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Imunologia
Imunologia
Material Teórico
Introdução ao Estudo de Imunologia
Revisão Textual:
Prof. Dr.a Selma Aparecida Cesarin
a
Introdução ao Estudo de Imunologia
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar visão geral sobre a Imunologia, destacando os tipos de
respostas imunes e os tipos celulares que a compõem.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia
Contextualização
Você sabia que o corpo humano pode, por meio de um sistema de reações
químicas e físicas, proteger-nos frente a agentes estranhos (patógenos) e até mesmo
contra nossas próprias células quando (por mutação) elas e tornam malignas
(cânceres) e, assim, podem evitar o surgimento de algumas doenças?
Na ausência de um sistema imune, as infecções, que antes não eram percebidas, podem
Explor
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Princípios Básicos Da Imunologia
A definição de Imunologia vem do latim immunitas, que se relaciona à proteção
contra as demandas judiciais que os senadores romanos sofriam. Do ponto de
vista histórico, o termo imunidade denotava a proteção contra doenças infecciosas.
Desse modo, o Sistema Imunológico abrange as células e as moléculas que são
responsáveis pela imunidade, que ocorre devido à resposta imunológica, que é
coletiva e coordenada pelo Sistema Imunológico a substâncias estranhas.
A função fisiológica do sistema imunológico, como mencionado no parágrafo
anterior, é defender o organismo contra agentes infecciosos (microrganismo),
além de moléculas que podem causar respostas imunológicas. Por outro lado,
os mecanismos que protegem os indivíduos frente às infecções e às substâncias
estranhas também são capazes de provocar danos ao próprio organismo em algumas
situações, e quando isso ocorre chamamos de doenças autoimunes. Desse modo, a
imunologia é o estudo de diversos componentes e de mecanismos em nível celular
e molecular que ocorrem após o contato de um indivíduo com microrganismos e/
ou outras moléculas estranhas ao corpo.
Edward Jenner (Figura 1) é o cientista ao qual é atribuído o início dos estudos
de Imunologia. No final do Século XVIII, Edward observou que a varíola bovina ou
vacínia desempenhava ação de imunidade contra a doença da varíola humana. Então,
em 1796, ele conseguiu mostrar para a comunidade científica que a inoculação da
varíola bovina em seres humanos protegia contra a varíola humana. Esse método
foi chamado de vacinação, termo que é utilizado até hoje e que, atualmente, é usado
para descrever a inoculação de amostras de agentes patológicos enfraquecidos ou
atenuados em indivíduos sadios, com a finalidade de protegê-los contra doenças
que antes os ameaçavam.
Quando a vacinação foi introduzida, Jenner não tinha conhecimento dos
agentes infecciosos. Apenas no século XIX, Robert Koch provou que as doenças
infecciosas eram causadas por microrganismos patogênicos, cada um responsável
por uma determinada enfermidade ou patologia.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia
Diante do que foi dito acima, fica claro definir que uma das principais diferenças
entre as respostas imunológicas inata e adaptativa é que a resposta imunológica
adaptativa necessita de tempo para se desenvolver, já que ela é específica para um
determinado patógeno; a inata é inespecífica e, por isso, já está presente mesmo
em organismos saudáveis.
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Funções do Sistema Imune
A ação da resposta imunológica inata e a da adaptativa desempenha quatro
funções básicas em um organismo, como demonstrado na Tabela 1. A primeira
relaciona-se ao reconhecimento imunológico: que é a detecção de uma infecção,
cuja função é atribuída às células sanguíneas brancas do sistema imune inato e
também pelos linfócitos do sistema imune adaptativo.
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.A primeira surgiu há 500 milhões de anos: o grupo de peixes sem maxilas
(agnatha), como as lampreias e as feiticeiras, que desenvolveu resposta com diversas
células semelhantes aos linfócitos de espécies mais derivadas de vertebrados,
na qual atuavam como linfócitos e até respondiam à imunização. Os receptores
de antígenos dessas células eram ricos em leucinas capazes de reconhecer uma
elevada gama de antígenos, mas eram diferentes dos anticorpos e dos receptores
de células T (segundo modo), que sugiram mais tarde no processo de evolução. A
evolução dos linfócitos e os diversos receptores de antígenos altamente diversos,
os anticorpos e os tecidos linfoides especializados, ocorreram em um espaço de
tempo curto e, de certo modo, coordenado nos vertebrados não agnatha, como
nos tubarões, há cerca de 360 milhões de anos.
As respostas imunológicas dos hospedeiros, tanto a inata quanto a adquirida, têm
seus mecanismos de ação integrados. No entanto, os microrganismos patogênicos
evoluíram concomitantemente, tornando-se resistentes às respostas do hospedeiro,
cada vez mais específicas e complexas.
Diante disso, as relações das respostas inata e adaptativa estimulam uma à
outra. A resposta adaptativa frequentemente atua intensificando os mecanismos
protetores, tornando-os capazes de combater com maior eficiência os patógenos.
A resposta imune adaptativa possui duas respostas distintas, a imunidade
humoral e a imunidade celular (Figura 2). Essas respostas são mediadas por
componentes distintos do Sistema Imunológico. A função delas consiste na
eliminação de microrganismos patogênicos.
Especificando uma pouco mais, a imunidade humoral é basicamente mediada
por moléculas do sangue e pelas secreções das mucosas, que são denominadas
anticorpos e são capazes de reconhecer os antígenos microbianos, de neutralizar
sua capacidade de infecção e, por fim, eliminá-los.
Os anticorpos, que são agentes vitais para a resposta imunológica adaptativa, é
sintetizado nos linfócitos B (também podem ser chamados de células B). A imunidade
humoral é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos e suas toxinas,
já que ela é capaz de ativar diversas vias de sinalização de defesa e, como diferentes
tipos celulares de anticorpos, promovem a ingestão de microrganismo pelas células
do hospedeiro (fagocitose).
A outra imunidade mencionada no parágrafo anterior é a imunidade celular,
que também é chamada de imunidade. Essa resposta é realizada por células,
provindas dos linfócitos T (também denominadas células T). Ela é importante porque
alguns vírus e bactérias sobrevivem e se proliferam no interior das células que a
fagocitaram e em outras células do hospedeiro; então, a defesa é realizada dentro
dela, promovendo a destruição de microrganismos que residem nos macrófagos e
no nutrófilo ou em células infectadas.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia
Macrófago
Fagocitose e
ativação de
mecanismos
bactericidas
Apresentação
de antígeno
Célula dendrítica
Captura do
antígeno na
periferia
Apresentação
de antígeno
Neutrófilo
Fagocitose e
ativação de
mecanismos
bactericidas
Eosinófilo
Matar anticorpos
cobertos por
parasitas
Basófilo
Desconhecida
Mastócito
Liberação
de grânulos
contendo
histamina e
agentes
ativos
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Figura 3 – Tipos de imunidade adaptativa
Fonte: Abbas, 2012
Outra forma de obter a imunidade pode ser pela transferência para um organismo
por meio do soro ou de linfócitos de um organismo imunizado, tornando o receptor
imune também. Essa forma de imunidade é denominada imunidade passiva
(Figura 4). Um exemplo desse processo é a transferência de anticorpos maternos
para o feto, que o protege contra infecções não adquiridas.
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longa e são mais numerosas que as células T virgens. Adicionalmente, essas
células apresentam características que as tornam mais efetivas que as células
virgens (o que gera resposta de maior eficiência que na resposta imunológica
primária); por exemplo, as células B de memória se ligam com maior afinidade
que as células envolvidas na resposta imunológica primária;
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As células do tronco hematopoiéticas pluripotentes, nas quais são formadas as
células do Sistema Imunológico Adaptativo, dividem-se em duas formas de células-
tronco. Uma é a progenitora da célula linfoide comum, gerando diversas células
como a linhagem linfoide de células sanguíneas brancas ou leucócitos, as células
matadoras naturais (NK) e os linfócitos B e T.
As células dendríticas imaturas vão entrar nos tecidos, nos quais se maturam
após entrar em contato com um patógeno. Uma subpopulação menor de células
dendríticas será gerada pelo progenitor linfoide comum. As células mieloides
progenitoras comuns estão em menor quantidade que os progenitores linfoides
comuns e a maioria das células dendríticas do organismo se desenvolve a partir
de progenitores mieloides comuns. Os monócitos maturam-se em macrófagos ao
entrarem nos tecidos. A célula precursora que dá origem aos mastócitos ainda é
desconhecida. Os mastócitos também entram nos tecidos nos quais completam sua
maturação (Figura 7).
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Medula óssea
Medula óssea
Sangue
Precursor
Célula dendrítica
Célula B Célula T Célula NK Neutrófilo Eosinófilo Basófilo desconhecido Monócito Plaquetas Eritrócito
Imatura
de mastócitos
Linfonodos Tecidos
Células efetoras
Célula T Célula NK
Célula plasmática ativada ativada
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na resposta imune adaptativa, coordenando as respostas imunes, auxiliando na
indução da inflamação e na secreção de proteínas sinalizadoras, que vão ativar
e recrutar outras células para a resposta. Sendo assim, os macrófagos possuem
atividade especializada dentro do sistema imunológico, assim como são células
limpadoras do organismo, eliminando células mortas e restos celulares.
Os mastócitos, que não tem definido seu precursor sanguíneo, são diferenciados
nos tecidos. Acredita-se que essas células têm ação na proteção das superfícies
internas do organismo contra vermes parasíticos. Os grandes grânulos liberados
durante a resposta auxiliam na indução do processo de inflamação.
A terceira classe das células fagocíticas são as células dendríticas. Elas possuem
longos prolongamentos semelhantes a dedos, semelhantes aos das células nervosas.
As células dendríticas imaturas migram da medula óssea para a corrente sanguínea
para entrar nos tecidos, nos quais vão amadurecer. Elas são capazes de fagocitar
continuamente grandes quantidades de fluído extracelular e seu conteúdo, processo
conhecido como macropinocitose. Essas células degradam os patógenos que
capturaram, mas sua principal atividade consiste em ativar uma determinada classe
de linfócitos, os linfócitos T, ao entrarem em contato com os microrganismos.
Entretanto, só o reconhecimento das células dendríticas ao antígeno não é suficiente
para ativar um linfócito T virgem. Assim, as células dendríticas maduras possuem
propriedades adicionais que permitem apresentar antígenos e inativar e ativar os
linfócitos T. Por isso são conhecidas como células apresentadoras de antígenos
(APCs), tendo importantíssima ligação entre a resposta imune inata e a resposta
imune adaptativa.
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Para os linfócitos B (células B), após o contato com o seu antígeno-específico, eles
se ligam a um receptor de antígeno de células B ou também chamado de receptor de
células B, e aí se proliferam para se diferenciarem em células plasmáticas. A forma
é a efetora dos linfócitos B e seus anticorpos produzidos. Dessa forma, o antígeno
que ativa uma determinada célula B se torna o alvo dos anticorpos produzidos
pela progênie dessa célula. A classe de moléculas de anticorpos, produzidas
pelas células B, são conhecidas como imunoglobulinas (Ig); já os receptores de
antígeno dos linfócitos B são chamadas de imunoglobulinas de membrana (mIg) ou
imunoglobulina de superfície (sIg).
Por fim, outra função das células T é ativar os macrófagos que vão se tornar mais
eficientes para matar os patógenos capturados. As células T reguladoras suprimem
a atividade de outros linfócitos e ajudam a controlar as respostas imunes.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Sistema imunológico
https://youtu.be/JzaQaFVNi3o
Leitura
Vacinação na maternidade
https://goo.gl/Oo2lAQ
Doenças Autoimunes
https://goo.gl/GrPH3q
HIV 20 anos depois
https://goo.gl/g6q1ai
Lupus
https://goo.gl/I1tsOA
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Referências
MURPHY, K.; TRAVERS, P., WALPORT, M. Imunologia de Janeway. 7.ed.
Porto Alegre: Artmed, 2010.
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