código do Serviço – 19 - Qtde


DARE-SP Descrição Serviços:
Governo do Estado de São Paulo 1
Secretaria da Fazenda e Extra-Orçamentária e Anulação de Despesa - TJ - 1130401 - TAXA DE MANDATO (PROCURAÇÃO OU
200590023991044-0001

Planejamento Documento carteira de previdência dos advogados de São Paulo SUBSTABELECIMENTO)


Detalhe 304-9
15 - Nome do Contribuinte 03 - Data de Vencimento 06 - 09 - Valor da Receita 12 - Acréscimo
24/05/2020 Financeiro

Andre Luis Dias Soutelino Sociedade 04 - Cnpj ou Cpf


Individual De R$ 23,66 R$ 0,00
33.977.252/0001-24
16 - Endereço 05 - 07 - Referência 10 - Juros de Mora 13 - Honorários
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 Sao Paulo SP Advocatícios

R$ 0,00 R$ 0,00
18 - Nº do Documento 17 - Observações 08 - 11 - Multa de Mora ou 14 - Valor Total
Detalhe Comarca/Foro: SÃO PAULO, Cód. Foro: 100, Natureza da Ação: Procedimento Multa Por Infração
Comum, Autor: HUGO CESAR PHILIPP, Réu: LUFTHANSA
200590023991044-0001
Emissão: 24/04/2020 R$ 0,00 R$ 23,66

85890000000-0 23660185112-2 00590023991-4 04420200524-2

Governo do Estado de São Paulo


Secretaria da Fazenda e Planejamento
DARE-SP
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal
01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Andre Luis Dias Soutelino Sociedade Individual De 24/05/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 Sao Paulo SP
R$ 23,66
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.977.252 (11)98762-0313 1
06 - Observações 200590023991044
Comarca/Foro: SÃO PAULO, Cód. Foro: 100, Natureza da Ação: Procedimento Comum, Autor: HUGO CESAR
PHILIPP, Réu: LUFTHANSA

Emissão: 24/04/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Contribuinte
.
26/04/2020 https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 147

G337260747073961032
Outros convênios 26/04/2020 11:38:02

SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL


/0 / 0 0 - AUTO-ATENDIMENTO - . .0
0

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ANDRE S I ADVOCACIA


AGENCIA: - CONTA: . 0 -0
EFETUADO POR: ANDRE LUIS DIAS SOUTELI
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG
Codigo de Barras 0000000-0 0 -
00 00 - 0 0 00 -
Banco 00
Data do pagamento /0 / 0 0
Nr de controle- Dare-SP 00 00 0
Valor Total ,
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT DE /0 / 0 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF - 0 / 00 .
================================================
DOCUMENTO: 0
AUTENTICACAO SISBB:
.E . F .DAF.ACB. E
================================================
a via
================================================

https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3 1/2
.
26/04/2020 https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 148
SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL
/0 / 0 0 - AUTO-ATENDIMENTO - . .0
0

COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ANDRE S I ADVOCACIA


AGENCIA: - CONTA: . 0 -0
EFETUADO POR: ANDRE LUIS DIAS SOUTELI
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
Codigo de Barras 0000000-0 0 -
00 00 - 0 0 00 -
Banco 00
Data do pagamento /0 / 0 0
Nr de controle- Dare-SP 00 00 0
Valor Total ,
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT DE /0 / 0 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF - 0 / 00 .
================================================
DOCUMENTO: 0
AUTENTICACAO SISBB:
.E . F .DAF.ACB. E
================================================
Via do Contribuinte
================================================

Transação efetuada com sucesso por: JD203587 ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO.

https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3 2/2
.
25/04/2020 Guia de Recolhimento

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 149
Guia de Recolhimento Nº Pedido 2020042517522504
Poder Judiciário – Tribunal de Justiça
Fundo Especial de Despesa - FEDTJ
Nome RG CPF CNPJ
A.L.D.S SOCiEDADE IND ADVOCACIA 33.977.252/0001-24
Nº do processo Unidade CEP
1015661-95.2020.8.26 0100 04310-060
Endereço Código
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 120-1
Histórico Valor

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
5523992 2084462 HUGO CESAR PHILIPP X LUFTHANSA 1015661-95.2020.8.26.0100
23,55
Total

23,55
O Tribunal de justiça não se responsabiliza pela qualidade da cópia extraída de peça pouco legível.
Importante: evitem amassar, dobrar ou perfurar as contas, para não danificar o código de barras.
Mod. 0.70.731-4 - Fev/19 - SISBB 19042 - lfs
1ª Via – Unidade geradora do serviço, 2ª via – Contribuinte e 3ª via – Banco

868700000003 235551174000 112013397729 520001245046

Corte aqui.
Guia de Recolhimento Nº Pedido 2020042517522504
Poder Judiciário – Tribunal de Justiça
Fundo Especial de Despesa - FEDTJ
Nome RG CPF CNPJ
A.L.D.S SOCiEDADE IND ADVOCACIA 33.977.252/0001-24
Nº do processo Unidade CEP
1015661-95.2020.8.26 0100 04310-060
Endereço Código
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 120-1
Histórico Valor
5523992 2084462 HUGO CESAR PHILIPP X LUFTHANSA 1015661-95.2020.8.26.0100
23,55
Total

23,55
O Tribunal de justiça não se responsabiliza pela qualidade da cópia extraída de peça pouco legível.
Importante: evitem amassar, dobrar ou perfurar as contas, para não danificar o código de barras.
Mod. 0.70.731-4 - Fev/19 - SISBB 19042 - lfs
1ª Via – Unidade geradora do serviço, 2ª via – Contribuinte e 3ª via – Banco

868700000003 235551174000 112013397729 520001245046

Corte aqui.
Guia de Recolhimento Nº Pedido 2020042517522504
Poder Judiciário – Tribunal de Justiça
Fundo Especial de Despesa - FEDTJ
Nome RG CPF CNPJ
A.L.D.S SOCiEDADE IND ADVOCACIA 33.977.252/0001-24
Nº do processo Unidade CEP
1015661-95.2020.8.26 0100 04310-060
Endereço Código
AV. PEDRO SEVERINO JR. 366 S46 120-1
Histórico Valor
5523992 2084462 HUGO CESAR PHILIPP X LUFTHANSA 1015661-95.2020.8.26.0100
23,55
Total

23,55
O Tribunal de justiça não se responsabiliza pela qualidade da cópia extraída de peça pouco legível.
Importante: evitem amassar, dobrar ou perfurar as contas, para não danificar o código de barras.
Mod. 0.70.731-4 - Fev/19 - SISBB 19042 - lfs
1ª Via – Unidade geradora do serviço, 2ª via – Contribuinte e 3ª via – Banco

868700000003 235551174000 112013397729 520001245046

https://www45.bb.com.br/fmc/frm/fw0707314_2.jsp 1/2
.
25/04/2020 https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/05/2020 às 00:12 , sob o número WJMJ20405866844
fls. 150

G335251429057933038
Outros convênios 25/04/2020 17:52:40

SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL


/0 / 0 0 - AUTO-ATENDIMENTO - . .
0

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FBC332.
COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ANDRE S I ADVOCACIA


AGENCIA: - CONTA: . 0 -0
EFETUADO POR: ANDRE LUIS DIAS SOUTELI
================================================
Convenio TJSP - CUSTAS FEDTJ
Codigo de Barras 0000000- 00-0
0 - 000 0 -
Data do pagamento /0 / 0 0
Valor Total ,
================================================
DOCUMENTO: 0
AUTENTICACAO SISBB:
. B .0 .A0F. A.

Transação efetuada com sucesso por: JD203587 ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO.

https://aapj.bb.com.br/apf-apj-web/index.html?v=2.16.3 1/1
fls. 151

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
Praça João Mendes s/nº, 11º andar - salas nº 1119/1121, Centro - CEP
01501-900, Fone: 21716223, São Paulo-SP - E-mail:
upj31a35cv@tjsp.jus.b

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FC1BD1.
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

DECISÃO

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Isadora Rocha Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 08/05/2020 às 19:41 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.
Por não vislumbrar na espécie, diante da natureza da controvérsia posta em debate,
a possibilidade de composição consensual, deixo de designar audiência a que alude o disposto no
artigo 334 do Código de Processo Civil.
Outrossim, cumpre destacar entendimento de José Miguel Garcia Medina ao
concluir que " o CPC/2015 é parte de um esforço, no sentido de substituir, ainda que
gradativamente, a cultura da sentença pela cultura da pacificação, mas a nova lei processual não
adotou essa postura de modo absoluto" in Direito processual Civil Moderno, RT 534 (grifos
nossos).
Ademais, diante das especificidades da causa e de modo a adequar o rito
processual às necessidade s do conflito, deixo para momento oportuno a análise da conveniência da
audiência de conciliação. (CPC, artigo 139 inciso VI e Enunciado nº 35 da ENFAM).
Cite-se o réu por carta para contestar o feito no prazo de quinze dias uteis, (CPC,
artigos 219 e 335), sob pena de revelia e presunção de veracidade das alegações de fato aduzidas
pelo autor (CPC, artigo 344), cujo termo inicial será a data prevista no artigo 231 do CPC, de
acordo com o modo como foi feita a citação (CPC, artigo 335 III).
Int.

São Paulo, 08 de maio de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
fls. 152

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
Praça João Mendes s/nº - São Paulo-SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

CARTA DE CITAÇÃO - RITO COMUM – PROCESSO DIGITAL

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 8FD3A8F.
Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Isadora Rocha Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG
Destinatário:
Deutsche Lufthansa AG
Rua Gomes de Carvalho, 1356, 12 ANDAR, Vila Olimpia

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 08/05/2020 às 19:42 .
São Paulo-SP
CEP 04547-005
Pela presente, comunico que perante este Juízo tramita a ação em epígrafe, da qual fica Vossa Senhoria CITADO(A) de todo
o conteúdo da petição inicial e da decisão, disponibilizadas na internet.

ADVERTÊNCIA / PRAZO PARA DEFESA: Nos termos do artigo 344 do Código de Processo Civil, se o réu não contestar
a ação, no prazo de 15 dias úteis, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo
autor, ficando, ainda, ciente de que o recibo que acompanha esta carta valerá como comprovante que esta citação se efetivou.

OBSERVAÇÃO: 1- Este processo tramita eletronicamente. A visualização da petição inicial, dos documentos e da decisão
que determina a citação (art. 250, II e V, do CPC) poderá ocorrer mediante acesso ao sítio do Tribunal de Justiça de São
Paulo, na internet, no endereço abaixo indicado, sendo considerado vista pessoal (art. 9º, § 1º, da Lei Federal nº 11.419/2006)
que desobriga a anexação. Petições, procurações, contestação etc, devem ser trazidos ao Juízo por peticionamento eletrônico.
2- Tratando-se de processo eletrônico, em prestígio às regras fundamentais dos artigos 4º e 6º do CPC, fica vedado o exercício
da faculdade prevista no artigo 340 do CPC. São Paulo, 08 de maio de 2020. Gabriela Fragoso Calasso Costa - Juiz de
Direito.
fls. 153

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 12/05/2020 15:50


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9007F8E.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0166/2020, foi disponibilizado na página
604/617 do Diário da Justiça Eletrônico em 12/05/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Jeter Cantuária Carneiro Filho (OAB 296293/SP)

Teor do ato: "Vistos. Por não vislumbrar na espécie, diante da natureza da controvérsia posta em
debate, a possibilidade de composição consensual, deixo de designar audiência a que alude o disposto no
artigo 334 do Código de Processo Civil. Outrossim, cumpre destacar entendimento de José Miguel Garcia
Medina ao concluir que " o CPC/2015 é parte de um esforço, no sentido de substituir, ainda que

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 12/05/2020 às 15:50 .
gradativamente, a cultura da sentença pela cultura da pacificação, mas a nova lei processual não adotou essa
postura de modo absoluto" in Direito processual Civil Moderno, RT 534 (grifos nossos). Ademais, diante das
especificidades da causa e de modo a adequar o rito processual às necessidade s do conflito, deixo para
momento oportuno a análise da conveniência da audiência de conciliação. (CPC, artigo 139 inciso VI e
Enunciado nº 35 da ENFAM). Cite-se o réu por carta para contestar o feito no prazo de quinze dias uteis,
(CPC, artigos 219 e 335), sob pena de revelia e presunção de veracidade das alegações de fato aduzidas pelo
autor (CPC, artigo 344), cujo termo inicial será a data prevista no artigo 231 do CPC, de acordo com o modo
como foi feita a citação (CPC, artigo 335 III). Int."

SÃO PAULO, 12 de maio de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
fls. 154

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por v-post.correios.com.br, liberado nos autos em 19/05/2020 às 06:55 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9088C51.
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 31/05/2020 às 12:58 , sob o número WJMJ20407229558
fls. 155
ANDRÉ SOUTELINO - ADVOGADO – OAB/SP 323.971

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA


32ª VARA CÍVEL DO FORUM CENTRAL– SP.

PROCESSO: 1015661-95.2020.8.26.0100

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 91601A9.
ISADORA ROCHA PHILIPP E OUTROS, já devidamente
qualificados, vem, respeitosamente, através do seu procurador, manifestar-se no sentido
de que a citação não foi procedida para o endereço indicado na inicial, conforme
pode-se comprovar pelo “print” de tela abaixo extraído dos autos. Diante disso, se requer
seja determinada a citação para o endereço informado na exordial.

Nestes termos,
Pede-se deferimento.

São Paulo, 31 de maio de 2020.

André Luis Dias Soutelino


OAB/SP 323.971

11 98762 0311  aldsadvocacia@gmail.com


.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 31/05/2020 às 13:05 , sob o número WJMJ20407229582
fls. 156
ANDRÉ SOUTELINO - ADVOGADO – OAB/SP 323.971

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 3ª VARA
CÍVEL DO FORO CENTRAL DE SÃO PAULO – SP.

Processo Nº: 1015667-05.2020.8.26.0100

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 91602E7.
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA
32ª VARA CÍVEL DO FORUM CENTRAL– SP.

PROCESSO: 1015661-95.2020.8.26.0100

ISADORA ROCHA PHILIPP E OUTROS, já devidamente qualificados,


vem, respeitosamente, através do seu procurador:
1. Requerer que as publicações sejam procedidas exclusivamente nos nomes dos
advogados ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO – OAB-SP Nº323.971 e RAFAEL
RODRIGUES REZENDE LEITE – OAB-SP Nº445.473

Diante do exposto, requer, ainda, à Vossa Excelência o prosseguimento do feito


com a citação da Ré.

Nestes termos.
Pede-se deferimento.
São Paulo, 31 de maio de 2020.

André Luís Dias Soutelino


OAB/SP 323.971

Rafael Rodrigues Rezende Leite


OAB-SP 445.473

11 98762 0311  asoutelino@gmail.com


fls. 157

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo-SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 916E57D.
DESPACHO

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 01/06/2020 às 13:56 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.
Fls. 155: expeça-se nova carta, observando-se o endereço informado pelos
requerentes.
Fls. 156: anote-se.
Int.

São Paulo, 01 de junho de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
fls. 158

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 03/06/2020 14:22


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 91ADD80.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0180/2020, foi disponibilizado na página
577/587 do Diário da Justiça Eletrônico em 03/06/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Andre Luis Dias Soutelino (OAB 323971/SP)
Rafael Rodrigues Rezende Leite (OAB 445473/SP)

Teor do ato: "Vistos. Fls. 155: expeça-se nova carta, observando-se o endereço informado pelos
requerentes. Fls. 156: anote-se. Int."

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 03/06/2020 às 14:23 .
SÃO PAULO, 3 de junho de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
fls. 159

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
Praça João Mendes s/nº - São Paulo-SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

CARTA DE CITAÇÃO - RITO COMUM – PROCESSO DIGITAL

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 91A2669.
Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG
Destinatário:
Deutsche Lufthansa AG
Rua Gomes de Carvalho, 1108, 6º andar, Vila Olimpia
São Paulo-SP
CEP 04547-004

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROBERTO CASSIO DE ALMEIDA, liberado nos autos em 03/06/2020 às 14:24 .
Pela presente, comunico que perante este Juízo tramita a ação em epígrafe, da qual fica Vossa Senhoria CITADO(A) de todo
o conteúdo da petição inicial e da decisão, disponibilizadas na internet.

ADVERTÊNCIA / PRAZO PARA DEFESA: Nos termos do artigo 344 do Código de Processo Civil, se o réu não contestar
a ação, no prazo de 15 dias úteis, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo
autor, ficando, ainda, ciente de que o recibo que acompanha esta carta valerá como comprovante que esta citação se efetivou.

OBSERVAÇÃO: 1- Este processo tramita eletronicamente. A visualização da petição inicial, dos documentos e da decisão
que determina a citação (art. 250, II e V, do CPC) poderá ocorrer mediante acesso ao sítio do Tribunal de Justiça de São
Paulo, na internet, no endereço abaixo indicado, sendo considerado vista pessoal (art. 9º, § 1º, da Lei Federal nº 11.419/2006)
que desobriga a anexação. Petições, procurações, contestação etc, devem ser trazidos ao Juízo por peticionamento eletrônico.
2- Tratando-se de processo eletrônico, em prestígio às regras fundamentais dos artigos 4º e 6º do CPC, fica vedado o exercício
da faculdade prevista no artigo 340 do CPC. São Paulo, 03 de junho de 2020. Rosemeire Rodrigues Junior - Escrevente
Técnico Judiciário.
fls. 160

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por v-post.correios.com.br, liberado nos autos em 13/06/2020 às 04:15 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9296574.
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 26/06/2020 às 18:18 , sob o número WJMJ20409029920
fls. 161

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 93E4CBA.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 32ª VARA CÍVEL CENTRAL DA
COMARCA DA CAPITAL – SÃO PAULO

Processo nº1015661-95.2020.8.26.0100

DEUTSCHE LUFTHANSA A.G., empresa alemã de transporte aéreo,


autorizada a funcionar no Brasil através do Decreto Presidencial nº. 39.626, de 19 de julho
de 1956, inscrita no CNPJ sob nº. 33.461.740/0001-84, com endereço na Rua Gomes de
Carvalho, 1108, 6º andar, São Paulo - SP, E-mail: legal.brasil@dlh.de; Telefone: (11) 3048-
5897, por seus advogados infra-assinados, nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO proposta
por HUGO CESAR PHILIPP e outros, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
com fundamento nos dispositivos do Código de Processo Civil, apresentar a sua

CONTESTAÇÃO

aos termos da inicial, consubstanciada nos fatos e fundamentos a seguir expostos.

1
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 26/06/2020 às 18:18 , sob o número WJMJ20409029920
fls. 162

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 93E4CBA.
I – DA PRETENSÃO DOS AUTORES E SEUS FUNDAMENTOS

1- Pretendem os Autores a condenação da Ré ao pagamento de indenização


por supostos danos morais no valor total de R$23.000,00 (vinte mil reais) por alegado
atraso de voo em seu retorno ao Brasil no mês de julho de 2019.

2- Narram, em síntese, que adquiriram passagens para o itinerário Frankfurt-


Rio de Janeiro e Rio de Janeiro-Porto Alegre, com embarque no dia 30/07/2019, sendo que
o referido voo atrasou, resultando na chegada ao destino com praticamente 23h50 de
atraso em relação ao cronograma original.

3- Alegam que o ocorrido caracterizou falha na prestação de serviços e ainda a


Ré não disponibilizou alternativas de reacomodação em outros voos para reduzir o atraso,
tudo a caracterizar os danos extrapatrimoniais reclamados na demanda.

4– Todavia, conforme será demonstrado a seguir, a presente ação dever ser


julgada improcedente porque inexistentes os danos morais alegados, tendo a Ré adotado
providências adequadas à situação, sob pena de inadmissível banalização do conceito
jurídico de danos morais.

II – DA APLICABILIDADE DA LEGISLAÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL


INCLUSIVE PARA DEMANDAS RELATIVAS A DANO MORAL – ARTIGO 178 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL C/C TESE 210 DE REPERCUSSÃO GERAL DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE

5- A legislação do transporte aéreo internacional deve ser aplicada ao


presente caso, inclusive para aferir a pertinência da pretensão relativa a indenização por
alegados danos morais, como decorrência do disposto no artigo 178 da Constituição
Federal e de sua interpretação consolidada pela Tese nº210 de Repercussão Geral, do
Supremo Tribunal Federal, que assim estabelece:

Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados


internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm
prevalência ao Código de Defesa do Consumidor. – grifou-se

2
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 26/06/2020 às 18:18 , sob o número WJMJ20409029920
fls. 163

6– De fato, inexiste tal distinção no enunciado e assim não sendo dado ao

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 93E4CBA.
intérprete fazê-lo. Tampouco a legislação do transporte aéreo internacional faz tal
distinção, entre danos morais e materiais, inexistindo fundamento para fazê-lo, valendo
transcrever o disposto no artigo 1º da Convenção de Montreal, que assim estabelece:

1. A presente Convenção se aplica a todo transporte internacional de pessoas,


bagagem ou carga, efetuado em aeronaves, mediante remuneração. Aplica-se
igualmente ao transporte gratuito efetuado em aeronaves, por uma empresa de
transporte aéreo . – grifou-se

7– Importante ressaltar que o mesmo Supremo Tribunal Federal, após a Tese


210 de Repercussão Geral, determinou que as Convenções Internacionais também devem
ser aplicadas no tocante aos DANOS MORAIS, valendo transcrever o seguinte trecho da
ementa de acórdão em que foi Relator o Ministro Luis Roberto Barroso:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO


OCORRIDO EM VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. (...)
10.
Os embargos de divergência devem ser providos, uma vez que o acórdão
Embargado está em dissonância com a atual jurisprudência desta Corte. O
Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao analisar em 25.05.2017 o mérito do RE
636.331, Rel. Min. Gilmar Mendes, e do ARE 766.618, da minha relatoria, sob a
sistemática da repercussão geral, decidiu: (i) reduzir o valor da indenização de
danos morais aos patamares estabelecidos na Convenção de Varsóvia e/ou
Pacto de Montreal; e ii fixa a segui te tese: Nos te os do art. 178 da
Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da
responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as
Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de
Defesa do Co su ido . E a gos de Dive g ia o Re u so Ext ao di á io
351.750, Rio de Janeiro, Relator: Min. Roberto Barroso, DJE nº 75, divulgado em
/ / . Grifou-se

8- Assim, ao presente caso deve ser aplicado o regime jurídico do transporte


aéreo internacional, com preponderância sobre as normas do Código de Defesa do
Consumidor, notadamente em relação à excludente prevista no artigo 19 da Convenção de
Montreal e nas regras previstas na Resolução 400/2016 da ANAC – Agência Nacional de
Aviação Civil.

3
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 26/06/2020 às 18:18 , sob o número WJMJ20409029920
fls. 164

III - DA VERDADE DOS FATOS – ATRASO JUSTIFICADO - PROVIDÊNCIAS ADEQUADAS PARA

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 93E4CBA.
A SITUAÇÃO ADOTADAS PELA LUFTHANSA – REACOMODAÇÃO ACEITA PARA VOO0 NO
DIA SEGUINTE E ASSISTÊNCIA MATERIAL - EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE (art. 19 da
Convenção de Montreal c/c art. 14, §3º, II Código de Defesa do Consumidor)

9– O voo LH500 Frankfurt-Rio de Janeiro, previsto para o dia 30/07/2019,


atrasou por 12h34minutos (cf. fls. 135) em razão de problemas na aeronave e que exigiram
manutenção não programada, situação que não pode ser confundida com desídia, falha ou
defeito nos serviços, conforme alegado na inicial, porque necessário para garantir a
segurança do transporte e a sua conclusão.

10 – Apesar disso, a Ré, incontroversamente, forneceu adequada assistência


material em Frankfurt (hospedagem, alimentação e transporte aeroporto/hotel) até o
novo embarque, na manhã do dia seguinte, no primeiro voo disponível, assegurando a
conclusão do transporte da melhor forma possível e a chegada ao destino no mesmo dia do
cronograma original. Ao invés de chegar ao Rio de Janeiro às 04h50 do dia 31/07/2019, os
autores chegaram às 17h09 do mesmo dia, isto é, 12 horas de diferença em relação ao
cronograma original.

11 – Há que se destacar que os autores adquiram as passagens através de


agência de viagens e à Ré somente coube o transporte do trecho internacional, Frankfurt-
Rio de Janeiro, e não Porto Alegre (voo GOL), conforme demonstra o documento de fls.
114. Desse modo, não há que se falar em 23h50 de atraso sob a responsabilidade da Ré.

12 – Os autores aceitaram a reacomodação e assim deveriam, através da Agencia


que lhes vendeu as passagens, providenciar a remarcação do voo doméstico.

13 – Portanto, sem qualquer plausibilidade a existência de danos morais ou lesão


a direito da personalidade para o caso em questão, inexistindo prova a respeito. As
providencias da Ré foram adequadas para atenuar os efeitos do atraso, inexistindo
sequer pedido de danos materiais a respeito de eventual reembolso com gastos
imprevistos de alimentação etc, CIRCUNSTÂNCIA QUE DEMONSTRA, INEQUIVOCAMENTE
A ADEQUAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MATERIAL FORNECIDA.

14 – A parte autora reclama de danos morais porque a Ré não teria oferecido


alternativas exigidas pelas normas regulamentares para resolver a situação. Entretanto, são
simples alegações genéricas e sem provas, destituídas de qualquer plausibilidade ou
verossimilhança.

15 – Ao contrário do alegado pelos autores, a conduta da Ré atendeu plenamente


ao disposto nos artigos 27 e 28 da Resolução nº400/2016 da ANAC, que trata dos deveres
de assistência material e de reacomodação:

4
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 26/06/2020 às 18:18 , sob o número WJMJ20409029920
fls. 165

A t. . A assist ia ate ial o siste e satisfaze as e essidades do

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 93E4CBA.
passageiro e deverá ser oferecida gratuitamente pelo transportador, conforme o
tempo de espera, ainda que os passageiros estejam a bordo da aeronave com
portas abertas, nos seguintes termos:
I - superior a 1 (uma) hora: facilidades de comunicação;
II - superior a 2 (duas) horas: alimentação, de acordo com o horário, por meio do
fornecimento de refeição ou de voucher individual; e
III - superior a 4 (quatro) horas: serviço de hospedagem, em caso de pernoite,
e traslado de ida e volta.
§ 1º O transportador poderá deixar de oferecer serviço de hospedagem para o
passageiro que residir na localidade do aeroporto de origem, garantido o
traslado de ida e volta.
§ 2º No caso de Passageiro com Necessidade de Assistência Especial - PNAE e de
seus acompanhantes, nos termos da Resolução nº 280, de 2013, a assistência
prevista no inciso III do caput deste artigo deverá ser fornecida
independentemente da exigência de pernoite, salvo se puder ser substituída por
acomodação em local que atenda suas necessidades e com concordância do
passagei o ou a o pa ha te.
§ 3º O transportador poderá deixar de oferecer assistência material quando o
passageiro optar pela reacomodação em voo próprio do transportador a ser
realizado em data e horário de conveniência do passageiro ou pelo reembolso
integral da passagem aérea. (grifou-se)

Art. 28. A reacomodação será gratuita, não se sobreporá aos contratos de


transporte já firmados e terá precedência em relação à celebração de novos
contratos de transporte, devendo ser feita, à escolha do passageiro, nos
seguintes termos:
I - em voo próprio ou de terceiro para o mesmo destino, na primeira
oportunidade; ou
II - em voo próprio do transportador a ser realizado em data e horário de
conveniência do passageiro.
Parágrafo único. Os PNAEs, nos termos da Resolução nº 280, de 2013, terão
prioridade na reacomodação. g ifou-se)

16 – Não se pode esquecer que o transporte contratado pelo autor é efetivo


serviço coletivo ou de massa, sujeito a complexos procedimentos operacionais e de
logística, impondo-se a observância de regras rigorosas de segurança e com reconhecido
desempenho de resultado. Desse modo, a simples impontualidade não pode ser
considerada isoladamente, alheia a tal contexto.
.

5
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 26/06/2020 às 18:18 , sob o número WJMJ20409029920
fls. 166

17 - Nesse passo, o atraso de voo, por si só, não são causas para gerar dano

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 93E4CBA.
moral, porque estes são consequências extraordinárias e que devem ser demonstradas e
não simplesmente presumidas, sob pena de seu desvirtuamento. Não se pode ignorar as
peculiaridades do transporte aéreo, fato que justificou uma legislação especial e com
vigência internacional. A autora NÃO COMPROVA QUALQUER LESÃO A DIREITO DA
PERSONALIDADE OU CONSEQUÊNCIA GRAVE RESULTANTE DO ATRASO (PERDA DE
COMPROMISSO PROFISSIONAL, FRUSTRAÇÃO DOS OBJETIVOS DA VIAGEM ETC), buscando
tão somente o reconhecimento de danos morais presumidos, como efeito automático do
atraso.

18 - Importa transcrever o seguinte trecho do voto do I. Ministro ALDIR


PASSARINHO, do Superior Tribunal de Justiça que, ao julgar matéria similar à presente,
bem expôs as peculiaridades do transporte aéreo internacional que não podem ser
desconsideradas para fins de responsabilidade civil, notadamente em casos de atrasos:

... E te do ue pelas características do transporte aéreo, notadamente o de


passageiros, que envolve regras rígidas de segurança da aeronave, condições
climáticas, aeroportos e a operação como um todo, dependente de toda uma
infraestrutura que extrapola, visivelmente, o próprio âmbito da atividade-fim
prestada pela companhia, merece ele algum tempero no que concerne ao atraso.
Exigir-se pontualidade na aviação é desconhecer, por completo, essas
circunstâncias, muito próprias, do transporte aéreo, que detém, de outro lado,
desempenho bastante satisfatório no que tange à segurança e ao tratamento
dispensado aos passageiros, no geral.
A própria substituição de aeronave, em caso de defeito, não é simples nem
imediata, pela inexistência de equipamento reserva, já que a imobilidade de um
avião, dado o seu alto custo, não comporta tal procedimento.
De outra parte, quando se verifica o atraso, o passageiro dispõe de instalações
cômodas para aguardar o voo, tanto no aeroporto, como em hotéis próximos,
disponibilizados pelas empresas aéreas, se assim o desejar o cliente, e transporte
por taxi.
Assim, tenho que um atraso, ainda que por algumas horas, não gera direito a
indenização por dano moral, sob pena de sua banalização, já que impossível
considerar-se como dor, sofrimento, desespero ou grave angústia o sentimento por
que passa o passageiro em tal situação, minimizada pelas atenuantes acima
descritas e em favor da segurança, inclusive da população em terra.
No caso dos autos, essa é exatamente a situação, porquanto a espera se deu no
Aeroporto Internacional de Salvador, inquestionavelmente um dos mais
confortáveis do país, dotado de todo um sistema de segurança, razoável
entretenimento, opções de alimentação e conforto, a afastar, data maxima vênia,
a possibilidade de lesão moral pela espera, ainda que incômoda.
Não há que se confundir, absolutamente, percalços, dissabores e contratempos,
com dor, sofrimento ou angústia a abalar, seriamente, a pessoa, a ponto de

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justificar indenização específica a respeito. (4ª Turma, REsp n. 217.916/RJ, Rel.

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Min. Aldir Passarinho Junior, unânime, DJU de 11.12.2000) g ifou-se

19 - Há que se reconhecer, pois, a incidência da excludente geral prevista no


artigo 19 da Convenção de Montreal uma vez que restou incontroverso a razão do atraso e
a Ré adotou providencias adequadas para a situação, valendo transcrever o citado artigo:

A t. . O t a spo tado esponsável pelo dano ocasionado por atrasos no


transporte aéreo de passageiros, bagagem ou carga. Não obstante, o
transportador não será responsável pelo dano ocasionado por atraso se prova
que ele e seus prepostos adotaram todas as medidas que eram razoavelmente
necessárias para evitar o dano ou que lhes foi impossível, a um e a outros, adotar
tais edidas. (grifou-se)

20 – Improcedente, pois, a ação, sob qualquer perspectiva.

IV - DA INEXISTÊNCIA DOS DANOS MORAIS ALEGADOS – INADMISSIBILIDADE DE DANOS


MORAIS PRESUMIDOS (art. 373, I, CPC)

É se p e o le a ue a exacerbação de tutela dos


consumidores, além de contrariar o princípio constitucional da
livre-iniciativa, acaba por majorar custos da produção e escassez
de certos produtos e serviços, o que, afinal, vem prejudicar os
p óp ios desti atá ios das o as p otetivas. HUMBERTO
THEODORO JUNIOR, Direitos do Consumidor, Rio de Janeiro:
Forense, 7ª edição, 2011, p. 30)

21 - A parte autora pretende a condenação da Ré ao pagamento de indenização


de R$20.000,00 por supostos danos morais decorrentes de alegada falha dos serviços e no
atraso de aproximadamente 24 horas em relação ao cronograma original.

22– Todavia, improcedente o pedido porque, conforme acima demonstrado, a


Ré forneceu adequada assistência material em Frankfurt, tal como hospedagem,
alimentação e transporte hotel/aeroporto-aeroporto/hotel, além de expedita
reacomodação para voo na manhã do dia seguinte, providencias evidentemente aptas para
afastar qualquer consequência grave ou extraordinária do ocorrido, sobretudo de modo a
lesar direito da personalidade, inexistindo prova a respeito.

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23 – De fato, ausente qualquer prova de que tal atraso comprometeu o objetivo

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da viagem ou teria perdido significativo compromisso pessoal ou profissional apto a causar
efetivo e grave sentimento negativo, não há que se falar em danos morais. Em
complemento, os parâmetros previstos na Convenção de Montreal não admitem a
presunção de danos, exigindo a sua prova.

24 – Em verdade, a parte autora pretende indenização como decorrência


automática do atraso/cancelamento de voo, com se que de tal fato o dano moral fosse
consequência necessária. Como se a lesão a direito da personalidade fosse consequência
natural e necessária de todo e qualquer violação de contrato. Daí a banalização do dano
moral.

25 - Entretanto, o atraso, por si só, como qualquer inadimplemento, não é


causa de dano moral. Tampouco a previsão normativa da responsabilidade objetiva do
fornecedor ou a condição de consumidor.

26 – É certo que o mero inadimplemento contratual ou até de normal legal, por si


só, não é causa apta a gerar indenização moral, sendo necessário o acréscimo de
circunstâncias concretas efetivamente capazes de produzir lesão moral de alguma
relevância na pessoa que a elas se submete, sob pena de ser exigível apenas o
cumprimento adequado da obrigação, com os devidos encargos relacionados à mora.

27- Nesse alinhamento, vale transcrever os seguintes trechos de acórdãos do


Superior Tribunal de Justiça, com destaque para aquele sob relatoria do Eminente e
saudoso Ministro SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, além do Ministro ARI PARGENDLER:

O inadimplemento do contrato, por si só, pode acarretar danos materiais e


indenização por perdas e danos, mas, em regra, não dá margem ao dano
moral, que pressupõe ofensa anormal à personalidade. Embora a
inobservância das cláusulas contratuais por uma das partes possa trazer
desconforto ao outro contratante e normalmente o traz trata-se, em princípio,
do desconforto a que todos podem estar sujeitos, pela própria vida em
sociedade. Com efeito, a dificuldade financeira, ou a quebra da expectativa de
receber valores contratados, não tomam a dimensão de constranger a honra
ou a i ti idade, ressalvadas situações excepcio ais” (STJ 4.ª T. REsp 202.564
Rel. Sálvio de Figueiredo Teixeira j. 02.08.2001 DJU 01.10.01 e RSTJ 152/392).

Civil. Da o Mo al O inadimplemento contratual implica a obrigação de


indenizar os danos patrimoniais; não, danos morais, cujo reconhecimento
implica mais do que os dissabores de um negócio frustrado. Recurso especial
ão o he ido STJ .ª T. REsp . Rel. A i Pa ge dle DJU . . .
(grifou-se)

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28 - Nesse sentido, inclusive, nota-se que o Poder Judiciário tem coibido às
exageradas, artificiais e tendenciosas alegações de dor e sofrimento em razão de
determinados aborrecimentos cotidianos, a exemplo do brilhante decisum proferido pelo
MM. Juízo do Juizado Especial Cível da Comarca de Pedregulho/SP, nos autos do processo
nº 434.01.2011.000327-2/000000-000, em que figuraram como partes Roberto Pereira da
Silva X Banco do Brasil, transcrito a seguir, in verbis:

Vistos. Roberto Pereira da Silva propôs ação de indenização por danos morais
em face de Banco do Brasil S/A. O relatório é dispensado por lei. Decido. O
pedido é improcedente. O autor quer dinheiro fácil. Foi impedido de entrar na
agência bancária do requerido por conta do travamento da porta giratória que
conta com detector de metais. Apenas por isto se disse lesado em sua moral,
posto que colocado em situação "de vexame e constrangimento" (vide fls. 02).
Em nenhum momento disse que foi ofendido, chamado de ladrão ou qualquer
coisa que o valha. O que o ofendeu foi o simples fato de ter sido barrado - ainda
que por quatro vezes - na porta giratória que visa dar segurança a todos os
consumidores da agência bancária. Ora, o autor não tem condição de viver em
sociedade. Está com a sensibilidade exagerada. Deveria se enclausurar em
casa ou em uma redoma de vidro, posto que viver sem alguns aborrecimentos
é algo impossível. Em um momento em que vemos que um jovem enlouquecido
atira contra adolescentes em uma escola do Rio de Janeiro, matando mais de
uma dezena deles no momento que freqüentavam as aulas (fato notório e
ocorrido no dia 07/04/2011) é até constrangedor que o autor se sinta em
situação de vexame por não ter conseguido entrar na agência bancária. Ao
autor caberá olhar para o lado e aprender o que é um verdadeiro sofrimento,
uma dor de verdade. E quanto ao dinheiro, que siga a velha e tradicional
fórmula do trabalho para consegui-lo. Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE
o pedido. Sem custas e honorários advocatícios nesta fase. PRIC . – grifou-se

29 – Além disso, mais especificamente em se tratando de transporte aéreo, como


regra, não há que se falar em danos morais presumidos (in re ipsa) impondo-se o dever de
demonstrar a ocorrência de consequências extraordinárias, bem como eventual desídia da
companhia aérea.

30 - Importa transcrever o seguinte trecho de esclarecedor acórdão do Superior


Tribunal de Justiça, a respeito da necessidade de prova dos danos morais ou da desídia da
companhia aérea em casos de atraso de voo, com o fornecimento de assistência material
pela companhia aérea:

. A verificação do dano moral não reside exatamente na simples ocorrência


do ilícito, de sorte que nem todo ato desconforme o ordenamento jurídico

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enseja indenização por dano moral. O importante é que o ato ilícito seja capaz

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de irradiar-se para a esfera da dignidade da pessoa, ofendendo-a de maneira
relevante. Daí porque doutrina e jurisprudência têm afirmado, de forma
uníssona, que o mero inadimplemento contratual – que é um ato ilícito – não se
revela, por si só, bastante para gerar dano moral.
(...)
4. No caso em exame, tanto o Juízo de piso quanto o Tribunal de origem
afirmaram que, em virtude do atraso do voo – que, segundo o autor, foi de
aproximadamente oito horas –, não ficou demonstrado qualquer prejuízo daí
decorrente, sendo que a empresa não deixou os passageiros à própria sorte e
ofereceu duas alternativas para o problema, quais sejam, a estadia em hotel
custeado pela companhia aérea, com a ida em outro voo para a capital gaúcha
no início da tarde do dia seguinte, ou a realização de parte do trajeto de ônibus
até Florianópolis, de onde partiria um voo para Porto Alegre pela manhã. Não
há, pois, nenhuma prova efetiva, como consignado pelo acórdão, de ofensa à
dig idade da pessoa hu a a do auto . (grifou-se)

5. O aborrecimento, sem consequências graves, por ser inerente à vida em


sociedade – notadamente para quem escolheu viver em grandes centros
urbanos –, é insuficiente à caracterização do abalo, tendo em vista que este
depende da constatação, por meio de exame objetivo e prudente arbítrio do
magistrado, da real lesão à personalidade daquele que se diz ofendido. Como
leciona a melhor doutrina, só se deve reputar como dano moral a dor, o
vexame, o sofrimento ou mesmo a humilhação que, fugindo à normalidade,
interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, chegando
a causar-lhe aflição, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Precedentes.
(Resp. 1.269.246-RS, Ministro Luis Felipe Salomão) Grifou-se

32 – E, ainda, esclarecedora a seguinte ementa recente de julgamento do mesmo


Superior Tribunal de Justiça:

DIREITO DO CONSUMIDOR E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO


DE DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO DE DANOS MORAIS.
PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. ATRASO EM VOO
INTERNACIONAL. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. EXTRAVIO DE BAGAGEM.
ALTERAÇÃO DO VALOR FIXADO A TÍTULO DE DANOS MORAIS. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 7/STJ.
(...)
5. Na específica hipótese de atraso de voo operado por companhia aérea, não
se vislumbra que o dano moral possa ser presumido em decorrência da mera
demora e eventual desconforto, aflição e transtornos suportados pelo
passageiro. Isso porque vários outros fatores devem ser considerados a fim de

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que se possa investigar acerca da real ocorrência do dano moral, exigindo-se,

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por conseguinte, a prova, por parte do passageiro, da lesão extrapatrimonial
sofrida.

6. Sem dúvida, as circunstâncias que envolvem o caso concreto servirão de


baliza para a possível comprovação e a consequente constatação da ocorrência
do dano moral. A exemplo, pode-se citar particularidades a serem observadas: i)
a averiguação acerca do tempo que se levou para a solução do problema, isto é,
a real duração do atraso; ii) se a companhia aérea ofertou alternativas para
melhor atender aos passageiros; iii) se foram prestadas a tempo e modo
informações claras e precisas por parte da companhia aérea a fim de amenizar
os desconfortos inerentes à ocasião; iv) se foi oferecido suporte material
(alimentação, hospedagem, etc.) quando o atraso for considerável; v) se o
passageiro, devido ao atraso da aeronave, acabou por perder compromisso
inadiável no destino, dentre outros.

7. Na hipótese, não foi invocado nenhum fato extraordinário que tenha


ofendido o âmago da personalidade do recorrente. Via de consequência, não há
o o se fala e a alo o al i de izável.

33 – Assim, resta claro que inexiste lesão moral a ser indenizada. Por
conseguinte, improcedente o pedido de indenização.

IV.1 – DO DESCABIMENTO DA INDENIZAÇÃO PRETENDIDA – ENRIQUECIMENTO SEM


CAUSA - EXCESSO E DESPROPORCIONALIDADE - PROIBIÇÃO DE CONDENAÇÃO DE
CARÁTER PUNITIVO OU PEDAGÓGICO (ART. 29 DA CONVENÇÃO DE MONTREAL)

34 - Por derradeiro, com fundamento no princípio da eventualidade que


informa a defesa, importa destacar o descabido valor da indenização pretendida sendo
certo que a legislação que disciplina o transporte aéreo internacional não permite
indenizações que excedam a compensação do dano, incluindo elementos punitivos ou
pedagógicos, nos termos do artigo 29 do Decreto nº5910/2006 (Convenção de Montreal)
que expressamente dispõe:

A t. - No transporte de passageiros, de bagagem e de carga, toda ação de


indenização de danos, seja com fundamento na presente Convenção, em um
contrato ou em um ato ilícito, seja em qualquer outra causa, somente poderá
iniciar-se sujeita a condições e limites de responsabilidade como os previstos na
presente Convenção, sem que isso afete a questão de que pessoas podem iniciar

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as ações e quais são seus respectivos direitos. Em nenhuma das referidas ações

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se outorgará uma indenização punitiva, exemplar ou de qualquer natureza
que não seja compensatória. (grifamos)

35 - Deve ser novamente destacado que nenhum direito da personalidade dos


Autores restou atingido, tendo em vista que não há nos autos qualquer prova ou evidência
de que as ocorrências narradas tenham causado frustações que sejam compatíveis com o
título de dano moral.

36 - Além disso, o pedido de indenização foi estimado no montante total de


R$20.000,00 para membros da mesma família é valor superior ao preço pago pelas
passagens e equivale a 20 salários mínimos nacionais e praticamente a 02 anos de salários
de um trabalhador comum, fatos que demonstram sua desproporcionalidade e excesso.

37 - Ou seja, caso a condenação pleiteada seja determinada, possibilitará à


parte autora ganhos manifestamente desproporcionais ao ocorrido em sua relação com a
Ré, e sem razoabilidade, dada a ausência de plausibilidade e verossimilhança nos danos
alegados, inexistindo prova a respeito.

38 - Ou seja, sob qualquer perspectiva, indevida eventual condenação que


possua caráter punitivo ou pedagógico, porque excederá a compensação do dano,
incorrendo em enriquecimento sem causa.

V – DO DESCABIMENTO DO PEDIDO DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

E se ós o statásse os ue a Co ve ção de Va sóvia deixa o


consumidor inteiramente desguarnecido, aí, sim, eu acho que
seria o caso de se pronunciar a inconstitucionalidade da
Convenção, ou do decreto que internalizou a Convenção. Mas
esse definitivamente não me parece ser o caso, até porque,
Ministro Gilmar, nós estamos aqui lidando com transporte
aéreo; nós não estamos lidando com um consumidor
hipossuficiente, que precise de uma exacerbação da proteção
do Estado. (Min. LUIS ROBERTO BARROSO, pág. 22/23 do v.
Acórdão, RE 631.331/RJ, Plenário do STF)

39 – Não há razão jurídica idônea a justificar a inversão do ônus da prova


no presente caso (art. 373, §§1º e 2º CPC).

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40 – Como se sabe, a inversão do ônus da prova exige decisão
fundamentada, não resultando automática da simples condição ou situação jurídica de
consumidor, conforme o excelente trecho do Ministro HERMAN BENJAMIN, do Superior
Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. ART. 6º,


VIII, DO CDC. PRESSUPOSTOS LEGAIS. NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO.
CABIMENTO EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO.
(...)
4. A expressão "a critério do juiz" não põe a seu talante a determinação de
inversão do ônus probatório; apenas evidencia que a medida será ou não
determinada caso a caso, de acordo com a avaliação do julgador quanto à
verossimilhança das alegações ou à hipossuficiência do consumidor.
5. A transferência do encargo probatório ao réu não constitui medida
automática em todo e qualquer processo judicial, razão pela qual é
imprescindível que o magistrado a fundamente, demonstrando seu
convencimento acerca da existência de pressuposto legal. P e ede tes do STJ.
(trecho da ementa do Resp 773171/RN, Ministro Herman Benjuamin) (grifou-se)

41 – Ademais, a inversão do ônus da prova deve ocorrer no momento da fase


de instrução processual (e não na sentença), de modo a possibilitar a ampla defesa,
evitando-se o elemento surpresa somente revelado quando da sentença. Dai esclarecedora
a ementa do acórdão paradigma do Superior Tribunal de Justiça, em que foi Relator o
Ministro Milton Sanseverino:

RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE POR VÍCIO NO


PRODUTO (ART. 18 DO CDC). ÔNUS DA PROVA. INVERSÃO 'OPE JUDICIS' (ART.
6º, VIII, DO CDC). MOMENTO DA INVERSÃO. PREFERENCIALMENTE NA FASE DE
SANEAMENTO DO PROCESSO.
I. A inversão do ônus da prova pode decorrer da lei ('ope legis'), como na
responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço (arts. 12 e 14 do CDC), ou
por determinação judicial ('ope judicis'), como no caso dos autos, versando
acerca da responsabilidade por vício no produto (art. 18 do CDC).
II. Inteligência das regras dos arts. 12, § 3º, II, e 14, § 3º, I, e. 6º, VIII, do CDC.
III. A distribuição do ônus da prova, além de constituir regra de julgamento
dirigida ao juiz (aspecto objetivo), apresenta-se também como norma de
conduta para as partes, pautando, conforme o ônus atribuído a cada uma delas,
o seu comportamento processual (aspecto subjetivo). Doutrina.
IV. Se o modo como distribuído o ônus da prova influi no comportamento
processual das partes (aspecto subjetivo), não pode a a inversão 'ope judicis'

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ocorrer quando do julgamento da causa pelo juiz (sentença) ou pelo tribunal

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(acórdão).
V. Previsão nesse sentido do art. 262, §1º, do Projeto de Código de Processo
Civil.
VI. A inversão 'ope judicis' do ônus probatório deve ocorrer preferencialmente
na fase de saneamento do processo ou, pelo menos, assegurando-se à parte a
quem não incumbia inicialmente o encargo, a reabertura de oportunidade
para apresentação de provas. (grifou-se)

42 - Outrossim, à toda evidência que a parte autora não pode ser considerada
hiossuficiente para a produção da prova que a ela incumbe, posto que destituida de
complexidade e ao seu exclusivo alcance (danos morais).

43- Importante mencionar o entendimento de nossas mais altas Cortes sobre


a questão, exemplificado pela ementa do antigo EGRÉGIO PRIMEIRO TRIBUNAL DE ALÇADA
CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO a seguir transcrita:

CONSUMIDOR – PROVA – INVERSÃO DO ÔNUS – ADMISSIBILIDADE SE HÁ


INSUFICIÊNCIA TÉCNICA E/OU ECONÔMICA
Impedir o amplo acesso à Justiça e do direito de defesa, no caso de demonstrar
que os serviços contratados não foram prestados ou prestados
insuficientemente – Inteligência do art. 5º, LV, da CF e do art. 6º, VIII, da Lei nº
8.078/90
- A inversão do ônus da prova em sede de relação de consumo, como prevê o
art. 6º, VIII, da Lei nº 8.078/90, tem como finalidade permitir ao consumidor o
exercício pleno da garantia constitucional da ampla defesa previsto no art. 5º,
LV; assim, se há insuficiência técnica e/ou econômica a impedir o amplo acesso
à Justiça e ao direito de defesa, no caso de demonstrar que os serviços
contratados não foram prestados ou prestados insuficientemente, deve ser
deferida a inversão.
(PRIMEIRO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO – 4ª
Câmara.; AI nº 873.527-5-SP; Rel. Juiz Rizzatto Nunes; j. 22/09/1999; v.u.; RT
775/274) – grifou-se

44 - Logo, não há fundamento para a inversão do ônus da prova, inexistindo, in


concreto, qualquer dificuldade técnica e/ou econômica para defendam seus interesses tal
como postulados na presente demanda, devendo ser aplicado ao caso a regra do artigo
373, I, do Código de Processo Civil.

45 - Juridicamente inviável e irrazoável a inversão do ônus da prova sob pena


de cerceamento de defesa (§2º do art. 373, CPC).

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VI - CONCLUSÃO

46 - Diante de todo o exposto, requer a Ré a total improcedência da ação,


declarando a ausência de sua responsabilidade civil, bem como o descabimento e
inexistência dos danos morais alegados, ou, não sendo esta a conclusão, que qualquer
indenização respeite os limites estipulados pela Convenção de Montreal, a
proporcionalidade e razoabilidade, em conformidade com os fatos e o entendimento de
nossos Egrégios Tribunais, com a condenação da parte autora ao pagamento das custas,
despesas e honorários advocatícios.

47- Requer-se a produção de todas as provas em direito admitidas,


especialmente a juntada ulterior de documentos e o depoimento pessoal dos autores, sob
pena de confissão, sem a exclusão de nenhuma.

48 – A Ré informa que tem interesse na designação de audiência de tentativa de


conciliação e mediação objetivando buscar uma solução consensual para o processo.

49 - Por fim, requer seja anotado o nome da Dra. Valéria Curi de Aguiar e Silva
Starling (OAB/SP 154.675), para fins de recebimento de intimações, indicando para tanto o
endereço da Alameda Santos, 2224, 2º andar, Cerqueira Cesar – SP, telefone (11) 3061-
1620, e-mail valeria@diciero.adv.br, nos termos do artigo 77, V, do Código de Processo
Civil, sob pena de invalidade das intimações realizadas em desconformidade com tal
pedido.

Estando em termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 26 de junho de 2020.

Cid Pereira Starling Valéria Curi de Aguiar e S. Starling


OAB/SP nº 119.477 OAB/SP nº154.675

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PROCURAÇÃO

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São Paulo, 24 de janeiro de 2020.

OUTORGANTE: DEUTSCHE LUFTHANSA A.G., empresa alemã de transporte aéreo,


autorizada a funcionar no Brasil através do Decreto Presidencial nº. 39.626, de 19 de
julho de 1956, inscrita no CNPJ sob nº. 33.461.740/0001-84, com endereço na Rua
Gomes de Carvalho, nº. 1108, 6º andar, CEP – 04547-004, São Paulo/SP, neste ato
representada por seu procurador Sr. TOM FRANCOIS ANNETTA MAES, belga,
empresário, portador do documento de identidade RNE nº G243538-X e inscrito no CPF
sob o nº 077.356.111-02.

OUTORGADOS: SIMONE FRANCO DI CIERO - OAB/RJ 87.341 e OAB/SP 154.577-A,


LUISA MEDINA - OAB/RJ 117.158, PAULA RUIZ DE MIRANDA BASTOS - OAB/RJ
89.119, PAULO RICARDO STIPSKY - OAB/SP 174.127 e OAB/RJ 139.361, VALÉRIA
CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING - OAB/SP 154.675 e OAB/RJ 139.366,
GABRIELLA GAIDA - OAB/RJ 88.309, OAB/SP 269.094-A e OAB/RS 114.076-A e
VANESSA FERRAZ COUTINHO - OAB/RJ 134.407, KAREN GOLDBERG
EPPIGHAUS - OAB/RJ 182.352, PATRICIA DE ALCÂNTARA ABRANTES - OAB/RJ
181.511, DOUGLAS STELET AYRES DOMINGUES - OAB/RJ 198.453, CAROLINE
NUNES SARTORE MOREIRA - OAB/RJ 209.599, LUANA DIAS DE SOUZA - OAB/RJ
208.335, PEDRO HENRIQUE MARTINS VIANA DA SILVA CACELLA - OAB/RJ
208.513, HELISON FRANCISCA DE PAULA - OAB/RJ 224.648, ALLAN OLIVEIRA DA
COSTA - OAB/RJ 226.939, THAIS BREGA DA CRUZ - OAB/SP 293.317,
JACQUELINE ANDRESSA LUI - OAB/SP 434.892, RICARDO GUILHERME ROMERO
- OAB/SP 248.620, RENAN RAMOS DE ANDRADE - OAB/SP 353.871, CID PEREIRA
STARLING - OAB/SP 119.477, CECÍLIA MOURA DA COSTA - OAB/SP 418.642,
JOÃO VITOR DOS SANTOS - OAB/SP 422.151, LETÍCIA DE ALBUQUERQUE
VIEIRA DA SILVA - CPF: 186.124.967-56 e RG: 22.229.688-1, JUAN VICTOR
MAGALHÃES SAAVEDRA - CPF: 150.042.407-28 e RG: 27.020.747-5 e LIVIA LOPES
DA SILVA – CPF: 500.049.008-80 e RG: 52.859.010-8.

PODERES: O OUTORGANTE constitui seus bastantes procuradores os


OUTORGADOS acima mencionados, concedendo-lhes poderes da cláusula AD
JUDICIA ET EXTRA, para representá-lo perante repartições dos Estados ou Municípios

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e qualquer outro centro ou órgão administrativo, governamental ou de qualquer


natureza, de todos os graus ou instâncias, inclusive para atuar perante a Secretaria da
Receita Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional, Juizados, Tribunais, Órgãos de

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Fiscalização e outros centros ou órgãos judiciários administrativos de todas as
jurisdições e instâncias e em todos os seus graus, podendo exercer os direitos e
interesses correspondentes, apresentar petições, instar os expedientes oportunos,
solicitando dados, cópias ou documentos de interesse, formulando reclamações,
inclusive as prévias e interpondo recursos de qualquer tipo em via administrativa,
exercer todo tipo de apresentações e ações e opor todo tipo de exceções em qualquer
um dos procedimentos, trâmites ou recursos, quer como demandado, quer defendendo
ou por qualquer outro título, interpor todo tipo de reclamações, recursos judiciários,
ordinários ou extraordinários, inclusive os de cassação e revisão, transigir, receber e dar
quitação, desistir das ações, reclamações, pleitos, recursos judiciários em qualquer
estado do processo, enfim, praticar todos os atos inerentes ao fiel cumprimento do
presente mandato, sendo vedado o substabelecimento.
Esta procuração é válida até 01 de janeiro de 2021.

____________________________
DEUTSCHE LUFTHANSA A.G
Tom Francois Annetta Maes

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85830000000-9 24000185112-0 00590031561-0 17920200715-5

Governo do Estado de São Paulo DARE-SP


Secretaria da Fazenda e Planejamento
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal

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01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Deutsche Lufthansa Ag 15/07/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
R GOMES DE CARVALHO, nº 0 , º andar, VILA OLIMPIA, CEP: 0 . -00 , Sao Paulo SP
R$ 24,00
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.461.740 (11)3061-1620 1
06 - Observações 200590031561179
Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível

Emissão: 15/06/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Banco

01 - Código de Receita – Descrição 02 - Código do Serviço – 19 - Qtde


DARE-SP Descrição Serviços:
Governo do Estado de São Paulo 1
Secretaria da Fazenda e Extra-Orçamentária e Anulação de Despesa - TJ - 1130401 - TAXA DE MANDATO (PROCURAÇÃO OU
200590031561179-0001

Planejamento Documento carteira de previdência dos advogados de São Paulo SUBSTABELECIMENTO)


Detalhe 304-9
15 - Nome do Contribuinte 03 - Data de Vencimento 06 - 09 - Valor da Receita 12 - Acréscimo
15/07/2020 Financeiro
04 - Cnpj ou Cpf
Deutsche Lufthansa Ag
33.461.740/0001-84 R$ 24,00 R$ 0,00
16 - Endereço 05 - 07 - Referência 10 - Juros de Mora 13 - Honorários
R GOMES DE CARVALHO, nº 0 , º andar, VILA OLIMPI Advocatícios
A, CEP: 04.547-004, Sao Paulo SP

R$ 0,00 R$ 0,00
18 - Nº do Documento 17 - Observações 08 - 11 - Multa de Mora ou 14 - Valor Total
Detalhe Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível Multa Por Infração

200590031561179-0001
Emissão: 15/06/2020 R$ 0,00 R$ 24,00

85830000000-9 24000185112-0 00590031561-0 17920200715-5

Governo do Estado de São Paulo


Secretaria da Fazenda e Planejamento
DARE-SP
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal
01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Deutsche Lufthansa Ag 15/07/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
R GOMES DE CARVALHO, nº 0 , º andar, VILA OLIMPIA, CEP: 0 . -00 , Sao Paulo SP
R$ 24,00
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.461.740 (11)3061-1620 1
06 - Observações 200590031561179
Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível

Emissão: 15/06/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Contribuinte
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 26/06/2020 às 18:18 , sob o número WJMJ20409029920
fls. 216

Banco Itaú - Comprovante de Pagamento com código de barras


0185 - SEFAZ-SP/DARE

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 93E4CD8.
Dados da conta debitada:
Agência/conta: 3240/11221-3 Nome da empresa: DI CIERO ADVOGADOS
Dados do pagamento:
Código de barras: 858800000008 240001851120 005900315564 097202007157
Controle: 200590031556097
Valor do documento: R$ 24,00
Operação efetuada em 16/06/2020 às 11:19:53h via EMPRESA PLUS, CTRL 202006168695485.
- Pagamento efetuado em sábado, domingo ou feriado, será quitado no próximo dia útil.
- O cliente assume total responsabilidade por eventuais danos decorrentes de inexatidão ou insuficiência nas informações
por ele inseridas.
Autenticação:
C0C886B8EFA5D3A6FBC202B606CF47E7938EF998

Dúvidas, sugestões e reclamações: na sua agência. Se preferir, ligue para o SAC Itaú: 0800 728 0728 (todos os dias, 24h) ou acesse o Fale Conosco no www.itau.com.br.
Se não ficar satisfeito com a solução apresentada, ligue para a Ouvidoria Corporativa Itaú: 0800 570 0011 (em dias úteis, das 9h às 18h) ou Caixa Postal 67.600, CEP
03162-971. Deficientes auditivos ou de fala: 0800 722 1722 (todos os dias, 24h). 1
fls. 217

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo-SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 93F445F.
DESPACHO

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 29/06/2020 às 09:49 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.
I - Cadastre-se o patrono da parte ré no sistema SAJ.
II - Manifeste-se o autor em réplica, no prazo de 15 dias.
Int.

São Paulo, 28 de junho de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
fls. 218

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 01/07/2020 13:27


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9446C97.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0204/2020, foi disponibilizado na página
669/679 do Diário da Justiça Eletrônico em 01/07/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Andre Luis Dias Soutelino (OAB 323971/SP)
Rafael Rodrigues Rezende Leite (OAB 445473/SP)
Valéria Curi de Aguiar E Silva Starling (OAB 154675/SP)
Cid Pereira Starling (OAB 119477/SP)

Teor do ato: "Vistos. I - Cadastre-se o patrono da parte ré no sistema SAJ. II - Manifeste-se o autor em

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 01/07/2020 às 13:27 .
réplica, no prazo de 15 dias. Int."

SÃO PAULO, 1 de julho de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL RODRIGUES REZENDE LEITE e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/07/2020 às 22:36 , sob o número WJMJ20410756539
fls. 219
Avenida Pedro Severino Jr. 366, sala 46 – Vila Guarani – São Paulo CEP: 04310-060
TEL: (11) 5581-9922
E-mail: contato@aldsadvogados.com.br
www.aldsadvogados.com.br

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 32ª VARA CÍVEL CENTRAL DA


COMARCA DA CAPITAL – SÃO PAULO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9660D56.
Autos n° 1015661-95.2020.8.26.0100
Já é hora de o Judiciário brasileiro ter em conta que
as pífias indenizações muitas vezes fixadas em casos
tais, a se considerar que são poucos os que ingressam
em juízo, acabam integrando o custo operacional dos
grandes fornecedores de produtos e de serviços,
mostrando-se tal custo bem menos expressivo do que
seria o necessário para a implantação e manutenção
de uma estrutura de atendimento ao consumidor
realmente eficiente e respeitosa. (TJSP - Apelação nº
1111766-71.2019.8.26.0100 – Relator Ricardo Pessoa de
Mello Belli)

HUGO CÉSAR PHILIPP e Outros, já devidamente qualificados nos autos do processo


em epígrafe vêm, TEMPESTIVAMENTE, apresentar à réplica conforme os fatos a seguir:

A - NO MÉRITO

Inicialmente e por oportuno ratificam in totum os termos da inicial e


documentos à estas acostados, bem como impugnam por generalidade o conteúdo da
defesa, a qual não consegue comprovar suas alegações ou se eximir de suas
responsabilidades.

A Ré nada trouxe de novo que pudesse reverter o entendimento já


exaustivamente discutido pelo judiciário pátrio, a respeito da tese em questão.
A matéria versada nos presentes autos é do inteiro conhecimento do judiciário,
onde foi por várias vezes discutida e decidida, em diversos processos semelhantes, em
desfavor da parte Ré, dispensando maiores digressões sobre a tese sustentada.
Trata-se de Ação Indenizatória por danos morais.
A ré alega, de forma infundada e sem a juntada de documentos, a inexistência de
culpa e responsabilidade por parte da empresa e dos danos sofrido pela parte autora.
Os argumentos trazidos pelo réu não merecem prosperar pois:
B – DA REALIDADE FÁTICA E DO DIREITO

A parte Ré alega que O voo LH500 Frankfurt-Rio de Janeiro, previsto para o dia
30/07/2019, atrasou por 12h34minutos (cf. fls. 135) em razão de problemas na aeronave e que
exigiram manutenção não programada.., (Fls.164), SEM, NO ENTANTO, COMPROVAR TAL
ALEGAÇÃO, e que por conta disso não caberia a sua responsabilização, escusa que não
cabe aqui, pelos seguintes motivos:
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL RODRIGUES REZENDE LEITE e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/07/2020 às 22:36 , sob o número WJMJ20410756539
fls. 220

1) Primeiramente a falha no serviço se enquadraria como claro risco do


empreendimento, o que não exclui de forma alguma a responsabilidade da Ré, a qual
falhou na prestação de seu serviço e feriu o direito da parte Autora;

2) Em sua contestação, a parte ré simplesmente alegou que o tarso se deu por conta de

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9660D56.
problemas técnicos na aeronave, logo, confessa que atrasou o voo, que não acomodou a
parte autora na primeira oportunidade e não comprovou que lhe deu assistência material,
de modo que mais uma vez a ré assume o risco pelos defeitos cometidos na prestação
da sua atividade, sendo um claro risco do negócio.

3) A ré alega que prestou assistência material a parte autora, mas tal informação não
procede e nem tampouco foi comprovada, tanto que a parte autora teve abalos morais.

4) Em sua contestação, a parte ré simplesmente alegou que tiveram um problema e


ponto, logo, mais uma vez a ré assume o risco pelos defeitos cometidos na prestação
da sua atividade, sendo um, claro risco do negócio.

Ademais a ré não junta nenhum documento idôneo capaz de corroborar suas


fracas alegações.

O defeito no serviço prestado, por ser inerente à atividade de transporte e ao


risco de sua execução, cujo objetivo é a obtenção de lucro, não constitui, portanto, a
exclusão de responsabilidade.

Em decorrência da má prestação do serviço pela empresa Ré, a parte autora foi


submetida uma espera e um atraso angustiante de aproximadamente 24 HORAS para que
conseguisse finalmente chegar ao seu destino.

Por ter assumido o risco ao atrasar o voo e gerar danos aos consumidores do seu
serviço, a parte ré ao menos teria que ter cumprido in totum o art. 28 da Resolução nº
400 da ANAC, o que não o fez, já que não deu escolha de outros voos, apenas
realocando naquele que a ré julgava mais conveniente para ela.

Descumprindo a Lei, a parte ré não trouxe aos autos as provas de que tentou
acomodar a parte autora na primeira oportunidade, seja em voo próprio ou de terceiros,
como deveria ter feito, e em não fazendo, mais uma vez assumiu o risco de que sua
conduta pudesse gerar danos, prejuízos e transtorno aos seus consumidores, assim como
ocorreu no presente caso.

Além do longo atraso, de aproximadamente 24 HORAS, e por não ter resolvido


logo o problema dos autores, acomodando-os em outra aeronave na primeira
oportunidade, mais a DESASSISTÊNCIA MATERIAL, sem alimentação, acomodação ou
transporte, demonstram o abandono, o desamparo, o pouco caso, e, óbvio, a MÁ
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO por parte da ré e o desrespeito à legislação reguladora.

No mais, é dever da empresa cumprir com os prazos por ela informados para a
prestação do serviço e atuar com qualidade e presteza, e se a mesma não o fez, esta
gerou um dano ao seu consumidor, o qual deve ser indenizado.
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL RODRIGUES REZENDE LEITE e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/07/2020 às 22:36 , sob o número WJMJ20410756539
fls. 221

Percebe-se que o réu ou não analisou corretamente os autos ou tem a intenção


de procrastinar o feito, motivo pelo qual não procedem as alegações da ré uma vez que
a parte autora trouxe aos autos farta documentação demonstrando a relação existente
entre a empresa e a mesma, bem como os erros cometidos pela ré que lhe causaram
inúmeros transtornos, aborrecimentos e prejuízos.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9660D56.
Durante o tempo de todo atraso a ré não ofereceu à parte autora alimentação e
as demais assistências materiais que trata a Lei. A parte Autora teve que suportar o longo
atraso sem nenhuma amenidade, sem alimentação, ou hotel para que pudesse repousar.
No momento em que a empresa ré alega que sua conduta não gerou abalos e
sofrimentos aos autores é demonstrar que não possui um mínimo de respeito com seus
passageiros e que pouco se importa com o bem estar dos mesmos, fato este que deve
ser duramente rechaçado.

Impugnam-se ainda, nesta oportunidade, quaisquer prints de telas de


computador incorporadas no corpo do texto, as quais não possuem a força necessária
para comprovar suas alegações e se mostrarem verdadeiras.Neste sentido, em recente
Decisão datada de 26/05/2020, o Juízo de Direito da 6ª Vara Cível do Foro Regional do
Jabaquara, nos autos do processo nº. 1003262-34.2020.8.26.0003, de maneira
irretocável, salientou que: IMPORTANTE: telas de computador da própria ré NÃO servem
para demonstração do alegado por ela mesma.

O caso em questão trata-se de relação de consumo, aplicando-se, por


conseguinte, o Código de Defesa do Consumidore a regra de inversão do ônus da prova,
uma vez que a empresa encontra-se no papel de fornecedora de um produto/serviço
que é a parte mais forte da relação, possuindo todas as informações e documentos
relativos às suas falhas. Por outro lado, a parte autora se enquadra como aqueles que
recebem o produto/serviço prestado, considerados, obviamente como consumidores.

Ora Excelência, por força das regras do CDC e da doutrina e jurisprudência pátria, a
ré assume a possibilidade de ocorrer defeitos e atrasos em seus produtos e serviços, bem
como a sua responsabilidade, o que claramente demonstra que os argumentos expedidos
em sua contestação não são válidos, mas sim meramente protelatórios, numa tentativa de
se eximir, de qualquer forma, de sua responsabilidade.

Ademais, o fato ocorrido pode ser caracterizado como RISCO DA ATIVIDADE


EXERCIDA pela empresa. Assim, qualquer empresa ao exercer uma atividade assume o
risco de que algo pode sair errado, mesmo que eventualmente. Isso se insere na
responsabilidade objetiva das empresas diante dos consumidores, devendo responder
pelos vícios existentes na sua produção independentemente de culpa.

Desta forma, surge o CDC para coibir os abusos nas relações de consumo, para
impedir a impunidade, estabelecendo a responsabilidade civil de forma mais abrangente
fazendo com que a reparação do dano causado ao consumidor seja dotada de indiscutível
eficácia.

Assim, pelo princípio da vulnerabilidadese considera o consumidor a parte mais


fraca da relação de consumo, uma vez que o consumidor se submete ao poder de quem
dispõe o controle sobre bens de produção para satisfazer suas necessidades de consumo.
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL RODRIGUES REZENDE LEITE e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/07/2020 às 22:36 , sob o número WJMJ20410756539
fls. 222

Em outras palavras, o consumidor se submete às condições que lhes são impostas no


mercado de consumo.

Como ensina João Batista de Almeida o surgimento da tutela do consumidor é


uma reação a um quadro social, reconhecidamente concreto, em que se vislumbrou a

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9660D56.
posição de inferioridade do consumidor em face do poder econômico do fornecedor,
bem como a insuficiência dos esquemas tradicionais do direito substancial e processual,
que já não mais tutelavam novos interesses identificados como coletivos e difusos ..." .

Para Luiz Antônio Rizzatto, o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor


é uma primeira medida de realização da isonomia garantida na Constituição Federal. Pois,
o consumidor é a parte fraca da relação jurídica de consumo, e essa fraqueza decorre de
dois aspectos: um de ordem técnica e outro de cunho econômico. O de ordem técnica
está relacionado aos meios de produção monopolizados pelo fornecedor. É o fornecedor
quem escolhe o que, quando e de que maneira produzir. E o consumidor fica com a
escolha reduzida, só podendo optar por aquilo que existe e foi oferecido no mercado.
Essa oferta é decidida unilateralmente pelo fornecedor, visando seus interesses
empresariais, a obtenção de lucro. O segundo aspecto, o econômico, está na maior
capacidade econômica que, via de regra, o fornecedor tem em relação ao consumidor .

No que se refere ao Código de Defesa do Consumidor, este veio para proteger as


vítimas de acidente de consumo estabelecendo em seu artigo 6, VIII, ser um direito
básico do consumidor a facilidade da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias da experiência .

Ora, em termos concretos, a prova do defeito ou da relação de causalidade entre


o defeito e o dano pode ser bastante árdua para ser apresentada pelo consumidor, e em
algumas situações, até mesmo impossível. Isso porque não é o consumidor quem detém
de todas as informações sobre a produção e a comercialização do produto, mas sim a
empresa que produziu.

Acrescente-se ainda que a noção de defeito para fins de caracterização da


responsabilidade em questão não coincide com sua ideia vulgar. A definição jurídica de
produto defeituoso é encontrada nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 12 do
CDC. Assim, por tal artigo o produto é defeituoso quando não oferece a segurança que
dele legitimamente se espera, levando-se em consideração, entre outras circunstâncias, sua
apresentação, os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi colocado
em circulação .

Ainda no que tange a responsabilidade das empresas, vale dizer mais suma vez
que a lei é clara no sentido de que o dever de reparar os danos independe da existência de
culpa, consagrando-se, à evidência, hipótese de responsabilidade objetiva.

A responsabilidade independe do requisito culpa. Não há necessidade de


demonstrar conduta intencional ou negligente do fornecedor. A conduta deste pode até
ter sido culposa, mas não se faz necessário demonstrar a culpa para caracterizar o dever
de indenizar.
.
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fls. 223

Por fim, no que concerne a alegação de aplicação Convenção de Montreal, esta


deve ser aplicada unicamente nas questões dos danos materiais, em conjunto com as
demais normas incluindo o Código de Defesa do Consumidor.

Assim, a Convenção de Montreal e a Convenção de Chicago são as legislações a

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serem aplicadas no presente caso em respeito aos tratados internacionais. E de forma
supletiva, a Resolução nº 400/2016 da ANAC, o Código Brasileiro de Aeronáutica, o Código
Civil brasileiro e o Código de Defesa do Consumidor.

Por se tratar de uma Convenção com normas gerais para padronizar o transporte
aéreo internacional, a Convenção de Montreal não trata especificamente da proteção aos
direitos do consumidor. Logo, os princípios de proteção ao consumidor estabelecidos
pela Organização Internacional de Aviação Civil (OACI) foram recepcionados ao
ordenamento jurídico brasileiro por força da art. 44, letra d da Convenção de Chicago
(recepcionada pelo Decreto nº 21.713/46).

Consequentemente, nos casos de lacunas, a Resolução nº 400/2016 da ANAC, o


Código Brasileiro de Aeronáutica, o Código Civil brasileiro e o Código de Defesa do
Consumidor são aplicados de forma supletiva, bem como as Resoluções da IATA (órgão
que autorregula das empresas aéreas).

No caso em tela, o longo atraso, com a falta de opção imediata de novos voos
para a parte autora são fatores que ensejam à aplicação supletiva das normas citadas no
parágrafo anterior, em especial o Código de Defesa do Consumidor.

Por todo o exposto, claro está a responsabilidade da empresa Ré, bem como a
necessidade da aplicação do instituto da Inversão do Ônus da Prova, não tendo, por
tanto, validade nas alegações da parte ré que tenta, a todo custo, se eximir de sua
responsabilidade perante seus consumidores.

C – DA EXISTÊNCIA DOS DANOS MORAIS

A parte ré alega que não houve comprovação da parte Autora dos danos por ela
sofridos. Ora esta alegação é descabida, não encontra fundamento nenhum, pois é fato
que a parte autora teve seu tempo e suas expectativas subtraídos pelo erro na
prestação de um serviço, fazendo que mergulhasse por horas em angústia e decepção,
se sentindo impotente, sem saber o que viria pela frente, quando teria solução para o
seu problema.

A Ré teve a chance de corrigir logo o defeito na prestação do seu serviço,


oferecendo uma opção de embarque imediato em outros voos para a parte Autora, mas
assim não procedeu.

Basicamente, a Ré manteve a parte autora à sua disposição por horas no


aeroporto, sem solucionar o problema de forma célere, sem prestar a assistência
devida, obrigando a chegar ao seu destino final com mais de 24 HORAS DE ATRASO, o
que caracteriza um total descaso da empresa com seus consumidores. Tais fatos
demonstram o abuso de poder do fornecedor de serviços perante o consumidor, sem
.
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fls. 224

contar a total falta de transparência com o mesmo, sonegando-lhe informações e


assistência devidas.

Consequentemente, este abuso de poder provoca um abalo psicológico a


qualquer cidadão devido à sensação de impotência. Infelizmente, o consumidor não tem

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escolha com as companhias aéreas onde impera a famosa expressão: é pegar ou largar .

Assim, em que pese às alegações da parte ré sobre a inexistência do dano moral,


estas não merecem prosperar visto que o dano moral sofrido é evidente haja vista que é
devido em inúmeras situações que gerem um ato lesivo, não podendo ter sua aplicação
reduzida nem minimizada a apenas certas situações.

Como já amplamente exposto na inicial, os danos morais são aqueles que


acabam por abalar a honra, a boa-fé subjetiva ou a dignidade das pessoas físicas ou
jurídicas e a indenização dele decorrente tem o condão de reparar a dor, o sofrimento ou
exposição indevida sofrida pela vítima em razão da situação constrangedora, além de
servir para desestimular o ofensor a praticar novamente a conduta que deu origem ao
dano, tendo um verdadeiro caráter desestimulador/punitivo/repressivo.

Desta forma, pela teoria do desestímulo, cada ofensor deve ser condenado a
pagar indenização que represente medida eficaz para que não volte a praticar o ato ilícito,
observando-se, para tanto, sua capacidade econômica e a consequente razoabilidade do
valor que deve ser arbitrado sem que lhe abale demasiadamente, mas que torne
necessária a imediata correção da prática de posturas reprováveis como a que ocorreu no
caso em questão.

Isso porque o instituto do dano moral tem em si também, umcaráter


preventivo/repressivo que tem por objetivo evitar que outras pessoas sejam lesionadas
da mesma forma, tendo assim, o intuito de desestimular o agente causador do dano a
praticar atos semelhantes, sendo tal instituto uma verdadeira arma da qual o judiciário
pode se utilizar no intuito de coibir condutas danosas ou ilícitas como a que ocorreram
no caso em questão sejam evitadas, visando, por fim, a proteção da coletividade.

Com a análise dos autos percebemos que é inquestionável o sentimento de


revolta ante os problemas ocorridos, frustração ante o que se esperava e de um serviço
que não fora devidamente prestado, o que é claro no caso em tela já que a empresa ré
falhou gravemente na prestação de seus serviços em relação a parte autora causando-lhe
vários transtornos e aborrecimentos, em especial com o longo atraso de mais de 24 horas
e a falta de assistência adequada com a pronta reacomodação em outros voos, ficando
claro que a empresa não se empenhou em resolver a questão, e o seu descaso da
empresa para com os consumidores.

Este também é o entendimento dos Tribunais:

DANO MORAL – CARÁTER PUNITIVO E COMPENSATÓRIA. A reparação do dano


moral deve ter um caráter punitivo e, também, um caráter compensatório. (TJRJ
.
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fls. 225

APELAÇÃO CÍVEL 10499/92 – Reg. 1022 Juiz: MAURO FONSECA PINTO NOGUEIRA –
05/03/92)

APELAÇÃO - RESPONSABILIDADE CIVIL – TRANSPORTE AÉREO - AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – PROCEDÊNCIA – ATRASO DE VOO –

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FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO CONFIGURADA – Demandante que faz
jus à indenização por danos morais postulada, os quais independem de
comprovação, por decorrerem do próprio ato violador – Montante arbitrado
pelo douto Magistrado que merece ser mantido - Recurso da ré improvido.
(TJ-SP - AC: 10213543420188260002 SP 1021354-34.2018.8.26.0002, Relator:
Thiago de Siqueira, Data de Julgamento: 15/03/2019, 14ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 15/03/2019)

APELAÇÃO CIVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO. ATRASO EM VOO


INTERNACIONAL. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO CONFIGURADA -
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA INSURGÊNCIA - PRETENSÃO DE REFORMA
O transporte aéreo de passageiros, nacional ou internacional, encerra relação
de consumo, aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor A regra do art.
14 do CDC imputa a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços
pelos danos decorrentes da prestação defeituosa - A ocorrência de avaria
técnica da aeronave é matéria correlata à administração interna, não
podendo ser imputada aos consumidores (fortuito interno) - O atraso de voo
que caracteriza falha na prestação do serviço pela companhia aérea,
ensejando sua responsabilidade pela reparação dos danos causados -
Quantum indenizatório que cabe ser fixado em R$ 10.000,00 Sentença
reformada - Sucumbência invertida - Apelo provido.*(TJSP 12ª Câmara de
Direito Privado Rel. Des. Gil Coelho - Apelação nº 1043680-82.2018.8.26.0100
J. em 27/02/2019) (grifo nosso)

APELAÇÃO Nº 1004722-27.2018.8.26.0003 RELATOR : DESEMBARGADOR ROQUE


ANTONIO MESQUITA DE OLIVEIRA JUIZ PROLATOR : MARCO ANTONIO BOTTO
MUSCARI APELANTE/APELADO: AZUL LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS S/A
APELADO/APELANTE: FABIO APARECIDO ALVES DA SILVA COMARCA: SÃO PAULO
RECURSOS – Apelações – Transporte aéreo nacional – Atraso de voo – Ação de
indenização por danos morais – Insurgência contra a r. sentença que julgou
parcialmente procedente a demanda – Inadmissibilidade – Aplicação das regras
do CDC – Incontroverso atraso de 5 (cinco) horas no voo de retorno –
Companhia aérea que responde pelos serviços deficientemente prestados, ainda
que tenha tentado amenizar o dano, providenciando voucher alimentação –
Hipótese em que não restou comprovada a efetiva existência de caso fortuito ou
força maior – Aplicação dos artigos 737 do CC e 14 caput do CDC – Dano moral
in re ipsa configurado – Quantum indenizatório bem fixado, em respeito
aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade para o caso concreto –
Comprovada tentativa do autor de alterar a verdade dos fatos – Litigância de
má-fé caracterizada, nos termos do artigo 80, inciso II, do CPC – Multa mantida
– Não comprovada APELAÇÃO Nº 1004722-27.2018.8.26.0003 - SÃO PAULO 3
eventual má-fé da companhia aérea ré – Sucumbência parcial bem fixada, ante a
condenação do autor nas penas por litigância de má-fé – Inaplicabilidade da
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL RODRIGUES REZENDE LEITE e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/07/2020 às 22:36 , sob o número WJMJ20410756539
fls. 226

Súmula 326 do STJ – Sentença mantida – Honorários advocatícios majorados –


Recursos improvidos.

TRANSPORTE AÉREO DE PASSAGEIROS. REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS.


IMPROCEDÊNCIA. ATRASO DO VOO POR MAIS DE 9 HORAS. NÃO
FORNECIMENTO DE ACOMODAÇÕES CONDIZENTES COM O TEMPO DE

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9660D56.
ESPERA PARA A DECOLAGEM. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA AOS
PASSAGEIROS, INCLUSIVE PARA A ALIMENTAÇÃO ADEQUADA. Desídia da
empresa aérea caracterizada. Fato suscetível de caracterizar-se como dano
moral. Indenização devida. Valor fixado com observância ao princípio da
razoabilidade. Sentença modificada. Procedência do pedido. Apelação
provida. (TJ-SP 11012128220168260100 SP 1101212-82.2016.8.26.0100,
Relator: Sebastião Flávio, Data de Julgamento: 30/08/2017, 23ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 30/08/2017)

O Superior Tribunal de Justiça já se pronunciou no sentido de que em virtude de


cancelamento de voo em contrato de transporte aéreo, fica configurado o dano moral
merecedor de reparação econômica (AgRg no AREsp 584804 / SP, Rel. Min. Moura
Ribeiro, 3ª Turma, j. 18/11/2014); o dano moral decorrente de atraso de voo opera-se in re
ipsa. O desconforto, a aflição e os transtornos suportados pelo passageiro não precisam
ser provados, na medida em que derivam do próprio fato .(AgRg no Ag 1306693 / RJ,
Rel. Min. Raul Araújo, 4ª Turma, j. 16/08/2011, DJe 06/09/2011).

Ainda quanto aos valores pleiteados a título de indenização, claro está a


razoabilidade dos pedidos, uma vez que os mesmos estão pautados nos danos,
transtornos e aborrecimentos sofridos pela Autora, bem como nos valores comumente
fixados nas condenações impostas em nossos tribunais pátrios.

A propósito: a indenização por dano moral deve atender a uma relação de


proporcionalidade, não podendo ser insignificante a ponto de não cumprir com sua
função penalizante, nem ser excessiva a ponto de desbordar da razão compensatória
para a qual foi predisposta (STJ, REsp. n° 318379-MG,/Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
Publicação: DJ 04/02/2002).

Diante de todo o exposto claro está a incidência do dano moral no caso em


questão sendo não só um direito da parte autora em recebê-lo como forma de
minimizar o desconforto e sofrimento, mas também como uma forma de desestimular
atos ilícitos, negligentes ou imprudentes por parte dos fornecedores de serviço

D - DOS DANOS PELA PERDA DO TEMPO ÚTIL

Conforme disposto nos fatos iniciais, a parte Autora teve que desperdiçar seu
tempo para solucionar problemas que foram causados por terceiros, devendo ser
indenizado.
Vitor Guglinski ao dissertar sobre o tema em sua obra, destaca:
"A ocorrência sucessiva e acintosa de mau atendimento ao consumidor,
gerando a perda de tempo útil, tem levado a jurisprudência a dar seus
primeiros passos para solucionar os dissabores experimentados por
milhares de consumidores, passando a admitir a reparação civil pela
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL RODRIGUES REZENDE LEITE e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/07/2020 às 22:36 , sob o número WJMJ20410756539
fls. 227

perda do tempo livre. (…). (in Danos morais pela perda do tempo
útil": uma nova modalidade. Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3237, 12
maio 2012)
Nesse sentido:

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9660D56.
"Por outro lado, vem se admitindo crescentemente, a partir de
provocação doutrinária, a concessão de indenização pelo dano decorrente
do sacrifício do tempo do consumidor em razão de determinado
descumprimento contratual,como ocorre em relação à necessidade de
sucessivos e infrutíferos contatos com o serviço de atendimento do
fornecedor, e outras providências necessárias à reclamação de vícios no
produto ou na prestação de serviços."(MIRAGEM, Bruno. Curso de
Direito do Consumidor - Editora RT, 2016. versão e-book, 3.2.3.4.1)
A jurisprudência, no mesmo sentido, ancora o posicionamento de que o desvio
produtivo ocasionado pela desídia de uma empresa deve ser indenizado, conforme
predomina a jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AGRAVO RETIDO. O erro
na informação do sistema informatizado não pode prejudicar a parte.
Acolhimento da contestação como tempestiva. PACOTE TURÍSTICO.
CVC. ATRASO NO VOO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CABIMENTO.
Trabalhando a demandada em parceria com a companhia aérea e
funcionando como intermediadora da venda dos serviços de
prestação de transporte aéreo aos consumidores, tem-se que é
também responsável pela eventual falha no serviço, conforme
estabelece o art. 14 do CDC. Reconhece-se o dano moral na espécie,
uma vez que os demandantes tiveram frustrado seu direito de
transporte nos moldes e horários eleitos, com atraso que gerou perda
de tempo útil, que ultrapassou o mero incômodo. Demonstração, de
forma suficiente, de ocorrência de um ilícito - e não mero dissabor -
pela demandada, capaz de tornar evidente o prejuízo causado à parte
autora, sendo necessária a reparação do dano, nos termos do art. 927
do Código Civil. Tem-se como suficiente, portanto, o arbitramento de
danos morais, na hipótese, em montante equivalente a R$ 1.500,00,
para cada um dos autores, analisadas as condições fáticas e jurídicas
da lide em discussão. AGRAVO RETIDO DESPROVIDO E RECURSO DE
APELAÇÃO PROVIDO. VENCIDO O DES. JORGE LUIZ LOPES DO CANTO NO
TOCANTE AO QUANTUM INDENIZATÓRIO. (Apelação Cível Nº
70059514406, Quinta Câmara Cível - Serviço de Apoio Jurisdição,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Claudia Cachapuz, Julgado em
08/04/2015)
Trata-se de notório desvio produtivo caracterizado pela perda do tempo que lhe
seria útil ao descanso, lazer ou de forma produtiva, acaba sendo destinado na solução
de problemas de causas alheias à sua responsabilidade e vontade.
A perda de tempo de vida útil do consumidor, em razão da falha da prestação do
serviço não constitui mero aborrecimento do cotidiano, mas verdadeiro impacto negativo
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL RODRIGUES REZENDE LEITE e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/07/2020 às 22:36 , sob o número WJMJ20410756539
fls. 228

em sua vida, sendo este mais um motivo pelo qual a empresa Ré deve ser condenada a
indenizar a parte Autora pelos danos suportados com o longo atraso.

G - DAS CONCLUSÕES

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9660D56.
Face o exposto requer a procedência do feito haja vista que a Ré não cumpriu in
totum a Resolução nº 400 da ANAC ao não acomodar a parte autora na primeira opção
para seu destino final, mesmo que em voos de terceiros, e por ter submetido a parte
Autora a um ATRASO de mais de 24 HORAS. A ré não esgotou as opções de acomodação
em voos próprios ou de terceiros (vide nota técnica em anexo na inicial), é incontestável
isso.

Ao gerar tal atraso, fez com que a parte Autora passasse por um longo período
de incertezas, aflição, desconforto, descontentamento, frustração, perda do seu tempo
e compromissos que possuía. É merecedora, portanto, de ser indenizada.

Frisamos mais uma vez que a Ré não ofereceu outras opções imediatas de voo
para solucionar o caso, e não prestou assistência material cabível ao caso, conforme
positiva a Lei. Em sua contestação nada trouxe de novo, tentou apenas se escusar, o
que não afasta sua responsabilidade em indenizar a parte autora, conforme
entendimento jurisprudencial majoritário.

A empresa Ré claramente gerou danos a parte Autora pela sua ineficiência na


prestação do serviço, e sua resposta ao problema foi se omitir e negar o cumprimento
das determinações legais, em especial ao proposto pela ANAC na Resolução nº 400.

Consequentemente, estes transtornos ultrapassaram a seara do mero


aborrecimento.

Nesse diapasão requer a procedência in totum dos pedidos da exordial.

Nestes termos,
Pede-se deferimento.
São Paulo, 22 de junho de 2020.

Rafael Leite
OAB/SP 445.473

André Soutelino
OAB/SP 323.971

Marcelo Maturana
OAB/SP 445.470
OAB/SP 445.470
fls. 229

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo-SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9683B0F.
DESPACHO

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 24/07/2020 às 09:22 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.

Informem as partes se concordam com o julgamento antecipado ou especifiquem


as provas que pretendem produzir, justificando o cabimento e pertinência, no prazo de 5 dias.
Int.

São Paulo, 24 de julho de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
fls. 230

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 28/07/2020 00:41


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 96CF56C.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0236/2020, foi disponibilizado na página
573/592 do Diário da Justiça Eletrônico em 28/07/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Andre Luis Dias Soutelino (OAB 323971/SP)
Rafael Rodrigues Rezende Leite (OAB 445473/SP)
Valéria Curi de Aguiar E Silva Starling (OAB 154675/SP)
Cid Pereira Starling (OAB 119477/SP)

Teor do ato: "Vistos. Informem as partes se concordam com o julgamento antecipado ou especifiquem

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 28/07/2020 às 00:41 .
as provas que pretendem produzir, justificando o cabimento e pertinência, no prazo de 5 dias. Int."

SÃO PAULO, 28 de julho de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 30/07/2020 às 11:46 , sob o número WJMJ20411261690
fls. 231

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9719713.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 32ª VARA CÍVEL CENTRAL DA
COMARCA DE SÃO PAULO – SP.

Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100

DEUTSCHE LUFTHANSA A.G., por suas advogadas infra-assinadas, nos autos


da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO que lhe promove HUGO CÉSAR PHILIPP e OUTROS, em
cumprimento ao r. despacho publicado no “Diário da Justiça” de 28 de julho de 2020, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, expor e esclarecer que reitera as provas já
produzidas, desta forma, requer o julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo 355,
I, do Código de Processo Civil.

Estando em termos,
Pede deferimento
São Paulo, 30 de julho de 2020.

Cecília Moura da Costa Valéria Curi de Aguiar e S. Starling


OAB/SP nº 418.642 OAB/SP nº 154.675
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 04/08/2020 às 18:53 , sob o número WJMJ20411615181
fls. 232
Avenida Pedro Severino Jr. 366, sala 46 – Vila Guarani – São Paulo CEP: 04310-060
TEL: (11) 5581-9922
E-mail: contato@aldsadvogados.com.br
www.aldsadvogados.com.br

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 32ª VARA CÍVEL
DO FORO CENTRAL CÍVEL– SP.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 97A15FE.
Autos n° 1015661-95.2020.8.26.0100

HUGO CESAR PHILIPP e Outros, já devidamente qualificados nos autos do


processo mencionado na epígrafe, vêm, por intermédio dos seus advogados infra
firmados, em atendimento ao Despacho de Fls., informar e requerer o que se segue:

Que no que tange as provas, informa a parte autora que não há mais provas a
serem apresentadas, além daquelas que já se encontram nos autos e que são aptas a
demonstrar o direito autoral e as falhas na prestação do serviço cometidas pela Ré.

Outrossim, no que tange a realização de audiência de conciliação, conforme


disposto no disposto no Artigo 319, VII do Código de Processo Civil, informa a parte
autora que NÃO possui interesse na realização da mesma haja visto que em regra os réus
apenas utilizam tal artifício para protelar o feito.

Informamos que caso a Ré tenha interesse em uma composição amigável,


que o mesmo pode entrar em contato com os patronos da parte autora mediante o e-
mail/telefone contido no rodapé da presente peça ou ainda através dos seguintes e-
mails: contato@aldsadvogados.com.br ; acordo@aldsadvogados.com.br.

Assim, requer a continuidade do feito com seu julgamento antecipado, e com


a procedência integral dos pedidos, nos termos requeridos na inicial.

Termos em que,
Pedem Deferimento.
São Paulo, 4 de agosto de 2020

Rafael Leite
OAB/SP 445.473

André Soutelino
OAB/SP 323.971

Marcelo Maturana
OAB/SP 445.470
fls. 233

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo-SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 97DA261.
DESPACHO

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 06/08/2020 às 14:16 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.
Ao MP, em razão da menoridade de Isabela.
Int.

São Paulo, 06 de agosto de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
fls. 234

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 10/08/2020 01:51


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9824CB6.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0259/2020, foi disponibilizado na página
466/480 do Diário da Justiça Eletrônico em 10/08/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Andre Luis Dias Soutelino (OAB 323971/SP)
Rafael Rodrigues Rezende Leite (OAB 445473/SP)
Valéria Curi de Aguiar E Silva Starling (OAB 154675/SP)
Cid Pereira Starling (OAB 119477/SP)

Teor do ato: "Vistos. Ao MP, em razão da menoridade de Isabela. Int."

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 10/08/2020 às 01:51 .
SÃO PAULO, 10 de agosto de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
fls. 235

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
Praça João Mendes s/nº, 11º andar - salas nº 1119/1121, Centro - CEP
01501-900, Fone: 21716223, São Paulo-SP - E-mail:
upj31a35cv@tjsp.jus.b
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9845F05.
ATO ORDINATÓRIO

Processo Digital n°: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por BRUNO BRANDAO DIAS, liberado nos autos em 10/08/2020 às 23:38 .
Ato Ordinatório

Vista ao Ministério Público.

São Paulo, 10 de agosto de 2020.


Eu, ___, Bruno Brandão Dias, Escrevente Técnico Judiciário.
fls. 236

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
Praça João Mendes s/nº, 11º andar - salas nº 1119/1121, Centro - CEP
01501-900, Fone: 21716223, São Paulo-SP - E-mail:
upj31a35cv@tjsp.jus.b

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9845F18.
CERTIDÃO DE REMESSA PARA O PORTAL ELETRÔNICO

Processo n°: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 10/08/2020 às 23:38 .
[]

[]
Justiça PúblicaJustiça Pública[][]

CERTIFICA-SE que em 10/08/2020 o ato abaixo foi encaminhado ao


portal eletrônico.
Teor do ato: Vista ao Ministério Público.

São Paulo, (SP), 10 de agosto de 2020


Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por STELA TINONE KUBA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 11/08/2020 às 16:48 , sob o número WJMJ20412071282
fls. 237

32ª Vara Cível do Foro Central


Autos nº 1015661-95.2020.8.26.0100

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 985F3CA.
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Meritíssimo (a) Juiz (a),

Trata-se de ação de reparação por danos morais proposta por Hugo


César Philipp, Jacqueline Martins Rocha e Isadora Rocha Philipp, menor
impúbere representada por seu genitor, em face de Deutsche Lufthansa AG,
objetivando o pagamento de indenização por dano moral no montante de R$20.000,00.
Constou da inicial que os autores adquiriram passagens aéreas para o
trajeto Frankfurt-Rio de Janeiro, com saída às 22h15 do dia 30/07/2019, e chegada às
04h50 do dia 31/07/2019; e Rio de Janeiro-Porto Alegre, com saída às 09h35 do dia
31/07/2019 e chegada às 11h45 do mesmo dia. Relataram que houve atraso para o
embarque no voo de Frankfurt para Rio de Janeiro. Narraram que, ao indagarem os
prepostos da ré, informaram-lhes que o atraso foi devido a falhas operacionais. Ainda,
aduziram que a ré não disponibilizou qualquer alternativa aos autores. Conforme
relatado, conseguiram embarcar às 10h49 do dia 31/07/2019, tendo ocorrido atraso de
quase 12 horas em relação ao horário de embarque inicialmente previsto. Assim,
ajuizaram a presente demanda, requerendo o pagamento de danos morais.
Com a exordial (fls. 1/14), vieram os documentos (fls.15/138).
Devidamente citada, a requerida apresentou contestação às fls.161/175.
Não aduziu preliminares. No mérito, pugnou pela improcedência do pedido. Afirmou
que a alteração do horário de voo ocorreu por problemas técnicos da aeronave, que
exigiram manutenção não programada, o que caracteriza caso fortuito. Alegou que não
há ilícito ou dever de indenizar, e que prestou assistência material à parte autora, como
hospedagem, alimentação e transporte, além de ter acomodado os autores em outro voo.
Réplica às fls.219/228.
As partes informaram seu desinteresse pela produção de outras provas
às fls. 231/232.
É o relatório do necessário.

1
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por STELA TINONE KUBA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 11/08/2020 às 16:48 , sob o número WJMJ20412071282
fls. 238

I. Oficia o Ministério Público, nos termos do artigo 178, inciso II,


do Código de Processo Civil, em virtude da incapacidade civil, por menoridade, da
autora Isadora.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 985F3CA.
Inicialmente, requer-se que se juntem os documentos pessoais dos
autores.
Não obstante, considerando já a apresentação do documento
pessoal da autora Isadora, a Promotoria desde já se manifesta no mérito da demanda
e, nessa seara, o feito comporta julgamento antecipado, nos termos do artigo 355, I
do CPC, ante a desnecessidade de produção de outras provas.

II. No mérito, em relação à menor Isadora, a ação deve ser julgada


procedente.
Inicialmente, cumpre destacar a aplicação do Código de Defesa do
Consumidor, à luz do quanto decidido no julgamento dos recursos RE 636331 e ARE
766618 pelo STF, ocasião em que se fixou a tese de que a limitação indenizatória
prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal abrange tão somente a reparação
por danos materiais decorrentes de extravio de bagagem, não se aplicando às
indenizações por danos morais, tal como a pleiteada nestes autos.
A relação jurídica estabelecida entre as partes, consubstanciada na
prestação de serviços aéreos restou incontroversa, por intermédio do documento de
fls.113/125.
Igualmente, restou incontroverso o atraso no embarque do voo de
Frankfurt para o Rio de Janeiro, tal como descrito na inicial (fls.1/14) e confessado pela
ré em sede de contestação (fls. 161/175).
Com efeito, o Código de Defesa do Consumidor prevê a
responsabilidade civil objetiva do fornecedor de serviços, a qual só poderá ser excluída
em caso de inexistência do defeito ou fato exclusivo do consumidor ou de terceiros, a
teor do disposto no artigo 14 de referida legislação.
Assim, todo aquele que predisposto a exercer atividade econômica no
mercado de consumo e, em razão desse exercício, causar danos (material ou moral) ao
consumidor, deverá repará-los, independentemente da ocorrência de culpa, bastando
que o consumidor prove o nexo de causalidade entre o serviço defeituoso e o dano por
ele sofrido.
A despeito da alegação da ré no sentido de que o atraso decorreu da
manutenção não programada da aeronave, é de se ressaltar que tal circunstância, além
de não ter sido devidamente comprovada pela suplicada, não é apta a afastar sua
responsabilidade.

2
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por STELA TINONE KUBA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 11/08/2020 às 16:48 , sob o número WJMJ20412071282
fls. 239

A manutenção de aeronave insere-se no risco da atividade desenvolvida.


Trata-se de evento intrinsecamente relacionado com a própria atividade empresária, e,
portanto, caso fortuito interno que não tem o condão de exonerar a ré de sua
responsabilidade.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 985F3CA.
Devido ao atraso no embarque em Frankfurt, a autora e sua família
suportaram um atraso de mais de 24 horas na chegada do voo originalmente contratado.
Oportuno seja ressaltado que o mero o descumprimento contratual ou
legal, por si só, não tem o condão de caracterizar dano de natureza extrapatrimonial.
Aliás, o Superior Tribunal de Justiça já fixou o entendimento de que para restar
configurado o dano moral, faz-se necessário que o descumprimento contratual, atraso
no voo, ultrapasse o mero dissabor, abalando a dignidade da pessoa, ofendendo-a de
maneira relevante. (STJ - REsp: 1386794 RJ 2013/0179134-0, Relator: Ministro RAUL
ARAÚJO, Data de Publicação: DJ 30/04/2015).
Consigne-se que a terceira turma do STJ, em julgamento recente do
Recurso Especial Nº 1.584.465 - MG (2015/0006691-6), ratificou o entendimento da
corte, afastando o argumento de que o dano moral decorrente de atraso no voo seria
presumido (in re ipsa).
O STJ decidiu que, para configuração do dever de indenizar, devem ser
observadas as circunstâncias que envolvem o caso concreto, tais como “i) a averiguação
acerca do tempo que se levou para a solução do problema, isto é, a real duração do atraso; ii) se a
companhia aérea ofertou alternativas para melhor atender aos passageiros; iii) se foram prestadas
a tempo e modo informações claras e precisas por parte da companhia aérea a
fim de amenizar os desconfortos inerentes à ocasião; iv) se foi oferecido suporte
material (alimentação, hospedagem, etc.) quando o atraso for considerável; v) se
o passageiro, devido ao atraso da aeronave, acabou por perder compromisso inadiável no destino, dentre
outros” (RECURSO ESPECIAL Nº 1.584.465 - MG (2015/0006691-6), 13 de
novembro de 2018 (Data do Julgamento) MINISTRA NANCY ANDRIGHI Relatora)
– GRIFAMOS.

Desta forma, em consonância com a jurisprudência do C. STJ,


inviável o entendimento de dano moral in re ipsa em casos de atraso de voo. Assim,
verificado o descumprimento contratual, para a configuração do dever de indenizar,
de rigor a análise, no caso em concreto, da assistência prestada pela companhia aérea.

A Resolução nº 400/216 da ANAC – Agência Nacional de Aviação


Civil prevê que a assistência material consiste em facilidades de comunicação, se o
atraso for superior a 1 hora, e serviço de hospedagem e traslado de ida e volta, se
superior a 4 horas.

Em que pese a alegação da ré no sentido de que teria prestado toda


a assistência material devida aos autores, nota-se que mesmo possuindo a requerida

3
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por STELA TINONE KUBA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 11/08/2020 às 16:48 , sob o número WJMJ20412071282
fls. 240

facilidade em obter essas informações em seu sistema, não juntou aos autos qualquer
documento comprovando o alegado em contestação.

Assim, inexistindo comprovação da ré no sentido de que forneceu

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satisfatoriamente assistência material aos autores, conforme artigo 26 e artigo 27,
inciso II e III da Resolução da ANAC, de rigor o acolhimento da pretensão
indenizatória.

Tais circunstâncias, consoante o recente entendimento do C.STJ, são


aptas a gerar o dever de indenizar pela ré que, no caso em concreto, não exerceu
corretamente o seu dever como prestadora de serviços.

A indenização deve ser arbitrada de maneira a reprimir a prática e


possibilitar a reparação do lesado sem enriquecimento.

Em casos semelhantes, nossos tribunais têm assim se posicionado:

“RECURSO DE APELAÇÃO INTERPOSTO CONTRA R.


SENTENÇA PELA QUAL FOI JULGADA PROCEDENTE AÇÃO
INDENIZATÓRIA – ALEGAÇÃO DE INCORREÇÃO – PEDIDO DE
REFORMA – ATRASO/CANCELAMENTO DE VOO - RELAÇÃO DE
CONSUMO – ATRASO/CANCELAMENTO NO VOO QUE RESULTOU
INCONTROVERSO NOS AUTOS - INEFICIÊNCIA DO SERVIÇO
PRESTADO –INDENIZAÇÃO DEVIDA –DANO MORAL
CONFIGURADO – IMPUGNAÇÃO DO "QUANTUM" FIXADO –
INDENIZAÇÃO POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS FIXADA EM R$
10.000,00 (DEZ MIL REAIS) – MONTANTE INDENIZATÓRIO QUE
NÃO SE MOSTROU IRRISÓRIO OU EXCESSIVO – CONDENAÇÃO POR
DANOS MATERIAIS QUE SE MOSTROU PLENAMENTE ADEQUADA AO
CONJUNTO COLIGIDO AO FEITO, E CUJO VALOR NÃO FOI ALVO DE
IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA POR PARTE DA EMPRESA AÉREA –
ACERTO DA R. SENTENÇA - RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível
1020110-85.2018.8.26.0482; Relator (a): Simões de Vergueiro; Órgão Julgador: 16ª Câmara
de Direito Privado; Foro de Presidente Venceslau - 1ª Vara; Data do Julgamento: 06/09/2019;
Data de Registro: 06/09/2019).” (grifei).

Nesse contexto, o montante da indenização deve observar os limites


da razoabilidade, não podendo servir para o enriquecimento do ofendido, e
tampouco, deve ser fixada em valor ínfimo, devendo servir como forma de
repreensão ao ofensor.

Desta forma, demonstrados os danos morais experimentados pela


suplicante isadora, o montante de R$ 5.000,00 (dez mil reais) infere-se adequado para
a compensação desses prejuízos.

4
a menor.

Natália Calciolari
STELA TINONE KUBA
Promotora de Justiça Cível

Estagiária do Ministério Público


São Paulo, 11 de agosto de 2020
condenar a ré ao pagamento de R$ 5.000,00 (dez mil reais) a título de danos morais
Diante do exposto, aguarda-se a procedência do pedido, a fim de

5
fls. 241

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fls. 242

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SENTENÇA

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 24/08/2020 às 19:24 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.

Hugo César Philipp, Jacqueline Martins Rocha e Isadora Rocha Philipp


movem a presente ação de indenização por extravio de bagagens contra Deutsche Lufthansa
AG, alegando que adquiriram passagens aéreas da ré para o trajeto Frankfurt-Rio de
Janeiro, com saída às 22h15 do dia 30/07/2019 e chegada às 04h50 do dia 31/07/2019; e
Rio de Janeiro-Porto Alegre, com saída às 09h35 do dia 31/07/2019 e chegada às 11h45 do
mesmo dia. Ocorre que houve atraso na decolagem do voo de Frankfurt para Rio de
Janeiro, tendo os atendentes da ré afirmado que o atraso teria decorrido de falhas
operacionais. A empresa não lhes disponibilizou qualquer alternativa, tendo conseguido
embarcar às 10h49 do dia 31/07/2019, tendo ocorrido atraso de quase 12 horas em relação
ao horário de embarque inicialmente previsto. Por conseguinte, chegaram ao destino com
23h de atraso, o que lhes acarretou terríveis constrangimentos. Pugnam pela condenação da
requerida ao pagamento de indenização por danos morais no montante de R$20.000,00.
Juntam documentos.
A requerida foi citada e apresentou contestação, defendendo a não
incidência do Código de Defesa do Consumidor. Argumentou ter fornecido acomodação e
alimentação aos passageiros, devido ao atraso de 12h, e que não poderia ser
responsabilizada pelo atraso do voo RJ – Porto Alegre, porque fornecido pela Gol Linhas
Aéreas.
Houve réplica e o MP ofertou parecer final.

1015661-95.2020.8.26.0100 - lauda 1
fls. 243

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É o relatório. Decido.
Trata-se de ação indenizatória por danos morais decorrentes de falha na
prestação de serviço de transporte aéreo internacional de pessoas, que acarretou atraso de
12 horas na chegada dos autores ao Rio de Janeiro e 23h de atraso para a chegada ao
destino final, Porto Alegre.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 24/08/2020 às 19:24 .
Conheço diretamente do pedido, nos termos do artigo 355, inciso I, do
Código de Processo Civil, uma vez que desnecessária a dilação probatória, em razão da
suficiência da prova documental coligida aos autos.
De início, destaco que, em recente julgamento do Recurso Representativo de
Controvérsia nº 636.331, o Supremo Tribunal Federal consolidou jurisprudência no sentido
de que a Convenção de Montreal, internalizada como lei federal no direito nacional pelo
Decreto nº 5.910/2006, tem prevalência sobre o Código de Defesa do Consumidor, já que
corresponde a lei especial, e deve constituir a fonte normativa para os litígios sobre o
transporte aéreo internacional (tema 210).
No entanto, o presente caso não envolve extravio de bagagem e o referido
precedente repetitivo não se estende aos danos morais sofridos pelos passageiros,
limitando-se aos danos materiais.
Neste sentido, o TJSP já decidiu: AÇÃO CONDENATÓRIA transporte aéreo
internacional condenação da ré ao pagamento de indenização por dano moral e por dano
material não aplicação da Convenção de Montreal para o dano moral condenação mantida,
ausente qualquer justificativa para a redução do valor dano material apenas um dos pontos
suscitados pelos autores foi provado e, assim, somente este merece ressarcimento sentença
parcialmente reformada em parte mínima sucumbência mantida recurso parcialmente
provido (TJSP; Apelação Cível 1056606-61.2019.8.26.0100; Relator (a): Achile Alesina; Órgão
Julgador: 14ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 22ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 23/01/2020; Data de Registro: 23/01/2020).
E: APELAÇÃO - Transporte aéreo internacional - Ação de indenização por danos
morais e materiais Cancelamento de voo Autores que, além de perderem um dia de férias dos
três programados, foram obrigados a procurar estada e alimentação por conta própria durante
dezesseis horas Indenização por danos morais arbitrada no valor de R$ 10.000,00 - Apelo da ré
somente no tocante ao dano extrapatrimonial Manutenção da sentença Responsabilidade civil

1015661-95.2020.8.26.0100 - lauda 2
fls. 244

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da transportadora confirmada Ré que não logrou comprovar causa excludente de
responsabilidade, deixando de trazer quaisquer documentos aptos a demonstrar suas alegações
Ausência, ademais, de verossimilhança quanto ao argumento de que o aeroporto estaria
inoperante no dia dos fatos, uma vez que os autores, ao que consta, partiram do mesmo local -
Danos morais configurados Atraso de mais de 16 horas de voo internacional sem assistência da

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 24/08/2020 às 19:24 .
companhia aérea para pernoite ou alimentação, bem como perda de um dos três dias de passeios
programados, é fato que transcende o mero aborrecimento - Dano moral in re ipsa Quantum
indenizatório adequado às peculiaridades do caso - Valor de R$ 10.000,00, arbitrado a título de
danos morais para cada autor, que não comporta redução Limitação tarifária devida apenas em
casos de danos materiais Ainda assim, o montante fixado guarda consonância com o limite
indenizatório disposto no art. 22(1) da Convenção de Montreal: 4.150 "DES" (Direito Especial de
Saque) - Sentença mantida - Recurso desprovido. (TJSP; Apelação Cível
1037124-30.2019.8.26.0100; Relator (a): Jonize Sacchi de Oliveira; Órgão Julgador: 24ª
Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 41ª Vara Cível; Data do Julgamento:
10/01/2020; Data de Registro: 10/01/2020).
Ora, é incontroverso nos autos que houve atraso de doze horas no voo
Frankfurt - RJ, sem qualquer justificativa plausível da ré, que apenas sustentou que o atraso
teria decorrido de fato imprevisível e inevitável, decorrente de problemas operacionais.
No entanto, revisões de rotina e manutenções de aeronaves tipificam
fortuitos internos, que não se prestam a isentar o fornecedor de suas responsabilidades.
Neste sentido, o TJSP decidiu: "Ação de indenização por danos morais. Má prestação de serviço de
transporte aéreo internacional. Responsabilidade objetiva da companhia aérea. Cancelamento e
remarcação do voo de retorno dos autores para o dia seguinte ao previsto, sob a justificativa de "motivos
técnicos operacionais/defeitos na aeronave". Atraso de cerca de 10 horas. Má prestação do serviço. Fortuito
interno que não exclui a responsabilidade da ré. Dano moral configurado. Pretensão restrita à
compensação pelos danos morais. Aplicação do CDC. Inaplicabilidade do entendimento consolidado pelo
E. STF, no julgamento do RE 636.331, com repercussão geral, já que se refere somente aos danos materiais,
do que não se trata a hipótese sub judice. Quantificação da verba indenizatória. Consideradas as
peculiaridades do caso concreto e os critérios de razoabilidade e proporcionalidade, o valor da condenação
cumpre ser reduzido. Recurso provido em parte, nesses termos" (TJSP; Apelação Cível
1042850-85.2019.8.26.0002; Relator (a): Cauduro Padin; Órgão Julgador: 13ª Câmara de
Direito Privado; Foro Regional II - Santo Amaro - 11ª Vara Cível; Data do Julgamento:
13/02/2020; Data de Registro: 13/02/2020).

1015661-95.2020.8.26.0100 - lauda 3
fls. 245

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Ademais, ainda que alegue que toda a assistência foi prestada aos autores, a
verdade é que Isadora é criança, ansiava por voltar para casa e, devido ao atraso da ré,
perdeu a conexão para Porto Alegre, chegando à sua cidade com 23h de atraso.
O egrégio Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp
1.584.465/MG, alterando o entendimento de que o dano moral é presumido (in re ipsa)

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 24/08/2020 às 19:24 .
quando há atraso em voo, passou a entender que, nesses casos, é necessário que o
consumidor demonstre ter sofrido lesão extrapatrimonial, fixando as balizas para a possível
comprovação e a consequente constatação da ocorrência do dano moral. Confira-se o REsp
1584465/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/11/2018,
DJe 21/11/2018).
Os transtornos sofridos pelos autores transbordaram o mero aborrecimento,
mormente porque Isadora é criança e sofreu transtornos em seu estado psicológico devido
ao longo período que demorou a voltar à sua terra ntal, como ocorreria com qualquer
pessoa em situação semelhante.
A reparação do dano moral, segundo AGUIAR DIAS, deve seguir um
processo idôneo, que busque para o ofendido um equivalente adequado: “A reparação será
sempre, sem nenhuma dúvida, inferior ao prejuízo experimentado, mas, de outra parte, quem
atribuísse demasiada importância a esta reparação de ordem inferior se mostraria mais preocupado
com a ideia de lucro do que mesmo com a injúria às suas afeições; pareceria especular sobre sua
dor e seria evidentemente chocante a condenação cuja cifra favorecesse tal coisa” (AGUIAR
DIAS, Da Responsabilidade Civil, 9ª ed., Rio, Forense, 1994, vol. II, pág. 740, nota 63).

Contudo, não há como deixar de considerar que a pandemia de covid 19


demanda uma reflexão profunda acerca do que é dano moral e sua necessária valoração.

Diante de tantas vítimas fatais decorrentes do vírus e da tristeza causada a


quase 110.000 famílias de brasileiros alijadas do convívio com os pacientes mortos, deve-
se considerar que o sofrimento dos autores foi leve, não justificando a fixação de verba
reparatória elevada.

Atenta a tais considerações, fixo a indenização em R$3.500,00 para cada


autor, quantia que se prestará para que a causadora do dano veja-se castigada pela ofensa
perpetrada e para que as vítimas recebam soma em dinheiro que lhes proporcione prazeres

1015661-95.2020.8.26.0100 - lauda 4
fls. 246

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como contrapartida pelo mal sofrido.

4. Diante do quanto exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos, a fim


de condenar a Deutsche Lufthansa AG ao pagamento da quantia de R$3.500,00 pelos danos
morais a cada um dos autores, com correção pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça de

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 24/08/2020 às 19:24 .
São Paulo a partir de hoje (Súmula 462 do STJ) e juros de mora de 1% ao mês a contar da
citação.

Por fim, a requerida arcará com as despesas processuais e honorários de


10% do valor corrigido da condenação.

P.R.I.C.
São Paulo, 06 de agosto de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

1015661-95.2020.8.26.0100 - lauda 5
fls. 247

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 26/08/2020 02:52


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 99D79C7.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0275/2020, foi disponibilizado na página
480/494 do Diário da Justiça Eletrônico em 26/08/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Andre Luis Dias Soutelino (OAB 323971/SP)
Rafael Rodrigues Rezende Leite (OAB 445473/SP)
Valéria Curi de Aguiar E Silva Starling (OAB 154675/SP)
Cid Pereira Starling (OAB 119477/SP)

Teor do ato: "4. Diante do quanto exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos, a fim de condenar a

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 26/08/2020 às 02:52 .
Deutsche Lufthansa AG ao pagamento da quantia de R$3.500,00 pelos danos morais a cada um dos autores,
com correção pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça de São Paulo a partir de hoje (Súmula 462 do STJ) e
juros de mora de 1% ao mês a contar da citação. Por fim, a requerida arcará com as despesas processuais e
honorários de 10% do valor corrigido da condenação. P.R.I.C."

SÃO PAULO, 26 de agosto de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
fls. 248

ESTADO DE SÃO PAULO


PODER JUDICIÁRIO

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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9AA21CE.
CIÊNCIA DA INTIMAÇÃO

Autos nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Foro: Foro Central Cível

Declaramos ciência nesta data, através do acesso ao portal eletrônico, do teor do


ato transcrito abaixo.

Data da intimação: 11/08/2020 16:47


Prazo: 10 dias
Intimado: Ministério Público do Estado de São Paulo
Teor do Ato: Vista ao Ministério Público.

São Paulo, 11 de Agosto de 2020


.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 14/09/2020 às 15:57 , sob o número WJMJ20414254481
fls. 249

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9B7BD57.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 32ª VARA CÍVEL CENTRAL DA
COMARCA DA CAPITAL – SÃO PAULO

Processo nº1015661-95.2020.8.26.0100

DEUTSCHE LUFTHANSA A.G., empresa alemã de transporte aéreo já


qualificada, por seus advogados infra-assinados, nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
proposta por HUGO CESAR PHILIPP e outros, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, irresignada com a r. sentença de fls. 242/246, com fundamento nos artigos 1009
e seguintes do Código de Processo Civil, interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

nos termos das inclusas razões e com preparo devidamente comprovado, cuja juntada da
guia inclusa ora se requer, requerendo, outrossim, o seu recebimento e regular
processamento e remessa para julgamento perante E. Tribunal de Justiça.

Estando em termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 14 de setembro de 2020.

Cid Pereira Starling Valéria Curi de Aguiar e S. Starling


OAB/SP nº 119.477 OAB/SP nº154.675

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CID PEREIRA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 14/09/2020 às 15:57 , sob o número WJMJ20414254481
fls. 250

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RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

Apelante: DEUTSCHE LUFTHANSA A.G.


Apelados: HUGO CESAR PHILIPP e outros
Processo nº1015661-95.2020.8.26.0100
Origem: 32ª Vara Cível Central da Capital

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
Excelentíssimos Senhores Desembargadores:

I – DA SINTESE DO PROCESSO E DO CABIMENTO DO RECURSO

1- Os apelados ajuizaram a demanda objetivando a condenação da apelante ao


pagamento de indenização por supostos danos morais no valor total de R$23.000,00 (vinte
mil reais) por alegado atraso de voo em seu retorno ao Brasil no mês de julho de 2019.

2- Narraram, em síntese, que adquiriram passagens para o itinerário Frankfurt-


Rio de Janeiro e Rio de Janeiro-Porto Alegre, com embarque no dia 30/07/2019, sendo que
o referido voo atrasou, resultando na chegada ao Rio de Janeiro com 12 horas de atraso em
relação ao cronograma original e atraso de praticamente 23h00 para a chegada em Porto
Alegre.

3- Alegaram que o ocorrido caracterizou falha na prestação de serviços e ainda


a Apelante não disponibilizou alternativas de reacomodação em outros voos para reduzir o
atraso, tudo a caracterizar os danos extrapatrimoniais reclamados na demanda.
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fls. 251

4– Após a defesa da Apelante e saneamento do processo, pelo eminente

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magistrado da 32ª Vara Cível Central da Comarca da Capital foi proferida sentença julgando
parcialmente procedente a ação, com a condenação da apelante ao pagamento da
compensação financeira por danos morais no valor de R$3.500,00 para cada apelado,
totalizando R$10.500,00, além de custas e honorários advocatícios de 10% da condenação.

5– Daí o interesse da apelante na reforma integral da sentença, recurso


tempestivamente interposto pois que a publicação ocorreu no dia 27/08/2020 e assim o
termo final de 15 dias uteis somente ocorrerá no dia 16/09/2020, comprovando, a
apelante, ainda, a realização do preparo (cf. guia de custas inclusa).

6– Conforme será demonstrado, deve ser reformada a r. sentença porque


inexistentes os danos morais, inexistindo qualquer prova de qualquer consequência
extraordinária vivenciada pelos apelados, ocorrendo a simples presunção de danos morais,
situação inadmissível em se tratando de atraso de voo.

7– Em suma, a r. sentença contrariou consolidada jurisprudência segundo a qual


o simples atraso de voo, em regra, não causa dano moral ou lesão a direito da
personalidade, impondo-se a demonstração da ocorrência de consequências
extraordinárias, situação inocorrente no caso.

II – DA PREVALÊNCIA DA LEGISLAÇÃO ESPECIAL QUE DISCIPLINA O TRANSPORTE AÉREO


INTERNACIONAL – ARTIGO 178 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL C/C TESE 210 DE
REPERCUSSÃO GERAL DO STF – PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE

8- Com efeito, ao contrário do entendimento exposto na r. sentença


recorrida, a legislação do transporte aéreo internacional deve ser aplicada ao presente
caso, com preponderância sobre as demais regras de responsabilidade civil – do Código de
Defesa do Consumidor e do Código Civil - inclusive para aferir a pertinência da pretensão
relativa a indenização por alegados danos morais, como decorrência do disposto no artigo
178 da Constituição Federal que assim estabelece:

A t. . A lei dispo á so e a o de ação dos t a spo tes a eo, a uáti o e


terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os
acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. grifou-se.)

9– Por sua vez, a Tese nº210 de Repercussão Geral, do Supremo Tribunal


Federal, definiu o seu sentido e alcance em face de eventual conflito com normas do
Código de Defesa do Consumidor:

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fls. 252

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Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados
internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm
prevalência ao Código de Defesa do Consumidor. – grifou-se

10 – Vale dizer, a aplicação do disposto no artigo 14, como regra informadora da


responsabilidade objetiva das companhias aéreas é inadequada porque diverge, por
exemplo do disposto no artigo 19 da Convenção de Montreal, que exige a avaliação das
providencias adotadas pela transportadora para aferição do dever de indenizar
(responsabilidade subjetiva com presunção de culpa).

11 – E o mesmo se diz em relação ao Código Civil quanto à disciplina geral do


contrato de transporte.

12- O artigo 1º da Convenção de Montreal assim estabelece a sua abrangência a


todo e qualquer conflito de natureza cível decorrente do transporte aéreo internacional:

1. A presente Convenção se aplica a todo transporte internacional de pessoas,


bagagem ou carga, efetuado em aeronaves, mediante remuneração. Aplica-se
igualmente ao transporte gratuito efetuado em aeronaves, por uma empresa de
transporte aéreo . – grifou-se

13– Assim, por força do principio da especialidade (§2º do art. 2º da Lei


nº13.655/2018), é o regime jurídico especifico do transporte aéreo internacional que deve
ser aplicado ao caso, com preponderância sobre qualquer outro.

14 – Vale dizer, o sentido e alcance da Tese 210 de Repercussão Geral diz com a
aplicação do regime jurídico especial constituído pela Convenção de Montreal e legislação
correlata. Nesse passo, ainda que não se aplique a regra de tarifação da indenização
prevista no seu artigo 22 aos casos de danos morais, não há sentido em afastar a
incidências dos demais artigos que tratam, por exemplo, de excludentes de
responsabilidade (art. 19), do transporte sucessivo (art. 36), da proibição de indenização
com caráter punitivo ou pedagógico (art. 29) etc., normas que não se harmonizam com as
regras do Código de Defesa do Consumidor, além das normas regulamentares editadas pela
ANAC (p. ex. Resolução nº400/2016).

15 – Importante ressaltar que o mesmo Supremo Tribunal Federal, após a Tese


210 de Repercussão Geral, determinou que as Convenções Internacionais também devem
ser aplicadas no tocante aos DANOS MORAIS, valendo transcrever o seguinte trecho da
ementa de acórdão em que foi Relator o Ministro Luis Roberto Barroso:

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fls. 253

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO
OCORRIDO EM VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. (...)
10.
Os embargos de divergência devem ser providos, uma vez que o acórdão
Embargado está em dissonância com a atual jurisprudência desta Corte. O
Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao analisar em 25.05.2017 o mérito do RE
636.331, Rel. Min. Gilmar Mendes, e do ARE 766.618, da minha relatoria, sob a
sistemática da repercussão geral, decidiu: (i) reduzir o valor da indenização de
danos morais aos patamares estabelecidos na Convenção de Varsóvia e/ou
Pacto de Montreal; e ii fixa a segui te tese: Nos te os do a t. da
Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da
responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as
Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de
Defesa do Co su ido . E a gos de Dive g ia o Re u so Ext ao di á io
351.750, Rio de Janeiro, Relator: Min. Roberto Barroso, DJE nº 75, divulgado em
/ / . Grifou-se

16 - E, ainda o mesmo precedente do Supremo Tribunal Federal:

... Na hipótese, se discute pedido de indenização de danos morais por falha


de prestação de serviço em transporte internacional aéreo de passageiros.
A Turma Recursal de origem condenou a empresa aérea ao pagamento de
indenização com fundamento no Código de Defesa do Consumidor, afastando
tratados e convenções internacionais que regem a matéria (acórdão de fls.
101/103, integrado pelo acórdão de fls. 111/112).
O recurso extraordinário (fls. 114/129) busca fundamento no art. 102, III, a e b,
da Constituição Federal. A parte recorrente pede que não sejam aplicadas as
disposições do Código de Defesa do Consumidor, mas, sim, a legislação
internacional pertinente ao caso concreto.
Os embargos de divergência devem ser providos, uma vez que o acórdão
embargado está em dissonância com a atual jurisprudência desta Corte.

(...)

Dia te do exposto, os te os do a tigo , § º, do RI/STF, dou parcial


provimento aos embargos de divergência para conhecer e prover o recurso
extraordinário e, com isso, determinar às instâncias de origem que apreciem
novamente o feito, levando em consideração QUE A NORMA INTERNACIONAL

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fls. 254

QUE REGE A MATÉRIA DEVE PREVALECER SOBRE CÓDIGO DE DEFESA DO

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CONSUMIDOR PARA EVENTUAL CONDENAÇÃO DE EMPRESA AÉREA
INTERNACIONAL POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. Grifou-se e destacou

17 - Assim, ao presente caso deve ser aplicado o regime jurídico do transporte


aéreo internacional, com preponderância sobre as normas do Código de Defesa do
Consumidor, notadamente em relação à excludente prevista no artigo 19 da Convenção de
Montreal e nas regras previstas na Resolução 400/2016 da ANAC – Agência Nacional de
Aviação Civil.

III - DAS PROVIDÊNCIAS ADEQUADAS PARA A SITUAÇÃO ADOTADAS PELA APELANTE –


INCONTROVERSA A ASSISTÊNCIA MATERIAL E REACOMODAÇÃO PARA VOO NO DIA
SEGUINTE – CANCELAMENTO DE VOO JUSTIFICADO - AUSÊNCIA DE LESIVIDADE
EXTRAPATRIMONIAL - EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE (art. 19 da Convenção de
Montreal)

É se p e o le a ue a exacerbação de tutela dos


consumidores, além de contrariar o princípio constitucional
da livre-iniciativa, acaba por majorar custos da produção e
escassez de certos produtos e serviços, o que, afinal, vem
p ejudi a os p óp ios desti atá ios das o as p otetivas.
(HUMBERTO THEODORO JUNIOR, Direitos do Consumidor,
Rio de Janeiro: Forense, 7ª edição, 2011, p. 30)

18 – Ao contrário do entendimento exposto na respeitável sentença, não houve


qualquer evidência ou prova dos danos morais alegados no presente caso. Na verdade,
inclusive são destituídos de plausibilidade.

19 - Com efeito, o dano moral não pode ser presumido ou simples decorrência
automática da previsão abstrata de responsabilidade sem culpa (resp. objetiva) e nem a
obrigação de resultado veiculada pelo contrato de transporte. Há que se comprovar o

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fls. 255

dano, sobretudo o dano moral, que é efeito excepcional em casos de descumprimento

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contratual.

20 – Afinal, a extensão do dano é a medida da indenização (art. 944 do Código


Civil), sob pena de enriquecimento sem causa e de ser admitido o dano hipotético ou
eventual.

21 – A sentença, para além do atraso, não descreveu ou mencionou qualquer ato


lesivo sofrido pelos apelados e com as características de dano moral. Apoiou-se em
afirmações genéricas que simplesmente presumiram danos morais do atraso em si mesmo
considerado, valendo transcrever o seguinte trecho:

Ademais, ainda que alegue que TODA A ASSISTÊNCIA FOI PRESTADA AOS
AUTORES, a verdade é que Isadora é criança, ansiava por voltar para casa e,
devido ao atraso da ré, perdeu a conexão para Porto Alegre, chegando à sua
cidade com 23h de atraso. Fls. – grifou-se e destacou

22 – E ainda:

Os transtornos sofridos pelos autores transbordaram o mero aborrecimento,


mormente porque Isadora é criança e sofreu transtornos em seu estado
psicológico devido ao longo período que demorou a voltar à sua terra natal,
COMO OCORRERIA COM QUALQUER PESSOA EM SITUAÇÃO SEMELHANTE.
Fls. 245 – grifou-se

23 – Ora, a sentença desconsiderou que o contrato de transporte celebrado com


a Apelante tinha como destino final o Rio de Janeiro e não Porto Alegre e que, por
conseguinte, com a aceitação da reacomodação para o dia seguinte, caberia obviamente
aos apelados, através da respectiva agencia pela qual adquiriram as passagens, a
remarcação do voo doméstico para Porto Alegre, restando descabida a transferência de tal
responsabilidade para a apelante porque ausente o vínculo jurídico.

24 – Há que se destacar que os apelados adquiram as passagens através de


agência de viagens e à Apelante somente coube o transporte do trecho internacional,
Frankfurt-Rio de Janeiro, e não Porto Alegre (voo GOL), conforme demonstra o documento
de fls. 114. Desse modo, não há que se falar em 23h50 de atraso sob a responsabilidade da
Ré. Ao invés de chegar ao Rio de Janeiro às 04h50 do dia 31/07/2019, os autores

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fls. 256

chegaram às 17h09 do mesmo dia, isto é, 12 horas de diferença em relação ao

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cronograma original.

25 – Além disso, há que se considerar a eficácia das providências adotadas pela


companhia aérea para atenuar os efeitos do atraso, tornando-os toleráveis e aceitáveis,
sobretudo considerando a realidade da rotina em grandes cidades e as peculiaridades do
transporte aéreo internacional. Incontroversamente, a Apelante forneceu assistência
material e proporcionou expedita reacomodação da apelada no primeiro voo disponível,
na manhã do dia seguinte. E a apelada Isadora viajava com os pais, não sendo plausíveis
os danos morais.

26 – De fato, o voo LH500 Frankfurt-Rio de Janeiro, previsto para o dia


30/07/2019, atrasou por 12h34minutos (cf. fls. 135) em razão de problemas na aeronave e
que exigiram manutenção não programada, situação que não pode ser confundida com
desídia, falha ou defeito nos serviços, conforme alegado na inicial, porque necessário para
garantir a segurança do transporte e a sua conclusão.

27 – A apelante, incontroversamente, forneceu adequada assistência material


em Frankfurt (hospedagem, alimentação e transporte aeroporto/hotel) até o novo
embarque, na manhã do dia seguinte, no primeiro voo disponível, assegurando a
conclusão do transporte da melhor forma possível e a chegada ao destino no mesmo dia do
cronograma original. Ao invés de chegar ao Rio de Janeiro às 04h50 do dia 31/07/2019, os
autores chegaram às 17h09 do mesmo dia, isto é, 12 horas de diferença em relação ao
cronograma original.

28 – Em suma, a apelante atendeu plenamente ao disposto nos artigos 27 e 28 da


Resolução nº400/2016 da ANAC, que trata dos deveres de assistência material e de
reacomodação para os casos de atraso de voo:

A t. . A assist ia ate ial o siste e satisfaze as e essidades do


passageiro e deverá ser oferecida gratuitamente pelo transportador, conforme o
tempo de espera, ainda que os passageiros estejam a bordo da aeronave com
portas abertas, nos seguintes termos:
I - superior a 1 (uma) hora: facilidades de comunicação;
II - superior a 2 (duas) horas: alimentação, de acordo com o horário, por meio do
fornecimento de refeição ou de voucher individual; e
III - superior a 4 (quatro) horas: serviço de hospedagem, em caso de pernoite,
e traslado de ida e volta.
§ 1º O transportador poderá deixar de oferecer serviço de hospedagem para o
passageiro que residir na localidade do aeroporto de origem, garantido o
traslado de ida e volta.
§ 2º No caso de Passageiro com Necessidade de Assistência Especial - PNAE e de
seus acompanhantes, nos termos da Resolução nº 280, de 2013, a assistência

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fls. 257

prevista no inciso III do caput deste artigo deverá ser fornecida

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independentemente da exigência de pernoite, salvo se puder ser substituída por
acomodação em local que atenda suas necessidades e com concordância do
passagei o ou a o pa ha te.
§ 3º O transportador poderá deixar de oferecer assistência material quando o
passageiro optar pela reacomodação em voo próprio do transportador a ser
realizado em data e horário de conveniência do passageiro ou pelo reembolso
integral da passagem aérea. (grifou-se)

Art. 28. A reacomodação será gratuita, não se sobreporá aos contratos de


transporte já firmados e terá precedência em relação à celebração de novos
contratos de transporte, devendo ser feita, à escolha do passageiro, nos
seguintes termos:
I - em voo próprio ou de terceiro para o mesmo destino, na primeira
oportunidade; ou
II - em voo próprio do transportador a ser realizado em data e horário de
conveniência do passageiro.
Parágrafo único. Os PNAEs, nos termos da Resolução nº 280, de 2013, terão
prioridade na reacomodação. g ifou-se)

29 – Não se pode esquecer que o transporte contratado pelo autor é efetivo


serviço coletivo ou de massa, sujeito a complexos procedimentos operacionais e de
logística, impondo-se a observância de regras rigorosas de segurança e com reconhecido
desempenho de resultado. Desse modo, a simples impontualidade não pode ser
considerada isoladamente, alheia a tal contexto.

30 - Importa transcrever o seguinte trecho do voto do I. Ministro ALDIR


PASSARINHO, do Superior Tribunal de Justiça que, ao julgar matéria similar à presente,
bem expôs as peculiaridades do transporte aéreo internacional que não podem ser
desconsideradas para fins de responsabilidade civil, notadamente em casos de atrasos:

... E te do ue pelas características do transporte aéreo, notadamente o de


passageiros, que envolve regras rígidas de segurança da aeronave, condições
climáticas, aeroportos e a operação como um todo, dependente de toda uma
infraestrutura que extrapola, visivelmente, o próprio âmbito da atividade-fim
prestada pela companhia, merece ele algum tempero no que concerne ao atraso.
Exigir-se pontualidade na aviação é desconhecer, por completo, essas
circunstâncias, muito próprias, do transporte aéreo, que detém, de outro lado,

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fls. 258

desempenho bastante satisfatório no que tange à segurança e ao tratamento

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dispensado aos passageiros, no geral.
A própria substituição de aeronave, em caso de defeito, não é simples nem
imediata, pela inexistência de equipamento reserva, já que a imobilidade de um
avião, dado o seu alto custo, não comporta tal procedimento.
De outra parte, quando se verifica o atraso, o passageiro dispõe de instalações
cômodas para aguardar o voo, tanto no aeroporto, como em hotéis próximos,
disponibilizados pelas empresas aéreas, se assim o desejar o cliente, e transporte
por taxi.
Assim, tenho que um atraso, ainda que por algumas horas, não gera direito a
indenização por dano moral, sob pena de sua banalização, já que impossível
considerar-se como dor, sofrimento, desespero ou grave angústia o sentimento por
que passa o passageiro em tal situação, minimizada pelas atenuantes acima
descritas e em favor da segurança, inclusive da população em terra.
No caso dos autos, essa é exatamente a situação, porquanto a espera se deu no
Aeroporto Internacional de Salvador, inquestionavelmente um dos mais
confortáveis do país, dotado de todo um sistema de segurança, razoável
entretenimento, opções de alimentação e conforto, a afastar, data maxima vênia,
a possibilidade de lesão moral pela espera, ainda que incômoda.
Não há que se confundir, absolutamente, percalços, dissabores e contratempos,
com dor, sofrimento ou angústia a abalar, seriamente, a pessoa, a ponto de
justificar indenização específica a respeito. (4ª Turma, REsp n. 217.916/RJ, Rel.
Min. Aldir Passarinho Junior, unânime, DJU de 11.12.2000) g ifou-se

31 - Há que se reconhecer, pois, a incidência da excludente geral prevista no


artigo 19 da Convenção de Montreal uma vez que restou incontroverso a razão do atraso e
a Ré adotou providencias adequadas para a situação, valendo transcrever o citado artigo:

A t. . O t a spo tado espo sável pelo da o o asio ado po at asos o


transporte aéreo de passageiros, bagagem ou carga. Não obstante, o
transportador não será responsável pelo dano ocasionado por atraso se prova
que ele e seus prepostos adotaram todas as medidas que eram razoavelmente
necessárias para evitar o dano ou que lhes foi impossível, a um e a outros, adotar
tais edidas. (grifou-se)

32 – Improcedente, pois, a ação, sob qualquer perspectiva.

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fls. 259

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IV - DA INEXISTÊNCIA DOS DANOS MORAIS ALEGADOS – INADMISSIBILIDADE DE DANOS
MORAIS PRESUMIDOS (art. 373, I, CPC)

33 - A sentença deve ser reformada porque simplesmente presumiu a existência


de danos morais, supervalorizando os efeitos do atraso de voo, desconsiderando que não
restou demonstrada qualquer consequência extraordinária suportada pelos apelados e
lesiva a direito da personalidade.

34– Conforme demonstrado, a Apelante forneceu adequada assistência material


em Frankfurt, tal como hospedagem, alimentação e transporte hotel/aeroporto-
aeroporto/hotel, além de expedita reacomodação para voo na manhã do dia seguinte,
providencias evidentemente aptas para afastar qualquer consequência grave ou
extraordinária do ocorrido.

35 – Além disso, ausente qualquer prova de que o atraso comprometeu o


objetivo da viagem – tratava-se de voo de retorno - ou teria perdido significativo
compromisso pessoal ou profissional apto a causar efetivo e grave sentimento negativo
apto a ser considerado dano moral, tal como humilhação etc. Confira-se o seguinte trecho
da sentença:

Os transtornos sofridos pelos autores transbordaram o mero aborrecimento,


mormente porque Isadora é criança e sofreu transtornos em seu estado
psicológico devido ao longo período que demorou a voltar à sua terra natal,
COMO OCORRERIA COM QUALQUER PESSOA EM SITUAÇÃO SEMELHANTE.
Fls. 245 – grifou-se

36 – Com o devido respeito, a situação vivenciada pelos apelados pode ter lhes
causado dissabores, aborrecimentos e alguns transtornos, mas que, à toda evidência, não
podem ser qualificados juridicamente como danos morais. E sobre a apelada Isadora,
menor de idade, importa considerar que viajava com os pais, de modo que não há
qualquer evidência dos alegados transtornos psicológicos causados por simples atraso
de voo. Sobre os principais atributos do conceito jurídico de dano moral, a doutrina
autorizada de SERGIO CAVALIERI FILHO ensina que:

Só deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou


humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no
comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e

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fls. 260

desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor, aborrecimentos, mágoa,

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irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral,
porquanto além de fazer parte do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito,
entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e
duradouras, ao ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se
assim não se entender acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando
ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos
(CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. Malheiros,
2004, pág. 98 – grifou-se).

37 – Por conseguinte, é certo que o mero inadimplemento contratual ou até de


normal legal, por si só, não é causa apta a gerar indenização moral, sendo necessário o
acréscimo de circunstâncias concretas efetivamente capazes de produzir lesão moral de
alguma relevância na pessoa que a elas se submete, sob pena de ser exigível apenas o
cumprimento adequado da obrigação, com os devidos encargos relacionados à mora.

38- Nesse alinhamento, vale transcrever os seguintes trechos de acórdãos do


Superior Tribunal de Justiça, com destaque para aquele sob relatoria do Eminente e
saudoso Ministro SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, além do Ministro ARI PARGENDLER:

O inadimplemento do contrato, por si só, pode acarretar danos materiais e


indenização por perdas e danos, mas, em regra, não dá margem ao dano
moral, que pressupõe ofensa anormal à personalidade. Embora a
inobservância das cláusulas contratuais por uma das partes possa trazer
desconforto ao outro contratante e normalmente o traz trata-se, em princípio,
do desconforto a que todos podem estar sujeitos, pela própria vida em
sociedade. Com efeito, a dificuldade financeira, ou a quebra da expectativa de
receber valores contratados, não tomam a dimensão de constranger a honra
ou a i ti idade, ressalvadas situações excepcio ais” (STJ 4.ª T. REsp 202.564
Rel. Sálvio de Figueiredo Teixeira j. 02.08.2001 DJU 01.10.01 e RSTJ 152/392).

Civil. Da o Mo al O inadimplemento contratual implica a obrigação de


indenizar os danos patrimoniais; não, danos morais, cujo reconhecimento
implica mais do que os dissabores de um negócio frustrado. Recurso especial
ão o he ido STJ .ª T. REsp . 4 Rel. Ari Pargendler DJU 05.02.2001).
(grifou-se)

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.
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39 – Mais especificamente, em se tratando de transporte aéreo, como regra, não

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há que se falar em danos morais presumidos (in re ipsa) impondo-se o dever de
demonstrar a ocorrência de consequências extraordinárias, bem como eventual desídia da
companhia aérea, conforme ementa de acórdão do E. Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo:

INDENIZAÇÃO TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL REGRA DE INCIDÊNCIA


PREVALÊNCIA DECISÃO VINCULANTE DO STF (RE636331 TEMA 210 DE
REPERCUSSÃO GERAL E ARE 766618) CONVENÇÃO DE MONTREAL DECRETOS
NºS 59/2006 E 5910/2006 E ARTIGO 178 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Ilegitimidade passiva quanto ao voo da volta, operado por empresa parceira
(codeshare) Não reconhecimento Hipótese de colaboração interempresarial
apta a ensejar responsabilidade solidária entre o transportador contratual e
aquele de fato – Responsabilidade assumida pela ré decorrente da percepção do
valor integral de todos os trechos, como também da própria emissão das
passagens em seu nome, sem qualquer indicação de que o voo seria operado
por terceiro - Isenção de responsabilidade da ré afastada Atraso e extravio
temporário e avaria de bagagem Fatos incontroversos Cumprimento do dever
de assistência material ou reembolso pela ré quanto às despesas próprias para
os eventos ocorridos Reconhecimento Despesas não pertinentes com os fatos da
causa Pretensão de ressarcimento afastada Inexistência de dano material a ser
indenizado - DANO MORAL RESPONSABILIDADE LIMITADA E TARIFADA
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA VINCULADA À PROVA DE DOLO OU CULPA GRAVE
DA EMPRESA TRANSPORTADORA OU DE SEUS PREPOSTOS INOCORRÊNCIA
ARTIGOS 186 E 927, DO CÓDIGO CIVIL ÔNUS DA PROVA PELOS AUTORES
ARTIGO 373, I, DO CPC NÃO SUPERAÇÃO ATRASO DE VOO DANO IN RE IPSA
NÃO RECONHECIMENTO – Resp 1584465/MG, STJ, Rel. Min. Nancy Andrighi,
Terceira Turma, DJe 21/11/2018 Prestação de assistência pela ré – Dissabores e
transtornos advindos pelo fato da causa, eventos que não podem ser
reconhecidos como passíveis de romper o equilíbrio psicológico dos autores
Ação julgada improcedente. Recurso da ré provido, prejudicado o recurso
adesivo dos autores. apelação cível nº1015384-90.2019.8.26.0625, Rel. Des.
HENRIQUE RODRIGUERO CLAVISIO, 18ª Câmara de Direito Privado, j. e.
03/09/2020) grifou-se e destacou

40 - Importa transcrever o seguinte trecho de esclarecedor acórdão do Superior


Tribunal de Justiça, a respeito da necessidade de prova dos danos morais ou da desídia da
companhia aérea em casos de atraso de voo, com o fornecimento de assistência material
pela companhia aérea:

13
.
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. A verificação do dano moral não reside exatamente na simples ocorrência
do ilícito, de sorte que nem todo ato desconforme o ordenamento jurídico
enseja indenização por dano moral. O importante é que o ato ilícito seja capaz
de irradiar-se para a esfera da dignidade da pessoa, ofendendo-a de maneira
relevante. Daí porque doutrina e jurisprudência têm afirmado, de forma
uníssona, que o mero inadimplemento contratual – que é um ato ilícito – não se
revela, por si só, bastante para gerar dano moral.
(...)
4. No caso em exame, tanto o Juízo de piso quanto o Tribunal de origem
afirmaram que, em virtude do atraso do voo – que, segundo o autor, foi de
aproximadamente oito horas –, não ficou demonstrado qualquer prejuízo daí
decorrente, sendo que a empresa não deixou os passageiros à própria sorte e
ofereceu duas alternativas para o problema, quais sejam, a estadia em hotel
custeado pela companhia aérea, com a ida em outro voo para a capital gaúcha
no início da tarde do dia seguinte, ou a realização de parte do trajeto de ônibus
até Florianópolis, de onde partiria um voo para Porto Alegre pela manhã. Não
há, pois, nenhuma prova efetiva, como consignado pelo acórdão, de ofensa à
dig idade da pessoa hu a a do auto . (grifou-se)

5. O aborrecimento, sem consequências graves, por ser inerente à vida em


sociedade – notadamente para quem escolheu viver em grandes centros
urbanos –, é insuficiente à caracterização do abalo, tendo em vista que este
depende da constatação, por meio de exame objetivo e prudente arbítrio do
magistrado, da real lesão à personalidade daquele que se diz ofendido. Como
leciona a melhor doutrina, só se deve reputar como dano moral a dor, o
vexame, o sofrimento ou mesmo a humilhação que, fugindo à normalidade,
interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, chegando
a causar-lhe aflição, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Precedentes.
(Resp. 1.269.246-RS, Ministro Luis Felipe Salomão) Grifou-se

41 – E, ainda, esclarecedora a seguinte ementa cujo de julgamento do mesmo


Superior Tribunal de Justiça converteu-se em efetivo paradigma para os casos de danos
morais em atraso de voo:

DIREITO DO CONSUMIDOR E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO


DE DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO DE DANOS MORAIS.
PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. ATRASO EM VOO
INTERNACIONAL. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. EXTRAVIO DE BAGAGEM.

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.
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ALTERAÇÃO DO VALOR FIXADO A TÍTULO DE DANOS MORAIS. INCIDÊNCIA DA

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SÚMULA 7/STJ.
(...)
5. Na específica hipótese de atraso de voo operado por companhia aérea, não
se vislumbra que o dano moral possa ser presumido em decorrência da mera
demora e eventual desconforto, aflição e transtornos suportados pelo
passageiro. Isso porque vários outros fatores devem ser considerados a fim de
que se possa investigar acerca da real ocorrência do dano moral, exigindo-se,
por conseguinte, a prova, por parte do passageiro, da lesão extrapatrimonial
sofrida.

6. Sem dúvida, as circunstâncias que envolvem o caso concreto servirão de


baliza para a possível comprovação e a consequente constatação da ocorrência
do dano moral. A exemplo, pode-se citar particularidades a serem observadas: i)
a averiguação acerca do tempo que se levou para a solução do problema, isto é,
a real duração do atraso; ii) se a companhia aérea ofertou alternativas para
melhor atender aos passageiros; iii) se foram prestadas a tempo e modo
informações claras e precisas por parte da companhia aérea a fim de amenizar
os desconfortos inerentes à ocasião; iv) se foi oferecido suporte material
(alimentação, hospedagem, etc.) quando o atraso for considerável; v) se o
passageiro, devido ao atraso da aeronave, acabou por perder compromisso
inadiável no destino, dentre outros.

7. Na hipótese, não foi invocado nenhum fato extraordinário que tenha


ofendido o âmago da personalidade do recorrente. Via de consequência, não há
o o se fala e a alo o al i de izável. (STJ 3.ª T. REsp 1.584.465-MG Rel.
Nancy Andrighi j. 13/11/201).

42 – Assim, resta claro que inexiste lesão moral a ser indenizada, justificando a
reforma da r. sentença e a improcedência da ação.

V - CONCLUSÃO

43 - Diante de todo o exposto, requer a Apelante o recebimento e conhecimento


do presente recurso de apelação, em seu duplo efeito, devolutivo e suspensivo, com a
juntada da inclusa guia comprobatória da realização do preparo, bem como o seu total
provimento para reformar a r. sentença proferida, afastando a condenação imposta em
razão da inexistência dos danos morais, julgando improcedente a ação, ou mesmo para

15
.
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reduzi-los, com a condenação da apelada ao pagamento das custas e honorários de

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sucumbência.

44 - Por fim, reitera seja anotado unicamente o nome da Dra. Valéria Curi de
Aguiar e Silva Starling (OAB/SP 154.675), para fins de recebimento de intimações, indicando
para tanto o endereço da Alameda Santos, 2224, 2º andar, Cerqueira Cesar – SP, telefone
(11) 3061-1620, e-mail valeria@diciero.adv.br, nos termos do artigo 77, V, do Código de
Processo Civil, sob pena de invalidade das intimações realizadas em desconformidade com
tal pedido.

Estando em termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 14 de setembro de 2020.

Cid Pereira Starling Valéria Curi de Aguiar e S. Starling


OAB/SP nº 119.477 OAB/SP nº154.675

16
.
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85800000004-6 25000185112-7 00590046724-0 72520200930-0

Governo do Estado de São Paulo DARE-SP


Secretaria da Fazenda e Planejamento
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal

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01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Deutsche Lufthansa Ag 30/09/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
Rua Gomes de Carvalho, 0 - º andar Sao Paulo SP
R$ 425,00
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.461.740 (11)3048-5897 1
06 - Observações 200590046724725
Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível

Emissão: 31/08/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Banco

01 - Código de Receita – Descrição 02 - Código do Serviço – 19 - Qtde


DARE-SP Descrição Serviços:
Governo do Estado de São Paulo 1
Secretaria da Fazenda e Custas - judiciárias pertencentes ao Estado, TJ - 1123007 - PREPARO DA APELAÇÃO
200590046724725-0001

Planejamento Documento
Detalhe 230-6 referentes a atos judiciais

15 - Nome do Contribuinte 03 - Data de Vencimento 06 - 09 - Valor da Receita 12 - Acréscimo


30/09/2020 Financeiro
04 - Cnpj ou Cpf
Deutsche Lufthansa Ag
33.461.740/0001-84 R$ 425,00 R$ 0,00
16 - Endereço 05 - 07 - Referência 10 - Juros de Mora 13 - Honorários
Rua Gomes de Carvalho, 0 - º andar Sao Paulo S Advocatícios
P

R$ 0,00 R$ 0,00
18 - Nº do Documento 17 - Observações 08 - 11 - Multa de Mora ou 14 - Valor Total
Detalhe Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível Multa Por Infração

200590046724725-0001
Emissão: 31/08/2020 R$ 0,00 R$ 425,00

85800000004-6 25000185112-7 00590046724-0 72520200930-0

Governo do Estado de São Paulo


Secretaria da Fazenda e Planejamento
DARE-SP
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal
01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Deutsche Lufthansa Ag 30/09/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
Rua Gomes de Carvalho, 0 - º andar Sao Paulo SP
R$ 425,00
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.461.740 (11)3048-5897 1
06 - Observações 200590046724725
Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível

Emissão: 31/08/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Contribuinte
.
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fls. 266

Banco Itaú - Comprovante de Pagamento com código de barras


0185 - SEFAZ-SP/DARE

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Dados da conta debitada:
Agência/conta: 3240/11221-3 Nome da empresa: DI CIERO ADVOGADOS
Dados do pagamento:
Código de barras: 858000000046 250001851127 005900467240 725202009300
Controle: 200590046724725
Valor do documento: R$ 425,00
Operação efetuada em 08/09/2020 às 12:08:38h via EMPRESA PLUS, CTRL 202009087917480.
- Pagamento efetuado em sábado, domingo ou feriado, será quitado no próximo dia útil.
- O cliente assume total responsabilidade por eventuais danos decorrentes de inexatidão ou insuficiência nas informações
por ele inseridas.
Autenticação:
6C030FEB5648807B150B4784F0BB97CE59FA28D9

Dúvidas, sugestões e reclamações: na sua agência. Se preferir, ligue para o SAC Itaú: 0800 728 0728 (todos os dias, 24h) ou acesse o Fale Conosco no www.itau.com.br.
Se não ficar satisfeito com a solução apresentada, ligue para a Ouvidoria Corporativa Itaú: 0800 570 0011 (em dias úteis, das 9h às 18h) ou Caixa Postal 67.600, CEP
03162-971. Deficientes auditivos ou de fala: 0800 722 1722 (todos os dias, 24h). 1
fls. 267

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo-SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9B82AF7.
DESPACHO

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 14/09/2020 às 20:01 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.
Fls. 249/264: Às contrarrazões, em 15 dias.
Após o decurso do prazo, com ou sem manifestação, remetam-se os autos ao
Egrégio Tribunal de Justiça com as nossas homenagens e as cautelas de praxe.
Int.

São Paulo, 14 de setembro de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 15/09/2020 às 14:42 , sob o número WJMJ20414335295
fls. 268
Avenida Pedro Severino Jr. 366, sala 46 – Vila Guarani – São Paulo CEP: 04310-060
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AO MM. JUIZO DA 32ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL - SP

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9B98CEB.
Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100

HUGO CÉSAR PHILIPP E OUTROS, já qualificado nos autos do processo em


epígrafe, vem, tempestivamente, apresentar o seu RECURSO DE APELAÇÃO, contra a r.
sentença de fls. 242/246, pelas razões de fato e de direito expostas a seguir.

Informa que as custas de preparo foram regularmente recolhidas, conforme


comprovante de recolhimento anexo, bem como deixa de recolher as custas de porte e
remessa e retorno dos autos em atendimento às disposições do §3º do artigo 1.007 do
Código de Processo Civil, que isentou o recolhimento de tais custas em se tratando de
processo eletrônico.

Dessa forma, requer a remessa dos autos à Superior Instância, para que seja
processado com as cautelas legais.

Termos em que,
Pede-se Deferimento.

São Paulo, 14 de setembro de 2020.

André Luis Dias Soutelino


OAB/SP 323.971

Rafael Rodrigues Rezende Leite


OAB/SP 445.473

Marcelo Giovanni Valente Maturana


OAB/SP 445.470
.
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RAZÕES DA APELAÇÃO

APELANTE: HUGO CÉSAR PHILIPP E OUTROS

APELADO: DEUTSCHE LUFTHANSA AG

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32ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL – SP

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Eméritos Julgadores,

BREVE RESUMO DA LIDE:

Trata-se de ação ajuizada pela parte apelante, por meio da qual pleiteia
indenização por danos morais em virtude do descumprimento do contrato de transporte
aéreo por falha na prestação do serviço, consubstanciado no atraso de 24 horas para
chegada ao destino final contratado.

Conforme salientado na exordial, o Apelante contratou transporte da Apelada


de Frankfurt a Porto Alegre com conexão no Rio de Janeiro para o dia 31.07.2019. Ocorre que
após efetuar o check in e aguardar longas horas o embarque, os passageiros foram
informados que o voo estava cancelado em razão de problemas operacionais, causando um
atraso de 24 horas para chegada ao destino final.

Em sua peça de defesa, a Apelada não esclarece especificamente os eventos


ocorridos, simplesmente justificando o atraso do voo em função de problemas técnicos na
aeronave, o que não justifica um elevado atraso de 24 horas em sua viagem.

A Apelada deve cumprir com os prazos estabelecidos para a prestação do


serviço e atuar com qualidade e presteza durante todo o processo de transporte, e ao não
proceder assim, deve reparar o dano que causar ao passageiro através de indenização justa
como manda a lei e a jurisprudência.

Com efeito, o que se verifica da peça de defesa apresentada pela Apelada é que
a mesma deixou de cumprir as determinações da Resolução nº 400 da ANAC, haja vista que
não prestou informações claras ao passageiro quanto ao motivo do cancelamento do voo,
bem como não ofereceu nenhuma alternativa de escolha para o Apelante para
reacomodação, limitando-se a reacomodá-lo em voo que lhe convinha economicamente,
além de não ter oferecido qualquer assistência material, o que demonstra que a conduta da
empresa aérea desrespeitou completamente os artigos 12 c/c art. 27 e 28, I da Resolução nº
400 da Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC.

Contudo, mesmo diante das arbitrariedades cometidas pela Apelada, o D.


magistrado julgou parcialmente procedente os pedidos, condenando a Apelada ao
pagamento de indenização por danos morais em valor ínfimo, que não se presta a reparar os
.
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danos sofridos pela Apelante, razão pela qual vem propor a presente peça recursal, tendo
em vista todo o arcabouço legal e jurisprudencial que trata sobre o tema.

DAS RAZÕES RECURSAIS


PROBLEMAS TÉCNICOS/MANUTENÇÃO DA AERONAVE – FORTUITO INTERNO E DA

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ASSISTÊNCIA PRESTADA

Alega a Apelada que o atraso se deu em virtude de questões técnicas na


aeronave, o que tornou impossível a decolagem no momento aprazado, e que tal fato é
alheio a sua vontade, não podendo controlá-lo. E que, além disso, cumpriu com todas as
suas obrigações, não tendo praticado ato ilícito.

Ora, Excelência, é sabido que tais medidas adotadas pelas companhias aéreas
são completamente abusivas, ocorrendo de forma completamente unilateral, incumbindo ao
consumidor que arque com todos os erros e prejuízos advindos desta lamentável postura da
companhia aérea.

Como é de ser observar a Apelada reconhece a ocorrência do cancelamento do


voo, mas em sua defesa alega apenas que ofereceu assistência ao Apelante com
hospedagem e reacomodação em outro voo.

O contrato de transporte constitui obrigação de resultado. Não basta que o


transportador leve o transportado ao destino contratado. É necessário que o faça nos
termos avençados (dia, horário, local de embarque e desembarque, acomodações, aeronave
etc.).

Deste modo, é inequívoco que a tentativa frustrada de decolagem, as horas


passadas no aeroporto, a falta de informações e a frustração de atraso de 24 horas de sua
viagem acarretou ao Apelante transtornos vários, tais como exaustão, medo e insegurança,
transbordando a seara puramente patrimonial para atingir-lhe valores como o sossego e a
paz de espírito.

Noutro giro, muito embora a Apelada informe que ofereceu assistência a


Apelante em razão da falha na prestação do serviço, não colacionou aos autos nenhuma
comprovação neste sentido, não podendo o Apelante se conformar com o entendimento de
que o referido atraso do voo não repercutiu de forma negativa em seus compromissos
pessoais e profissionais.

Ora, diante do atraso de 24 horas em sua viagem não resta dúvida que o
Apelante foi gravemente lesado no tangente ao tempo perdido para resolução de todos os
problemas que envolveram o evento danoso, sendo claramente alvo de danos morais, como
cansadamente explanada na presente peça e na peça exordial. Demais disso, não foram
fornecidas informações consistentes ao Apelante e demais passageiros, que ficaram o
tempo todo apreensivos e angustiados com a situação.

DA MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO:

1) DA ANÁLISE DO RECURSO ESPECIAL Nº 1584465/MG


.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 15/09/2020 às 14:42 , sob o número WJMJ20414335295
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O Recurso Especial nº 1584465/MG praticamente estabeleceu parâmetros para a


configuração dos danos morais, ao todo, foram cinco balizadores que dão feitio aos danos
morais, estabelecendo agravantes e atenuantes. São eles:

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i) a averiguação acerca do tempo que se levou para a solução do problema,
isto é, a real duração do atraso;
ii) se a companhia aérea ofertou alternativas para melhor atender aos
passageiros;
iii) se foram prestadas a tempo e modo informações claras e precisas por
parte da companhia aérea a fim de amenizar os desconfortos inerentes à
ocasião;
iv) se foi oferecido suporte material (alimentação, hospedagem etc.) quando
o atraso for considerável;
v) se o passageiro, devido ao atraso da aeronave, acabou por perder
compromisso inadiável no destino, dentre outros.

Nos itens a seguir, a parte Apelante demonstrará que a r. sentença não foi
razoável, pois não pesou com justa medida as razões apontadas na ação quanto ao dano
extrapatrimonial experimentado. Vejamos:

2) DA REAL DURAÇÃO DO ATRASO

O fato é que a parte apelante teve um atraso total em sua viagem de 24 horas. A
Apelada demandou tempo demasiado para prover ao passageiro uma nova acomodação em
voos próprios ou de terceiros. A apelada, experiente empresa do ramo de transporte aéreo,
sabia desde o primeiro instante qual a solução deveria dar ao caso, descumprindo o
determinado no art. 28, I da Resolução ANAC nº 400/2016. Assim, ao não acomodar a parte
apelante em outros voos, visando com isso manter o horário combinado, a apelada ganha
tempo e economiza recursos financeiros.

Consequentemente, o não cumprimento do artigo 28, I da Resolução ANAC nº


400/2016 é uma agravante para configurar o dano moral.

3) DA NÃO OFERTA DE ALTERNATIVAS DE ACOMODAÇÃO

A apelada não ofertou nenhuma alternativa para a parte apelante, que acatou
as imposições da empresa e permaneceu aguardando o horário do novo voo para o seu
destino.

Ademais, a apelada não comprovou nos autos que ofereceu alternativas de


acomodação. Esta é a segunda agravante.

Vale aqui citar o Parecer Técnico da ANAC:

5.15. Outro ponto que deve ser ressaltado, e o mais importante deles, é que
o oferecimento de hospedagem ao passageiro pela empresa aérea não
representa o objetivo maior de contraprestação do transportador via
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contrato de transporte aéreo. Neste sentido, a Resolução ANAC nº 400 visa


garantir a execução do serviço de transporte aéreo através de diversos
dispositivos. Assim, seu artigo 28 traz a exigência de reacomodação do
passageiro em outro voo nos casos de alteração do contrato por parte da
empresa aérea (artigo 12) e também nos casos de falha na execução do voo

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(artigo 21). Esta reacomodação pode ser em outro voo da própria empresa
ou em voo de empresa congênere. Isto porque o intuito maior é garantir ao
passageiro seu direito de ser transportado o quanto antes, de modo que sua
espera para o início da prestação do serviço em hotel deve ser a última das
hipóteses.

4) DAS INFORMAÇÕES CLARAS E PRECISAS

A companhia aérea falha mais uma vez, nesse quesito, pois as informações que
prestou durante o período de espera não foram claras sobre o real motivo do
atraso/cancelamento do voo e o tempo que levaria para solucionar o problema a ser
superado, deixando o passageiro às cegas, o abandonando à própria sorte. A apelada não
comunicou previamente a parte autora sobre a alteração no contrato de transporte. É
notório o fato de que as empresas detêm consigo informações precisas e que não repassam
ao consumidor por mera questão de conveniência. Neste caso, a parte apelante não recebeu
as devidas informações sobre o atraso.

Tal fato pode ser interpretado como mais uma agravante.

5) DO SUPORTE MATERIAL

Aqui é importante reiterar que não houve assistência material prestada pela
apelada. Deveria tê-lo assistido materialmente de acordo com o que mandam os artigos 26 e
27 da Resolução nº 400 da ANAC, o que deve ser considerado como mais uma agravante no
presente caso.

6) DA PERDA DE COMPROMISSO INADIÁVEL

No presente caso, a parte apelante sofreu impacto significativo em sua


programação e, perdeu, também, um bem inestimável: o tempo. Sabemos do valor deste
ativo e perder qualquer fração dele por causa de falha de terceiros é um dano extremo.

Assim, entendemos que se pode considerar com mais uma agravante.

7) DA FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA RÉ


(APELADA).

A Convenção de Montreal foi recepcionada ao ordenamento jurídico pátrio pelo


Decreto nº 5910/2006 que uniformizou as regras do transporte aéreo internacional e o
Supremo Tribunal Federal no julgamento do recurso repetitivo nº 210 e do RE nº 351.750
determinou que o valor das compensações por danos morais ou materiais seguissem o
disposto na Convenção de Montreal.
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Supletivamente à Convenção de Montreal, o marco regulatório do transporte


aéreo no tocante à proteção ao consumidor é composto pelo Código Brasileiro de
Aeronáutica (Lei nº 7.565/86), normas da Agência Brasileira de Aviação Civil (Res. 400 de
2016), Código Civil e Código de Defesa do Consumidor (CDC).

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Quanto à Convenção de Montreal, o artigo 19 dispõe que o transportador é
responsável por qualquer dano ocasionado por atrasos no transporte aéreo de passageiros,
bagagem ou carga:

Artigo 19 – Atraso. O transportador é responsável pelo dano ocasionado


por atrasos no transporte aéreo de passageiros, bagagem ou carga. Não
obstante, o transportador não será responsável pelo dano ocasionado
por atraso se prova que ele e seus prepostos adotaram todas as medidas
que eram razoavelmente necessárias para evitar o dano ou que lhes foi
impossível, a um e a outros, adotar tais medidas.

Assim sendo, a redação do art. 19 da Convenção de Montreal é clara quanto à


responsabilidade objetiva do transportador aéreo e a inversão do ônus da prova, pois o
transportador necessita provar que tomou todas as medidas para evitar o dano.

Por fim, a Organização de Aviação Civil Internacional – OACI (anexo 3 – fls. 35-41)
estabelece uma série de princípios de proteção ao consumidor que tiveram direitos violados
durante à execução do contrato, tais como: informação regular, devida atenção e o dever de
reparar. E estes princípios não foram seguidos por completo pela parte ré. Ademais, a IATA
(associação que autorregula as companhias aéreas a nível mundial) também informa em seu
manual de acomodação involuntária que o passageiro deverá chegar ao seu destino com a
maior brevidade (anexo 4 – fls 43-50).

Nosso código civil também trata da matéria no art. 927, o qual dispõe sobre a
responsabilidade objetiva. Outrossim, os artigos 186 e 247 do Código Civil, determinam que
aquele que praticou qualquer ato lesivo a outrem, deve suportar as consequências do seu
procedimento:

Art. 927: haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de


culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem .
Art.186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art.247: Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que
recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.

Da mesma forma dispõe o art. 6º, III, VI e o art. 14 caput do Código de Proteção
e Defesa do Consumidor disciplinam que:

Art. 6º: São direitos básicos do consumidor:


(...)
.
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III- a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,


com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
VI- a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos

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Art.14: O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação de seus serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e risco.

Vale dizer que a apelada deve responder objetivamente no presente processo,


em especial, pela falha no serviço prestado que acaba por acarretar prejuízo não apenas de
ordem material, mas também transtornos e aborrecimentos de ordem moral, fato este que
ocorreu com o autor e que constantemente ocorrem com tantos outros consumidores.

Diante de todo o exposto, claro está a responsabilidade da apelada pelo


péssimo serviço prestado, bem como todo o dano, sofrimento e transtorno pelo qual
passou a parte apelante, sendo estas as razões pelas quais a parte apelada, tem o dever de
indenizar pelos danos que causou, e porque a sentença proferida pelo juízo a quo merece ter
o quantum indenizatório arbitrado majorado.

8) DOS DANOS MORAIS – IN RE IPSA

Os danos morais independem de comprovação por decorrerem do próprio ato


violador, assim o desconforto, a aflição e os transtornos suportados não precisam ser
comprovados dada sua evidência. O desgaste experimentado com o atraso afeta a
tranquilidade e a segurança do consumidor, a demora excessiva extrapola os
aborrecimentos toleráveis pelos passageiros no aguardo da viagem e por isso a lei
estabelece os limites que aqui já apontamos amplamente.

Data vênia, o(a) magistrado (a) não pesou com justa medida, tendo em vista a
realidade dos fatos ocorridos, o atraso do voo, além do atraso de 24 horas para chegada ao
destino final, a falta de assistência material, a falta de alternativas ofertadas a fim de que o
passageiro não esperasse tanto pra realizar sua viagem, bem como a falta de informações
claras e inequívocas, conforme já fora provado. Assim, estes são os motivos pelos quais é
merecedora a parte apelante de receber mais justa reparação pela falha da empresa ré.

Ademais, a legislação da ANAC não trata como tolerável o atraso, mas sim
estabelece a conduta da empresa e assistência material que deve ser dada aos passageiros
em caso de falhas na prestação do serviço de transporte aéreo. E neste caso a empresa não
apresentou as condutas que a legislação manda. Vale relembrar que na Europa a reparação
se dá já a partir da terceira hora de atraso.

Além disso, durante todo o atraso foram configurados os parâmetros


balizadores que agravam o dano moral a ser arbitrado a título de reparação pelos
transtornos suportados pela parte apelante.
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É fato que a apelada ao disponibilizar um serviço, deve zelar pela sua eficiência e
qualidade, utilizando-se de todos os meios necessários e existentes, para que seus clientes
não sejam prejudicados por falhas na sua prestação, o que efetivamente não ocorreu no
caso em questão.

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O dano moral tem ainda um caráter preventivo/repressivo, cujo fim é evitar
condutas lesivas se repitam facilmente, tendo assim, o intuito de desestimular o agente
causador do dano a praticar atos semelhantes.

Neste sentido, os ilustres doutrinadores:

O eminente doutrinador Silvio de Salvo Venosa destaca, ao tratar do quantum


indenizatório relativo à reparação por danos morais, o preciso ensinamento de Clayton Reis,
in verbis:

"Não resta dúvida que a função de dissuasão é importante, enquanto seja


capaz de produzir efeitos no espírito do lesionador, uma vez que concorre
para a mudança do seu comportamento ofensivo no que tange à prática de
novos atos antijurídicos. Assim, tendo conhecimento antecipado das
consequências que o seu ato danoso será capaz de produzir, bem como dos
inevitáveis resultados sobre a sua pessoa e patrimônio, o agente lesionador
avaliará o seu comportamento antissocial de forma a refreá-lo, evitando
novos agravos a outrem ...".

No mesmo sentido, o entendimento do ilustre doutrinador Rui Stoco, que, em


sua magnífica obra Tratado de Responsabilidade Civil, assim ensina:

"Segundo nosso entendimento a indenização da dor moral, sem descurar


desses critérios e circunstâncias que o caso concreto exigir, há de buscar,
como regra, duplo objetivo: caráter compensatório e função punitiva da
sanção (prevenção e repressão), ou seja: a) condenar o agente causador do
dano ao pagamento de certa importância em dinheiro, de modo a puni-lo e
desestimulá-lo da prática futura de atos semelhantes; b) compensar a vítima
com uma importância mais ou menos aleatória, em valor fixo e pago de uma
só vez, pela perda que se mostrar irreparável, ou pela dor e humilhação
impostas."

Trata-se de dano que independe de provas, uma vez que caberia à companhia
aérea dar total assistência, o que não ocorreu no presente caso, conforme entendimento
jurisprudencial:

Superior Tribunal de Justiça - STJ. - CONSUMIDOR - Transporte aéreo -


Contrato - Natureza jurídica - Obrigação de resultado - Cumprimento nos
termos avençados (dia, local, acomodações ...). O contrato de transporte
constitui obrigação de resultado. Não basta que o transportador leve o
transportado ao destino contratado. É necessário que o faça nos termos
avençados (dia, horário, local de embarque e desembarque,
acomodações, aeronave etc.). Transporte aéreo - Responsabilidade civil
.
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objetiva - Voo internacional - Atraso - Aplicação do código do consumidor -


Limitação tarifada da Convenção de Varsóvia - Afastamento - CDC, artigos
6º, VI e 14. "Se o fato ocorreu na vigência do CDC, a responsabilidade por
atraso em voo internacional afasta a limitação tarifada da Convenção de
Varsóvia (CDC, artigos 6º, VI e 14). STJ - REsp. n.º 151.401 - SP - 3ª T. - Rel.

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Min. Humberto Gomes de Barros - J. 17.06.2004 - DJ 01.07.2004) (grifos
nossos)

RESPONSABILIDADE CIVIL – Ação ordinária de indenização por dano moral –


Transporte aéreo internacional – Atraso de mais de doze horas na conexão
do voo trajeto Honolulu-Dallas-São Paulo – Dano moral bem configurado –
Damnum in re ipsa – Majoração da indenização segundo os critérios da
prudência e razoabilidade – Procedência redimensionada nesta instância ad
quem – Recurso provido em parte. (TJSP; Apelação Cível 1007862-
11.2019.8.26.0011; Relator (a): Correia Lima; Órgão Julgador: 20ª Câmara de
Direito Privado; Foro Regional XI - Pinheiros - 5ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 21/04/2020; Data de Registro: 21/04/2020)

O Superior Tribunal de Justiça já se pronunciou no sentido de que em


virtude de cancelamento de voo em contrato de transporte aéreo, fica
configurado o dano moral merecedor de reparação econômica (AgRg no
AREsp 584804 / SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, 3ª Turma, j. 18/11/2014); o
dano moral decorrente de atraso de voo opera-se in re ipsa. O
desconforto, a aflição e os transtornos suportados pelo passageiro não
precisam ser provados, na medida em que derivam do próprio fato .
(AgRg no Ag 1306693 / RJ, Rel. Min. Raul Araújo, 4ª Turma, j. 16/08/2011,
DJe 06/09/2011).

Ainda quanto aos valores pleiteados a título de indenização, claro está a


razoabilidade dos pedidos, uma vez que os mesmos estão pautados nos danos, transtornos
e aborrecimentos sofridos pela parte apelante, bem como nos valores comumente fixados
nas condenações impostas em nossos tribunais pátrios.

A propósito: a indenização por dano moral deve atender a uma relação de


proporcionalidade, não podendo ser insignificante a ponto de não cumprir com sua função
penalizante, nem ser excessiva a ponto de desbordar da razão compensatória para a qual foi
predisposta (STJ, REsp. n° 318379-MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Publicação: DJ
04/02/2002).

Diante de todo o exposto, clara está a incidência do dano moral no caso em


questão, sendo não só um direito da parte apelante em recebê-lo como forma de minimizar
o seu desconforto e sofrimento e o desrespeito sofrido, mas também como uma forma de
desestimular atos ilícitos, negligentes ou imprudentes por parte dos fornecedores de serviço,
que tem que ser condenados de acordo com seu porte econômico, motivo pelo qual a
sentença proferida pelo juízo a quo merece ser reformada, no sentindo de condenar a
empresa ré no pagamento dos danos morais sofridos pela parte apelante, conforme
fundamentação acima, pedido constante na inicial e jurisprudência pátria.
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DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer-se à Vossa Excelência, que seja o presente recurso de


apelação recebido, conhecido e dado provimento no sentido estrito de reformar a sentença,

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pelas fundamentações acima e nos seguintes pontos específicos:

Reformar o quantum indenizatório estabelecido pelo juiz a quo, majorando a


condenação da Ré para R$ 20.000,00 a título de danos morais, valor que entende ser mais
justo e razoável para compensar os danos extrapatrimoniais experimentados.

Requer ainda a intimação da parte ré (apelada) para ciência do presente recurso


e para que ofereça resposta escrita se assim quiser.

São Paulo, 14 de setembro de 2020.

André Luis Dias Soutelino


OAB/SP 323.971

Rafael Rodrigues Rezende Leite


OAB/SP 445.473

Marcelo Giovanni Valente Maturana


OAB/SP 445.470
.
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85860000008-0 00000185112-8 00590049471-0 91020201010-9

Governo do Estado de São Paulo DARE-SP


Secretaria da Fazenda e Planejamento
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal

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01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Andre Luis Dias Soutelino Sociedade Individual De 10/10/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
AVENIDA AVENIDA PEDRO SEVERINO JUNIOR Sao Paulo SP
R$ 800,00
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.977.252 (11)98762-0113 1
06 - Observações 200590049471910
Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível

Emissão: 10/09/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Banco

01 - Código de Receita – Descrição 02 - Código do Serviço – 19 - Qtde


DARE-SP Descrição Serviços:
Governo do Estado de São Paulo 1
Secretaria da Fazenda e Custas - judiciárias pertencentes ao Estado, TJ - 1123007 - PREPARO DA APELAÇÃO
200590049471910-0001

Planejamento Documento
Detalhe 230-6 referentes a atos judiciais

15 - Nome do Contribuinte 03 - Data de Vencimento 06 - 09 - Valor da Receita 12 - Acréscimo


10/10/2020 Financeiro

Andre Luis Dias Soutelino Sociedade 04 - Cnpj ou Cpf


Individual De R$ 800,00 R$ 0,00
33.977.252/0001-24
16 - Endereço 05 - 07 - Referência 10 - Juros de Mora 13 - Honorários
AVENIDA AVENIDA PEDRO SEVERINO JUNIOR Sao Paulo SP Advocatícios

R$ 0,00 R$ 0,00
18 - Nº do Documento 17 - Observações 08 - 11 - Multa de Mora ou 14 - Valor Total
Detalhe Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível Multa Por Infração

200590049471910-0001
Emissão: 10/09/2020 R$ 0,00 R$ 800,00

85860000008-0 00000185112-8 00590049471-0 91020201010-9

Governo do Estado de São Paulo


Secretaria da Fazenda e Planejamento
DARE-SP
Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais Documento Principal
01 - Nome / Razão Social 07 - Data de Vencimento
Andre Luis Dias Soutelino Sociedade Individual De 10/10/2020
02 - Endereço 08 - Valor Total
AVENIDA AVENIDA PEDRO SEVERINO JUNIOR Sao Paulo SP
R$ 800,00
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe 09 - Número do DARE
33.977.252 (11)98762-0113 1
06 - Observações 200590049471910
Proc. Origem 0 - . 0 0. . .0 00 - Foro Central Cível

Emissão: 10/09/2020
10 - Autenticação Mecânica Via do Contribuinte
.
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SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL
11/09/2020 - AUTO-ATENDIMENTO - 12.23.53
3572603572

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9B98CEF.
COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ANDRE S I ADVOCACIA


AGENCIA: 3572-6 CONTA: 28.802-0
EFETUADO POR: ANDRE LUIS DIAS SOUTELI
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG
Codigo de Barras 85860000008-0 00000185112-8
00590049471-0 91020201010-9
Banco 001
Data do pagamento 11/09/2020
Nr de controle- Dare-SP 200590049471910
Valor Total 800,00
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT 126 DE 16/09/2011 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF 38-9078843/2001.
================================================
DOCUMENTO: 091127
AUTENTICACAO SISBB:
C.E57.C27.4D0.5DC.AE7
fls. 280

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo-SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9BA2E95.
DESPACHO

Processo Digital nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIELA FRAGOSO CALASSO COSTA, liberado nos autos em 15/09/2020 às 20:34 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gabriela Fragoso Calasso Costa

Vistos.
Fls. 268/279: Às contrarrazões, em 15 dias.

Int.

São Paulo, 15 de setembro de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
fls. 281

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 16/09/2020 03:14


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9BA90D7.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0302/2020, foi disponibilizado na página
513/530 do Diário da Justiça Eletrônico em 16/09/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Andre Luis Dias Soutelino (OAB 323971/SP)
Rafael Rodrigues Rezende Leite (OAB 445473/SP)
Valéria Curi de Aguiar E Silva Starling (OAB 154675/SP)
Cid Pereira Starling (OAB 119477/SP)

Teor do ato: "Vistos. Fls. 249/264: Às contrarrazões, em 15 dias. Após o decurso do prazo, com ou sem

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 16/09/2020 às 03:14 .
manifestação, remetam-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça com as nossas homenagens e as cautelas
de praxe. Int."

SÃO PAULO, 16 de setembro de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
fls. 282

TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 17/09/2020 16:54


Certidão - Processo 1015661-95.2020.8.26.0100 Página: 1

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9BDCA5A.
CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0303/2020, foi disponibilizado na página
530/542 do Diário da Justiça Eletrônico em 17/09/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Andre Luis Dias Soutelino (OAB 323971/SP)
Rafael Rodrigues Rezende Leite (OAB 445473/SP)
Valéria Curi de Aguiar E Silva Starling (OAB 154675/SP)
Cid Pereira Starling (OAB 119477/SP)

Teor do ato: "Vistos. Fls. 268/279: Às contrarrazões, em 15 dias. Int."

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICK SHODI SHIKAI, liberado nos autos em 17/09/2020 às 16:54 .
SÃO PAULO, 17 de setembro de 2020.

Rick Shodi Shikai


Coordenador
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 28/09/2020 às 13:53 , sob o número WJMJ20415132584
fls. 283

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9CCF6D6.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 32ª VARA CÍVEL CENTRAL DA
COMARCA DE SÃO PAULO – SP.

Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100

DEUTSCHE LUFTHANSA AG., por suas advogadas infra-assinadas, nos autos


da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO, que lhe promove HUGO CÉSAR PHILIPP e OUTRAS, tendo em vista
o r. despacho disponibilizado às fls. 280, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
apresentar as suas

CONTRARRAZÕES

ao Recurso de apelação interposto de fls. 268/277, na forma das razões anexas, para regular
recebimento e encaminhamento à instância superior.

Estando em termos,
Pede deferimento
São Paulo, 28 de setembro de 2020.

Cecília Moura da Costa Valéria Curi de Aguiar e S. Starling


OAB/SP nº 418.642 OAB/SP nº 154.675

1
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 28/09/2020 às 13:53 , sob o número WJMJ20415132584
fls. 284

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9CCF6D6.
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

Apelantes / Apelados: HUGO CÉSAR PHILIPP e OUTRAS

Apelada / Apelante: DEUTSCHE LUFTHANSA AG

Egrégio Colégio Recursal,


Eminente Relator,

I – DO RESUMO DO PROCESSO

1- Versa a presente lide sobre a pretensão inicial dos ora Apelantes de


receberem o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de danos morais por alegado atraso
de voo em seu retorno ao Brasil no mês de julho de 2019.

2- Após os trâmites legais, o pedido foi julgado parcialmente procedente, sendo


esta ora Apelada condenada ao pagamento da compensação financeira por danos morais no
valor de R$3.500,00 para cada apelante, totalizando R$10.500,00, além de custas e honorários
advocatícios de 10% da condenação.

3- Irresignados, os ora Apelantes interpuseram Recurso de Apelação, pelo qual


quererem a reforma da r. sentença a fim de majorar os danos morais.

4- Valido ressaltar que, esta Apelada também interpôs Recurso de Apelação às


fls. 249/264 requerendo a reforma integral da r. sentença a fim de julgar os pedidos iniciais
improcedentes.

5- Como se verá a seguir novamente, nenhuma razão assiste os ora Apelantes.

2
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 28/09/2020 às 13:53 , sob o número WJMJ20415132584
fls. 285

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9CCF6D6.
II – DA INEXISTENCIA DE DANOS MORAIS E DO DESCABIMENTO DE SUA MAJORAÇÃO

6- A r. sentença justificou o direito à indenização por danos morais nos termos


seguintes:

“Diante de tantas vítimas fatais decorrentes do vírus e da tristeza causada a


quase 110.000 famílias de brasileiros alijadas do convívio com os pacientes
mortos, DEVE-SE CONSIDERAR QUE O SOFRIMENTO DOS AUTORES FOI LEVE, não
justificando a fixação de verba reparatória elevada. Atenta a tais considerações,
fixo a indenização em R$3.500,00 para cada autor, quantia que se prestará para
que a causadora do dano veja-se castigada pela ofensa perpetrada e para que as
vítimas recebam soma em dinheiro que lhes proporcione prazeres como
contrapartida pelo mal sofrido.” – grifou-se

7- Nítido, portanto, que a r. sentença deve ser reformada porque não


considerou o fato de não há qualquer prova ou evidência de que meras frustrações,
experimentadas pelos ora Apelantes os tenha prejudicado. Ademais, cabe novamente
destacar que TODA ASSISTENCIA MATERIAL FOI DEVIDAMENTE PRESTADA.

8- No mais, o que pode ter ocorrido, no máximo, foi um aborrecimento


cotidiano, que não pode ser confundido com qualquer tipo de trauma, de modo que
QUALQUER PEDIDO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS OU AINDA DE MAJORAÇÃO É
TOTALMENTE DESCABIDO.

9- Assim, equivocada a r. sentença porque o mero inadimplemento contratual


ou até de normal legal, por si só, não é causa apta a gerar indenização moral, sendo necessário
o acréscimo de circunstâncias concretas efetivamente capazes de produzir lesão moral de
alguma relevância na pessoa que a elas se submete, sob pena de ser exigível apenas o
cumprimento adequado da obrigação, com os devidos encargos relacionados à mora. Nesse
alinhamento, vale transcrever os seguintes trechos de acórdãos do Superior Tribunal de Justiça,
com destaque para aquele sob relatoria do Eminente e saudoso Ministro SALVIO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA, bem como do Ministro ARI PARGENDLER:

3
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 28/09/2020 às 13:53 , sob o número WJMJ20415132584
fls. 286

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9CCF6D6.
“O inadimplemento do contrato, por si só, pode acarretar danos materiais e
indenização por perdas e danos, mas, em regra, não dá margem ao dano moral,
que pressupõe ofensa anormal à personalidade. Embora a inobservância das
cláusulas contratuais por uma das partes possa trazer desconforto ao outro
contratante e normalmente o traz trata-se, em princípio, do desconforto a que
todos podem estar sujeitos, pela própria vida em sociedade. Com efeito, a
dificuldade financeira, ou a quebra da expectativa de receber valores contratados,
não tomam a dimensão de constranger a honra ou a intimidade, ressalvadas
situações excepcionais” (STJ 4.ª T. REsp 202.564 Rel. Sálvio de Figueiredo Teixeira j.
02.08.2001 DJU 01.10.01 e RSTJ 152/392).

“Civil. Dano Moral O inadimplemento contratual implica a obrigação de indenizar


os danos patrimoniais; não, danos morais, cujo reconhecimento implica mais do
que os dissabores de um negócio frustrado. Recurso especial não conhecido” (STJ
3.ª T. REsp 201.414 Rel. Ari Pargendler DJU 05.02.2001). grifou-se

10 - Nesse passo, importa transcrever o seguinte trecho de esclarecedor acórdão


do Superior Tribunal de Justiça, a respeito da necessidade de prova dos danos morais ou da
desídia da companhia aérea em casos de atraso de voo, com o fornecimento de assistência
material pela companhia aérea:

“2. A verificação do dano moral não reside exatamente na simples ocorrência do


ilícito, de sorte que nem todo ato desconforme o ordenamento jurídico enseja
indenização por dano moral. O importante é que o ato ilícito seja capaz de irradiar-
se para a esfera da dignidade da pessoa, ofendendo-a de maneira relevante. Daí
porque doutrina e jurisprudência têm afirmado, de forma uníssona, que o mero
inadimplemento contratual – que é um ato ilícito – não se revela, por si só,
bastante para gerar dano moral.

(...)

4
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 28/09/2020 às 13:53 , sob o número WJMJ20415132584
fls. 287

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9CCF6D6.
4. No caso em exame, tanto o Juízo de piso quanto o Tribunal de origem afirmaram
que, em virtude do atraso do voo – que, segundo o autor, foi de aproximadamente
oito horas –, não ficou demonstrado qualquer prejuízo daí decorrente, sendo que
a empresa não deixou os passageiros à própria sorte e ofereceu duas alternativas
para o problema, quais sejam, a estadia em hotel custeado pela companhia aérea,
com a ida em outro voo para a capital gaúcha no início da tarde do dia seguinte, ou
a realização de parte do trajeto de ônibus até Florianópolis, de onde partiria um voo
para Porto Alegre pela manhã. Não há, pois, nenhuma prova efetiva, como
consignado pelo acórdão, de ofensa à dignidade da pessoa humana do autor.”
(grifou-se)

5. O aborrecimento, sem consequências graves, por ser inerente à vida em


sociedade – notadamente para quem escolheu viver em grandes centros urbanos
–, é insuficiente à caracterização do abalo, tendo em vista que este depende da
constatação, por meio de exame objetivo e prudente arbítrio do magistrado, da
real lesão à personalidade daquele que se diz ofendido. Como leciona a melhor
doutrina, só se deve reputar como dano moral a dor, o vexame, o sofrimento ou
mesmo a humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no
comportamento psicológico do indivíduo, chegando a causar-lhe aflição, angústia
e desequilíbrio em seu bem-estar. Precedentes.” (Resp. 1.269.246-RS, Ministro Luis
Felipe Salomão) Grifou-se

11 - Nesse sentido, não há o que se falar em majoração, uma vez que assim como
o valor arbitrado de R$ 10.500,00 (dez mil e quinhentos reais), a majoração para R$ 20.000,00
(vinte mil reais), seria ao equivalente a, atualmente, a mais de 20 salários mínimos, isto é,
quase DOIS ANOS de salários de um trabalhador comum, fato que demonstra sua
desproporcionalidade e excesso, além de superar, em muito, o valor de possíveis passagens
aéreas.

12 - Assim, considerando as narrativas já realizadas nos presentes autos, há que


se reconhecer a total falta de plausibilidade dos danos morais alegados, e de sua majoração, a
ausência de prova e a inadmissibilidade de presunção.

5
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 28/09/2020 às 13:53 , sob o número WJMJ20415132584
fls. 288

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III – CONCLUSÃO

13 - Diante do exposto, a ora Apelada Deutsche Lufthansa, requer a este E.


Tribunal que, por unanimidade, seja negado provimento ao Recurso de Apelação de fls.
268/277, levando-se em consideração os argumentos supra expendidos para que seja
integralmente modifica a r. sentença nos termos do Recurso de Apelação de fls. 249/264, por
ser medida da mais lídima JUSTIÇA!!!

Estando em termos,
Pede Deferimento.
São Paulo, 28 de setembro de 2020.

Cecília Moura da Costa Valéria Curi de Aguiar e S. Starling


OAB/SP nº 418.642 OAB/SP nº 154.675

6
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 07/10/2020 às 21:41 , sob o número WJMJ20415813794
fls. 289
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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 32ª VARA CÍVEL
DO FORO CENTRAL CÍVEL - SP.

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Autos n° 1015661-95.2020.8.26.0100

Já é hora de o Judiciário brasileiro ter em conta


que as pífias indenizações muitas vezes fixadas em
casos tais, a se considerar que são poucos os que
ingressam em juízo, acabam integrando o custo
operacional dos grandes fornecedores de produtos
e de serviços, mostrando-se tal custo bem menos
expressivo do que seria o necessário para a
implantação e manutenção de uma estrutura de
atendimento ao consumidor realmente eficiente e
respeitosa. (TJSP - Apelação nº 1111766-
71.2019.8.26.0100 – Relator Ricardo Pessoa de Mello
Belli)

HUGO CESAR PHILIPP e Outros, já qualificados nos autos do processo


mencionado na epígrafe, vêm tempestivamente, apresentar as contrarrazões ao
Recurso de Apelação interposto pela DEUTSCHE LUFTHANSA AG.

Termos em que pedem deferimento.

São Paulo, 7 de outubro de 2020

André Soutelino
OAB/SP 323.971

Marcelo Maturana
OAB/SP 445.470

Rafael Leite
OAB/SP 445.473
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 07/10/2020 às 21:41 , sob o número WJMJ20415813794
fls. 290

2
EXCELENTÍSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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CONTRARRAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

APELANTE: DEUTSCHE LUFTHANSA AG

APELADOS: HUGO CESAR PHILIPP e Outros

ORIGEM: 32ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL CÍVEL - SP

Autos n° 1015661-95.2020.8.26.0100

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA CÂMARA

EMÉRITOS DESEMBARGADORES,

PELOS APELADOS

DAS CONTRARRAZÕES

A respeitável sentença recorrida deve ser alterada tão e somente na parte que
foi objeto de recurso pelos ora apelados, confirmando-a no mais, e negando-se
provimento ao recurso oferecido pela Apelante, eis que o juiz a quo nada mais fez do que
aplicar o Direito, em consonância com as provas e as alegações contidas nos autos do
processo, inexistindo, pois, reparos à mesma.

Ademais, a apelação da ré nada mais é do que um copia e cola da


contestação anexada aos autos, que já foi combalida pela sentença do juízo de primeiro
grau, não traz nada de novo, não merece prosperar, portanto.

A) BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO

Os Apelados moveram ação indenizatória em desfavor da Apelante, ação que


restou procedente, condenando-a ao pagamento para cada apelado no valor de R$
3.500,00 (três mil e quinhentos reais), a título de danos morais e com a incidência de
juros legais mensais de mora a contar da citação, bem como ao pagamento de
honorários advocatícios (10%), custas e despesas processuais.
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 07/10/2020 às 21:41 , sob o número WJMJ20415813794
fls. 291

B) DA MANUTENÇÃO DA SENTENÇA

3
A sentença merece ser mantida, merecendo um pequeno retoque em relação
ao valor arbitrado a título de dano moral.

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É notório o desrespeito da companhia aérea com o consumidor. Restruturação
ou readequações da malha, manutenção, greves internas, tráfego aéreo e fenômenos
meteorológicos (quando não há o fechamento por completo do aeroporto) são causas
de fortuito interno. Ou seja, atividades que inerentes ao negócio.

A assistência é um dever legal. Este fato não exime a companhia aérea de


responsabilidade. Inclusive, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) já pacificou a
questão no Enunciado nº 05/JR/ANAC:

ENUNCIADO Nº 05/JR/ANAC – 2009


TÍTULO: Excludente de responsabilidade e concessão de facilidades ou
assistência material.
DATA DA APROVAÇÃO: DATA DA APROVAÇÃO: 13ª Sessão de Julgamento da
Junta Recursal da ANAC, de 26/03/2009, alteração da redação aprovada na 288ª
Sessão
de Julgamento da Junta Recursal da ANAC, de 28/08/2014.
PUBLICAÇÃO: Internet – rede mundial de computadores - site da ANAC.
ENUNCIADO: A oferta de facilidades ou assistência material, na forma prevista
na legislação vigente, não configura mera liberalidade, mas um dever. Assim,
deve a empresa aérea fornecer as facilidades ou assistência material, no
aeroporto de partida ou de escala/conexão, ainda que o descumprimento das
condições originalmente contratadas para transporte do passageiro tenha
decorrido de caso fortuito ou força maior.
REFERÊNCIA NORMATIVA: art. 231 da Lei n. 7.565, de 19.12.1986; art. 22, §2º da
Portaria 676/CG-5/2000; art. 14 da Resolução nº 141, de 09/03/2010.
PRECEDENTES: Processos nº 616.525/08-7, 616.037/08-9, 618.819/08-2.
REFERÊNCIA: Processo nº 632.718/12-4.

No caso em tela, as opções de reacomodação não foram ofertadas e a


companhia aérea não provou nos autos que houve força maior ou caso fortuito.

Imputar casos de fortuito interno como força maior ou caso fortuito é a


confissão de que a estrutura de atendimento ao consumidor continua ineficiente e
desrespeitosa.

É público e notório que a companhia aérea não sugere opções ao consumidor.


Ela impõe! É o famoso pegar ou largar . Como relatado, de forma brilhante e sucinta,
pelo Exmo. Des. Ricardo Pessoa de Mello Belli, vale a pena ser ineficiente no Brasil:
.
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fls. 292

4
Já é hora de o Judiciário brasileiro ter em conta que as pífias indenizações
muitas vezes fixadas em casos tais, a se considerar que são poucos os que
ingressam em juízo, acabam integrando o custo operacional dos grandes

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9DB315C.
fornecedores de produtos e de serviços, mostrando-se tal custo bem menos
expressivo do que seria o necessário para a implantação e manutenção de
uma estrutura de atendimento ao consumidor realmente eficiente e
respeitosa. (TJSP - Apelação nº 1111766-71.2019.8.26.0100 – Relator Ricardo
Pessoa de Mello Belli).

Quanto aos danos morais, ele se configura pelo fato da parte apelada ter ficado
à disposição da companhia aérea até o embarque do voo de reacomodação. Ou seja, a
companhia aérea suprimiu um bem do autor: o tempo.

É a supressão deste tempo que merece reparação no caso em tela. Foi um


tempo de vida útil perdido. É esta perda de tempo útil que torna o dano moral in ré ipsa
quando há atrasos ou cancelamentos de voos por atitudes da companhia aérea.

No tocante à aplicabilidade da Convenção de Montreal e Convenção de Chicago


(anexo 3 da exordial – Princípios de Proteção ao Consumidor do Transporte aéreo), o
STF já pacificou a questão: o limite da indenização é válido somente para danos
materiais.

Além disso, o valor apontado na exordial é muito menor do que o limite de


5.146 Direito Especiais de Saque (atualizado em 31 de dezembro de 2019) da Convenção
de Montreal.

Quanto ao artigo 29 da Convenção de Montreal apontado pela Apelante, o


argumento não procede porque não se trata de uma punição, mas uma compensação
ou reparação como dispõe a parte final do artigo:

Artigo 29 – Fundamento das Reclamações

No transporte de passageiros, de bagagem e de carga, toda ação de


indenização de danos, seja com fundamento na presente Convenção, em um
contrato ou em um ato ilícito, seja em qualquer outra causa, somente poderá
iniciar-se sujeita a condições e limites de responsabilidade como os previstos na
presente Convenção, sem que isso afete a questão de que pessoas podem
iniciar as ações e quais são seus respectivos direitos. Em nenhuma das referidas
ações se outorgará uma indenização punitiva, exemplar ou de qualquer
natureza que não seja compensatória.
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE LUIS DIAS SOUTELINO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 07/10/2020 às 21:41 , sob o número WJMJ20415813794
fls. 293

Ademais, a exordial explana resumidamente à aplicação das Convenções, bem

5
como o uso de normas subsidiárias no presente caso. Assim sendo, tanto a sentença
quanto a exordial estão em consonância com a determinação da Suprema Corte.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9DB315C.
C) DAS CONCLUSÕES

Pelo exposto requerem que seja improvido o recurso de apelação, que se


mostra apenas protelatório, e, consequentemente, dê provimento ao recurso dos
apelados, pelo fato de ser devida a indenização por danos morais, merecendo retoque
apenas o quantum fixado em razão dos danos experimentados.

Requerem, ainda, o aumento dos honorários sucumbenciais conforme


dispõe o artigo 85,§11 do NCPC.

Termos em que pedem deferimento.

São Paulo, 7 de outubro de 2020

André Soutelino
OAB/SP 323.971

Marcelo Maturana
OAB/SP 445.470

Rafael Leite
OAB/SP 445.473
fls. 294

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
32ª VARA CÍVEL
Praça João Mendes s/nº, 11º andar - salas nº 1119/1121, Centro - CEP
01501-900, Fone: 21716223, São Paulo-SP - E-mail:
upj31a35cv@tjsp.jus.b
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 9FF36D2.
CERTIDÃO

Processo Digital n°: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Transporte Aéreo
Requerente: Hugo César Philipp e outros
Requerido: Deutsche Lufthansa AG

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUCIA HELENA DOS SANTOS, liberado nos autos em 04/11/2020 às 16:11 .
CERTIDÃO

Certifico e dou fé que, em cumprimento ao Provimento 01/2020 e ao


Comunicado CG 136/2020, procedi à queima da(s) guia(s) DARE de fls.
263 e 278, nos termos do Art. 1093, §6º das NSCGJ. Nada Mais. São
Paulo, 04 de novembro de 2020. Eu, ___, Lucia Helena Dos Santos,
Escrevente Técnico Judiciário.
fls. 295

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


SJ 2.1.7 - Serviço de Distribuição de Direito Privado 2
Praça Nami Jafet, 235 - Ipiranga - Sala 36 - CEP: 04205-050

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 13297DB0.
TERMO DE DISTRIBUIÇÃO COM VISTA AO MP

*+1015661952020826010000000*
Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe Assunto: Apelação Cível - Transporte Aéreo Com Revisão
Apelante/Apelado: Deutsche Lufthansa AG
Apelado/Apelante: Hugo César Philipp e outros
Relator(a): ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA DA FONSECA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FELIPE GIMENES SILVA, liberado nos autos em 10/11/2020 às 14:15 .
Órgão Julgador: 13ª Câmara de Direito Privado

Apelação Cível Entrado em: 04/11/2020


Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100 .

Tipo da Distribuição: Livre

Impedimento: Magistrados impedidos Não informado

Observação: Motivo do Estudo da Prevenção Não informado

O presente processo foi distribuído nesta data, por processamento eletrônico, conforme
descrito abaixo:

RELATOR: Desª. Ana de Lourdes Coutinho Silva da Fonseca


ÓRGÃO JULGADOR: 13ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

São Paulo, 10/11/2020 12:13:11.

VISTA

Faço estes autos com vista à Douta Procuradoria Geral de Justiça.

São Paulo, 10 de novembro de 2020.

Eu, Felipe Gimenes Silva, Supervisor(a).

Felipe Gimenes Silva


Supervisor(a) do Serviço
fls. 296

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SJ 2.1.7 - Serviço de Distribuição de Direito Privado 2
Praça Nami Jafet, 235 - Ipiranga - Sala 36 - CEP: 04205-050

TERMO DE VISTA À PGJ

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 132CAA43.
*+1015661952020826010000000*
Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe: Apelação Cível
Ação Procedimento Comum Cível
Assunto: Transporte Aéreo
Órgão Julgador 13ª Câmara de Direito Privado
Relator ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA DA FONSECA
Partes: é apelante/apelada DEUTSCHE LUFTHANSA AG, é

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FELIPE GIMENES SILVA, liberado nos autos em 11/11/2020 às 11:15 .
apelados/apelantes HUGO CÉSAR PHILIPP E OUTROS
Foro/Vara de origem: Foro Central Cível - 32ª Vara Cível
Nº do processo na origem: 1015661-95.2020.8.26.0100

São Paulo, 11 de novembro de 2020.

Exmo(a) Senhor(a),

Fica aberta vista à Douta Procuradoria Geral de Justiça para parecer bem como
para manifestar-se acerca de eventual oposição ao julgamento virtual, ficando ciente
de que a íntegra dos autos do processo eletrônico encontra-se disponível no endereço
http://esaj.tjsp.jus.br.

Felipe Gimenes Silva


Supervisor(a)
da SJ 2.1.7 - Serviço de Distribuição de Direito Privado 2

Exmo(a). Senhor(a) Dr(a). Procurador(a) de Justiça.


Rua Riachuelo, nº 115 sala 447
fls. 297

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 132D057F.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

CERTIDÃO DE REMESSA DA INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 11/11/2020 às 12:31 .
Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100

Classe: Apelação Cível

Partes:
Apelante/Apelado: Deutsche Lufthansa AG
Apdos/Aptes: Hugo César Philipp, Isadora Rocha Philipp e Jacqueline Martins Rocha

CERTIFICA-SE, que em 11/11/2020 o ato abaixo foi encaminhado para


intimação no portal eletrônico.

Exmo(a) Senhor(a), Fica aberta vista à Douta Procuradoria Geral de


Justiça para parecer bem como para manifestar-se acerca de eventual oposição ao
julgamento virtual, ficando ciente de que a íntegra dos autos do processo eletrônico
encontra-se disponível no endereço http://esaj.tjsp.jus.br.
fls. 298

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 132E83D3.
TERMO DE JUNTADA AUTOMÁTICA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 11/11/2020 às 16:32 .
Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe Assunto: Apelação Cível - Transporte Aéreo
Apelante/Apelado: Deutsche Lufthansa AG
Apelado/Apelante: Hugo César Philipp e outros

Junta-se a estes autos a petição protocolada que segue.

São Paulo, 11 de novembro de 2020.


fls. 299

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 132E844F.
TERMO DE JUNTADA AUTOMÁTICA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 11/11/2020 às 16:33 .
Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe Assunto: Apelação Cível - Transporte Aéreo
Apelante/Apelado: Deutsche Lufthansa AG
Apelado/Apelante: Hugo César Philipp e outros

Junta-se a estes autos a petição protocolada que segue.

São Paulo, 11 de novembro de 2020.


Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 11/11/2020 às 16:28 , sob o número WPRO20013242172.
fls. 300

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 132E835C.
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA DESEMBARGADORA DA 13ª CÂMARA DE DIREITO
PRIVADO DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ANA DE LOURDES
COUTINHO SILVA DA FONSECA

Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100

DEUTSCHE LUFTHANSA A.G., por sua advogada infra-assinada, nos autos da


APELAÇÃO, em que figura como Apelada, figurando como Apelante HUGO CÉSAR PHILIPP E
OUTROS, em cumprimento ao r. despacho publicado no “Diário da Justiça” de 10 de novembro
de 2020, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, informar que esta Apelada não
crê que seja possível a conciliação das partes a essa altura processual, motivo pelo qual se requer
o regular processamento dos autos para julgamento do Recurso de Apelação.

Estando em termos,
Pede deferimento
São Paulo, 11 de novembro de 2020.

Valéria Curi de Aguiar e S. Starling


OAB/SP nº 154.675

1
fls. 301

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 133A19AD.
TERMO DE JUNTADA AUTOMÁTICA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 16/11/2020 às 12:16 .
Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe Assunto: Apelação Cível - Transporte Aéreo
Apelante/Apelado: Deutsche Lufthansa AG
Apelado/Apelante: Hugo César Philipp e outros

Junta-se a estes autos a petição protocolada que segue.

São Paulo, 16 de novembro de 2020.


fls. 302

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 133A19C2.
TERMO DE JUNTADA AUTOMÁTICA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 16/11/2020 às 12:16 .
Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe Assunto: Apelação Cível - Transporte Aéreo
Apelante/Apelado: Deutsche Lufthansa AG
Apelado/Apelante: Hugo César Philipp e outros

Junta-se a estes autos a petição protocolada que segue.

São Paulo, 16 de novembro de 2020.


Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALERIA CURI DE AGUIAR E SILVA STARLING e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 16/11/2020 às 12:12 , sob o número WPRO20013405853.
fls. 303

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 133A1983.
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA DESEMBARGADORA DA 13ª CÂMARA DE DIREITO
PRIVADO DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ANA DE LOURDES
COUTINHO SILVA DA FONSECA.

Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100

DEUTSCHE LUFTHANSA A.G., por sua advogada infra-assinada, nos autos da


APELAÇÃO, em que figura como Apelada, figurando como Apelante HUGO CÉSAR PHILIPP E
OUTROS, em cumprimento ao r. despacho publicado no “Diário da Justiça” de 10 de novembro
de 2020, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, esclarecer que não se opõe ao
julgamento virtual do recurso.

Estando em termos,
Pede deferimento
São Paulo, 16 de novembro de 2020.

Valéria Curi de Aguiar e S. Starling


OAB/SP nº 154.675
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDUARDO ROBERTO ALCANTARA DEL CAMPO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 16/11/2020 às 20:53 .
fls. 304

ESTADO DE SÃO PAULO


PODER JUDICIÁRIO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 133C7686.
CIÊNCIA DA INTIMAÇÃO

Autos nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Foro: Tribunal de Justiça

Declaramos ciência nesta data, através do acesso ao portal eletrônico, do teor do


ato transcrito abaixo.

Data da intimação: 16/11/2020 20:46


Prazo: 10 dias
Intimado: Ministério Público do Estado de São Paulo
Teor do Ato: Exmo(a) Senhor(a), Fica aberta vista à Douta Procuradoria Geral
de Justiça para parecer bem como para manifestar-se acerca de eventual
oposição ao julgamento virtual, ficando ciente de que a íntegra dos autos do
processo eletrônico encontra-se disponível no endereço http://esaj.tjsp.jus.br.

São Paulo, 16 de Novembro de 2020


fls. 305

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 134DEC85.
TERMO DE JUNTADA AUTOMÁTICA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 22/11/2020 às 11:00 .
Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe Assunto: Apelação Cível - Transporte Aéreo
Apelante/Apelado: Deutsche Lufthansa AG
Apelado/Apelante: Hugo César Philipp e outros

Junta-se a estes autos a petição protocolada que segue.

São Paulo, 22 de novembro de 2020.


fls. 306

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 134DEC8D.
TERMO DE JUNTADA AUTOMÁTICA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 22/11/2020 às 11:00 .
Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100
Classe Assunto: Apelação Cível - Transporte Aéreo
Apelante/Apelado: Deutsche Lufthansa AG
Apelado/Apelante: Hugo César Philipp e outros

Junta-se a estes autos a petição protocolada que segue.

São Paulo, 22 de novembro de 2020.


Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDUARDO ROBERTO ALCANTARA DEL CAMPO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/11/2020 às 10:56 , sob o número WPRO20013683845.
fls. 307

PROCURADORIA CÍVEL

Processo n° 1015661-95.2020.8.26.0100
Apelante/apelado: Deutsche Lufthansa A.G
Apelado/apelante: Hugo César Philipp, Jacqueline Martins Rocha e Isadora

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 134DEC81.
Rocha Philipp, (menor representada) 1
Câmara Julgadora: 13ª Câmara de Direito Privado
Relatora: Desembargadora Ana de Lourdes Coutinho da Silva da Fonseca
Nº do processo na origem: 1015661-95.2020.8.26.0100

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COLENDA CÂMARA JULGADORA

Tratam-se de Recursos de Apelação interpostos, respectivamente,


por Deutsche Lufthansa A.G (249/264) e por Hugo César Philipp, Jacqueline
Martins Rocha e Isadora Rocha Philipp, menor representada por seus genitores (fls.
268/277), nos autos da “Ação Indenizatória por Danos Morais” (Processo nº 1015661-
95.2020.8.26.0100), aforada em face da primeira, inconformados com a R. Sentença
de fls. 242/246, que julgou procedente a demanda a fim de condenar a empresa
aérea ao pagamento da quantia de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais) por danos
morais, a cada um dos autores, corrigidos pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça
de São Paulo e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês a contar da citação.
Alega a Deutsche Lufthansa A.G aduzindo a inexistência de danos
morais pela ausência de provas no sentido de terem os autores experimentado
qualquer consequência extraordinária em razão do atraso do voo.
Afirma que não se aplica, no caso, o Código de Defesa do
Consumidor; que o cancelamento do voo foi justificado; que foram tomadas todas as
medidas possíveis pela companhia aérea no sentido de dar assistência material aos
clientes ante o adiamento do voo.

Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100
Rua: Riachuelo, 115, 4º andar – Centro / São Paulo/SP
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDUARDO ROBERTO ALCANTARA DEL CAMPO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/11/2020 às 10:56 , sob o número WPRO20013683845.
fls. 308

PROCURADORIA CÍVEL

Pondera que não existem danos morais presumidos e pede o


provimento do reclamo para declarar a improcedência da ação ou a redução do valor
arbitrado (fls. 249/264).

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 134DEC81.
Já Hugo César Philipp, Jacqueline Martins Rocha e Isadora 2
Rocha Philipp, apelam em busca de incremento no valor da indenização sob o
argumento da gravidade do transtorno vivenciado (fls. 268/277).
Contrarrazões de apelação (fls. 283/288 e (289/293).

É o relatório.

Reclamos bem processados, devem ser conhecidos.


No mérito, não comportam acolhimento.
O Ministério atua em razão da presença da menor Isadora Rocha
Philipp.
Os fatos são incontroversos.
É dos autos que os Autores adquiriram junto à empresa aérea Ré
passagens aéreas referentes ao trecho “Frankfut (FRA)” a “Porto Alegre (POA)”, para
o dia 31 de julho de 2019, com conexão no “Rio de Janeiro (GIG)”.
Ao chegar ao aeroporto de “Frankfut (FRA)” na data aprazada, os
Autores foram informados que o voo para o “Rio de Janeiro (GIG)” estava atrasado,
falha esta que fez com que a chegada ao destino final, “Porto Alegre (POA)” fosse
postergada em 23 (vente e três) horas, não tendo sido oferecida nenhuma alternativa
aos Autores.
As passagens aéreas encontram-se acostadas a fls. 112/121,
demonstrando que o voo relativo ao trecho questionado realmente experimentou o
atraso descrito na inicial.
Sem negar o atraso, a defesa da companhia aérea se fez com
alegações que a alteração do horário de voo ocorreu por problemas técnicos da
aeronave, que exigiram manutenção não programada, o que caracteriza caso fortuito.
Alegou que não há ilícito ou dever de indenizar, e que prestou assistência material à
parte autora, como hospedagem, alimentação e transporte, além de ter acomodado
os autores em outro voo.

Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100
Rua: Riachuelo, 115, 4º andar – Centro / São Paulo/SP
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDUARDO ROBERTO ALCANTARA DEL CAMPO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/11/2020 às 10:56 , sob o número WPRO20013683845.
fls. 309

PROCURADORIA CÍVEL

Como anotado pela Ilustre Promotora de Justiça oficiante, não há


diferença hierárquica entre o Código de Defesa do Consumidor e a Convenção de
Montreal e demais normais internacionais que tratam do transporte aéreo, valendo

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 134DEC81.
tais normas apenas no que dizem respeito aos limites das indenizações quando, como 3
no caso, o dano é patente e de natureza moral:

“Cumpre destacar a aplicação do Código de Defesa do


Consumidor, à luz do quanto decidido no julgamento dos recursos RE
636331 e ARE 766618 pelo STF, ocasião em que se fixou a tese de
que a limitação indenizatória prevista nas Convenções de Varsóvia e
de Montreal abrange tão somente a reparação por danos materiais
decorrentes de extravio de bagagem, não se aplicando às
indenizações por danos morais, tal como a pleiteada nestes autos”.

Presentes a conduta, o nexo causal e o dano, fica comprovada a


responsabilidade da companhia aérea por defeitos relativos à prestação de seus
serviços e, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, sua
responsabilidade objetiva.
Também como anotado, pela Promotora de Justiça:

“Com efeito, o Código de Defesa do Consumidor prevê a


responsabilidade civil objetiva do fornecedor de serviços, a qual só
poderá ser excluída em caso de inexistência do defeito ou fato
exclusivo do consumidor ou de terceiros, a teor do disposto no artigo
14 de referida legislação. Assim, todo aquele que predisposto a
exercer atividade econômica no mercado de consumo e, em razão
desse exercício, causar danos (material ou moral) ao consumidor,
deverá repará-los, independentemente da ocorrência de culpa,
bastando que o consumidor prove o nexo de causalidade entre o
serviço defeituoso e o dano por ele sofrido. A despeito da alegação
da ré no sentido de que o atraso decorreu da manutenção não
programada da aeronave, é de se ressaltar que tal circunstância, além

Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100
Rua: Riachuelo, 115, 4º andar – Centro / São Paulo/SP
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDUARDO ROBERTO ALCANTARA DEL CAMPO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 22/11/2020 às 10:56 , sob o número WPRO20013683845.
fls. 310

PROCURADORIA CÍVEL

de não ter sido devidamente comprovada pela suplicada, não é apta


a afastar sua responsabilidade”.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 134DEC81.
Não é preciso mais. 4
Comprovado o dano e o dever de indenizar, de se verificar, apenas,
qual valor seria aceitável.
Um atraso de 23 (vinte e três) horas para chegada ao destino final não
é aceitável, não se podendo falar em mero dissabor ou aborrecimento cotidiano.
Por outro lado, o valor de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais) per
capta, é proporcional e suficiente para estabelecer o efeito didático na companhia
aérea.
No mais, peço vênia para reiterar as ponderações da Promotora de
Justiça oficiante, Dra. Stela Tinone Kuba, lançadas a fls. 237/241).
Ante o exposto o parecer é no sentido de que os Apelos sejam
conhecidos improvidos para manter a R. Sentença guerreada pelos seus próprios
fundamentos.

São Paulo, 20 de novembro de 2020


Assinado eletronicamente à margem
Eduardo Roberto Alcântara Del-Campo
45º Procurador de Justiça Cível
Acumulando o cargo do 51º Procurador de Justiça Cível

Processo nº 1015661-95.2020.8.26.0100
Rua: Riachuelo, 115, 4º andar – Centro / São Paulo/SP
fls. 311

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


SJ 2.2.2 - Serv. de Proces. do Acervo de Dir. Privado 2
Praça Nami Jafet, 235 - Ipiranga - Sala 12 - CEP: 04205-050

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TERMO DE CONCLUSÃO

Processo nº: 1015661-95.2020.8.26.0100


Classe: Apelação Cível
Assunto: Transporte Aéreo
Órgão Julgador: 13ª Câmara de Direito Privado
Partes: é apelante/apelada DEUTSCHE LUFTHANSA AG, é
apelados/apelantes HUGO CÉSAR PHILIPP E OUTROS
Foro/Vara de origem: Foro Central Cível - 32ª Vara Cível

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CARLOS KIYOSHI SATO, liberado nos autos em 23/11/2020 às 01:11 .
Nº do processo na origem: 1015661-95.2020.8.26.0100

CONCLUSÃO

Faço estes autos conclusos a(o) Exmo(a). Senhor(a)


Desembargador(a) ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA
DA FONSECA.

São Paulo, 23 de novembro de 2020.

__________________________________________________
Eu, Carlos Kiyoshi Sato, Matr. M110309, Escrevente Técnico
Judiciário, subscrevi.
Apelação Cível

RELATORA
Despacho

pertinentes à Resolução nº 549/2011.

São Paulo, 12 de abril de 2021.

Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO

nº 1015661-95.2020.8.26.0100

ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA DA FONSECA


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Prossiga-se em cumprimento aos demais dispositivos


fls. 312

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PODER JUDICIÁRIO
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Registro: 2021.0000299851

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação


Cível nº 1015661-95.2020.8.26.0100, da Comarca de São
Paulo, em que é apelante/apelada DEUTSCHE LUFTHANSA AG,
são apelados/apelantes HUGO CÉSAR PHILIPP, ISADORA ROCHA
PHILIPP (MENOR(ES) REPRESENTADO(S)) e JACQUELINE MARTINS
ROCHA.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 13ª Câmara


de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo,
proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao
recurso da companhia aérea ré; e, deram provimento ao
recurso dos autores.V.U. " de conformidade com o voto do
Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos.


Desembargadores ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA DA FONSECA
(Presidente), HERALDO DE OLIVEIRA E FRANCISCO GIAQUINTO.

São Paulo, 22 de abril de 2021.

ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA DA FONSECA


Relatora
Assinatura Eletrônica
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VOTO Nº: 33035


APEL.Nº: 1015661-95.2020.8.26.0100

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COMARCA: SÃO PAULO
APTE. : DEUTSCHE LUFTHANSA AG
APTE. : HUGO CÉSAR PHILIPP; JACQUELINE MARTINS ROCHA;
ISADORA ROCHA PHILIPP (MENOR REPRESENTADO POR SEUS

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA DA FONSECA, liberado nos autos em 22/04/2021 às 18:43 .
GENITORES)
APDO. : OS MESMOS

APELAÇÃO - TRANSPORTE AÉREO


INTERNACIONAL ATRASO DE VOO - AUSÊNCIA
DE ASSISTÊNCIA MATERIAL E INFORMACIONAL
DANO MORAL Pretensão, da ré, de improcedência da
demanda, e pretensão, dos autores, de majoração do valor
da indenização por dano moral Cabimento apenas da
pretensão dos autores Hipótese em que ficou comprovado
o atraso por motivo de falha mecânica em aeronave
Fortuito interno, não apto a afastar a responsabilidade da
empresa aérea Ausência de assistência material e
informacional, e de disponibilização de opções de
reacomodação Família formada pelos pais e sua filha,
menor de idade Defeito no serviço que implicou atraso
total próximo a vinte e quatro horas Convenção de
Montreal que não se aplica à hipótese Dano moral
configurado a partir dos fatos concretos, à luz dos
parâmetros fixados pelo STJ - Valor fixado (R$10.500,00)
que se mostra insuficiente para compensar o exacerbado
grau de transtorno experimentado e aquém do patamar
adotado por esta Colenda 13ª Câmara em outros casos
análogos, já julgados Majoração para R$ 20.000,00, que
se mostra adequada para compensar o dano moral
suportado RECURSO DOS AUTORES PROVIDO E
RECURSO DA RÉ DESPROVIDO.

Irresignadas com o teor da respeitável


sentença proferida às fls. 242-246, que julgou
parcialmente procedente pedido de indenização por danos
materiais, formulados em demanda movida por Hugo César
Philipp, Jacqueline Martins Rocha e Isadora Rocha

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Philipp (menor representado por seus genitores) em face

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de Deutsche Lufthansa AG, apelam ambas as partes.

A companhia aérea ré (fls. 249-264)

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sustenta, em apertada síntese, que, embora não se
aplique a Convenção de Montreal quanto ao dano moral,
tal regramento regula os demais institutos atinentes à
responsabilidade das companhias aéreas, como as
excludentes de responsabilidade (art. 19), o transporte
sucessivo (art. 36) e a proibição de indenização com
caráter punitivo ou pedagógico (art. 29), dentre outras
normas, as quais não se harmonizam com as regras do CDC,
além das normas regulamentares editadas pela ANAC.

Alega que, no julgamento dos Embargos de


Divergência no Recurso Extraordinário nº 351.750/RJ,
Rel. Min. Roberto Barroso, j. 18/04/2018, o Eg. Supremo
Tribunal Federal determinou que as convenções
internacionais também se aplicam ao dano moral.

Afirma que ofereceu assistência material


e reacomodação em voo no dia seguinte, o que afasta a
lesividade pelo ocorrido e atrai a excludente de
responsabilidade prevista no art. 19 da Convenção de
Montreal.

Argumenta que o dano moral não pode ser


presumido, nem ficou configurado; que deve ser
comprovada a culpa da transportadora aérea; que a
r.sentença recorrida não descreveu ou mencionou qualquer
ato lesivo, tendo se apoiado em afirmações genéricas que
apenas fariam presumir o dano moral; e, que a menor
Isadora Rocha Philipp estava acompanhada de seus pais,
não havendo que se falar em dano moral.

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Assevera que a sentença desconsiderou que

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o contrato de transporte aéreo tinha como destino final
o Rio de Janeiro, e não Porto Alegre, e que, tendo os

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autores aceitado a reacomodação para o dia seguinte,
caberia a eles a remarcação de voo doméstico para Porto
Alegre, sendo descabida a transferência dessa
responsabilidade para a companhia aérea ré; alega que,
no momento da aquisição das passagens aéreas junto à
agência de viagens, a companhia aérea ré ficou incumbida
do transporte aéreo para o trecho Frankfurt, Alemanha, e
Rio de Janeiro, Brasil, de maneira que caberia à agência
de viagens a remarcação do trecho entre Rio de Janeiro e
Porto Alegre.

Alega que o transporte aéreo é seguro e


de massa, sujeito a complexos procedimentos operacionais
de logística; alega, também, que foi responsável por um
atraso de doze horas, e não de vinte e quatro horas.

Acrescenta que o valor arbitrado a título


de dano moral comporta redução.

Postula, por fim, a reforma da


respeitável sentença recorrida.

Recurso bem processado, com resposta


(fls. 289-293).

Já os autores sustentam, em apertada


síntese, que, à luz dos parâmetros enunciados pelo Eg.
Superior Tribunal de Justiça no REsp 1584465/MG, a
companhia aérea incorreu em falha na prestação dos
serviços, pois sua conduta acarretou um atraso de vinte
e quatro horas; que não foram oferecidas alternativas
para a reacomodação dos autores, tendo sido imposta pela

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companhia aérea ré a opção por um único voo; e, que não

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houve assistência material e informacional.

Alegam que, ainda que aplicável o art. 19

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da Convenção de Montreal, a companhia aérea ré não se
desincumbiu do ônus de provar que teria adotado todas as
providências possíveis para evitar o dano.

Afirmam que o dano moral ficou


configurado in re ipsa, e que a indenização comporta
majoração para R$ 20.000,00.

Pedem, assim, a reforma da r.sentença


apelada.

Recurso bem processado, com resposta


(fls. 283-288).

Parecer da douta Procuradoria de Justiça


pelo desprovimento dos recursos (fls. 307-310).

É o relatório.

O recurso dos autores comporta provimento


e o recurso da companhia aérea ré não comporta
provimento.

Ficou comprovado nos autos do processo


que os autores contrataram transporte aéreo
internacional junto a uma agência de viagens, a ser
realizado na modalidade “code share” pelas empresas Gol
Linhas Aéreas e pela companhia aérea ré; sendo certo que
o trecho internacional da viagem era operado pela
companhia aérea ré (fls. 112-121).

Também ficou comprovado que, na viagem de


retorno ao Brasil, a companhia aérea ré incorreu em um
atraso de doze horas, por necessidade de manutenção na

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aeronave.

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A ocorrência de defeito mecânico ou
problemas técnicos na aeronave caracteriza fortuito

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interno (STJ. AgRg no AREsp 747355/RJ, Rel. Min. MARCO
AURÉLIO BELLIZZE, 3ª Turma, j. 15/12/2015; AgRg no Ag
1310356/RJ, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, 4ª Turma,
j. 14/04/2011).

Logo, ainda que o reparo seja


imprescindível para a segurança do transporte aéreo, tal
circunstância não isenta a companhia aérea por eventuais
prejuízos decorrentes da necessidade de manutenção.

Superada essa questão, controvertem as


partes acerca das seguintes matérias: (i) lei aplicável
ao caso; (ii) prestação de assistência material e
informacional, bem como oferecimento de opções de
reacomodação; (iii) tempo total de atraso; e (iv)
configuração de dano moral e correspondente quantum
indenizatório.

Inicialmente, considerando-se que os


autores postularam apenas dano moral, aplica-se o Código
de Defesa do Consumidor, ainda que se trate de
transporte aéreo internacional; não incidindo a
Convenção de Montreal no caso presente, como se
depreende do entendimento adotado pelo Excelso Supremo
Tribunal Federal no julgamento do RE 636.331 e do ARE
766.618.

Com efeito, no julgamento conjunto dos


mencionados recursos, o Ministro Gilmar Mendes,
“esclareceu que a limitação indenizatória abarca apenas
a reparação por danos materiais, e não morais” (STF,

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Informativo n. 866, 22 a 26 de maio de 2017).

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Nesse âmbito, ao contrário do alegado
pela companhia aérea, tal entendimento foi reafirmado

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pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento
do RE 1221934 AgR-ED-EDv-AgR, Relª. Minª. CÁRMEN LÚCIA,
j. 18/08/2020, por acórdão assim ementado:

“AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE


DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL.
ATRASO. DANOS MORAIS. PRESCRIÇÃO. CONVENÇÕES
INTERNACIONAIS DE VARSÓVIA E DE MONTREAL.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 636.331-RG. TEMA
210. INAPLICABILIDADE. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E
JURÍDICA. INEXISTÊNCIA DE DIVERGÊNCIA ENTRE
ACÓRDÃO EMBARGADO E ACÓRDÃO PARADIGMA: ART.
332 DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO”.

Desse modo, a responsabilidade civil da


ré deve ser analisada conforme as disposições contidas
no ordenamento jurídico nacional, em especial no Código
de Defesa do Consumidor.

Por sua vez, não há prova alguma de que a


companhia aérea ré tenha disponibilizado informação
adequada aos autores ou de que teria oferecido opções de
reacomodação em outros voos, bem como alimentação,
transporte e hospedagem no período entre o voo cancelado
e o voo de reacomodação, espera que perdurou entre as
22h15 do dia 30/07/2019 (voo original) e as 10h49 do dia
31/07/2019, 10h49 (voo remarcado).

Observa-se que o atraso ocasionado pela

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companhia aérea ré deu causa à perda, pelos autores, do

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voo de escala com origem no Rio de Janeiro-RJ e destino
em Porto Alegre-RS, marcado originalmente para as 09h35

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do dia 31/07/2019; gerando um atraso total de vinte e
quatro horas até a chegada dos autores ao destino final
(Porto Alegre-RS), o que ficou incontroverso.

Nessa ordem de ideias, descabida a


alegação da companhia aérea ré de que teria dado causa
apenas a um atraso de doze horas, e de que as
providências para a remarcação dos demais voos dos
autores deveria ficar a cargo da agência que lhes vendeu
as passagens aéreas.

De fato, tratando-se de transporte aéreo


prestado pela modalidade codeshare, e tendo a companhia
aérea ré dado causa ao atraso, incumbia-lhe também
assegurar a adoção de providências para sanar o defeito
na prestação do serviço a que deu causa.

Contudo, também nesse âmbito, a companhia


aérea ré foi omissa.

Nesse contexto, ficou configurado o dano


moral postulado pelos autores.

Com efeito, em precedentes recentes, o


Colendo Superior Tribunal de Justiça, por ambas as
Turmas da 2ª Seção, assentou que não se configura dano
moral “in re ipsa”, pois esse dano não pode “ser
presumido em decorrência da mera demora e eventual
desconforto, aflição e transtornos suportados pelo
passageiro”

Contudo, a Corte Superior não exclui a


possibilidade de que haja o dano moral nessas situações,

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“porque vários outros fatores devem ser considerados a

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fim de que se possa investigar acerca da real ocorrência
do dano moral, exigindo-se, por conseguinte, a prova,

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por parte do passageiro, da lesão extrapatrimonial
sofrida”.

Segundo esses acórdãos, que afastam a


ocorrência de dano moral “in re ipsa”, é com base nas
circunstâncias particulares de cada evento concreto que
se deve aferir “a comprovação e a consequente
constatação da ocorrência do dano moral. A exemplo, pode-
se citar particularidades a serem observadas: i) a
averiguação acerca do tempo que se levou para a solução
do problema, isto é, a real duração do atraso; ii) se a
companhia aérea ofertou alternativas para melhor atender
aos passageiros; iii) se foram prestadas a tempo e modo
informações claras e precisas por parte da companhia
aérea a fim de amenizar os desconfortos inerentes à
ocasião; iv) se foi oferecido suporte material
(alimentação, hospedagem, etc.) quando o atraso for
considerável; v) se o passageiro, devido ao atraso da
aeronave, acabou por perder compromisso inadiável no
destino, dentre outros” (REsp 1796716/MG, Terceira
Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 27.08.19).

No caso presente, as circunstâncias


fáticas acima apontadas justificam o reconhecimento do
dano moral postulado (cancelamento de voo por fortuito
interno e ausência de opção de escolha quanto ao voo de
reacomodação; atraso de quase 24 horas na chegada ao
destino final; ausência de assistência material e
informacional aos autores, que, além de serem uma
família formada por uma menor, encontravam-se no

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estrangeiro, em vulnerabilidade acentuada).

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De fato, tais ocorrências são aptas a
causar um transtorno exacerbado, que não pode ser

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razoavelmente imponível aos passageiros, não se tratando
de mero aborrecimento ou dissabor.

Com efeito, “Em se tratando de reparação


por dano moral, a violação de direitos da personalidade
nem sempre é facilmente demonstrada/comprovada. Ademais,
a dor e o sofrimento, conforme doutrina mais moderna,
não são imprescindíveis ao dano moral. Eles são, na
verdade, apenas decorrências do dano, que podem ou não
ocorrer. Por isso, a jurisprudência e a doutrina
trabalham com a idéia de dano moral presumido (in re
ipsa)” (STJ. AgRg no REsp 1663580/MS, Rel. Min. RIBEIRO
DANTAS, 5ª Turma, j. 10/04/2018).

Na mesma esteira, “De acordo com a


jurisprudência desta Corte, "o dano moral não depende de
prova; acha-se in re ipsa" (REsp 296.634/RN, Rel. Min.
BARROS MONTEIRO, DJ 26.8.2002), pois "não há falar em
prova do dano moral, mas, sim, na prova do fato que
gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o
ensejam" (REsp 86.271/SP, Rel. Min. CARLOS ALBERTO
MENEZES DIREITO, DJU 9.12.97)” (STJ. AgRg no AREsp
510041/SP, Rel. Min. SIDNEI BENETI, 3ª Turma, j.
05/08/2014); e, ainda: “Esta Corte já decidiu que,
'quanto ao dano moral não há que se falar em prova, deve-
se, sim, comprovar o fato que gerou a dor, o sofrimento,
sentimentos íntimos que o ensejam. Provado o fato, impõe-
se a condenação' (...)” (STJ. AgRg no AREsp 521515/SP,
Rel. Min. SIDNEI BENETI, 3ª Turma, j. 05/08/2014).

Configurado o dano moral, o valor

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arbitrado a título de indenização comporta a reclamada

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majoração.

Muito embora a lei não traga parâmetros

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que possam ser utilizados no arbitramento do valor da
indenização por dano moral, esta deve ser fixada em
termos razoáveis, para que não se constitua em
enriquecimento indevido da parte indenizada, nem avilte
o sofrimento por ela suportado.

Na hipótese em exame, o valor fixado a


título de indenização pela r.sentença (R$ 3.500,00 para
cada autor, totalizando R$ 10.500,00), dadas as
circunstâncias concretas do caso e as partes nele
envolvidas, mostra-se insuficiente para compensar o dano
moral experimentado, de modo que comporta uma majoração
para R$ 20.000,00, conforme postulado; valor mais
adequado para compensar o exacerbado grau de transtorno
experimentado pelos autores, além de consentâneo com o
patamar adotado por esta Colenda 13ª Câmara de Direito
Privado em vários outros casos análogos, já julgados.

Diante de todo o exposto, nega-se


provimento ao recurso da companhia aérea ré; e, dá-se
provimento ao recurso dos autores, para majorar o valor
da indenização por dano moral para R$ 20.000,00 (vinte
mil reais), acrescidos de juros de mora de 1% ao mês,
que incidirão desde a citação (Ag no Resp 1229864/MG, j.
24.05.2011; AgRg no REsp 1317794/RS, j. 22.05.2012
responsabilidade contratual), e de correção monetária, a
partir da data deste arbitramento (Súmula 362, STJ),
pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça; mantida, no
mais, a respeitável sentença recorrida.

Desprovido o recurso da companhia aérea

Apelação Cível nº 1015661-95.2020.8.26.0100


11
Relatora
PODER JUDICIÁRIO

15% sobre o valor atualizado da condenação.

Apelação Cível nº 1015661-95.2020.8.26.0100


ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA DA FONSECA
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12
dos patronos dos autores, majorados para o equivalente a
ré, ficam os honorários advocatícios, fixados em favor
fls. 324

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA DE LOURDES COUTINHO SILVA DA FONSECA, liberado nos autos em 22/04/2021 às 18:43 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1015661-95.2020.8.26.0100 e código 14FEF8AB.

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