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05/08/2021 ConJur - Vita: Os direitos do consumidor na pandemia

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OPINIÃO

Os direitos do consumidor na pandemia


31 de maio de 2021, 17h07 Imprimir Enviar

Por Cátia Vita

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A pandemia do coronavírus não trouxe apenas mudanças nas áreas da saúde e


da economia. Para acompanhar as movimentações e necessidades sociais, o
direito também precisou se adaptar. Ao longo do quase um ano e meio desde
que o vírus mudou a rotina do país, diversas medidas provisórias foram
elaboradas contemplando o Direito do Consumidor. LEIA TAMBÉM
O Código de Defesa do Consumidor constitui um diploma jurídico de ordem SEPARAÇÃO DE PODERES
pública e interesse social, pois regulamenta um direito fundamental Governadores pedem que seja
estabelecido pela Constituição Federal de 1988. Desse modo, tem como suspensa convocação para depor em
objetivo proteger a parte vulnerável e hipossuficiente da relação de consumo, CPI
que é o consumidor.
RITO ESPE​CÍFICO

O que muita gente não sabe é que o Código de Defesa do Consumidor prevê a Credor retardatário não é obrigado a
modificação ou revisão de cláusulas contratuais ante situações excepcionais, habilitar crédito após plano
como de força maior, que se tornem
PACOTE BASTA!
excessivamente onerosas (artigo 6º,
Câmara votará projeto sobre violência
V). Caso não haja a possibilidade de
psicológica contra a mulher
cumprir com o contratado, como no
caso da pandemia, tanto fornecedor, ACONTECEU NO CEARÁ
prestador de serviços e o consumidor Profissionais da saúde expostos à
devem repactuar o contratado, Covid-19 ganham adicional de 40%
adiando, quando possível, o evento,
como casamentos, cursos, palestras, Facebook Twitter
aulas, buscando a melhor situação para ambos.

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05/08/2021 ConJur - Vita: Os direitos do consumidor na pandemia

Logo, o consumidor não é obrigado a aceitar as modificações impostas pelo


prestador de serviço, sendo seu direito suspender ou rescindir (cancelar) o
contrato, conforme o caso. Deixando claro que cada modelo de negócio possui
regras peculiares a serem aplicadas.

Devemos levar em consideração também que o consumidor não pode e não


deve colocar a sua vida e saúde em risco somente para cumprir um contrato,
como por exemplo viajar, especialmente em época como esta de uma grave
pandemia, em que não se sabe se pode se infectar ou infectar terceiros.

O presente artigo objetiva esclarecer dúvidas pontuais sobre os direitos do


consumidor em algumas situações que serão exemplificadas; ou seja, serviços
de consumo alterados em razão da pandemia de Covid-19.

Iniciamos no setor de consumo digital, no qual o distanciamento social fez


com que a aquisição de produto mais diversos, consultas médicas e com uma
série de outros profissionais, serviços de educação, encontros e congressos
profissionais, entre outros, passassem a ser feitos pela internet. Vem pro

Os hábitos de consumo online mudaram consideravelmente com a pandemia; a Shoow de

maioria das compras não são mais feitas de forma presencial, direto nos
estabelecimentos comerciais. Logo, o consumidor pode recorrer ao direito de Ofertas
arrependimento.
Os melhores

A lei assegura o "direito do arrependimento" sempre que você adquirir


restaurantes com

qualquer produto fora de um estabelecimento comercial, seja por internet,


ofertas, só aqui!
telefone ou catálogo. Assim que o produto for entregue, você tem até sete dias
para devolver e receber integralmente o valor pago, inclusive o valor do frete.

Tal instituto está previsto no artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor


(Lei nº 8.078/1990):
iFood

"Artigo 49 — O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a


contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço,
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora
do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio".

Outra coisa importante que muitos consumidores não sabem é que houve
alteração na aplicação do artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor
(CDC) durante o período da pandemia em compras pelo sistema delivery. A
Lei 14.010/2020 suspende a aplicação do artigo 49 do Código de Defesa do
Consumidor, referente ao direito do arrependido, na hipótese de entrega
domiciliar (delivery) de produtos perecíveis ou de consumo instantâneo e de
medicamentos. A alteração estabelecida por essa lei é válida até a data de 30 de
outubro de 2020.

Cabe ressaltar que, para os demais produtos adquiridos fora de estabelecimento


comercial, não incidem as disposições dessa lei.

Outro ponto importante e polêmico refere-se ao cancelamento de eventos:


houve a sanção da Lei 14.046/2020 e a modificação das regras foi bem grande,
conflitando, inclusive, com os direitos dos consumidores e provocando
desequilíbrio nas relações de consumo. De acordo com o texto da nova lei,

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"Artigo 2º — Na hipótese de adiamento ou de cancelamento de serviços, de


reservas e de eventos, incluídos shows e espetáculos, (...) o prestador de
serviços ou a sociedade empresária não serão obrigados a reembolsar os
valores pagos pelo consumidor, desde que assegurem:

I — a remarcação dos serviços, das reservas e dos eventos adiados; ou

II — a disponibilização de crédito para uso ou abatimento na compra de


outros serviços, reservas e eventos disponíveis nas respectivas empresas".

Logo, o reembolso somente ocorrerá se o fornecedor ou prestador do serviço


não incorrer em nenhuma das duas opções acima (artigo 2º, §6º). Então, a Lei
nº 14.046/20 coloca a escolha como direito do fornecedor e não do
consumidor, ao contrário do que determina a legislação consumerista (artigo
18 do CDC).

Opção I: A remarcação dos serviços, das reservas e dos eventos adiados


pode ser feita no prazo de 18 meses, após o estado de calamidade pública (com
duração prevista até 31/12/2020, conforme Decreto Legislativo 06/20). Ainda,
serão observados os valores e condições dos serviços incialmente ajustados.

Quanto aos profissionais já contratados — artistas, palestrantes, espetáculos


musicais/teatrais, rodeios, bem como aqueles contratados para a promoção do
evento — não serão obrigados a reembolsar imediatamente os valores dos
cachês, desde que o evento seja remarcado dentro do período de 12 meses após
o fim do estado de calamidade pública (artigo 4º), que ocorreu em 31 de
dezembro de 2020.

Opção II: Do crédito a ser disponibilizado ao consumidor será descontado o


valor correspondente aos serviços de agenciamento de intermediação já
prestados (exemplo: taxa de conveniência e/ou de entrega). O prazo para que o
consumidor usufrua do crédito é de até 12 meses, a contar da data de
encerramento do estado de calamidade pública.

Além disso, importante se atentar que a Lei nº 14.046/20 se aplica aos


seguintes serviços: setor do turismo (meios de hospedagem — hotéis,
albergues, pousadas, aluguéis de temporada); agências de turismo; empresas de
transporte turístico; organizadoras de eventos; parques temáticos e
acampamentos (artigo 3º, inciso I); setor da cultura (cinemas, teatros,
plataformas digitais de vendas de ingressos pela internet); artistas (cantores,
atores, apresentadores e outros); e demais contratados pelos eventos (artigo 3º,
inciso II).

Por fim, todos sabemos que a pandemia do coronavírus afetou a todos de


formas distintas. Assim, a conciliação e o bom senso continuam sendo a
melhor forma de resolução de conflitos, principalmente no cenário atual em
que situações inesperadas surgem diariamente, exigindo de todos mais
compreensão e diálogo. É importante recordar que tanto as empresas quanto os
consumidores estão sofrendo ou sofrerão os impactos dessa crise
socioeconômica

E se acontecer da empresa/contratado não quiser ou se recusar a renegociar?


Como o momento é de excepcionalidade, e se preza pela boa-fé contratual, o
consumidor deve efetuar uma reclamação nos serviços de atendimento ao

https://www.conjur.com.br/2021-mai-31/vita-direitos-consumidor-pandemia 3/5
05/08/2021 ConJur - Vita: Os direitos do consumidor na pandemia

consumidor da empresa (SAC) e, caso não obtenha resposta, deve buscar os


órgãos de defesa do consumidor ou então entrar com uma ação judicial contra
a empresa prestadora de serviços ou fornecedor, para que seja garantido seu
direito.

Leia mais

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Cátia Vita é advogada com dedicação exclusiva nas áreas: Cível, Empresarial, Família,
Trabalhista e Previdenciário; formada também em coaching, responsável pela criação do
escritório CRV advogados, criadora também do Projeto Social de Orientação Jurídica na
AMUNICON – Cidade de Deus desde 2014.

Revista Consultor Jurídico, 31 de maio de 2021, 17h07

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