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EXPERIÊNCIAS ESCOLARES DE DEMONSTRAÇÃO

O trabalho experimental é um aspecto chave da Educação Científica desde há muito tempo. O


experimental constitui um tema de grandes debates e de reflexão no âmbito da educação em
ciências. São várias e por vezes divergentes as intervenções que têm surgido de todos os
sectores da comunidade educativa.

Apesar disso, a crença nas potencialidades do trabalho experimental como meio de ensino em
ciências, particularmente em Física, é amplamente partilhada por professores e órgãos
decisores de currículos, podendo mesmo afirmar-se que o trabalho experimental tem um
papel central e importante nos programas de ciências.

A experiência mostra que de uma forma geral o trabalho experimental é muito pouco usado
nas aulas de Física. Nos casos que ela exista, a actividade experimental mais frequente é a
demonstração experimental feita pelo professor. Nessa sua utilização o trabalho experimental
tem servido apenas como ilustração ou confirmação de conceitos, leis e fenómenos
apresentados e como se não bastasse, é controlado pelo professor desde a sua preparação,
realização e até a interpretação dos resultados, sem qualquer intervenção por parte do aluno.

Trabalho experimental é definido como sendo a actividade desenvolvida num ambiente


criado para esse fim, envolvendo-se os alunos em experiências de aprendizagem planeada,
interagindo com materiais para observar e compreender fenómenos.

Para o sucesso do trabalho experimental de demonstração recomendam-se os seguintes


cuidados:

 O professor deve realizar cada experiência programada antes da sua inserção na aula e
certificar-se sobre a sua funcionalidade;
 Cada experiência deve ser cuidadosamente preparada, se possível com os alunos, de
forma a que estes possam entender o essencial da mesma, saibam o que é preciso
observar e conheçam os seus objectivos;
 Cada experiência deve ser cuidadosamente avaliada e o seu resultado deve ser claro
para todos os alunos;
 Os pontos mais importantes e as particularidades de cada aparelho ou instrumento de
experimentação devem ser bem visíveis para todos os alunos;
 Todos os instrumentos de experimentação devem garantir segurança contra assistente.
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Regras para planificação da experiência

 Formular com precisão os objectivos da experiência a realizar;


 Formular as tarefas dos alunos na realização e avaliação da experiência (uso da ficha
ou guião da experiência);
 Definir, a partir dos objectivos e da posição da experiência no processo de
aprendizagem, as actividades necessárias para o trabalho experimental

Regras para preparação e montagem da experiência no trabalho experimental

 Estudar profundamente o funcionamento dos aparelhos em situações de utilização


directa;
 Testar sempre o estado funcional dos aparelhos e meios de experimentação a usar;
 Respeitar as regras sobre a segurança no trabalho definidas para cada aparelho e em
cada experiência;
 Determinar o tempo necessário para a realização da experiência na aula;
 Tomar decisão se a montagem do arranjo da experiência será feita frontalmente na
presença dos alunos ou antes, durante a preparação da aula;
 Respeitar o esquema de montagem do arranjo da experiência (especialmente quando
se trata de circuitos elétricos);
 Fazer a montagem da experiência de acordo com os objectivos, de um modo visível e
com certa estética;
 Montar e realizar a experiência de modo a que o fenómeno a observar aconteça de
forma clara;
 Montar a experiência de maneira que a visibilidade dos aparelhos, os desvios dos
ponteiros dos instrumentos de medida, etc, seja assegurado para todos os alunos. Usar
eventualmente construções em diferentes níveis de altura ou arranjos verticais;
 Evitar na montagem de circuitos eléctricos, cruzamentos dos cabos de ligação.
Facilitar visibilidade se possível, usando cabos de cores diferente.

Regras para a realização da experiência

 Discutir com os alunos os objectivos da experiência e formulá-lo de acordo com o


nível de desenvolvimento dos mesmos;
 Informar aos alunos antes do início da experiência sobre a sua tarefa de observação
inclusive sobre o registo dos resultados desta;
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 Prestar atenção para que o tempo disponível seja suficiente para a avaliação e
formulação das conclusões a partir dos resultados da experiência;

Regras para a avaliação da experiência

 Discutir juntamente com os alunos os resultados da experiência;


 Exigir dos alunos que estes, em caso de experiências qualitativas mencionem os
resultados de observação e formulem generalizações que deles advêm;
 Exigir dos alunos que estes, em caso de experiência quantitativas comparem os
resultados das medições, façam representações gráficas, interpretem os resultados e
formulem as generalizações que deles advêm;
 Avaliar os resultados da experiência e fazer cálculos dos erros;
 Prestar atenção a uma formulação fisicamente exacta das afirmações ganhas da
experiência;
 Exigir que os alunos formulem as afirmações verbalmente e matematicamente;
 Garantir que todos os alunos estão em altura de formular oralmente e por escrito os
resultados da experiência;
 Planificar tempo suficiente para a consolidação dos conhecimentos ganhos na
experiência.

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