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LETHICIA BEATRIZ

PRINCÍPIOS EM CIRURGIA ONCOLÓGICA:


• Oncologia: onkos (onco) que significa massa, volume, tumor; “logia” que significa
estudo, por tanto oncologia é o estudo dos tumores.
• A oncologia é um ramo da ciência medica que estuda tumores
• Tumores maligno: câncer
• Nem todo tumor é maligno, pode ter tumores benignos

Tumor:

• Corresponde ao aumento de volume observado em uma parte qualquer do corpo.


• Tumoração- ex. abscesso.
• Quando o tumor se dá por crescimento do numero de células, ele é chamado de
neoplasia.
• Neoplasia pode ser benigna ou maligna.

Câncer:

• É uma Neoplasia maligna


• Mutação do DNA
• O controle celular pelo núcleo estar desordenado, não se tem controle de divisão,
separação e organização celular.
• Doença genética (10%-20%, ocorre mais em crianças) x fatores ambientais (80%-90%).

Neoplasia benigna:

• Crescimento de forma organizada, lento, limites bem nítidos, não invadem os tecidos
vizinhos, não desenvolvem metástases
• Comportamento localizado
• Exemplo: lipoma (crescimento de células gordurosas) e o mioma

Neoplasia maligna:

• Crescimento desordenado, acelerado, agressivo, invasor (invade estruturas vizinhas),


metastático
• Ex. adenocarcinoma gástrico

Obs: nem todo tumor é neoplasia. Nem toda neoplasia é câncer. Porém, todo câncer é uma
neoplasia, e toda neoplasia é uma tumoração.

COMO SURGE O CÂNCER?

• A partir de uma mutação genética (Alteração no DNA da célula)


• Proto-oncogenes (possíveis genes que vão sofrer mutação e se transformam em
oncogenes)→oncogenes→ células normais→ células cancerosas
• Gene p53- supressor de tumor. Param a divisão celular ou induz a célula a morte.
Falha no mecanismo do p53- câncer.
• Multiplicação descontrolada de células alteradas→Acúmulo de células
cancerosas→Tumor
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ESTATÍSTICA- INCA:

• No homem, o câncer mais incidente é o de próstata, seguido de colon e reto; traqueia,


brônquio e pulmão.
• Nas mulheres, o câncer mais incidente é o de mama, seguido de colon e reto e colo
útero (importante de se fazer a prevenção- o Papanicolau, a vacina do HPV).

• No homem o que mata mais é câncer de pulmão, traqueia e brônquios (3° mais
prevalente).
• Localização primaria- onde o tumor surgir inicialmente;
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• Nas mulheres o que mata mais é câncer de mama (mais prevalente).

NOMENCLATURA DOS TUMORES:


• É baseada no seu tecido de origem
• Benignos: célula de tecido de origem + sufixo OMA
• Malignos: célula de tecido de origem + sufixo carcinoma (tecidos epiteliais- origem
no ectoderma) ou sarcoma (tecidos mesenquimais, de sustentação)
• Exceção: lifoma (maligno- sist. Linfático)

Exceções:

• Melanoma (neoplasia maligno de pele), seminoma (tumor maligno das células


germinativas dos testículos), linfoma (Câncer do sistema linfático), etc

Tumores mistos (mais de um tipo celular proliferado). Ex. adenoma pleomórfico (benigno)

Hamartoma (crescimento) e teratoma (no ovário- tumor de ovário de células germinativas,


podem conter diferentes tipos de tecidos benignos, incluindo, osso, cabelo e dentes): mais
relacionados a malformações com características benignos.

DIANÓSTICO E ESTADIAMENTO:
Vias de disseminação da doença (aplicado em doenças malignas):
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• Linfática (pode acometer linfonodos da cadeira de drenagem do órgão). Ex. câncer de


mama pode ter linfonodos axilar acometido, na retirada de mama se faz se retirar os
linfonodos também acometidos.
• Hematogênica (pelo sangue): metástase a distância. Mais comum: fígado- sangue
drenado dos intestinos.
• Continuidade: dá mucosa invade toda a parede do órgão, submucosa, muscular e
chegando até a serosa (com exceção do esôfago que não tem serosa, tem camada
adventícia, por isso que os canceres de esôfago tem maior capacidade de
disseminação por contiguidade).
• Contiguidade: quando invade órgãos vizinhos
• Implantes: é a célula do tumor primário que disseminou para outro local. São
implantes do tumor em outros órgãos. Todo órgão tem drenagem pelas veias e
linfáticos, quando a cadeia está junto ao órgão chamamos de cadeia 1. Mais distante
chamamos de cadeia 2 e assim sucessivamente. Se existe comprometimento de
linfonodo que não era daquela região se diz que o tumor se implantou em outro local.
Exemplo: tumor de ovário decorrente de células tumorais que vieram do estômago.

ANAMNESE

EXAME FÍSICO

EXAMES COMPLEMENTARES (IMAGEM, ENDOSCOPIA, MARCADORES TUMORAIS)

BIOPSIA- anatomopatológico (quando se encontra a lesão, para saber se é benigno ou maligno,


muitas vezes vem inconclusivo)

Exame complementar (biomolecular, quando indicado- p/ estudar marcadores de membrana


celular, a imuno-histoquímica é feita quando a biopsia vem inconclusiva)

TIPOS DE BIÓPSIA:

• Incisional (apenas fragmento da lesão). Ex. tumores de pele.


• Excisional: retira a lesão como um todo
• Biopsia por agulha grossa (core biopsy)
• Punção aspirativa por agulha fina
• Biopsia por congelação: o cirurgião abre o paciente e manda fazer a biopsia por
congelação imediatamente com o patologista, que se observa no microscópio se é
benigno ou maligno.

Biopsia incisional:

• Retirada de um fragmento da massa tumoral


• Faz-se uma margem de segurança, e faz-se uma incisão profunda
• Comum na dermatologia
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Biopsia excisional:

• Retirada completa da lesão


• Ex. melanoma
• Com margem de segurança bilateral e aprofunda para pega a lesão como um todo, e
depois faz-se sutura.

Biopsia por agulha grossa (core biopsy):

• Pode ser feita ambulatorialmente


• Obedecer a técnicas assepsia
• Guiada por ultrassonografia
• Vai com a ponta da agulha grossa até o nódulo dispara a agulha para se retirar
fragmento

Biopsia por agulha fina:

• Faz apenas aspiração com o embolo da agulha


• Pode ser feita ambulatorialmente
• Obedecer a técnicas assepsia
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• Guiada por ultrassonografia

MARCADORES TUMORAIS (substancias produzidas por algumas lesões tumorais) servem:

• Rastreamento: depois dos 5 anos você fica fazendo o rastreamento, mesmo não
apresentando manifestação.
• Seguindo do tratamento
• Controle de recidiva (nos próximos 5 anos se apresentar alguma manifestação da
doença se diz que o tumor recidivou)

Obs:

• Curado do câncer: quando se faz acompanhamento por 5 anos e não tem indicação ou
manifestação da doença.
• O marcador isolado não dá diagnostico. Ex. PSA elevado (geralmente acima de 4) tem
a necessidade de rastreamento para câncer de próstata, mas se o paciente com
hiperplasia prostática benigna pode ter o PSA elevado e não ter câncer.
• Após operação de ressecção da lesão, se o marcador estava alto é esperado que ele
baixe, se dosar o marcador com 3/6 meses após a cirurgia e ele começar a subir se
suspeita de recidiva do tumor.

Estadiamento:

• Forma de normatizar a classificação dos tumores


• Classificação TNM:
 T: referente ao tumor primário, em relação a parede do órgão (mucosa, submucosa,
serosa). T1, T2, T3, T4 (já saindo do órgão e adentrando em estruturas vizinhas)
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 N: referente aos linfonodos regionais (da cadeira de linfonodo que drena o órgão),
cadeira 1, 2... N4: linfonodo a distância.
 M: sítios de metástases; se existe metástase a distância. Se linfonodo a distância
atingido= metástase, porque não está na drenagem do órgão primário.

Estadiamento:

• cTNM: estadiamento clinico (está fazendo os exames para diagnosticar a lesão). Ex.
endoscopia p/saber se tem tumor de estomago e depois faz-se biopsia; TC de tórax.
• sTNM: estadiamento cirúrgico. Ressecção R0 (retirada de todo tumor
macroscopicamente, e no estudo patológico também conseguiu retirar toda lesão), R1
(macroscopicamente foi retirada a lesão toda- a olho nu, mas no estudo da biopsia
veio comprometimento), R2 (macroscopicamente se ver que ficou doença, não se
conseguiu retirar todo, já está espalhado, geralmente cirurgia paliativa)
• pTNM: estadiamento patológico (classificação histopatológica pós-cirúrgica)- biopsia;
• yTNM: estadiamento após tratamento neoadjuvante (antes de operar o tumor). Cura
da metástase apenas com quimioterapia.

• T: extensão do tumor na parede do órgão


• Tx: tumor não pode ser avaliado. Patologista não consegue estudar a peça para dizer
o grau de comprometimento. Material não está bem preparado. Teve dificuldade
técnica
• T0: sem tumor primário
• Tis: tumor in situ (localizado apenas na linguagem de origem- tumor primário, não se
expandiu). Restrito a mucosa.
• T1: limitado a mucosa e submucosa
• T2: invade a muscular da mucosa até a serosa sem ultrapassá-la
• T3: invade a serosa sem invadir órgãos vizinhos
• T4: invade órgãos vizinhos

• N: acometimento linfonodal
• Nx: linfonodos regionais não podem ser avaliados
• N0: sem invasão linfática regional
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• N1, N2, N3: comprometimento crescente dos linfonodos regionais. Número de N varia
de um órgão para outro. Ex. câncer gástrico é N1 quando tem 1 a 6 linfonodos
acometidos.

Obs: A extensão direta do tumor primária para o linfonodo daquela região é metástase ou
comprometimento linfonodal (N)

Obs: acometimento de qualquer linfonodo que não seja regional (não faz parte da cadeira de
drenagem do órgão) é M- metástase a distancia

M: metástase a distancia

Mx: não pode avaliar o M

M0: sem metástase o M

M1: com metástase (ver através de estudos de imagem)

Ex. adenocarcinoma de reto, e faz TC veio nódulo de fígado- Principal órgão de metástase do
TGI é o fígado. Principal tumor do fígado é por metástase a distância.

Obs:

0: Tis in situ, N0, M0. Não teve acometimento de linfonodos nem a distância.

A partir de IB que se tem comprometimento de linfonodos.

Estádio IV: T4: já invade estruturas vizinhas.

TRATAMENTO:

• Pode ser curativa ou paliativo


• Objetivos:
 Cura
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 Aumentar a sobrevida
 Melhorar a qualidade de vida

CIRURGIA:

• Cirurgia radical (finalidade curativa): Remoção completa do tumor com margens


livres/adequada + remoção da área de drenagem linfática locorregional (linfonodos),
quando indicada. Tumor + linfonodos;
• Cirurgia radical e ampliada: além da cirurgia clássica, remove-se, em monobloco, parte
ou a totalidade de um ou mais órgãos, e/ou estruturas, que se pressupõe
macroscopicamente.
Ex. cirurgia de câncer de bexiga que atinge o fundo do útero, logo retira-se a bexiga e
útero.
• Cirurgia citorredutora: redução do volume do tumor primário ou sítios de metástases
para o paciente responder melhor a quimioterapia; estudos demonstram que
melhora os efeitos de quimioterapia adjuvante (após a cirurgia)
Cirurgia citorredutora (interpretação anterior): condição terminal, tratamento paliativa
Cirurgia citorredutora (interpretação atual): condição tratável com intenção curativa
em pacientes selecionados.

CIRURGIA CITORREGUTORA:

Carcinomatose peritoneal (espalhada no peritônio) - Ressecção do tumor primário, vísceras e


superfícies peritoneais comprometidas. Ressecar todos os focos de implantes.

Obs: existe um ponto que está tão espalhando que não tem como ressecar. Ex. se esta no
fígado, bexiga, rim...

Cirurgia citorredutora + HIPEC (quimioterapia intraoperatória- aberta ou fechada):


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• Abre-se o paciente, retirar-se todos os implantes (citorredução) e instala a


quimioterapia dentro do paciente para ele fazer uma perfusão tecidual- quimioterapia
mais concentrada (p/tentar diminuir os implantes, ou matar células residuais
neoplásicas).

• Variações:
 Agente quimioterápico
 Técnica de administração (aberta ou fechada)
• Quimioterapia intraperitoneal:
 Altas concentrações
 Erradicação de células livres
 Mesotelio, linfáticos e tecido submesotelial
• Hipertemia: citotoxicidade.

CIRURGIA PALIATIVA:

• Para controle de danos


• Tumor irressecável, ressecção incompleta (R2), doença metastática não ressecável
• Melhorar qualidade de vida, sintomas
• Melhorar a função do órgão
• Evitar complicações da progressão da doença

Cirurgia das metástases:

• Curativa (citorredutora): tumor primário, ressecção completa das metástases


• Paliativas: melhorar sintomas
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Cirurgias de urgências em oncologia:

• Evitar piora clínica e óbito por complicação relacionada ao tumor ou ao tratamento


• Obstrução
• Hemorragia
• Perfuração
• “Infecção”

QUIMIOTERAPIA:

• Combater a quantidade de células tumorais (matar células com mutação genética)


• Curativa (resolver o problema) x paliativa (reduzir sintomas)
• Varias substancias e aplicabilidade variáveis, de acordo com cada câncer.
• Neoadjuvante (antes da cirurgia): diminuir o tamanho do tumor e facilitar a ressecção
• Adjuvante (após a cirurgia): reduzir risco de recidiva ou células tumoral remanescente

RADIOTERAPIA:

• Utiliza radiação ionizante- forma radicais livres de oxigênio p/tentar matar células com
lesão do DNA.
• Tumores localizados
• Isoladamente ou combinada com quimioterapia

Outros:

• Terapia hormonal ou endócrina


• Terapia alvo-dirigida
• Imunoterapia

COMO PREVENIR O CÂNCER- 12 DICAS IMPORTANTES:

• Não fume
• Alimentação saudável protege contra o câncer
• Mantenha o peso corporal adequado
• Vacine contra a hepatite B (hepatite B causa hepatocarcinoma)
• Pratique atividades físicas
• Amamente
• Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo de câncer de colo de
útero a cada 3 anos
• Vacine contra HPV as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos
• Evite ingestão de bebida alcoólica (faz cirrose- fator predisponente de
hepatocarcinoma)
• Evite comer carnes processadas
• Evite a exposição ao solar entre 10h e 16h, e use sempre proteção adequada, como
chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios
• Evite exposição a agentes cancerígenos no trabalho

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