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31/08/2017 detecção do ponto final iodometria

DETECÇÃO DO PONTO FINAL

A solução de iodo em iodeto aquoso tem uma cor amarela intensa a castanha. U ma gota da solução de iodo 0,1 N transmite
uma cor
amarela-pálida perceptível em 100 mL de água; assim, em soluções que, de outro modo sejam incolores, o iodo serve como seu
próprio indicador. O teste torna-se muito mais sensível com o uso de uma
solução de amido como indicador. O amido reage com o iodo na
presença de iodeto, formando um complexo de cor azul intensa, que é visível em concentrações mínimas de iodo. A
sensibilidade da reação de cor é tal que uma cor azul é visível quando a concentração de iodo é 2 x 10-5 M e a concentração de
iodeto é maior do que 4 x 10-4 M a 20°C. A sensibilidade da cor decresce quando a temperatura da solução se eleva; assim, a
50°C é cerca de 10 vezes menos sensível do que a 25°C. A sensibilidade decresce com a adição de solventes como o etanol:
nenhuma cor é obtida em soluções que contenham 50 por cento ou mais de etanol. Este indicador não pode ser usado em meios
fortemente ácidos porque ocorre a hidrólise do amido. Os amidos podem ser separados em dois componentes principais, a
amilose e a amilopectina, que existem em diferentes proporções em várias plantas. A amilose, que é um componente de cadeia
simples, abundante no amido de batata, dá uma cor azul com o iodo e a cadeia adquire uma forma espiralada. A amilopectina,
que tem uma estrutura de cadeia ramificada, forma um
produto de cor púrpura-avermelhada, provavelmente por adsorção.
O grande mérito do amido é ser barato. Possui as seguintes desvantagens: (I) insolubilidade em água fria; (II) instabilidade das
suspensões em água; (III) forma, com o iodo, um complexo insolúvel n'água, cuja formação impede a adição do indicador no
inicio da titulação (por esta razão, nas titulações com iodo, a solução de amido só deve ser adicionada imediatamente antes do
ponto final, quando a cor começa a desmaiar); e (IV) ocorre às vezes um ponto final com "desvio", que é marcante quando se
trata de soluções diluídas. A maioria das limitações do amido como indicador estão ausentes no amidoglicolato de sódio. Este é
um pó não-higroscópico branco, prontamente solúvel em água quente, resultando uma solução fracamente opalescente, estável
durante vários meses; não forma complexos insolúveis com o iodo, podendo, então, o indicador ser adicionado em qualquer
etapa da titulação. Com excesso de iodo (e.g., no início da titulação com tiossulfato), a cor da solução que contém 1mL do
indicador (0,1 porcento em água) é verde; quando diminui a concentração de iodo, a cor muda para azul, que se torna intensa
imediatamente antes do ponto final. O ponto
final é muito nítido e reprodutível, e não ocorre "desvio" em solução diluída. Em certas reações tem sido usado o tetracloreto
de carbono em lugar da solução aquosa de amido. Um litro de água a 25°C dissolve
0,335 g de iodo, mas o mesmo volume de tetracloreto de carbono dissolve 28,5 g. Portanto, o iodo é cerca de 85 vezes mais
solúvel em tetracloreto de carbono do que em água, e a solução em tetracloreto de carbono é fortemente colorida. Quando se
adiciona um pouco de tetracloreto de carbono a uma solução aquosa contendo iodo e se agita
a solução, uma grande parte do iodo se dissolve no tetracloreto de carbono ; este cai, então, para o fundo, porque é imiscível
com a água; deste modo a cor da camada orgânica será muito mais
profunda que a da solução aquosa original. A cor violeta do iodo em tetracloreto de carbono é visível numa concentração de
iodo muito baixa; assim, agitando-se 10 mL de tetracloreto de carbono com 50 mL de iodo 2 x 10-5 N, produz-se uma
coloração violeta distinta na camada orgânica. Isto possibilita muitas determinações iodométricas com relativa facilidade. As
titulações são executadas em frascos de 250 mL com rolha esmerilhada. Após a adição do excesso da solução de iodeto de
potássio e 5-10 mL de tetracloreto de carbono à mistura em reação, começa-se a titulação com tiossulfato de sódio. A
princípio, a presença de iodo na solução aquosa será aparente, e uma fraca rotação do líquido produz suficiente agitação. Mais
para o final, o frasco de titulação é tampado e agitado após cada adição da solução de tiossulfato de sódio ; quando o ponto
final é atingido, o tetracloreto de carbono muda para o incolor. Podem-se obter resultados igualmente satisfatórios com
clorofórmio. .

http://www.ufpa.br/quimicanalitica/detectapfinaliodo.htm 1/2
31/08/2017 detecção do ponto final iodometria

Preparação e uso da solução de amido. Faça uma pasta de 1,0 g de amido solúvel com um pouco d'água e entorne, com
constante agitação, a pasta sobre 100 mL de água quente ; ferva durante um minuto. Deixe a solução esfriar e adicione 2-3 g de
iodeto de potássio. Guarde a solução em frasco arrolhado. Só se devem usar soluções de amido recentemente preparadas. Uma
quantidade satisfatória é 2 mL de uma solução a 1 por cento por 100 mL da solução a ser titulada; deve-se empregar sempre o
mesmo volume de solução de amido. Na titulação de iodo, o amido só deve ser adicionado imediatamente antes do ponto final,
por diversas razões: primeiramente, o esmaecimento da cor do iodo dá uma boa
indicação do ponto final ; além disso, se a solução de iodo for adicionada enquanto a concentração de iodo for elevada, algum
iodo permanecerá adsorvido, mesmo no ponto final. A dosagem em branco do indicador é desprezível nas titulações
iodimétricas e iodométricas de soluções 0,1 N; quando se trata de soluções mais diluídas, a dosagem em branco deve ser feita
em líquidos que tenham a mesma composição que a solução titulada no ponto final.

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